Analista explica por que situação em torno
de Israel não afetará ajuda à Ucrânia
É pouco provável que o
agravamento da situação no Oriente Médio afete o apoio do Ocidente à Ucrânia,
porque os EUA estão ocupados com sua corrida eleitoral e não devem mudar sua
estratégia em relação aos parceiros externos, disse à Sputnik o cientista político
Bogdan Bezpalko, membro do Conselho de Relações Interétnicas do presidente
russo.
Bezpalko indica que os
Estados Unidos agora não estão prestando assistência ativa nem à Ucrânia, nem a
Israel, uma vez que estão repensando a estratégia de relações com os
"agentes externos" diante da corrida eleitoral em seu país.
A Ucrânia recebe dos
EUA apenas ajuda convencional que, ainda assim, permanece bastante
significativa, enquanto Israel obtém munições.
"Mas não há
previsão de mudanças em grande escala na Ucrânia ou em relação a Israel antes
das eleições, antes que um determinado candidato chegue ao poder", disse
Bezpalko.
Ele enfatizou que os
ataques do Irã contra Israel não são um ato de declaração de guerra.
Se fossem, cada um dos
mísseis carregaria uma ogiva nuclear ou armas químicas, mas então haveria uma
intervenção na guerra por parte dos EUA e de outros países.
Neste momento, as
trocas de ataques não passam de atos de demonstração que servem só para salvar
a face tanto de Israel quanto do Irã.
"Israel eliminou
[o líder do movimento libanês Hezbollah] Hassan Nasrallah. O Irã precisava
reagir ou perderia a credibilidade, por isso atacou Israel, causando alguns
danos ao país. Aparentemente, houve danos, afinal. [...] Mas ainda não é um ato
de uma guerra em grande escala", concluiu o especialista.
Na terça-feira (1º),
as Forças de Defesa de Israel (FDI) informaram que o Irã disparou cerca de 180
mísseis contra Israel, muitos dos quais, segundo as FDI, foram interceptados.
Enquanto isso, vídeos
nas mídias sociais registraram os impactos em diferentes partes de Israel.
O ataque matou uma
pessoa em Israel, que era um imigrante ilegal da Faixa de Gaza.
O serviço de
emergência médica relatou vários casos de ferimentos leves por estilhaços e
ferimentos a caminho dos abrigos.
O chefe do
Estado-Maior das FDI, Herzi Halevi, disse que a decisão de lançar ataques
retaliatórios agora cabe a Israel.
O Irã, por outro lado,
advertiu Israel contra novas agressões, avisando que, se as provocações
israelenses se repetirem, a resposta do Irã será ainda mais poderosa.
• Ocidente não acredita mais que Kiev
possa virar a maré no campo de batalha, diz analista
Os políticos
ocidentais não acreditam mais na capacidade de Kiev de reverter a situação no
campo de batalha, escreveu Lucas Leiroz, analista do Centro de Estudos
Geoestratégicos, em um artigo para a InfoBRICS.
Ele nota que a última
viagem do atual líder ucraniano Vladimir Zelensky não levou a nenhum resultado
e ele já não é mais capaz de atrair a atenção do Ocidente.
"Aparentemente,
ninguém entre os políticos ocidentais ainda acredita que Kiev possa reverter a
situação militar, e há um consenso implícito de que todos os esforços de guerra
adicionais são fúteis", diz o artigo de Leiroz.
Ele também observou
que o Ocidente já está cansado das ações de Zelensky e quer encontrar um
substituto para ele, já que o político ucraniano está claramente interferindo
em seus planos.
Leiroz acredita que,
mesmo que a ajuda norte-americana para a Ucrânia aumente, isso só vai
significar que é um plano "irracional" da Organização do Tratado do
Atlântico Norte (OTAN) para combater a Rússia, não um resultado dos pedidos de
Zelensky.
Na semana passada, o
chefe da Ucrânia Vladimir Zelensky falou em uma reunião do Conselho de
Segurança da ONU contra as negociações com a Rússia e outras propostas de paz
para resolver o conflito na Ucrânia.
