Washington:
o maior inimigo da humanidade
Historicamente,
os EUA buscaram manter sua hegemonia na América Latina com fogo e sangue, como
se vê agora contra a Venezuela; basta de acreditar na falácia de que são
“salvadores” e exemplos de “liberdade e democracia”...
Após
mais de quatro meses da tentativa de intimidação militar e crimes de execuções
sumárias praticados no Caribe por parte do regime imperial estadunidense contra
a Venezuela e a região,
Trump perdõa a Juan Orlando Hernández, ditador de direita e narcotraficante
hondurenho — alinhado aos interesses do governo dos EUA —, que tinha sido
encarcerado nos Estados Unidos, sob uma condenação de 45
anos por tráfico de drogas e crime organizado, por exportar mais de 400 toneladas
de cocaína para o território estadunidense, conforme determinado por um
tribunal do distrito sul de Nova York.
Em
2019, procuradores federais dos EUA acusaram o governo hondurenho de funcionar
essencialmente como um narco-estado, recebendo, também, contribuições de campanha de
traficantes de cocaína em troca de proteção. Mesmo assim, e apesar das elgações
de fraude eleitoral,
o primeiro Governo Trump reconheceu a reeleição à presidência do hondurenho. É
curioso, né?
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A ficção: Maduro, o perigoso narcoterrorista
O
Governo Trump ataca a Venezuela com a narrativa falsa de narcoterrorismo, acusa
Nicolás Maduro de chefiar a inacreditável
fábula do Cartel dos Sóis, a gangue denominada Trem de Aragua (que o governo
venezuelano assegura ter desmontado na Venezuela) e, até mesmo, que estaria por
trás do Cartel de Sinaloa. Mas a presidenta do México, Claudia Sheinbaum,
nega ter provas de conexão de Maduro com o dito cartel.
Até o
próprio Gustavo Petro, que não é nenhum fã de Maduro, denuncia que o Cartel dos
Sóis não existe e é uma desculpa fictícia usada pela extrema-direita para
derrubar governos que não lhe obedecem.
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Estudo da ONU sobre drogas desmente a obsessão contra a Venezuela
O Relatório Mundial
sobre Drogas 2025 do
Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC, por suas siglas em
inglês) confirma que a Venezuela se mantém livre de cultivos ilícitos. Além
disso, traz o país com menção mínima como corredor do tráfico de entorpecentes
para os Estados Unidos e a Europa, e revela que 90% do tráfico continua
concentrado nas principais rotas andinas, e não através da Venezuela. Mesmo
assim, a nação sul-americana é atacada, não por seu papel real no tráfico de
drogas, mas porque neutralizar seu governo soberanista se tornou um pilar
central da política externa dos EUA, que visa remodelar o
sistema político do país e abrir sua economia ao controle estrangeiro.
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Agências de inteligência dos EUA negam as acusações
Um memorando do Escritório
da Diretora de Inteligência Nacional, Tulsi Gabbard, sobre o Trem de Aragua,
afirma que a gangue não é
controlada pelo governo venezuelano. O documento foi obtido pela Freedom of the
Press Foundation em 5 de maio de 2025 e compartilhado com os sites de notícias
National Public Radio (NPR), The New York Times, CNN, Axios, entre outros meios
de comunicação estadunidenses. Gabbard é a principal conselheira de
inteligência do presidente dos Estados Unidos e integrante do Conselho de
Segurança Nacional (NSC) formado por 18 agências dos EUA, incluindo a Agência
de Segurança Nacional (NSA) e a Agência Central de Inteligência (CIA).
Sem
prova nenhuma, na tentativa incansável de demonizar a Venezuela, a tirania
estadunidense tem a pachorra de propagar a fake news de que as
prisões venezuelanas estariam funcionando como centros de poder para os
objetivos geopolíticos de Nicolás Maduro. Supostamente, o presidente
venezuelano estaria impondo controle social sobre a população e treinando
detentos venezuelanos para se infiltrar em comunidades migrantes com o
propósito de ‘envenenar a população norte-americana com drogas’. Segundo a
narrativa, isso seria produto das políticas do
governo venezuelano.
Como de costume, Washington mente para justificar a destruição da soberania e
da democracia venezuelanas, com claro interesse nas vastas riquezas da nação
sul-americana.
