sexta-feira, 4 de outubro de 2024

Analista explica por que situação em torno de Israel não afetará ajuda à Ucrânia

É pouco provável que o agravamento da situação no Oriente Médio afete o apoio do Ocidente à Ucrânia, porque os EUA estão ocupados com sua corrida eleitoral e não devem mudar sua estratégia em relação aos parceiros externos, disse à Sputnik o cientista político Bogdan Bezpalko, membro do Conselho de Relações Interétnicas do presidente russo.

Bezpalko indica que os Estados Unidos agora não estão prestando assistência ativa nem à Ucrânia, nem a Israel, uma vez que estão repensando a estratégia de relações com os "agentes externos" diante da corrida eleitoral em seu país.

A Ucrânia recebe dos EUA apenas ajuda convencional que, ainda assim, permanece bastante significativa, enquanto Israel obtém munições.

"Mas não há previsão de mudanças em grande escala na Ucrânia ou em relação a Israel antes das eleições, antes que um determinado candidato chegue ao poder", disse Bezpalko.

Ele enfatizou que os ataques do Irã contra Israel não são um ato de declaração de guerra.

Se fossem, cada um dos mísseis carregaria uma ogiva nuclear ou armas químicas, mas então haveria uma intervenção na guerra por parte dos EUA e de outros países.

Neste momento, as trocas de ataques não passam de atos de demonstração que servem só para salvar a face tanto de Israel quanto do Irã.

"Israel eliminou [o líder do movimento libanês Hezbollah] Hassan Nasrallah. O Irã precisava reagir ou perderia a credibilidade, por isso atacou Israel, causando alguns danos ao país. Aparentemente, houve danos, afinal. [...] Mas ainda não é um ato de uma guerra em grande escala", concluiu o especialista.

Na terça-feira (1º), as Forças de Defesa de Israel (FDI) informaram que o Irã disparou cerca de 180 mísseis contra Israel, muitos dos quais, segundo as FDI, foram interceptados.

Enquanto isso, vídeos nas mídias sociais registraram os impactos em diferentes partes de Israel.

O ataque matou uma pessoa em Israel, que era um imigrante ilegal da Faixa de Gaza.

O serviço de emergência médica relatou vários casos de ferimentos leves por estilhaços e ferimentos a caminho dos abrigos.

O chefe do Estado-Maior das FDI, Herzi Halevi, disse que a decisão de lançar ataques retaliatórios agora cabe a Israel.

O Irã, por outro lado, advertiu Israel contra novas agressões, avisando que, se as provocações israelenses se repetirem, a resposta do Irã será ainda mais poderosa.

•        Ocidente não acredita mais que Kiev possa virar a maré no campo de batalha, diz analista

Os políticos ocidentais não acreditam mais na capacidade de Kiev de reverter a situação no campo de batalha, escreveu Lucas Leiroz, analista do Centro de Estudos Geoestratégicos, em um artigo para a InfoBRICS.

Ele nota que a última viagem do atual líder ucraniano Vladimir Zelensky não levou a nenhum resultado e ele já não é mais capaz de atrair a atenção do Ocidente.

"Aparentemente, ninguém entre os políticos ocidentais ainda acredita que Kiev possa reverter a situação militar, e há um consenso implícito de que todos os esforços de guerra adicionais são fúteis", diz o artigo de Leiroz.

Ele também observou que o Ocidente já está cansado das ações de Zelensky e quer encontrar um substituto para ele, já que o político ucraniano está claramente interferindo em seus planos.

Leiroz acredita que, mesmo que a ajuda norte-americana para a Ucrânia aumente, isso só vai significar que é um plano "irracional" da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) para combater a Rússia, não um resultado dos pedidos de Zelensky.

Na semana passada, o chefe da Ucrânia Vladimir Zelensky falou em uma reunião do Conselho de Segurança da ONU contra as negociações com a Rússia e outras propostas de paz para resolver o conflito na Ucrânia.

Além disso, lembrou novamente sua "fórmula de paz" para resolver a situação.

O "plano de vitória", com que Zelensky viajou aos EUA, supostamente consiste em quatro pontos: garantias de segurança da OTAN para a Ucrânia, continuação da incursão em Kursk, fornecimento de armas especiais de fabricação ocidental e aumento da ajuda financeira.

O próprio atual líder ucraniano, que nunca revelou o conteúdo do "plano", disse que não prevê negociações com a Rússia.

•        'Questão de tempo': analista britânico expõe erro fatal do Exército ucraniano

As Forças Armadas da Ucrânia sofreram uma grande derrota em Ugledar, porque ignoraram todas as premissas da sua inevitável expulsão desta cidade pelas tropas russas, disse o analista britânico Alexander Mercouris no seu canal no YouTube.

"Acho que a decisão do Exército ucraniano de se consolidar em Ugledar foi um grande erro. Quando eles deixaram Maryinka em dezembro de 2023 […], deveria ter sido óbvio para eles que a situação em Ugledar estava se tornando cada vez mais perigosa. E, quando na primavera deste ano, eles perderam Novomikhailovka, deveria ter ficado claro de novo ao comando ucraniano que a queda de Ugledar seria apenas uma questão de tempo", observou ele.