Além disso, lembrou
novamente sua "fórmula de paz" para resolver a situação.
O "plano de
vitória", com que Zelensky viajou aos EUA, supostamente consiste em quatro
pontos: garantias de segurança da OTAN para a Ucrânia, continuação da incursão
em Kursk, fornecimento de armas especiais de fabricação ocidental e aumento da
ajuda financeira.
O próprio atual líder
ucraniano, que nunca revelou o conteúdo do "plano", disse que não
prevê negociações com a Rússia.
• 'Questão de tempo': analista britânico
expõe erro fatal do Exército ucraniano
As Forças Armadas da
Ucrânia sofreram uma grande derrota em Ugledar, porque ignoraram todas as
premissas da sua inevitável expulsão desta cidade pelas tropas russas, disse o
analista britânico Alexander Mercouris no seu canal no YouTube.
"Acho que a
decisão do Exército ucraniano de se consolidar em Ugledar foi um grande erro.
Quando eles deixaram Maryinka em dezembro de 2023 […], deveria ter sido óbvio
para eles que a situação em Ugledar estava se tornando cada vez mais perigosa.
E, quando na primavera deste ano, eles perderam Novomikhailovka, deveria ter
ficado claro de novo ao comando ucraniano que a queda de Ugledar seria apenas
uma questão de tempo", observou ele.
Mercouris também disse
admirar a estratégia eficaz das tropas russas durante as batalhas por Ugledar.
"A operação na
área de Ugledar foi conduzida de uma forma altamente metódica e bem pensada. Os
russos não tentaram atacá-los de frente, em vez disso, se moveram com um
objetivo em mente. […] Por isso, quem quer que seja este general russo
responsável pela operação, eu diria que ele fez um trabalho exemplar do ponto
de vista militar", concluiu o analista.
Anteriormente, o
copresidente do Conselho de Coordenação para a integração das novas regiões,
Vladimir Rogov, disse à Sputnik que as tropas russas tinham efetivamente
cercado Ugledar. De acordo com ele, o Exército ucraniano tem apenas uma estrada
para a retirada da cidade, mas ela também está sob o controle de fogo das
Forças Armadas da Rússia.
¨ Drones modernos estão mudando fundamentalmente os princípios da
guerra, diz Putin
Os modernos sistemas
não tripulados estão mudando fundamentalmente os princípios das operações de combate,
disse o presidente russo Vladimir Putin em conversa com estudantes
especializados em montagem e controle de veículos aéreos não tripulados (VANT).
Na quarta-feira (2),
Putin visitou uma plataforma inovadora de formação profissional de faculdades
de Moscou no parque industrial Rudnevo, inclusive a área de montagem final de
VANTs.
Os estudantes contaram
ao presidente sobre seus desenvolvimentos e as aptidões que estão aprendendo em
Rudnevo.
"Os modernos
veículos aéreos não tripulados estão mudando gradualmente, mas
fundamentalmente, os princípios das operações militares. Os modernos drones
estão ganhando uma velocidade alta, seus motores são muito potentes e têm um
alcance muito grande", disse Putin.
Ele ressaltou que a
velocidade dos VANTs produzidos pelo complexo militar-industrial russo já chega
a 300-500-700 quilômetros por hora.
Putin também referiu a
capacidade dos drones modernos de combater aeronaves de grande porte.
"E eles podem
realizar tarefas que antes só podiam ser realizadas pela aviação de combate.
[...] É apenas uma tecnologia separada e uma vida completamente diferente na
aviação. É muito promissor", enfatizou o presidente.
Ele agradeceu aos
estudantes por dominarem inclusive a tecnologia de VANTs que vai salvar a vida
dos participantes da operação militar especial na Ucrânia.
