sexta-feira, 4 de outubro de 2024

Surdez tem cura? Conheça as causas da perda auditiva e possíveis tratamentos

Surdez é a impossibilidade ou dificuldade de ouvir. A audição se constitui por um sistema de canais que conduz o som até o ouvido interno. Lá essas ondas se transformam em estímulos elétricos que são enviados ao cérebro, órgão responsável por reconhecer e identificar os sons.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 800 milhões de pessoas no mundo enfrentam algum nível de perda auditiva. No Brasil, essa realidade também é preocupante. A Sociedade Brasileira de Otologia (SBO) estima que a cada mil nascimentos, de três a cinco bebês já apresentam deficiência na audição. Além disso, mais de 5,8 milhões de brasileiros convivem com a surdez.

A surdez pode ser congênita, quando o indivíduo já nasce com deficiência ou adquirida, quando a audição se perde ao longo do tempo. Essa condição afeta expressivamente o dia a dia das pessoas surdas. Os desafios na comunicação podem influenciar na saúde, qualidade de vida, e no desenvolvimento em ambientes sociais, como escola e trabalho.

•        Quais os tipos de surdez?

As causas mais comuns de perda auditiva são idade ou sobreexposição ao ruído alto. Mas a perda de audição também pode ser causada por infecção, ferimento na cabeça, tratamentos contra o câncer ou tomar certos medicamentos.

A perda auditiva pode ser causada por problemas na orelha externa e média ou por células ou fibras danificadas no ouvido interno. Ou pode ser uma combinação de ambos.

<><> Perda auditiva do ouvido externo e médio (condutiva)

A perda auditiva condutiva é causada por problemas na orelha externa e média, o que pode impedir que os sons passem pelo ouvido interno. A causa mais comum pode ser uma acumulação de cera no canal auditivo, tímpanos perfurados, líquido na orelha média ou ossos danificados ou defeituosos da orelha média (ossículos). O tratamento se realiza com medicamentos ou cirurgias.

<><> Perda auditiva no ouvido interno (neurossensorial)

Este tipo de perda de audição ocorre quando as fibras nervosas delicadas na orelha interna ficam danificadas. Isso os impede de transmitir o som corretamente. Pode ser causada por exposição excessiva ao ruído, mas as causas mais comuns de perda auditiva neurossensorial são os processos naturais do envelhecimento. Para alguns, as células sensoriais se desgastam já com a idade de 50, enquanto outras têm apenas perda de audição insignificante mesmo aos 80 anos. Esta condição é permanente na maioria dos casos.

•        Quais as causas da perda auditiva?

Existem diversos fatores que podem impedir ou dificultar a percepção dos sons.

Confira as principais causas abaixo.

1- Problemas com a mãe durante a gestação, como alcoolismo, uso de drogas, rubéola e desnutrição materna.

2- Problemas com o bebê durante a gestação ou nascimento, como má formação na região da cabeça ou pescoço, prematuridade e falta de oxigenação do bebê ao nascer.

3- Fatores ao longo da vida, como exposição a barulhos intensos, uso de medicamentos tóxicos ao ouvido, infecções bacterianas ou virais e envelhecimento da audição em idosos.

•        Quais são os tratamentos possíveis?

Os tratamentos objetivam facilitar a comunicação cotidiana para a pessoa surda. Eles podem variar de acordo com o grau e tipo de perda auditiva. Nesse sentido, é essencial que o diagnóstico e tratamento sejam feitos por um especialista. Confira abaixo as abordagens mais recorrentes.

# Prótese auditiva:

- equipamento usado atrás da orelha que é responsável por aumentar o som que chega ao ouvido, facilitando a compreensão.

# Implante coclear:

- equipamento que recria a cóclea humana e substitui o ouvido dos indivíduos que possuem surdez total ou severa. O implante é feito por meio de cirurgia.

# Cirurgias e medicação:

- tratamentos possíveis para perdas auditivas irreversíveis, como as decorrentes de infecções.

# Acompanhamento com fonoaudiólogo:

- estimula a oralidade da pessoa surda, intensificando sua qualidade de vida e independência.

•        Qual são as formas de prevenção?

Segundo a audiologista Ariane Gonçalves, da clínica AudioFisa e autora do livro Descomplicando a Perda Auditiva, existem recomendações que podem impedir a deficiência em alguns casos.

"Muitas causas de perda auditiva podem ser evitadas, especialmente em crianças, com medidas como a imunização contra rubéola e meningite, e o tratamento precoce de infecções do ouvido, como a otite média. Já em adultos, o controle do ruído, o uso seguro de dispositivos de áudio e a vigilância de medicamentos que podem prejudicar a audição são fundamentais", explica a especialista.

Além disso, a profissional frisa a importância da triagem precoce e do diagnóstico para garantir intervenções mais eficazes.  "A identificação precoce da perda auditiva permite um tratamento mais eficaz, e na maioria dos casos, a reabilitação auditiva, com o uso de aparelhos auditivos ou implantes.", conclui Ariane.

Por fim, é essencial compreender a surdez como uma diversidade humana. Desse modo, torna-se importante que a sociedade esteja pronta para incluir as pessoas surdas e lidar com suas necessidades.

•        A perda auditiva pode afetar sua vida social

A perda auditiva não tratada pode fazer você se retirar da socialização porque as conversas demandam muito mais energia mental. Sem tratamento, a perda de audição pode levar a sentimentos de isolamento e depressão.

Veja se algumas dessas preocupações relacionadas à perda auditiva se aplicam a você ou se você suspeita que se encaixem a uma pessoa próxima a você:

• Muitas vezes fico inseguro quando estou fora, já que não sei de onde são provenientes os sons

• Muitas vezes me sinto deprimido e sozinho

• Muitas vezes fico cansado e preciso descansar após o trabalho

• Tenho problemas de memória

• Tenho problemas para reconhecer o discurso, especialmente em encontros com outras pessoas

• Minha perda de audição diminuiu minha qualidade de vida

• Minha perda de audição não me afeta apenas, também afeta minha família

É importante procurar ajuda se você sentir sinais de perda de audição em você ou em um ente querido.

 

Fonte: Saúde em Dia/Oticon .com

 

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