quinta-feira, 23 de janeiro de 2025

Ocidente prepara armadilha para Trump na Ucrânia, adverte professor

Os países ocidentais não estão interessados em acabar com o conflito na Ucrânia por medo da retirada dos Estados Unidos da Europa sob o novo presidente Donald Trump, disse o professor da Universidade de Chicago, John Mearsheimer, em entrevista ao canal no Youtube de Glenn Diesen.

"Os europeus têm um interesse cobiçoso para que o conflito na Ucrânia não seja concluído, porque o [conflito] inacabado [significará] que os americanos terão de ficar na Europa", disse o professor.

Segundo ele, é improvável que Trump seja capaz de resolver rapidamente a crise ucraniana devido à oposição das elites europeias.

"A guerra eterna na Ucrânia está perversamente entre os interesses da Europa", acrescentou.

O novo presidente dos EUA havia dito anteriormente que o conflito na Ucrânia nunca teria começado se ele tivesse sido o chefe da Casa Branca em vez de Joe Biden. Ele também indicou que, se reeleito, o assunto seria resolvido em apenas 24 horas. Por sua vez, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, pontuou a complexidade do conflito para ser resolvido em um dia.

¨      Ucrânia sempre foi apenas um 'aríete' anti-Rússia para os EUA, diz ex-analista do Pentágono

O governo Trump tem pouco interesse em desperdiçar dinheiro com a Ucrânia, disse à Sputnik a tenente-coronel aposentada da Força Aérea dos EUA, Karen Kwiatkowski, ex-analista do Departamento de Defesa dos EUA, ao comentar a decisão de Trump de suspender os programas de ajuda externa norte-americanos.

Parar com as ajudas à Ucrânia é, para a especialista, um "ponto de partida para explicar a Zelensky que a farra acabou".

Segundo ela, tornou-se cada vez mais óbvio que os Estados Unidos "não se importam com a Ucrânia", e consideram o país apenas como um "aríete", uma "ferramenta" a ser usada contra a Rússia, observa Kwiatkowski.

"Então, se a Ucrânia é uma ferramenta, agora é uma ferramenta que não é mais muito útil. É uma ferramenta difícil de manter. Não vale a pena. Então, vamos jogar essa ferramenta fora", analisa.

A declaração da senadora norte-americana Lindsey Graham sobre lutar contra a Rússia "até o último ucraniano", por mais cruel que possa parecer, "reflete o que o Senado, os políticos e a oligarquia nos Estados Unidos realmente sentem em relação à Ucrânia", acrescentou.

¨      Zelensky será deposto por querer incluir UE nas negociações com a Rússia, diz deputado ucraniano

Parlamentar ucraniano diz que não é desejo nem da Rússia nem dos EUA envolver países europeus na mesa de negociações sobre o conflito entre Kiev e Moscou.

Vladimir Zelensky será deposto do poder devido ao seu desejo de envolver a União Europeia (UE) nas negociações para resolver o conflito ucraniano. É o que afirmou nesta terça-feira (21) o deputado da Verkhovna Rada (o Parlamento ucraniano) Aleksandr Dubinsky, que está preso por suspeita de traição.

O político está convencido de que a Rússia e os Estados Unidos não querem a presença de países europeus nas discussões sobre a questão ucraniana.

"Outra razão pela qual Zelensky e o seu bando serão removidos do poder, uma vez que a sua capacidade de influência foi anulada, é a relutância dos americanos ou dos russos em ver os europeus e os britânicos na mesa de negociações sobre a Ucrânia, puxados por Zelensky", escreveu Dubinsky.

Segundo o deputado, o presidente dos EUA, Donald Trump, excluirá Alemanha, França, Reino Unido, Itália, Dinamarca e os Países Bálticos da lista de potenciais participantes das negociações.

Mais cedo, falando no Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, Zelensky também duvidou que os representantes da UE estariam presentes nas negociações sobre a Ucrânia. O chefe do regime de Kiev disse que está grato à Europa pela assistência financeira, mas não tem certeza da intenção de Trump de negociar com a Rússia juntamente com a UE.