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Rostec avalia capacidades do sistema russo Pantsir-S para derrubar caças F-16
Os caças
norte-americanos F-16 entregues a Kiev são um alvo típico do sistema de mísseis
antiaéreos Pantsir-S, que derruba alvos de baixa detectabilidade. O diretor
industrial da corporação estatal russa Rostec Bekhan Ozdoev avaliou a
capacidade do sistema em atingir os aviões.
"O sistema
Pantsir-S abate com sucesso alvos complexos de baixa visibilidade ao radar. Por
exemplo, os mísseis de cruzeiro ocidentais de baixa detectabilidade Storm
Shadow e projéteis de alta precisão de sistemas de lançamento múltiplo de
foguetes. Destruir um alvo típico como o F-16 não seria difícil.
O representante da
Rostec acrescentou que a corporação segue trabalhando em novas versões de
sistemas de mísseis antiaéreos.
Recentemente, a
empresa informou que o mais recente sistema Pantsir-SM-SV foi testado em
condições de combate. O sistema confirmou as características especificadas
durante o teste.
Uma bateria do sistema
modernizado Pantsir-S1 é capaz de destruir até 24 alvos simultaneamente, sejam
mísseis, aviões, helicópteros ou drones, a distâncias de até 20 quilômetros e
altitudes de até 15 quilômetros. Além de mísseis guiados, o Pantsir é equipado
com canhões de 30 mm.
• Investigação do Congresso dos EUA sobre
Zelensky poderia atrair mais votos para Trump
A investigação do
Congresso dos EUA sobre o gasto de dinheiro dos contribuintes norte-americanos
durante a visita do atual líder ucraniano Vladimir Zelensky provavelmente não
vai dar resultados significativos, mas é capaz de desviar alguns votos em favor
do candidato republicano Donald Trump, segundo especialistas entrevistados pela
Sputnik.
Em setembro, o Comitê
de Supervisão da câmara baixa do Congresso dos EUA anunciou a abertura de uma
investigação sobre a visita de Zelensky a uma fábrica de armas na cidade de
Scranton, no estado da Pensilvânia.
De acordo com uma
declaração divulgada pelos legisladores, a atual vice-presidente e candidata
democrata Kamala Harris usou os fundos dos contribuintes para pagar as despesas
da ida de Zelensky à Pensilvânia, incluindo a visita em sua própria campanha eleitoral
presidencial de 2024.
Como resultado da
investigação, a administração do presidente dos EUA, Joe Biden, pode ser
considerada culpada de abuso de poder e gastos inadequados.
"Sabendo quanto
tempo duram essas investigações, e tendo em conta a prevista sabotagem na
cobertura da mídia sobre o caso, eu não esperaria que isso desempenhe um papel
significativo no campo de batalha eleitoral", disse Edward Lozansky,
diretor da Universidade Internacional de Moscou, à agência.
No entanto, o
especialista estima que o "espetáculo ultrajante" que ocorreu na
Pensilvânia com a visita de Zelensky a uma fábrica de munições ainda pode
persuadir alguns eleitores a mudar para o lado de Trump.
O comentarista
político, historiador e coronel aposentado do Corpo de Fuzileiros Navais dos
EUA Donald Vandergriff também acredita que os republicanos no Congresso não vão
obter resultados.
"A investigação
do Congresso republicano sobre o uso de influência eleitoral pelo presidente
ucraniano levará a algum resultado? A resposta é certamente não!", disse.
Como observou
Vandergriff, o Partido Republicano dos EUA, que atualmente controla a Câmara
dos Representantes (câmara baixa do parlamento), não tem a "coragem
moral" para combater a "corrupção e a destruição infligidas pelos
democratas".
No final de setembro,
vários senadores norte-americanos recomendaram que Zelensky se afastasse da
política norte-americana após suas palavras de que o candidato à
vice-presidência dos EUA J.D. Vance é perigoso para Kiev.
Os legisladores
disseram que Zelensky "cometeu um erro de cálculo monumental" em sua
visita à fábrica de munições e que não está em posição de se envolver em
controvérsias em meio às eleições dos Estados Unidos.
