4
mitos sobre cuidados com o cabelo
Todos
nós desejamos um cabelo bonito e com aparência saudável, seja com ondas cheias
de brilhos, cachos definidos ou fios lisos e macios.
Em um
setor que movimenta £ 5,8 bilhões (cerca de R$ 38 bilhões) no Reino Unido, não
faltam produtos, modas e truques do TikTok circulando por aí, o que torna fácil
perder de vista o essencial.
A
verdade é que ter um cabelo saudável não depende de gastar muito em produtos
nem de seguir rotinas complicadas, mas de acertar no básico.
As
tricologistas Eva Proudman, da UK Hair Consultants, e Tracey Walker, da Hair
and Scalp Clinic, desmentem quatro mitos comuns sobre cuidados com o cabelo.
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1. Água fria não deixa seu cabelo mais brilhoso
Já
tomou banho frio só para tentar deixar o cabelo com mais brilho?
Pois
pode parar. Segundo Proudman, da UK Hair Consultants, a água fria não aumenta o
brilho dos fios, então vale aproveitar um bom banho quente e confortável.
"Não
há necessidade de lavar o cabelo com água gelada porque não faz diferença
alguma", afirma.
"O
que realmente importa é como você protege o cabelo dos produtos químicos, do
calor e do ambiente."
Ela
acrescenta, porém, que a água muito quente também faz mal, porque pode ressecar
os fios e queimar o couro cabeludo, da mesma forma que queima a pele.
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2. Nenhum produto repara cabelo danificado
Se você
espera consertar as pontas duplas sem ir ao cabeleireiro, vai se decepcionar: o
corte é a única solução para isso.
Proudman
compara uma ponta dupla a um fio desfiado de meia-calça, não há como remendar.
Walker,
da Hair and Scalp Clinic, explica: "Quando o fio se rompe, e você olha
para ele em um microscópio, vai ver que ele se divide em duas ou três
pontas".
"Os
produtos do mercado agem como uma espécie de cola que junta as partes, dando
aparência melhor."
Ela
alerta que esse efeito é temporário e que não vale gastar muito com produtos
que prometem uma solução para isso.
Proudman
também diz que é um mito a ideia de cortar o cabelo para fazer ele crescer mais
rápido.
"Não
existe maneira de acelerar o crescimento. Qualquer produto que prometa isso
está mentindo."
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3. O cabelo não se limpa sozinho
Talvez
você conheça alguém que jure ter "treinado" o cabelo para se limpar
sozinho, lavando-o raramente ou nunca.
Proudman
alerta que essa prática não faz bem para os fios e nem para o couro cabeludo.
"O
couro cabeludo tem cerca de 180 mil glândulas sebáceas e acumula sujeira e
resíduos se não for lavado com frequência."
Walker
concorda e faz uma comparação: não dá para tirar uma mancha de gordura da roupa
só com água, é preciso detergente.
Deixar
de lavar o cabelo regularmente pode causar mau cheiro e piorar problemas como
caspa, diz Proudman, porque o "excesso de oleosidade favorece o acúmulo de
fungos e bactérias, o que agrava coceiras e descamações".
Proudman
recomenda lavar o cabelo em dias alternados se ele for muito oleoso ou se você
usar muitos produtos.
Laura
Waters, professora de análise farmacêutica da Universidade de Huddersfield
(Reino Unido), acrescenta que quem tem cabelo muito oleoso pode precisar de
limpeza mais intensa, enquanto quem tem fios secos deve optar por xampus sem
sulfato, que custam mais, mas não retiram o óleo natural.
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4. Xampu seco não substitui a lavagem
Nem
sempre dá tempo de lavar, secar e modelar o cabelo. Entre trabalho, academia e
compromissos, o xampu seco virou um recurso rápido para disfarçar a oleosidade
e renovar o visual sem precisar de banho.
Proudman
diz que o uso ocasional é seguro, mas deve ser limitado a uma aplicação entre
lavagens.
O
problema começa quando o produto é usado por vários dias seguidos sem enxágue.
"O
óleo natural do couro cabeludo se mistura ao xampu seco, e o acúmulo serve de
alimento para fungos", explica.
"Se
não houver cuidado, isso causa coceira e descamação."
No fim,
o conselho dela é simples: cuide do couro cabeludo como cuida do rosto.
"Você
não aplicaria maquiagem em cima de camadas antigas sem lavar a pele antes,
então o mesmo vale para o cabelo."
• 3 mitos sobre a calvície
A busca
por soluções para calvície não vem de hoje, mas de séculos.
Sabe-se
que, há quase 2 mil anos, o grego Hipócrates — considerado o pai da medicina
moderna por ter sido o primeiro a separar suas observações científicas das
crenças religiosas então vigentes — passou a observar o funcionamento do
cabelo, testando formas de reverter sua queda.
