quarta-feira, 22 de janeiro de 2025

Veja 5 alimentos industrializados que são saudáveis

Quando falamos em alimentação saudável, logo pensamos em alimentos in natura, como frutas, verduras e legumes. Mas nem sempre é necessário excluir completamente os produtos industrializados de uma dieta equilibrada. Algumas opções não são ultraprocessadas e podem ser benéficas para a saúde, além de trazer praticidade para a rotina.

“A chave está na escolha inteligente e na leitura de rótulos. Produtos industrializados podem ser aliados, desde que priorizem ingredientes de qualidade e sejam minimamente processados”, orienta Daniela Zuin, nutricionista do Instituto Nutrindo Ideais e especialista em nutrição clínica e estética, à CNN.

·        Como identificar um alimento industrializado saudável?

Para fazer as melhores escolhas em relação aos alimentos industrializados, é importante tomar alguns cuidados. Um deles é olhar a lista de ingredientes. A regra de ouro é simples: quanto menor a lista, melhor.

“Se os ingredientes soarem como algo que você reconhece e usaria na sua cozinha, é um bom sinal. Fuja de nomes complicados ou números, como ‘glutamato monossódico’, ‘BHT’ ou ‘corante amarelo tartrazina'”, orienta a nutricionista.

Ainda na lista de ingredientes, é importante identificar a presença de açúcar adicionado. Quando o valor é alto, é possível encontrar um selo alertando para a alta quantidade do ingrediente logo no rótulo do produto. Além disso, vale procurar por termos como “xarope de glicose“, “maltodextrina“, “açúcar invertido” ou mesmo “melado de cana” — se eles aparecerem na lista de ingredientes, principalmente nas primeiras posições, é um sinal de alerta.

Também tenha atenção à quantidade de sódio e gorduras ruins, como a trans. Aproveite para verificar a tabela nutricional e buscar produtos ricos em fibras, proteínas, vitaminas e minerais. “Evite aqueles com calorias vazias, que apenas entregam energia sem nutrientes essenciais”, afirma Zuin.

Por fim, é importante desconfiar de “propagandas de saúde”. “Palavras como ‘natural’, ‘zero açúcar’, ‘fitness’ ou ‘integral’ nem sempre garantem qualidade. Esses termos podem ser usados como estratégia de marketing, mas só a leitura atenta do rótulo confirma se o produto é realmente saudável”, acrescenta.

·        Exemplos de alimentos industrializados saudáveis

A seguir, com ajuda de Zuin, a CNN lista 5 alimentos industrializados que podem ser incluídos em uma dieta equilibrada e saudável, com moderação. Veja:

1. Snacks de vegetais ou leguminosas

Chips de batata-doce ou grão-de-bico torrado são opções práticas e saudáveis para substituir salgadinhos ultraprocessados. “Prefira marcas que usem ingredientes naturais e métodos de preparo mais saudáveis, como assar ou desidratar”, orienta a nutricionista.

2. Chocolate amargo (70% cacau ou mais)

Quer incluir um docinho na sua rotina sem atrapalhar a dieta? O chocolate amargo (70% cacau) é uma boa opção de industrializado.

“Rico em polifenóis, ele ajuda a combater inflamações e proporciona uma deliciosa dose de prazer. Escolha versões com poucos ingredientes e sem adição de leite ou açúcar refinado”, afirma.

3. Bebidas vegetais fortificadas

Leites vegetais, como leite de amêndoas, de coco ou de aveia, também são industrializados e podem ser boas alternativas ao leite de vaca. “Fique de olho nos rótulos e opte por versões sem adição de açúcares ou espessantes artificiais”, orienta Zuin.

4. Massa de leguminosas

Algumas massas feitas à base de grão-de-bico, ervilha ou lentilha são boas fontes de proteína e fibra, oferecendo maior saciedade e valor nutricional.

“São uma ótima alternativa às massas tradicionais, especialmente para quem busca controle do índice glicêmico”, afirma a nutricionista.

