sexta-feira, 4 de outubro de 2024

Serviços e indústria puxam alta da geração de empregos no Nordeste

O setor de serviços e a indústria foram responsáveis pela maior quantidade de novos postos de trabalho abertos no Nordeste em agosto deste ano. A análise foi apresentada pela Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste nesta segunda-feira (30) com base nos indicadores apresentados pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho. A Região foi responsável pela criação de 72.372 empregos, representando 31% do quadro nacional naquele mês.

“A geração de empregos em agosto no Nordeste teve forte importância do setor privado, principalmente na indústria, com destaque para Pernambuco, Alagoas e Paraíba, mas também no setor de serviços, notadamente na maior economia da Região, que é a Bahia”, comentou o economista Miguel Vieira, da Coordenação de Estudos e Projetos da Sudene.

De acordo com a unidade de estudos e pesquisas da autarquia, as atividades econômicas associadas ao setor de serviços possibilitaram a ocupação de 25.561 profissionais, 35,5% do total de novos empregos gerados na região em agosto. Neste cenário, destacaram-se os estados da Bahia, Pernambuco e do Ceará, com saldo positivo de 9.438, 5.815 e 3.449 empregos, respectivamente. O trio representa 73% do saldo de postos de trabalho no setor de serviços no Nordeste.

Proporcionalmente, a participação dos serviços no saldo estadual da geração de empregos registrou os maiores índices na Bahia e no Maranhão. No primeiro, o percentual ficou em 58,4% das novas oportunidades criadas, sendo o destaque os setores de “atividades administrativas e serviços complementares” e “transporte, armazenagem e correio”. No estado maranhense, o indicador alcançou 54,3%, cenário no qual os subsetores de educação e saúde humana e serviços sociais despontaram como os mais relevantes. O estado de Sergipe veio em terceiro lugar, com 35,8%.

As análises da superintendência também deram conta de que o desempenho do setor de serviços não foi potencializado pelo subsetor de “administração pública, defesa e seguridade social”. A autarquia observa que geração de empregos foi tipicamente puxada pelo setor privado, indicando a força da economia regional e a melhoria nas taxas de crescimento do Produto Interno Bruto.

O setor industrial foi a atividade econômica com destaque na geração de empregos nos estados de Pernambuco (6.498), Alagoas (4.166), Paraíba (3.479) e Ceará (2.942). Neste recorte, considerando análise regional, a indústria de transformação foi responsável por 96% dos postos de trabalho no setor, sendo a grande geradora de empregos em Alagoas, Paraíba e Pernambuco (representando 77,2%, 38,5% e 35,8%, respectivamente).

“Em agosto, mais de 40% do saldo de empregos industriais do Brasil foi gerado no Nordeste”, observou o coordenador-geral substituto de Estudos e Pesquisa da Sudene, o economista José Farias.

<><>Comércio e setor agropecuário

O comércio, responsável por 10.657 novos postos de trabalho, registrou 14,7% do saldo da região no mês de agosto. Em valores absolutos, o setor foi destaque na Bahia (3.160 novos empregos), e Pernambuco (2.362). Em termos proporcionais ao saldo de cada estado, os destaques foram Piauí e Maranhão, com o setor de comércio sendo responsável por 39,6% e 35,3% do saldo de postos de trabalho de cada estado, respectivamente.

Com desempenho semelhante, o setor agropecuário foi responsável por 10.353 novos empregos no Nordeste, o que corresponde a 14,3% do saldo nordestino. Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte, com 2.869, 2.684 e 2.258 novos postos, despontaram neste cenário. No Rio Grande do Norte e na Paraíba, os novos empregos desse setor responderam por 31,2% e 29,8%, respectivamente, do saldo de novos postos de trabalho.

•        Sudene e Rede ICT Nordeste conduzem mapeamento de pesquisas e projetos nas áreas de saúde e transformação digital da indústria

Com expectativa de crescimento econômico acima da média nacional entre 2025 e 2033, o Nordeste vai ganhar mais uma ação para fortalecer ainda mais os seus arranjos produtivos locais. A Sudene e a rede de instituições de ciência, tecnologia e inovação instaladas na Região – Rede ICT Nordeste – iniciaram o mapeamento de projetos e pesquisas nas áreas de saúde e transformação digital da indústria que estão sendo conduzidas por estas entidades. Os temas dialogam com as duas missões já apresentadas pelo Governo Federal que integram a nova política industrial do país. O objetivo é contribuir para a regionalização das iniciativas previstas na Nova Indústria Brasil (NIB).