¨      Trump ameaça a Rússia com novas sanções se não encerrar o conflito ucraniano

Em post nas redes sociais, Donald Trump disse que "é hora de fechar um acordo", e que isso pode ser feito "de maneira fácil ou de maneira difícil". Anteriormente, frisou que Moscou está aberta ao diálogo, mas que isso deve ser feito com base no "respeito aos legítimos interesses" dos povos locais.

O novo presidente dos EUA, Donald Trump, pressionou a Rússia a fechar um acordo para encerrar o conflito com a Ucrânia, sob ameaça de impor novas tarifas e sanções a Moscou. A ameaça foi feita em postagem na rede Truth Social nesta quarta-feira (22).

"Eu não pretendo prejudicar a Rússia. Eu amo o povo russo e sempre tive uma boa relação com o presidente [russo] Vladimir Putin — apesar da esquerda radical da Rússia. Nunca devemos nos esquecer de que a Rússia nos ajudou a vencer a Segunda Guerra Mundial, perdendo quase 60 mil vidas nesse processo. Dito isso, eu vou fazer para a Rússia, cuja economia está em queda, e ao presidente Putin, um grande favor. Resolvam isso agora e parem essa guerra ridícula! Isso só vai piorar", escreveu Trump.

Trump acrescentou que, se um acordo não for fechado, "e rapidamente", não haverá outra opção a não ser "impor altas taxas, tarifas e sanções a todos os produtos vendidos pela Rússia aos EUA e vários outros países".

"Vamos fazer essa guerra, que nunca teria começado se eu fosse presidente, acabar. Podemos fazer isso de maneira fácil ou de maneira difícil — e o jeito fácil é sempre melhor. É hora de fechar um acordo! Nenhuma vida mais deve ser perdida!", escreveu Trump.

Anteriormente, Putin afirmou que Moscou está aberta ao diálogo com a nova administração dos EUA em relação ao conflito ucraniano. Entretanto, ele sublinhou que a meta não deve ser uma trégua de curto prazo, mas sim uma paz duradoura baseada no respeito aos legítimos interesses de todos os povos que vivem na região.

"Quanto à resolução da situação em si, gostaria de enfatizar mais uma vez que seu objetivo não deve ser um breve cessar-fogo, nem algum tipo de trégua para o reagrupamento de forças e rearmamento para a subsequente continuação do conflito, mas uma paz duradoura baseada no respeito aos interesses legítimos de todas as pessoas, de todos os povos que vivem na região", afirmou Putin.

<><> Scott Ritter: com exigências de aumento de gastos, Trump adverte OTAN sobre ruptura próxima

A exigência do presidente dos EUA, Donald Trump, de os países europeus aumentarem os gastos com a defesa para 5% do PIB é um sinal de uma possível ruptura de Washington com a OTAN, disse o analista militar e ex-oficial de inteligência dos EUA Scott Ritter em entrevista com o jornalista Danny Haiphong.

Anteriormente, nesta terça-feira (21), Trump declarou, durante a conversa com jornalistas, que os países da Organização do Tratado do Atlântico Norte além dos EUA devem gastar mais dinheiro em defesa e aumentar a participação dos gastos de defesa para 5% do PIB.

"Trump basicamente advertiu a Europa: cinco por cento ou acaba tudo. A OTAN não será capaz de alcançar cinco por cento, e Trump sabe disso. E, desta forma, esse é essencialmente o sinal de Trump para a OTAN: 'Isto é o fim'. […] A relação de 75 anos dos Estados Unidos com a OTAN acabou", observa Ritter.

O especialista também acrescentou que a entrada em funções do novo presidente marcou o início de uma nova época.

O ministro da Defesa francês, Sébastien Lecornu, chamou as exigências de Trump aos parceiros da OTAN de "chute no traseiro" dos líderes europeus.

<><> Revista indica 'espiões invisíveis' utilizados pela Rússia na área da operação militar na Ucrânia

As Forças Armadas da Rússia usaram um drone FPV com uma câmera de vigilância para reconhecimento furtivo na zona da operação militar especial, avança a revista americana Forbes.

Destaca-se que na área da operação militar na Ucrânia foi detectado um drone FPV com estrutura de suporte em bambu equipado com uma câmera com sensor de movimento.

"O drone com câmera de vigilância tem um aspecto estranho, mas esta combinação montada num todo pode ficar ao lado de uma rodovia e enviar secretamente vídeos de cada veículo que passa por várias semanas. Montado a partir de componentes comerciais baratos, ele [drone] é um tipo de espião eficiente e furtivo com que as forças dos EUA sonhavam."

