sexta-feira, 31 de outubro de 2025


 

Anvisa proíbe substâncias em produtos para unhas que podem causar câncer

A Anvisa proibiu o uso de duas substâncias químicas utilizadas em produtos para unhas, higiene pessoal, cosméticos e perfumes. A medida foi aprovada nesta quarta-feira (29) e visa proteger a saúde da população contra riscos de câncer e problemas reprodutivos.

As substâncias proibidas são o TPO [óxido de difenil (2,4,6-trimetilbenzol) fosfina] e o DMPT (N,N-dimetil-p-toluidina), também conhecido como dimetiltolilamina (DMTA).

Essas substâncias químicas podem estar presentes em produtos usados para fazer unhas artificiais em gel ou esmaltes em gel, que precisam ser expostos à luz ultravioleta (UV) ou LED. A proibição das duas substâncias se aplica a qualquer produto cosmético.

A partir da publicação da norma, fica proibida a fabricação, a importação e a concessão de novos registros ou notificações para produtos que contenham TPO ou DMPT. As empresas responsáveis deverão realizar o recolhimento dos produtos que estiverem em lojas e distribuidoras.

As empresas e estabelecimentos que vendem ou utilizam produtos a base destas substâncias têm até 90 dias para parar de vender ou comercializar os produtos. Passado esse prazo, todos os registros e notificações desses produtos serão cancelados pela Anvisa.

<><> Substâncias podem causar câncer e infertilidade

A Anvisa baseou a decisão em estudos internacionais que confirmam o risco das substâncias. O DMPT é classificado como uma substância que pode causar câncer em humanos e o TPO é classificado como tóxico para a reprodução, podendo prejudicar a fertilidade.

Com a decisão, o Brasil se alinha aos padrões de segurança da União Europeia, que também baniu recentemente esses ingredientes. A medida impede que produtos considerados inseguros em outros países sejam comercializados aqui.

        O que são os compostos presentes em esmaltes em gel proibidos pela Anvisa

A Anvisa proibiu recentemente, o uso de duas substâncias químicas utilizadas em produtos para unhas, higiene pessoal, cosméticos e perfumes. Os dois compostos que podem ser prejudiciais à saúde são o TPO [óxido de difenil (2,4,6-trimetilbenzol) fosfina] e o DMPT (N,N-dimetil-p-toluidina).

Essas substâncias químicas podem estar presentes em produtos usados para fazer unhas artificiais em gel ou esmaltes em gel, que precisam ser expostos à luz ultravioleta (UV) ou LED. A proibição das duas substâncias se aplica a qualquer produto cosmético.

A Anvisa fundamentou a decisão em pesquisas internacionais que comprovam os perigos dessas substâncias. O DMPT é considerado um composto com potencial cancerígeno em humanos, enquanto o TPO é classificado como prejudicial à reprodução, podendo afetar a fertilidade.

Com essa medida, o Brasil passa a seguir os mesmos critérios de segurança adotados pela União Europeia, que também proibiu recentemente esses componentes. A decisão evita que produtos considerados arriscados em outros mercados sejam disponibilizados no país.

Saiba o que são os dois compostos:

        TPO [óxido de difenil (2,4,6-trimetilbenzol) fosfina]

TPO (óxido de difenil (2,4,6-trimetilbenzol) fosfina) é um fotoiniciador usado principalmente em produtos que curam ou endurecem pela luz UV. Ele ativa reações químicas que solidificam resinas.

o TPO pode apresentar riscos à saúde, incluindo efeitos relacionados à toxicidade reprodutiva, razão pela qual seu uso passou a ser sujeito a restrições em alguns países. Após a polimerização completa, o risco é reduzido, pois ele reage e se incorpora ao material endurecido.

        DMPT (N,N-dimetil-p-toluidina)

DMPT (N,N-dimetil-p-toluidina) é um composto químico orgânico utilizado principalmente como acelerador e ativador de cura em sistemas de polimerização.

O DMPT é classificado internacionalmente como uma substância com potencial cancerígeno para humanos. Por esse motivo, seu uso tem sido restrito ou proibido em algumas aplicações, especialmente em produtos de contato direto com consumidores, como cosméticos e alguns materiais médicos.

        Europa proíbe químico usado em esmaltes em gel; entenda o problema

A União Europeia está agora proibindo o uso de um ingrediente químico essencial em alguns esmaltes em gel e outros produtos cosméticos.

A proibição, que entrou em vigor esta semana, tem como alvo o uso do óxido de trimetilbenzoil difenilfosfina, ou TPO, que foi classificado como um tipo de "toxina reprodutiva" pelos reguladores europeus, conforme a Comissão Europeia.

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O TPO funciona como um fotoiniciador, ou seja, reage à luz. No esmalte em gel, ele ajuda o esmalte a fixar sob luz ultravioleta ou UV.