Trump também criticou
Zelensky, acusando-o de "pechinchar" e de obter bilhões de dólares
cada vez que visita os EUA.
¨ Inteligência polonesa recrutou soldados ucranianos durante
treinamento na Europa, diz ex-militar
Os serviços secretos
poloneses recrutaram soldados das Forças Armadas da Ucrânia durante o
treinamento na Europa, disse à Sputnik um ex-soldado ucraniano de 24 anos que
escapou da Polônia durante o treinamento.
Ele observou que os
oficiais poloneses dos serviços secretos estavam vestidos com roupas civis, sem
marcas de identificação, pareciam estudantes adultos.
"Na Polônia, bem,
pode-se dizer que havia recrutadores. Em outras palavras, eles nos atraíam para
o lado deles para que relatássemos informações sobre a Ucrânia, nos perguntavam
sobre a atitude dos ucranianos em relação à política, à guerra, ao governo e,
em geral, como era a vida, bem, sobre tudo o que os poloneses podiam estar
interessados em relação à Ucrânia", disse o ex-militar.
Segundo ele, aqueles
que estão na linha de frente têm bastantes informações e a Polônia desejava ter
acesso a elas.
Ele concluiu que os
poloneses faziam isso porque não queriam enviar seus próprios militares, já que
seria suspeito.
De acordo com o
interlocutor da Sputnik, os serviços secretos poloneses tinham todas as
informações sobre os ucranianos que vinham para treinamento.
Cada militar, antes de
ser enviado para a Europa, preenchia formulários com seus traços
característicos, como a localização e até o padrão das tatuagens.
Também coletavam todas
as informações sobre os parentes dos militares.
"Tudo isso chegou
à Polônia já traduzido, e não o escondem, pressionam abertamente com
isso", explicou o ex-militar ucraniano.
¨ Ucranianos torturam prisioneiro russo e exigem que sua família
cometa ataque terrorista, diz fonte
Militares das Forças
Armadas da Ucrânia estão torturando um prisioneiro de guerra russo e exigindo
que sua família cometa um ataque terrorista, disse uma fonte familiarizada com
a situação à Sputnik.
"A esposa do
prisioneiro Sergei Poly recebeu um vídeo de sua tortura no cativeiro ucraniano
e uma exigência de cometer um ato terrorista para acabar com isso", disse
o interlocutor da agência.
Ele forneceu à Sputnik
um vídeo que mostra o prisioneiro de guerra russo deitado no chão em uma sala
que parece ser uma garagem ou um porão.
O homem por trás da
câmera o chama de "soldado Poly, prisioneiro", e o prisioneiro acena
com a cabeça.
Imediatamente depois,
um homem não identificado, que não está na filmagem, começa a bater no
prisioneiro russo com uma clava.
Durante um minuto
inteiro, ele golpeia as pernas, os braços, as costas e a cabeça do prisioneiro,
apesar de seus gritos.
Os militares
ucranianos, as formações nacionalistas e os mercenários têm sido acusados
repetidamente de executar e torturar prisioneiros.
O Alto Comissariado
das Nações Unidas para os Direitos Humanos relatou no dia anterior, em 1º de
outubro, que as Forças Armadas ucranianas torturam prisioneiros de guerra
russos em locais não oficiais de detenção, incluindo garagens e porões.
De acordo com o
relatório, mais da metade dos prisioneiros de guerra russos na Ucrânia
entrevistados pelo escritório foram submetidos a torturas.
Os dados da
organização mostram que as torturas foram executadas pelos ucranianos nas
regiões de Kiev e Carcóvia, bem como nos territórios controlados pelo Exército
ucraniano das regiões de Kherson e Zaporozhie e das repúblicas populares de
Donetsk e de Lugansk.
Ao mesmo tempo, a
Procuradoria-Geral da Ucrânia não processou ninguém pelo assassinato ou tortura
de prisioneiros de guerra russos.
Fonte: Sputnik Brasil
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