O artigo sugere que, graças à estrutura de bambu, a câmera se situa a uma altura que permite efetuar o monitoramento apesar do relevo do terreno. O operador pode selecionar uma estrada usada pelo adversário e colocar o sensor para rastrear o movimento dos comboios de veículos inimigos.

Segundo a revista, a bateria do drone dura apenas algumas horas, mesmo em modo de espera, por isso a câmera corre o risco de ficar no território controlado pelo adversário. No entanto, mesmo um dia de monitoramento pode justificar o dinheiro gasto.

¨      UE não tem 'plano B' caso Hungria siga bloqueando prorrogação das sanções antirrussas, diz mídia

A União Europeia (UE) não tem nenhum "plano B" sobre o assunto de continuação das sanções contra Rússia, se a Hungria nesse caso tomar a decisão de vetar o prolongamento das medidas, informa a agência de notícias Bloomberg, citando diplomatas anônimos.

Os representantes permanentes dos países-membros da UE na reunião que acontecerá na sexta-feira (24), tentarão combinar outra prorrogação das sanções econômicas contra a Rússia por seis meses, tendo a Hungria ameaçado bloquear anteriormente.

"Neste momento não há nenhum 'plano B' sobre a prorrogação das sanções se [Viktor] Orbán continuar as bloqueando", afirma a agência.

Destaca-se que se os diplomatas europeus não conseguirem concordar sobre o prolongamento das sanções contra Rússia nesta semana, o assunto será discutido a nível de chefes dos Ministérios das Relações Exteriores, que vão se reunir em Bruxelas no dia 27 de janeiro. Porém, a UE deseja tomar a decisão sobre o assunto até o final da semana ao longo de várias reuniões.

Anteriormente, a Bloomberg relatou que o primeiro-ministro húngaro Viktor Orbán contou aos líderes da UE que tomasse a decisão sobre apoio das sanções contra a Rússia depois da posse do presidente dos EUA Donald Trump que aconteceu na segunda-feira (20).

Ele também sublinhou que é necessário cancelar completamente as sanções contra a Rússia de modo mais rápido, porém na UE poucos países concordam com essa ideia.

¨      Escândalo de corrupção de von der Leyen abala posição internacional da União Europeia, diz analista

Acusada de ultrapassar os limites de seu cargo e negociar, por debaixo dos panos, um acordo bilionário com a farmacêutica norte-americana Pfizer, Ursula von der Leyen pode estar na corda bamba, prenunciando uma derrocada europeia em um mundo cada vez menos eurocêntrico.

Desde 2023 a carreira política da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, é atravessada por um escândalo de improbidade administrativa sem tamanho.

Três anos antes a mandachuva da União Europeia (UE) negociou diretamente com Albert Bourla, presidente executivo da farmacêutica norte-americana Pfizer, a compra de 1,8 bilhão de doses de vacinas para COVID-19 antes mesmo de elas terem passado por testes clínicos.

Ao todo, foram acordados contratos no valor de € 35 bilhões.

Não só essa não era a função administrativa da presidente da Comissão Europeia como as negociações foram conduzidas através de mensagens de texto e sem o consentimento prévio dos países integrantes da UE.

Para piorar, o marido de Ursula, Heiko von der Leyen, atua como diretor médico da Orgenesis, empresa que possui colaborações com a Pfizer.

As acusações se originam a partir da denúncia do lobista belga Frederic Baldan ao tribunal de Liège, na Bélgica. Mais de mil pessoas decidiram se juntar ao processo contra Von der Leyen. Os Estados nacionais da Polônia e da Hungria também optaram por se unir à denúncia.

No entanto o caminho não foi fácil para as cortes de Liège. A Procuradoria Europeia tentou blindar Von der Leyen da Justiça, primeiro ao tentar trazer para si mesma a investigação e, depois, ao afirmar que a líder da comissão possuía imunidade por seu cargo.

A tramitação do cargo, no entanto, ainda está para começar, uma vez que Ursula von der Leyen está hospitalizada com pneumonia, o que garantiu um adiamento do processo mesmo que a mandante ainda esteja bem para continuar ordenando seus comissários europeus.