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Não devemos deixar passar!
O que é
evidente aqui, é que ditadores e traficantes de drogas condenados, se forem de
direita e obedecerem cegamente aos designios desse império decandente, podem
esperar clemência e indulto. Enquanto isso, sem qualquer prova, líderes de
esquerda e nações que definem seus próprios destinos já são condenados com base
em qualquer invenção mirabolante. A postura benevolente e cúmplice de Trump em
relação ao narcotraficante hondurenho não é, nem de longe, paradoxal.
Especialmente, porque sabemos que os governos dos EUA continuam,
permanentemente, agredindo os povos do mundo que defendem sua democracia e
exercem sua soberania — conforme revela uma publicação do próprio Congresso
estadunidense, denominada Instances of
Use of United States Armed Forces Abroad, 1798-2023.
Tudo
isso não é novo para nós, latino-americanos. É preciso entender que a política externa estadunidense
extremista para a região em todo o século 20 teve como objetivo central a
manutenção do nível de hegemonia atingido aqui com fogo e sangue, e que agora
se vê ameaçada pela China como o maior parceiro
comercial da América Latina. Nesse entremeio, sem questionar nem apurar, como
deveria ser, a mídia hegemônica das oligarquias regionais e ocidentais propagam
as enormes campanhas de difamação como “informações” para desacreditar a
Nicolás Maduro, presidente constitucional e legitimamente eleito, bem como para
minimizar os crimes, as violações ao direito internacional e os abusos de
direitos humanos cometidos por parte do regime imperial estadunidense. Enfim, o Cartel dos
Sóis e o chefão da gangue Trem de Aragua e do Cartel de Sinaloa existem, sim,
apenas como relato enviado por funcionários estadunidenses e disseminado pela
grande imprensa internacional vira-lata.
Povo
brasileiro, é preciso parar de acreditar nessa falácia colonial de que os EUA
são o “salvador” dos nossos povos e que vão nos trazer “liberdade e
democracia”. Os EUA são, historicamente, cúmplices e perpetradores de golpes de
Estado, invasões e genocídios pelo mundo afora, como o operado contra os
palestinos. Aqui, no Brasil, à exceção do Movimento dos Trabalhadores Rurais
Sem Terra (MST) — que tem se posicionado em favor do povo venezuelano de forma
contundente —, a grande maioria das organizações, partidos e sindicatos da
esquerda segue sem se mobilizar, deixando agir um duvidoso e perigosíssimo
silêncio diante da agressão. Toda essa situação deveria produzir ações
categóricas e conclusivas de solidariedade imediata com o povo da Venezuela:
uma revolta de indignação popular exemplar que condene e denuncie a tirania
estadunidense — o maior inimigo da Terra contra a humanidade.
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Como e quantos são os navios de guerra, aviões e soldados
que os EUA enviaram para a região da Venezuela
Imagens
de satélite mostram que pelo menos seis navios militares dos EUA estão operando no Caribe desde a
última semana, em meio a tensões entre EUA e Venezuela.
A BBC
Verify, serviço de checagem da BBC, identificou outros cinco navios na região
como parte da operação militar americana.
A
movimentação ocorre após uma série de ataques aéreos dos EUA contra supostos
barcos que transportam drogas no Caribe e no Pacífico Oriental nos últimos
meses, considerados pelo governo do presidente americano, Donald Trump, necessários para
conter o fluxo de narcóticos.
Nos
últimos dias, houve também novas sinalizações dos EUA sobre uma ofensiva contra
a Venezuela.
Trump
voltou a dizer, na terça-feira (02/12), que uma ação terrestre no país
aconteceria "muito em breve".
"Sabe,
por terra é muito mais fácil, muito mais fácil. E nós sabemos as rotas que eles
[traficantes] usam. Sabemos tudo sobre eles. Sabemos onde moram. Sabemos onde
os caras maus moram, e vamos começar isso muito em breve também", disse o
presidente americano em reunião aberta à imprensa na Casa Branca.
Na
quarta (03), o governo americano recomendou a seus cidadãos que não viajem para
a Venezuela e, para aqueles que estão no país sul-americano, que tentem sair de
lá.