Atualmente, a Rede ICT conta com a participação de 38 instituições e 266 pesquisadores. O evento solene apresentação do grupo deve ocorrer até novembro e espera-se a adesão de mais integrantes. “Nossa metodologia consiste em promover mapeamentos temáticos, estaduais e regionais. O primeiro condiz com nossa atuação em promover a territorialização das missões da nova política industrial”, explicou o economista José Farias, coordenador-geral substituto de Estudos e Pesquisas da Sudene.

Após o mapeamento, a superintendência vai estruturar uma estratégia integrada que posicione o Nordeste como protagonista do novo cenário econômico proposto pelas políticas setoriais de desenvolvimento do Governo Federal, pautadas na transformação digital, na neoindustrialização e na convivência produtiva e sustentável com o meio ambiente. A Sudene espera ampliar a competitividade da Região a partir da identificação de novas oportunidades e parcerias a partir dos trabalhos das instituições de ciência e tecnologia.

“São as universidades e os institutos federais que mais conhecem o nosso território e tem corpo técnico para conduzir a vanguarda das pesquisas sobre as ciências econômicas e sociais. Nossa atuação identifica os elos que podem integrar as atividades destes centros e posicioná-los em um ambiente de convergência para viabilizar as oportunidades que a NIB pode construir para o Nordeste. A Região é a solução para o crescimento do Brasil”, afirmou o superintendente Danilo Cabral.

Parceiro da Sudene na criação da rede de ICTs, o Consórcio Nordeste destaca que o conhecimento diversificado da produção acadêmica destas instituições proporciona imponência e pioneirismo à Região. “Estamos inseridos na perspectiva de criar uma interação para o desenvolvimento sustentável no Nordeste. As ICTs possuem um amplo e diversificado cabedal de conhecimento que traz para perto das gestões públicas a perspectiva do engrandecimento. O fomento ao conhecimento é justamente a peça-chave para o desenvolvimento propriamente dito na gestão e na aplicação de recursos em prol desse intento”, complementou o subsecretário de programas que assiste a Câmara Temática de Ciência e Fomento, Anselmo Castilho.

¨      FNE para requalificação de centos históricos e urbanos terá regulamentação

A Sudene, o Banco do Nordeste e representantes da construção civil têm discutido a regulamentação da utilização do FNE (Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste) para obras de reforma, requalificação e retrofit de prédios degradados os centros históricos por meio de projetos de interesse público. A medida foi aprovada pelo Conselho Deliberativo da Superintendência em junho para aplicação imediata.

Na prática, enquanto a regulamentação não entra em vigor, a construção civil pode fazer uso de outras linhas do FNE. Por exemplo, o FNE Industrial, o FNE Proatur, o FNE Comércio e Serviços. “Na Programação Financeira do FNE para 2025, vamos construir uma linha específica para atender as demandas de reforma, requalificação e retrofit dos centos históricos, que deve ser aprovada na próxima reunião do Conselho Deliberativo, prevista para o início de dezembro”, afirmou o superintendente da Sudene, Danilo Cabral.

Para a regulamentação, devem ser estabelecidos a delimitação das áreas de centros urbanos de interesse dos municípios, os segmentos a serem financiados e as etapas de financiamento. Segundo o coordenador-geral de Fundos de Desenvolvimento e de Financiamento, Wandemberg Almeida, as taxas para o financiamento da construção civil devem ser as mesmas já praticadas pelo FNE, com algumas condicionantes. “São financiamentos de 12 anos, com carência de quatro anos e as garantias estabelecidas pelo BNB”, explicou.

A utilização do FNE para revitalização de centros históricos é fruto do diálogo entre a Sudene e lideranças políticas e empresariais de sua área de atuação. Neste caso específico, uma demanda do setor da construção civil. Os repasses de recursos do FNE para o comércio dessas áreas está previsto e continua em vigor. De acordo com as antigas regras do FNE (até a mudança aprovada pelo Conselho Deliberativo da Sudene), há restrições para financiamento de atividades de compra, venda, locação, loteamento, incorporação, construção e administração de imóveis.

A ideia, segundo o superintendente Danilo Cabral, é garantir que as pessoas voltem a habitar e se apropriem dos espaços urbanos e dos centros históricos. O gestor destacou a importância desse apoio do FNE, pois “o déficit que nós temos no país hoje é superior a seis milhões de habitações”. “Há um consenso geral entre urbanistas de que essas áreas têm infraestrutura, serviço, saneamento, transporte público, comércio, lazer, mas falta uma moradia atrativa que atraia as pessoas para esses espaços”, complementou.

 

Fonte: Ascom Sudene

 

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