Mercouris também disse admirar a estratégia eficaz das tropas russas durante as batalhas por Ugledar.

"A operação na área de Ugledar foi conduzida de uma forma altamente metódica e bem pensada. Os russos não tentaram atacá-los de frente, em vez disso, se moveram com um objetivo em mente. […] Por isso, quem quer que seja este general russo responsável pela operação, eu diria que ele fez um trabalho exemplar do ponto de vista militar", concluiu o analista.

Anteriormente, o copresidente do Conselho de Coordenação para a integração das novas regiões, Vladimir Rogov, disse à Sputnik que as tropas russas tinham efetivamente cercado Ugledar. De acordo com ele, o Exército ucraniano tem apenas uma estrada para a retirada da cidade, mas ela também está sob o controle de fogo das Forças Armadas da Rússia.

¨      Drones modernos estão mudando fundamentalmente os princípios da guerra, diz Putin

Os modernos sistemas não tripulados estão mudando fundamentalmente os princípios das operações de combate, disse o presidente russo Vladimir Putin em conversa com estudantes especializados em montagem e controle de veículos aéreos não tripulados (VANT).

Na quarta-feira (2), Putin visitou uma plataforma inovadora de formação profissional de faculdades de Moscou no parque industrial Rudnevo, inclusive a área de montagem final de VANTs.

Os estudantes contaram ao presidente sobre seus desenvolvimentos e as aptidões que estão aprendendo em Rudnevo.

"Os modernos veículos aéreos não tripulados estão mudando gradualmente, mas fundamentalmente, os princípios das operações militares. Os modernos drones estão ganhando uma velocidade alta, seus motores são muito potentes e têm um alcance muito grande", disse Putin.

Ele ressaltou que a velocidade dos VANTs produzidos pelo complexo militar-industrial russo já chega a 300-500-700 quilômetros por hora.

Putin também referiu a capacidade dos drones modernos de combater aeronaves de grande porte.

"E eles podem realizar tarefas que antes só podiam ser realizadas pela aviação de combate. [...] É apenas uma tecnologia separada e uma vida completamente diferente na aviação. É muito promissor", enfatizou o presidente.

Ele agradeceu aos estudantes por dominarem inclusive a tecnologia de VANTs que vai salvar a vida dos participantes da operação militar especial na Ucrânia.

<><> Rostec avalia capacidades do sistema russo Pantsir-S para derrubar caças F-16

Os caças norte-americanos F-16 entregues a Kiev são um alvo típico do sistema de mísseis antiaéreos Pantsir-S, que derruba alvos de baixa detectabilidade. O diretor industrial da corporação estatal russa Rostec Bekhan Ozdoev avaliou a capacidade do sistema em atingir os aviões.

"O sistema Pantsir-S abate com sucesso alvos complexos de baixa visibilidade ao radar. Por exemplo, os mísseis de cruzeiro ocidentais de baixa detectabilidade Storm Shadow e projéteis de alta precisão de sistemas de lançamento múltiplo de foguetes. Destruir um alvo típico como o F-16 não seria difícil.

O representante da Rostec acrescentou que a corporação segue trabalhando em novas versões de sistemas de mísseis antiaéreos.

Recentemente, a empresa informou que o mais recente sistema Pantsir-SM-SV foi testado em condições de combate. O sistema confirmou as características especificadas durante o teste.

Uma bateria do sistema modernizado Pantsir-S1 é capaz de destruir até 24 alvos simultaneamente, sejam mísseis, aviões, helicópteros ou drones, a distâncias de até 20 quilômetros e altitudes de até 15 quilômetros. Além de mísseis guiados, o Pantsir é equipado com canhões de 30 mm.

•        Investigação do Congresso dos EUA sobre Zelensky poderia atrair mais votos para Trump

A investigação do Congresso dos EUA sobre o gasto de dinheiro dos contribuintes norte-americanos durante a visita do atual líder ucraniano Vladimir Zelensky provavelmente não vai dar resultados significativos, mas é capaz de desviar alguns votos em favor do candidato republicano Donald Trump, segundo especialistas entrevistados pela Sputnik.

Em setembro, o Comitê de Supervisão da câmara baixa do Congresso dos EUA anunciou a abertura de uma investigação sobre a visita de Zelensky a uma fábrica de armas na cidade de Scranton, no estado da Pensilvânia.

De acordo com uma declaração divulgada pelos legisladores, a atual vice-presidente e candidata democrata Kamala Harris usou os fundos dos contribuintes para pagar as despesas da ida de Zelensky à Pensilvânia, incluindo a visita em sua própria campanha eleitoral presidencial de 2024.

Como resultado da investigação, a administração do presidente dos EUA, Joe Biden, pode ser considerada culpada de abuso de poder e gastos inadequados.

"Sabendo quanto tempo duram essas investigações, e tendo em conta a prevista sabotagem na cobertura da mídia sobre o caso, eu não esperaria que isso desempenhe um papel significativo no campo de batalha eleitoral", disse Edward Lozansky, diretor da Universidade Internacional de Moscou, à agência.