5. Temperos e caldos naturais prontos

Alguns temperos e caldos naturais prontos são boas opções para trazer mais praticidade no preparo de refeições. Mas é importante ficar de olho na lista de ingredientes: se houver glutamato monossódico, é um alimento ultraprocessado.

“Busque aqueles feitos com ingredientes naturais, como ervas, especiarias e sal marinho”, aconselha Zuin.

·        Cuidado com barras e bebidas proteicas

As barras e bebidas proteicas têm ganhado popularidade nos últimos anos por representarem opções práticas para aumentar o consumo de proteínas, principalmente nos lanches intermediários. Porém, muitas alternativas encontradas nos mercados são ultraprocessadas e podem ser pouco nutritivas.

“Para escolher uma boa opção, leia os ingredientes, preferindo aqueles com lista curta, evite açúcares e adoçantes artificiais, verifique o teor de proteína — procure, pelo menos, 10 a 15 gramas de proteína por porção — e fique atento ao sódio”, afirma a nutricionista.

¨      Bebida e barra de proteína são saudáveis? Estudo responde

Alimentos proteicos, como bebidas, iogurtes e barras de proteína, são cada vez mais considerados opções práticas para refeições intermediárias, como lanche da manhã ou da tarde. Frequentemente, esses produtos são vendidos como opções saudáveis de “snacks” para o dia a dia, mas um novo estudo mostrou que isso pode não ser verdade.

O trabalho, publicado neste mês na revista científica Nutrients, analisou o conteúdo e a salubridade de alimentos proteicos. Para isso, os pesquisadores avaliaram 4.325 alimentos processados de 12 tipos diferentes. Cerca de 13% deles exibiram alegações de proteína em suas embalagens.

A maior proporção de alimentos considerados proteicos foi observada entre produtos de carne à base de plantas (68,2%), seguidos por barras (35,3%) e substitutos de sobremesas de iogurte ou laticínios (21,3%).

Além disso, aproximadamente 60,4% dos alimentos analisados tinham proteínas fortificadas, com a maior taxa sendo observada em barras e carnes à base de plantas (90%). Por outro lado, substitutos do leite e substitutos do iogurte ou sobremesas lácteas apresentaram as menores taxas de fortificação (7,9% e 3,3%, respectivamente).

Proteínas vegetais foram adicionadas com mais frequência a itens fortificados (41,7%) do que proteínas animais (25,9%). A proteína vegetal mais comumente adicionada foi o glúten, seguido por proteínas do leite e da soja.

<><> Produtos proteicos foram considerados “menos saudáveis”

O estudo avaliou a qualidade nutricional dos alimentos considerados proteicos com base em um modelo de perfil nutricional desenvolvido pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), da Organização Mundial da Saúde (OMS).

O trabalho revelou que cerca de 90,8% dos alimentos proteicos são classificados como “menos saudáveis” e mais de 50% têm alto teor de gordura e sódio. Além disso, um em cada quatro itens tinha alto teor de açúcar livre e gordura saturada, e um em cada cinco itens tinha adoçantes.

Para somar, ao serem comparados com alimentos sem alegações de proteína, alimentos proteicos apresentaram 17% mais itens “menos saudáveis”. As proporções de alimentos com altas quantidades de gordura, sódio ou adoçantes também foram maiores entre os alimentos com proteína.

Por outro lado, as proporções de alimentos com altas quantidades de açúcar livre ou gordura saturada foram menores entre os itens alimentares com alegações de proteína.

Diante dos achados, os autores do estudo consideram o consumo de alimentos proteicos “representa um risco adicional à nossa saúde que nunca deve ser justificado pela presença de proteína extra”. “Isso é particularmente sério porque os consumidores muitas vezes não estão cientes desse risco e, em vez disso, percebem esses alimentos como saudáveis”, afirmam.

Além disso, os pesquisadores orientam que os consumidores verifiquem a declaração nutricional e a lista de ingredientes dos alimentos proteicos para fazer escolhas saudáveis.

 

Fonte: CNN Brasil

 

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