"Não
viaje para a Venezuela nem permaneça no país devido ao alto risco de detenção
ilegal, tortura, terrorismo, sequestro, aplicação arbitrária das leis locais,
criminalidade, agitação civil e infraestrutura de saúde precária. Recomenda-se
fortemente que todos os cidadãos americanos e residentes permanentes legais na
Venezuela deixem o país imediatamente", diz um comunicado do governo
americano.
A
operação americana inclui milhares de soldados e o maior navio de guerra do
mundo, posicionado à distância estratégica da Venezuela, alimentando
especulações sobre uma possível ação militar contra a Venezuela.
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Onde estão os navios de guerra dos EUA?
A
operação militar dos EUA no Caribe começou em agosto com o envio de forças
aéreas e navais, incluindo um submarino nuclear e aeronaves de reconhecimento,
segundo autoridades americanas.
Agora,
a operação reúne porta-aviões, destróieres com mísseis guiados e navios de
assalto anfíbios capazes de desembarcar milhares de soldados.
A
análise de imagens de satélite permitiu identificar pelo menos seis embarcações
militares na região na última semana.
O
porta-aviões USS Gerald R. Ford, o maior da Marinha americana, estava a cerca
de 120km ao sul da República Dominicana em 27/11, aproximadamente 700km da
costa venezuelana.
Em
meados de novembro, o navio foi avistado mais a leste, a cerca de 201km ao sul
de Porto Rico, território dos EUA no Caribe, e depois navegou para o sul rumo à
República Dominicana.
Com
mais de 330 metros de comprimento, o USS Gerald R. Ford opera em um grupo de
ataque acompanhado de navios de apoio.
A BBC
Verify também identificou várias outras embarcações próximas ao USS Gerald R.
Ford. Além disso, localizou outras embarcações dos EUA no Caribe.
Entre
elas, estão o MV Ocean Trader, um navio de comando de operações especiais,
avistado em imagens de satélite em 25/11 entre Porto Rico e a República
Dominicana, e um navio da classe USS Antonio, um tipo de transporte anfíbio,
visto em 27/11 a 90km ao sul de Porto Rico.
O navio
mais próximo da Venezuela observado foi um navio de reabastecimento de
combustível, visto em 27/11 a 480km ao norte da costa venezuelana.
Imagens
de satélite também mostraram outros cinco navios na região do Caribe, mas não
foi possível confirmar suas identidades.
A
análise da BBC Verify indica ainda que, em um caso, uma embarcação naval
previamente rastreada no Caribe retornou aos EUA e agora está em Key West, na
Flórida.
Não se
sabe a razão desses movimentos, mas eles podem ter sido realizados para
reabastecimento.
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E quanto aos aviões?
Os EUA
também deslocaram caças F-35 para suas bases
no Caribe e realizaram voos de bombardeiros e aeronaves de reconhecimento na
região.
A BBC
Verify usou dados de rastreamento de voos para identificar quatro aeronaves
militares americanas voando próximas à Venezuela nos dias 20/11 e 21/11.
Um
bombardeiro de longo alcance B-52 dos EUA apareceu brevemente no site de
rastreamento Flightradar24 ao largo da Guiana — país vizinho a leste da
Venezuela — por volta das 19h45 (horário local) de 20/11.
Os
dados mostram que o bombardeiro, com indicativo TIMEX11, partiu do estado
americano de Dakota do Norte naquela tarde e retornou na manhã seguinte.
Uma
aeronave de vigilância da Força Aérea dos EUA — indicativo ALBUS39 — surgiu nos
dados de rastreamento de voos pouco após as 18h (horário local) de 20/11,
voando por cerca de duas horas perto da costa leste da Venezuela.
Em
horário semelhante, um caça Super Hornet da Marinha dos EUA — indicativo
FELIX11 — foi visto circulando ao largo da costa oeste.
Além
disso, um avião-tanque de reabastecimento da Força Aérea dos EUA — indicativo
PYRO33 — estava sobre o sul do Caribe por volta das 21h30 (horário local) de
21/11. Em seguida, deixou de transmitir sua posição até ser observado mais
tarde seguindo rumo noroeste.
Em
outubro, três bombardeiros B-52 decolaram de uma base aérea na Louisiana e
sobrevoaram ao largo da costa da Venezuela antes de retornar, segundo dados de
rastreamento de voos do FlightRadar24.
