Ocidente prepara
armadilha para Trump na Ucrânia, adverte professor
Os países
ocidentais não estão interessados em acabar com o conflito na Ucrânia por medo
da retirada dos Estados Unidos da Europa sob o novo presidente Donald Trump,
disse o professor da Universidade de Chicago, John Mearsheimer, em entrevista
ao canal no Youtube de Glenn Diesen.
"Os europeus
têm um interesse cobiçoso para que o conflito
na Ucrânia não
seja concluído, porque o [conflito] inacabado [significará] que os americanos
terão de ficar na Europa", disse o professor.
Segundo ele, é
improvável que Trump seja capaz de resolver rapidamente a crise ucraniana
devido à oposição das elites
europeias.
"A guerra
eterna na Ucrânia está perversamente entre os interesses da Europa",
acrescentou.
O novo presidente
dos EUA havia dito anteriormente que o conflito na Ucrânia nunca teria começado
se ele tivesse sido o chefe
da Casa Branca em
vez de Joe Biden. Ele também indicou que, se reeleito, o assunto seria
resolvido em apenas 24 horas. Por sua vez, o porta-voz do Kremlin, Dmitry
Peskov, pontuou a complexidade do conflito para ser resolvido em um dia.
¨ Ucrânia sempre foi apenas um 'aríete' anti-Rússia para
os EUA, diz ex-analista do Pentágono
O governo Trump tem
pouco interesse em desperdiçar dinheiro com a Ucrânia, disse à Sputnik a
tenente-coronel aposentada da Força Aérea dos EUA, Karen Kwiatkowski,
ex-analista do Departamento de Defesa dos EUA, ao comentar a decisão de Trump
de suspender os programas de ajuda externa norte-americanos.
Parar com as ajudas
à Ucrânia é,
para a especialista, um "ponto de partida para explicar a Zelensky que a
farra acabou".
Segundo ela,
tornou-se cada vez mais óbvio que os Estados Unidos "não se importam
com a Ucrânia", e consideram o país apenas como um
"aríete", uma "ferramenta" a ser usada contra
a Rússia,
observa Kwiatkowski.
"Então, se a
Ucrânia é uma ferramenta, agora é uma ferramenta que não é mais muito
útil. É uma ferramenta difícil de manter. Não vale a pena. Então,
vamos jogar essa ferramenta fora", analisa.
A declaração da
senadora norte-americana Lindsey Graham sobre lutar contra a Rússia
"até o último ucraniano", por mais cruel que possa parecer,
"reflete o que o Senado, os políticos e a oligarquia nos Estados
Unidos realmente sentem em relação à Ucrânia", acrescentou.
¨ Zelensky será deposto por querer incluir UE nas
negociações com a Rússia, diz deputado ucraniano
Parlamentar
ucraniano diz que não é desejo nem da Rússia nem dos EUA envolver países
europeus na mesa de negociações sobre o conflito entre Kiev e Moscou.
Vladimir Zelensky
será deposto do poder devido ao seu desejo de envolver a União Europeia
(UE) nas negociações para resolver o conflito ucraniano. É o que afirmou nesta
terça-feira (21) o deputado da Verkhovna Rada (o Parlamento ucraniano)
Aleksandr Dubinsky, que está preso por suspeita de traição.
O político está
convencido de que a Rússia e os Estados Unidos não querem a presença de
países europeus nas discussões sobre a questão
ucraniana.
"Outra razão
pela qual Zelensky e o seu bando serão removidos do poder, uma vez que a sua
capacidade de influência foi anulada, é a relutância dos americanos ou dos
russos em ver os europeus e os britânicos na mesa de negociações sobre a
Ucrânia, puxados por Zelensky", escreveu Dubinsky.
Segundo o deputado,
o presidente dos EUA, Donald
Trump,
excluirá Alemanha, França, Reino
Unido,
Itália, Dinamarca e os Países Bálticos da lista de potenciais participantes das
negociações.
Mais cedo, falando
no Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, Zelensky também duvidou
que os representantes da UE estariam presentes nas negociações sobre a Ucrânia.
O chefe do regime de Kiev disse que está grato à Europa pela assistência
financeira, mas não tem certeza da intenção de Trump de negociar com a Rússia
juntamente com a UE.