<>< O enfraquecimento europeu na geopolítica global

Em entrevista à Sputnik Brasil, a consultora Carolina Pavese, doutora em relações internacionais pela London School of Economics e professora na Fundação Instituto de Administração (FIA), o caso vem perdendo força política ao longo dos anos com os vaivéns burocráticos, beneficiando a própria chefe da Comissão Europeia, que recém conseguiu ser reeleita para mais um mandato.

No entanto, isso não quer dizer que Von der Leyen se encontre em uma posição firme, aterrada em uma forte base política. Para se eleger, ela teve de costurar uma base ampla de centro-direita bastante preocupada com os resultados econômicos, o que traz "fragilidade" para sua posição "pelo próprio momento da conjuntura política da União Europeia".

"A União Europeia enfrenta uma crise econômica já antecipada, com muito receio dessa nova ordem global que [Donald] Trump está costurando e que deve desconsiderar os interesses europeus."

Para Demetrius Pereira, professor de relações internacionais da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) e do Centro Universitário Belas Artes de São Paulo, uma queda da cartola europeia representa também um abalo dentro e fora da União Europeia.

Domesticamente, diz o internacionalista, pode-se ver mais uma tentativa de destituição de Von der Leyen através de um voto de não confiança do Parlamento Europeu, o que resultaria em uma dança das cadeiras dentro da política europeia.

Já no cenário internacional, Pereira explica que o cargo que a chefe da Comissão Europeia ocupa é o de maior poder dentro do bloco, e o "enfraquecimento da líder pode levar ao enfraquecimento da organização como um todo".

¨      Especialistas: sem gás russo, Europa pode 'desencadear uma luta global' pelo hidrocarboneto

A interrupção do trânsito de gás russo pela Ucrânia a partir de 1º de janeiro de 2025 representa sérios riscos para a União Europeia (UE), dizem especialistas, acrescentando que o problema pode resultar em escassez de combustível e outra onda de aumentos de preços na Europa.

"Neste ano [2025], definitivamente, haverá escassez de energia na Europa", diz Francisco Blanch, estrategista de mercado de commodities do Bank of America.

"A Casa Branca não pode forçar os exportadores a trabalhar exclusivamente para o mercado europeu." De acordo com estimativas da plataforma de análise de investidores MST Marquee, para atender à demanda, a UE terá que importar mais 10 milhões de toneladas de gás natural liquefeito (GNL), quase 10% a mais do que em 2024.

De acordo com a Rystad Energy, a UE apresentou um recorde de 17,8 milhões de toneladas de GNL em 2024. Em 2023, o número foi de 15,1 milhões de toneladas e, em 2022, de 16,4 milhões.

Segundo analistas, o bloco europeu terá que encontrar esses volumes em algum lugar. Especialistas dizem que o déficit do mercado europeu será aliviado por projetos de exportação de GNL na América do Norte. No entanto, isso leva tempo.

Não há garantia de que a UE e os EUA consigam chegar a um acordo. Embora o presidente dos EUA, Donald Trump, já tenha prometido fornecer gás norte-americano ao redor do mundo com o objetivo de obter "domínio energético", o Departamento de Energia dos EUA duvida da conveniência de expandir as exportações, pois isso poderia levar a um aumento de preços no mercado interno.

'Luta global' pelo gás

O rápido crescimento da indústria de GNL pode elevar os preços do combustível, da eletricidade e do gás natural. Em um relatório de dezembro de 2024, o Departamento de Energia dos EUA cita "um aumento de três vezes para os consumidores, bem como maiores emissões de gases do efeito estufa".

"Políticos ocidentais veem as promessas de Trump de garantir o fornecimento ininterrupto de GNL para a UE como um motivo para desprezar o combustível russo", diz Pavel Marishev, membro do conselho de especialistas da Sociedade Russa de Gás. Mas essa posição é "míope" porque "a Casa Branca não pode obrigar os exportadores a trabalhar exclusivamente para o mercado europeu", explica o analista.

As consequências da escassez são óbvias e incluem enormes contas de luz para consumidores e empresas industriais, fechamento de fábricas e paralisação de atividades. Em última análise, observa a Bloomberg, há o risco de a Europa desencadear uma "corrida global" pelo gás.

 

Fonte: Sputnik Brasil

 

 

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