"Ele inicia a reação que faz o esmalte secar", disse Kelly Dobos, química cosmética e professora adjunta da Faculdade de Farmácia James L. Winkle da Universidade de Cincinnati, que tem acompanhado a regulamentação europeia.

Algumas pessoas podem preferir esmaltes em gel aos esmaltes comuns porque os produtos em gel geralmente duram mais, têm textura mais resistente e secam mais rapidamente após uma manicure ou pedicure.

Produtos contendo TPO são principalmente usados em salões porque o químico requer uma lâmpada de luz UV para curar ou endurecer o gel, disse David Andrews, diretor científico interino do Environmental Working Group, uma organização sem fins lucrativos de defesa do consumidor que mantém um banco de dados sobre produtos de cuidados pessoais que contêm toxinas potenciais.

"A exposição ao TPO é de maior preocupação para profissionais de salão e consumidores que frequentemente fazem unhas em gel", disse Andrews por e-mail.

"A UE baniu o uso do TPO tanto em casa quanto profissionalmente devido a preocupações com toxicidade reprodutiva identificadas em estudos com animais", acrescentou. "Os estudos de toxicidade realizados em animais mostraram anormalidades testiculares e redução da fertilidade."

Embora o TPO tenha sido associado a algumas preocupações em estudos com animais, as pessoas que gostam de fazer unhas em gel não devem entrar em pânico, disse Dobos.

"É importante ter em mente que esses resultados e estudos foram feitos com animais através da alimentação", disse ela. "Quando pensamos em esmalte, claramente não é assim que somos expostos ao TPO. Você não está comendo o esmalte. Então, é uma via de exposição diferente."

Quando aplicado nas unhas humanas, "na minha opinião, esses materiais, da forma como são usados, são muito seguros, mas existem alternativas", disse ela.

"Algumas marcas começaram a pensar em reformulação, e algumas já usavam fotoiniciadores alternativos. Então existem opções sem TPO. Quando você vai a um salão, no entanto, nem sempre consegue ver o rótulo dos produtos que está usando. Então você terá que perguntar no salão", disse Dobos. "Ou você também pode optar por um bom e tradicional esmalte comum. O esmalte tradicional existe desde os anos 1920 e tem um longo histórico de uso seguro. Eu mesma ainda prefiro o esmalte tradicional."

As novas restrições na Europa não significam que o esmalte em gel em si está proibido. A proibição se aplica apenas aos produtos que contêm TPO, segundo o Conselho de Fabricantes de Unhas sobre Segurança, parte da Associação de Beleza Profissional, uma comunidade sem fins lucrativos de defesa dos profissionais de beleza nos Estados Unidos.

"Algumas manchetes causaram preocupação desnecessária ao chamar isso de "proibição do esmalte em gel", mas isso simplesmente não é verdade, consumidores e profissionais podem ficar tranquilos: produtos de esmalte em gel permanecem totalmente disponíveis e legalmente comercializáveis na UE, desde que sejam formulados com alternativas aprovadas", disse Doug Schoon, presidente do Conselho de Fabricantes de Unhas sobre Segurança, em um comunicado.

"Esta é uma restrição regulatória sobre um único ingrediente, não uma proibição de toda uma categoria de produtos."

Sob a proibição europeia, produtos contendo TPO não devem mais ser vendidos, fornecidos ou utilizados, de acordo com a Comissão Europeia. Quaisquer produtos contendo TPO ainda em estoque devem ser retirados do mercado, e novos produtos contendo TPO não podem ser colocados no mercado.

Restrições semelhantes devem entrar em vigor no Reino Unido no próximo ano, mas o TPO permanece em produtos cosméticos nos Estados Unidos.

Dobos disse que não prevê que o Food and Drug Administration (FDA), órgão equivalente à Anvisa nos EUA, proíba o ingrediente no país. O FDA não respondeu ao pedido de comentário da CNN.

No entanto, "não me surpreenderia se víssemos atividade em nível estadual. Houve muitas proibições de ingredientes em nível estadual nos últimos anos", disse Dobos. Por exemplo, em 2023, a Califórnia proibiu 26 produtos químicos usados em muitos cosméticos, incluindo produtos para cabelo, sabonetes e esmaltes.

Mais fabricantes podem começar a remover o TPO de seus produtos, disse Andrews, mas ele afirmou que "é improvável" que o FDA proíba o químico nos Estados Unidos.

"A UE adota uma abordagem proativa de restringir e proibir produtos químicos identificados como causadores de danos à saúde, principalmente em animais, enquanto a abordagem do FDA dos EUA é mais de esperar para ver se algo ruim acontece", disse ele.

 

Fonte: CNN Brasil


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