¨ Trump ameaça a Rússia com novas sanções se não encerrar
o conflito ucraniano
Em post nas redes
sociais, Donald Trump disse que "é hora de fechar um acordo", e que
isso pode ser feito "de maneira fácil ou de maneira difícil".
Anteriormente, frisou que Moscou está aberta ao diálogo, mas que isso deve ser
feito com base no "respeito aos legítimos interesses" dos povos
locais.
O novo presidente
dos EUA, Donald
Trump,
pressionou a Rússia a fechar um acordo para encerrar o conflito com a
Ucrânia, sob ameaça de impor novas tarifas e sanções a Moscou. A ameaça
foi feita em postagem na rede Truth Social nesta quarta-feira (22).
"Eu não
pretendo prejudicar a Rússia. Eu amo o povo russo e sempre tive uma boa relação
com o presidente [russo] Vladimir Putin — apesar da esquerda radical da Rússia.
Nunca devemos nos esquecer de que a Rússia nos ajudou a vencer a Segunda Guerra
Mundial, perdendo quase 60 mil vidas nesse processo. Dito isso, eu vou fazer
para a Rússia, cuja economia está em queda, e ao presidente Putin, um grande
favor. Resolvam isso agora e parem essa guerra ridícula! Isso só vai
piorar", escreveu Trump.
Trump acrescentou
que, se um acordo não for fechado, "e rapidamente", não haverá outra
opção a não ser "impor altas taxas, tarifas e sanções a todos os
produtos vendidos pela Rússia aos EUA e vários outros países".
"Vamos fazer
essa guerra, que nunca teria começado se eu fosse presidente, acabar. Podemos
fazer isso de maneira fácil ou de maneira difícil — e o jeito fácil é sempre
melhor. É hora de fechar um acordo! Nenhuma vida mais deve ser perdida!",
escreveu Trump.
Anteriormente,
Putin afirmou que Moscou
está aberta ao diálogo com a nova administração dos EUA em relação
ao conflito
ucraniano.
Entretanto, ele sublinhou que a meta não deve ser uma trégua de curto
prazo, mas sim uma paz duradoura baseada no respeito aos legítimos
interesses de todos os povos que vivem na região.
"Quanto à
resolução da situação em si, gostaria de enfatizar mais uma vez que seu
objetivo não deve ser um breve cessar-fogo, nem algum tipo de trégua para o
reagrupamento de forças e rearmamento para a subsequente continuação do
conflito, mas uma paz duradoura baseada no respeito aos interesses
legítimos de todas as pessoas, de todos os povos que vivem na região",
afirmou Putin.
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Scott Ritter: com exigências de aumento de gastos, Trump adverte OTAN sobre
ruptura próxima
A exigência do
presidente dos EUA, Donald Trump, de os países europeus aumentarem os gastos
com a defesa para 5% do PIB é um sinal de uma possível ruptura de Washington
com a OTAN, disse o analista militar e ex-oficial de inteligência dos EUA Scott
Ritter em entrevista com o jornalista Danny Haiphong.
Anteriormente,
nesta terça-feira (21), Trump declarou, durante a conversa com jornalistas, que
os países da Organização do Tratado do Atlântico Norte além dos EUA devem
gastar mais dinheiro em defesa e aumentar a participação dos gastos
de defesa para 5% do PIB.
"Trump
basicamente advertiu a Europa: cinco por cento ou acaba tudo. A OTAN não será
capaz de alcançar cinco por cento, e Trump sabe disso. E, desta forma, esse é
essencialmente o sinal
de Trump para a OTAN:
'Isto é o fim'. […] A relação de 75 anos dos Estados Unidos com a OTAN
acabou", observa Ritter.
O especialista
também acrescentou que a entrada em funções do novo presidente marcou o início
de uma nova época.
O ministro da
Defesa francês, Sébastien Lecornu, chamou as exigências
de Trump aos
parceiros da OTAN de "chute no traseiro" dos líderes europeus.
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Revista indica 'espiões invisíveis' utilizados pela Rússia na área da operação
militar na Ucrânia
As Forças Armadas
da Rússia usaram um drone FPV com uma câmera de vigilância para reconhecimento
furtivo na zona da operação militar especial, avança a revista americana
Forbes.