No mês
passado, os dados de rastreamento mostraram que várias aeronaves de
reconhecimento P-8 Poseidon voaram rumo ao sul sobre o Caribe a partir de uma
base naval dos EUA na Flórida.
Especialistas
afirmam que esses voos indicam que os EUA buscam obter inteligência militar na
região.
"Observamos
atividade de P-8A em todo o mundo, em qualquer lugar em que a Marinha americana
tenha interesse em reforçar sua consciência do domínio marítimo", diz
Henry Ziemer, especialista para as Américas no Centro de Estudos Internacionais
e Estratégicos (CSIS, na sigla em inglês).
O
presidente dos EUA, Donald Trump, também reconheceu ter autorizado a CIA (agência de inteligência americana) a
conduzir ações secretas na Venezuela, embora o alcance dessas operações
permaneça altamente sigiloso.
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Os EUA estão se preparando para atacar a Venezuela?
O
aumento da presença militar americana gerou preocupações de que o país possa
mirar diretamente a Venezuela ou tentar derrubar o governo socialista do
presidente venezuelano, Nicolás Maduro.
"O
nível das forças, e o fato de não estarem claramente voltadas para a simples
interdição de drogas, levantou suspeitas de que os EUA podem estar caminhando
para a guerra com a Venezuela", afirma Ziemer, do CSIS.
"Os
riscos de escalada são significativos, mas acredito que, dentro da
administração Trump, ainda há debate considerável sobre os próximos
passos", acrescenta.
Questionado
se os EUA iriam à guerra contra a Venezuela, Trump disse ao programa 60
minutes da CBS em 3 de novembro: "Duvido… Mas eles têm nos
tratado muito mal".
No
entanto, em 29/11, o presidente americano afirmou que o espaço aéreo acima e ao redor da
Venezuela deveria ser considerado "totalmente fechado".
O
governo venezuelano acusou os EUA de fomentar tensões na região com o objetivo
de derrubar o governo. Em resposta, em novembro, declarou uma "mobilização
massiva" de tropas, enviando 200 mil militares pelo país.
"No
geral, acredito que a frequência de ataques a alvos no mar aumentará em breve,
enquanto os EUA tentam decidir se podem atacar dentro da Venezuela", diz
Ziemer.
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Quantos ataques aéreos contra barcos já ocorreram?
Desde o
início de setembro, as forças americanas realizaram pelo menos 21 ataques
separados em águas internacionais do Caribe e do Pacífico Oriental, segundo o
parceiro da BBC nos EUA, CBS News.
No
total, ao menos 83 pessoas foram mortas, de acordo com declarações de
autoridades americanas.
Embora
os EUA não tenham identificado publicamente os mortos, alegam que todos eram
"narcoterroristas".
Uma investigação da agência de notícias
americana Associated Press apontou que vários venezuelanos mortos nos ataques
eram traficantes de baixo escalão, empurrados pela pobreza para a vida do
crime, além de pelo menos um chefe local do crime organizado.
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Por que os EUA estão realizando ataques?
Trump e
membros de seu governo justificaram os ataques como necessários para conter o
fluxo de narcóticos da América Latina para os EUA.
Em
comunicado, o secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth, disse que a campanha
— oficialmente chamada de Operação Southern Spear (Lança do Sul, em tradução
livre) — tem o objetivo de eliminar "narcoterroristas de nosso
hemisfério" e proteger os EUA das "drogas que estão matando nosso
povo".
Em
alguns casos, autoridades americanas afirmaram que os alvos estavam ligados à
Tren de Aragua, uma gangue venezuelana designada como organização terrorista
estrangeira pelo governo Trump no início do ano.
No
entanto, poucas informações sobre os alvos ou sobre a quais organizações de
tráfico de drogas pertenciam foram oficialmente divulgadas pelo Pentágono.
O
governo Trump insiste que os ataques são legais, os justificando como medida
necessária de autodefesa voltada a salvar vidas americanas.
Mas
alguns especialistas jurídicos afirmam que os ataques podem ser ilegais e
violar o direito internacional ao atingirem civis sem garantir o devido
processo aos suspeitos.
Fonte: Diálogos
do Sul Global/BBC News Mundo

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