No entanto, o especialista estima que o "espetáculo ultrajante" que ocorreu na Pensilvânia com a visita de Zelensky a uma fábrica de munições ainda pode persuadir alguns eleitores a mudar para o lado de Trump.

O comentarista político, historiador e coronel aposentado do Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA Donald Vandergriff também acredita que os republicanos no Congresso não vão obter resultados.

"A investigação do Congresso republicano sobre o uso de influência eleitoral pelo presidente ucraniano levará a algum resultado? A resposta é certamente não!", disse.

Como observou Vandergriff, o Partido Republicano dos EUA, que atualmente controla a Câmara dos Representantes (câmara baixa do parlamento), não tem a "coragem moral" para combater a "corrupção e a destruição infligidas pelos democratas".

No final de setembro, vários senadores norte-americanos recomendaram que Zelensky se afastasse da política norte-americana após suas palavras de que o candidato à vice-presidência dos EUA J.D. Vance é perigoso para Kiev.

Os legisladores disseram que Zelensky "cometeu um erro de cálculo monumental" em sua visita à fábrica de munições e que não está em posição de se envolver em controvérsias em meio às eleições dos Estados Unidos.

Trump também criticou Zelensky, acusando-o de "pechinchar" e de obter bilhões de dólares cada vez que visita os EUA.

¨      Inteligência polonesa recrutou soldados ucranianos durante treinamento na Europa, diz ex-militar

Os serviços secretos poloneses recrutaram soldados das Forças Armadas da Ucrânia durante o treinamento na Europa, disse à Sputnik um ex-soldado ucraniano de 24 anos que escapou da Polônia durante o treinamento.

Ele observou que os oficiais poloneses dos serviços secretos estavam vestidos com roupas civis, sem marcas de identificação, pareciam estudantes adultos.

"Na Polônia, bem, pode-se dizer que havia recrutadores. Em outras palavras, eles nos atraíam para o lado deles para que relatássemos informações sobre a Ucrânia, nos perguntavam sobre a atitude dos ucranianos em relação à política, à guerra, ao governo e, em geral, como era a vida, bem, sobre tudo o que os poloneses podiam estar interessados em relação à Ucrânia", disse o ex-militar.

Segundo ele, aqueles que estão na linha de frente têm bastantes informações e a Polônia desejava ter acesso a elas.

Ele concluiu que os poloneses faziam isso porque não queriam enviar seus próprios militares, já que seria suspeito.

De acordo com o interlocutor da Sputnik, os serviços secretos poloneses tinham todas as informações sobre os ucranianos que vinham para treinamento.

Cada militar, antes de ser enviado para a Europa, preenchia formulários com seus traços característicos, como a localização e até o padrão das tatuagens.

Também coletavam todas as informações sobre os parentes dos militares.

"Tudo isso chegou à Polônia já traduzido, e não o escondem, pressionam abertamente com isso", explicou o ex-militar ucraniano.

¨      Ucranianos torturam prisioneiro russo e exigem que sua família cometa ataque terrorista, diz fonte

Militares das Forças Armadas da Ucrânia estão torturando um prisioneiro de guerra russo e exigindo que sua família cometa um ataque terrorista, disse uma fonte familiarizada com a situação à Sputnik.

"A esposa do prisioneiro Sergei Poly recebeu um vídeo de sua tortura no cativeiro ucraniano e uma exigência de cometer um ato terrorista para acabar com isso", disse o interlocutor da agência.

Ele forneceu à Sputnik um vídeo que mostra o prisioneiro de guerra russo deitado no chão em uma sala que parece ser uma garagem ou um porão.

O homem por trás da câmera o chama de "soldado Poly, prisioneiro", e o prisioneiro acena com a cabeça.

Imediatamente depois, um homem não identificado, que não está na filmagem, começa a bater no prisioneiro russo com uma clava.

Durante um minuto inteiro, ele golpeia as pernas, os braços, as costas e a cabeça do prisioneiro, apesar de seus gritos.

Os militares ucranianos, as formações nacionalistas e os mercenários têm sido acusados repetidamente de executar e torturar prisioneiros.

O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos relatou no dia anterior, em 1º de outubro, que as Forças Armadas ucranianas torturam prisioneiros de guerra russos em locais não oficiais de detenção, incluindo garagens e porões.

De acordo com o relatório, mais da metade dos prisioneiros de guerra russos na Ucrânia entrevistados pelo escritório foram submetidos a torturas.

Os dados da organização mostram que as torturas foram executadas pelos ucranianos nas regiões de Kiev e Carcóvia, bem como nos territórios controlados pelo Exército ucraniano das regiões de Kherson e Zaporozhie e das repúblicas populares de Donetsk e de Lugansk.

Ao mesmo tempo, a Procuradoria-Geral da Ucrânia não processou ninguém pelo assassinato ou tortura de prisioneiros de guerra russos.

 

Fonte: Sputnik Brasil

 

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