Embora
hoje entendamos muito melhor como funciona o sistema capilar, ainda existem
muitos equívocos que são repetidos sobre a queda de cabelo — que "não é
necessariamente uma coisa ruim", segundo defende Carolyn Goh,
dermatologista especializada na perda de cabelo e em distúrbios do couro
cabeludo.
Além de
pesquisar essa parte do corpo na Universidade da Califórnia em Los Angeles
(UCLA), a própria Goh foi diagnosticada com alopecia areata, que ocorre quando
o sistema imunológico ataca os folículos capilares.
Em
entrevista à BBC News Mundo, o serviço em espanhol da BBC, a dermatologista
apontou para três mitos persistentes sobre a calvície.
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Mito 1: os culpados são os genes da mãe
Você já
deve ter ouvido que os genes que causam a calvície vêm do lado materno da
família, mas a realidade é muito mais complexa do que isso.
Um
estudo de 2017 publicado na revista britânica PLOS Genetics analisou
informações de 52 mil homens com calvície hereditária e afirmou ter conseguido
identificar pelo menos 287 genes envolvidos no processo de perda de cabelo.
Pelo
menos 40 dos genes identificados estavam relacionados ao cromossomo X, aquele
herdado da mãe, enquanto os demais estavam espalhados pelo genoma.
"É
verdade que os genes mais fortes vêm do lado da família da mãe", diz Goh,
"mas como mais de um gene causa calvície, eles podem vir de ambos os
lados. Portanto, é provável que venham de ambos", diz.
Segundo
a médica, os genes apontados como responsáveis pela calvície provocam uma
sensibilidade exagerada a um elemento presente na testosterona, o hormônio
masculino. É algo que pode ocorrer tanto em homens quanto em mulheres, mas com
diferenças.
"As
mulheres geralmente não ficam carecas. Elas, em geral, perdem um pouco de
cabelo no topo da cabeça e talvez um pouco nas têmporas. E isso provavelmente
ocorre porque não temos tanta testosterona quanto os homens, e temos mais
estrogênio para equilibrá-la."
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Mito 2: usar boné ou lavar muito o cabelo pode intensificar a queda
Quantas
vezes você lava o cabelo por semana? Todos os dias? Três vezes por semana? Você
usa boné ou chapéu com frequência?
Provavelmente
nada disso tem a ver com sua queda de cabelo.
"Certamente,
se você vir alguém cobrindo a cabeça, é porque está ficando careca, e não o
contrário", brinca Goh.
Esses
mitos estão relacionados a algo que é bem verdadeiro: o couro cabeludo é uma
das áreas mais oleosas da pele.
"É
uma das áreas mais gordurosas, mas não necessariamente uma das mais sensíveis.
Na verdade, menos alergias são relatadas no couro cabeludo do que em outras
partes do corpo", diz a especialista.
A
médica afirma que, se uma pessoa está usando os produtos certos, não deve ter
problemas em lavar o cabelo todos os dias.
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Mito 3: não existe solução comprovada para a queda de cabelo
Atualmente,
existem pelo menos três alternativas clinicamente comprovadas para combater a
calvície.
Nenhuma
delas garante resultados com 100% de eficácia, dado o complexo sistema químico
e biológico envolvido na queda de cabelo, mas elas podem ajudar a desacelerá-la
ou mesmo revertê-la — lembrando que nunca se deve iniciar tratamento com
medicamentos sem orientação médica.
• Minoxidil: é um composto vendido na
forma de loção ou espuma, aplicadas diretamente no couro cabeludo;
• Finasterida: aplicado por via oral. Era
originalmente usada para tratamento de um tipo de aumento benigno da próstata
mas agora, em concentrações mais baixas, também previne a queda de cabelo;
• Transplantes: em geral, os folículos
capilares são removidos da parte da cabeça onde o crescimento do cabelo
continua e inseridos nas partes onde não há mais crescimento. Diferentes
técnicas de transplante evoluíram muito nos últimos anos.
Sobre
este último tratamento, a doutora Goh acredita que ainda há uma desconfiança
sobre sua eficácia, mas ela garante que "os transplantes de hoje são
realmente bons".
Devido
ao nível de precisão que o procedimento exige — é necessário retirar e
reinserir folículos individualmente —, Goh recomenda que o transplante seja
feito por alguém com "bom olho".
"Há
muita arte nisso. O que é incrível é que o folículo 'se lembra' de como cresceu
antes de ser transplantado [geralmente na parte de trás da cabeça] e consegue
crescer no novo local."
Fonte:
BBC News

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