Descubra
mais sobre o veganismo: o movimento, sua história e filosofia
Há
muitas maneiras de adquirir o estilo de vida vegano. De acordo com a
Organização The Vegan Society, do Reino Unido, o veganismo é uma filosofia e um
estilo de vida que busca “excluir, na medida do possível e praticável, todas as
formas de exploração e crueldade com animais para alimentação, vestuário ou
qualquer outro propósito”.
A
proposta da The Vegan Society é promover o desenvolvimento e o uso de
alternativas livres de animais para o benefício dos seres humanos, dos seres
vivos em geral e do meio ambiente.
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Como o veganismo começou
O
veganismo foi definido como filosofia no início de 1944 pela The Vegan Society.
Leslie J. Cross, vice-presidente da organização na época, sugeriu uma concepção
inicial para o conceito como sendo "o princípio da emancipação dos animais
diante a exploração do homem".
As
formas de definir o veganismo foram se modificando com o crescimento da
sociedade. Por exemplo, o conceito evoluiu para “a busca pelo fim do uso de
animais pelo homem para alimentação, mercadoria, trabalho, caça, vivissecção e
todos os outros usos que envolvam a exploração da vida animal”.
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Quantas dietas à base de plantas existem?
Uma
dieta predominantemente à base de plantas e com baixo teor de sal, gorduras
saturadas e açúcares adicionados é recomendada pela Organização Mundial da
Saúde como parte de um estilo de vida saudável em seu documento “Dietas à base
de plantas e seu impacto na saúde, sustentabilidade e meio ambiente”, publicado
em 2021.
A
OMS caracteriza seis estilos distintos de dietas à base de plantas, que
enfatizam alimentos derivados de vegetais, juntamente com o consumo reduzido ou
a exclusão total de produtos derivados de animais, que o o caso do
vegetarianismo. As dietas sugeridas são:
• Vegana:
omite todos os produtos de origem animal, incluindo carne, laticínios, peixes,
ovos e mel.
• Lactovegetariana:
exclui carnes, peixes, aves e ovos da dieta; inclui produtos lácteos, como
leite, queijo, iogurte e manteiga.
• Ovolactovegetariana:
inclui ovos e laticínios na dieta, mas não se come carne ou peixe.
• Ovovegetariana:
exclui o consumo de carnes magras e brancas, frutos do mar e laticínios na
dieta; permite a alimentação com ovos.
• Peixe-vegetariana:
inclui peixe, laticínios e ovos no consumo liberado, mas não carne.
• Semi-vegetariana:
é definido como vegetariano, mas inclui o consumo de carnes magras e brancas,
laticínios, ovos e peixes ocasionalmente ou em pequenas quantidades.
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Qual é a origem do vegetarianismo?
Ser
vegetariano é adotar uma dieta baseada em vegetais, frutas, grãos, legumes e
nozes – muitas vezes com a adição de leite, produtos lácteos e/ou ovos. A
motivação para esse hábito pode ser variada, e tendo como motivos desde razões
filosóficas, religiosas, éticas (como o posicionamento contra o sofrimento
animal), até a defesa do meio ambiente, sem descartar ainda questões
nutricionais e de saúde.
Mas
quando esse hábito alimentar surgiu? National Geographic foi buscar a origem
antiga do vegetarianismo, suas diferentes influências e como ele se desenvolveu
ao longo do tempo.
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Como o vegetarianismo surgiu?
As
primeiras culturas alimentares humanas eram baseadas em vegetais, com os
humanos coletores de frutas, vegetais e grãos. O desejo humano por comer
vegetais e raízes pode ter começado há pelo menos 170 mil anos, segundo uma
pesquisa apresentada na Smithsonian Magazine, revista mantida pelo Museu de
História Natural Smithsonian (instituição educacional e de pesquisa
administrada pelo governo dos Estados Unidos).
Já
uma outra equipe de pesquisadores descobriu e publicou na revista científica
Science, um artigo sobre os restos carbonizados de plantas ricas em
carboidratos, envoltos em cinzas de um antigo incêndio que ocorreu em uma
caverna da África do Sul há cerca de 170 mil anos. Essa descoberta é o exemplo
mais antigo de humanos cozinhando e consumindo plantas até o momento.
Porém,
a prática de se evitar deliberadamente o consumo de carnes provavelmente
apareceu pela primeira vez em rituais, seja como uma purificação temporária do
corpo ou como qualificação para uma função sacerdotal. Tanto que algumas religiões, como o Hinduísmo
e o Budismo, recomendam um estilo de vida vegetariano desde sua concepção há
séculos – explica a Encyclopaedia Britannica (plataforma de conhecimento e
educação do Reino Unido).
Dessa
forma, a história registrada da alimentação vegetariana (como opção) começou no
século 6 a.C. iniciada pelos seguidores dos mistérios filosóficos na Índia e no
Mediterrâneo Oriental (especialmente na Grécia), sendo que o filósofo grego
Pitágoras é considerado o “pai do vegetarianismo ético”, de acordo com um
artigo da National Library of Medicine dos Estados Unidos.
Pitágoras
alegava que o parentesco de todos os animais era uma base para a benevolência
humana em relação a outras criaturas. De Platão em diante, muitos filósofos
(como por exemplo, Epicuro e Plutarco), especialmente os neoplatônicos,
recomendavam uma dieta sem carne. A ideia condenava sacrifícios sangrentos na
adoração de deuses e era frequentemente associada à crença na reencarnação das
almas e, de modo mais geral, à busca de princípios de harmonia cósmica de
acordo com os quais os seres humanos poderiam viver.
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A evolução do vegetarianismo ao longo do tempo
Na Europa, a alimentação vegetariana
desapareceu mais ou menos durante o período da Idade Média. Só bem depois, na
era Renascentista, as pessoas voltaram a praticar o vegetarianismo por opção.
Já nos séculos 17 e 18, houve um maior
interesse no humanitarismo na Europa e a sensibilidade ao sofrimento dos
animais foi, portanto, reavivada, conforme relata a Britannica.
Já
no século 19, pessoas renomadas de diversas visões filosóficas da época
defendiam o vegetarianismo, como por exemplo, o famoso escritor e filósofo
francês Voltaire e o escritor norte-americano Henry David Thoreau, que
praticavam a dieta, segundo a enciclopédia inglesa. Em 1847 foi fundada a
primeira sociedade vegetariana no mundo, na Inglaterra, e já em 1889, se criou
a International Vegetarian Union.
Atualmente,
a alimentação vegetariana cresce em todo o mundo e é cada vez mais aceita pela
sociedade. Os principais motivos para essa tendência são as preocupações com a
saúde e as questões éticas, ambientais e sociais.
A National Library of Medicine afirma que o
futuro da alimentação vegetariana é promissor porque a nutrição sustentável é
crucial para o bem-estar da humanidade. Isso porque um menor consumo de carne
comprovadamente desacelera as mudanças climáticas; ajuda a evitar doenças
pandêmicas que podem ser prevenidas sem a ingestão de animais e, dessa forma,
pode favorecer um futuro melhor para as próximas gerações.
Fonte:
National Geographic Brasil
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