Destaca-se que na área
da operação
militar na Ucrânia foi
detectado um drone FPV com estrutura de suporte em bambu equipado com uma
câmera com sensor de movimento.
"O drone com
câmera de vigilância tem um aspecto estranho, mas esta combinação montada
num todo pode ficar ao lado de uma rodovia e enviar secretamente vídeos de cada
veículo que passa por várias semanas. Montado a partir de componentes
comerciais baratos, ele [drone] é um tipo de espião eficiente e furtivo com que
as forças
dos EUA sonhavam."
O artigo sugere que, graças à
estrutura de bambu, a câmera se situa a uma altura que permite efetuar o
monitoramento apesar do relevo do terreno. O operador pode selecionar uma
estrada usada pelo adversário e colocar o sensor para rastrear o movimento
dos comboios
de veículos inimigos.
Segundo a revista,
a bateria do drone dura apenas algumas horas, mesmo em modo de espera, por isso
a câmera corre o risco de ficar no território controlado pelo adversário. No
entanto, mesmo um dia de monitoramento pode justificar o dinheiro gasto.
¨ UE não tem 'plano B' caso Hungria siga bloqueando
prorrogação das sanções antirrussas, diz mídia
A União Europeia
(UE) não tem nenhum "plano B" sobre o assunto de continuação das
sanções contra Rússia, se a Hungria nesse caso tomar a decisão de vetar o
prolongamento das medidas, informa a agência de notícias Bloomberg, citando
diplomatas anônimos.
Os representantes
permanentes dos países-membros
da UE na
reunião que acontecerá na sexta-feira (24), tentarão combinar outra prorrogação
das sanções econômicas contra a Rússia por seis meses, tendo a Hungria
ameaçado bloquear anteriormente.
"Neste momento
não há nenhum 'plano B' sobre a prorrogação das sanções se [Viktor] Orbán
continuar as bloqueando", afirma a agência.
Destaca-se
que se os diplomatas europeus não conseguirem concordar sobre o
prolongamento das sanções contra
Rússia nesta
semana, o assunto será discutido a nível de chefes dos Ministérios das
Relações Exteriores, que vão se reunir em Bruxelas no dia 27 de janeiro.
Porém, a UE deseja tomar a decisão sobre o assunto até o final da
semana ao longo de várias reuniões.
Anteriormente, a
Bloomberg relatou que o primeiro-ministro húngaro Viktor Orbán contou aos
líderes da UE que tomasse a decisão sobre apoio das sanções contra a
Rússia depois da posse do presidente
dos EUA Donald Trump que
aconteceu na segunda-feira (20).
Ele também
sublinhou que é necessário cancelar completamente as sanções contra a
Rússia de modo mais rápido, porém na UE poucos países concordam com essa
ideia.
¨ Escândalo de corrupção de von der Leyen abala posição
internacional da União Europeia, diz analista
Acusada de
ultrapassar os limites de seu cargo e negociar, por debaixo dos panos, um
acordo bilionário com a farmacêutica norte-americana Pfizer, Ursula von der
Leyen pode estar na corda bamba, prenunciando uma derrocada europeia em um
mundo cada vez menos eurocêntrico.
Desde 2023 a
carreira política da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der
Leyen, é atravessada por um escândalo de improbidade administrativa sem
tamanho.
Três anos antes a
mandachuva da União Europeia (UE) negociou
diretamente com
Albert Bourla, presidente executivo da farmacêutica norte-americana Pfizer, a
compra de 1,8 bilhão de doses de vacinas para COVID-19 antes mesmo de elas
terem passado por testes clínicos.
Ao todo, foram
acordados contratos no valor de € 35 bilhões.
Não só essa não era
a função administrativa da presidente da Comissão Europeia como as
negociações foram conduzidas através de mensagens de texto e sem o
consentimento prévio dos países integrantes da UE.
Para piorar, o
marido de Ursula, Heiko von der Leyen, atua como diretor médico da Orgenesis,
empresa que possui colaborações com a Pfizer.
As acusações se
originam a partir da denúncia do lobista belga Frederic Baldan ao tribunal de
Liège, na Bélgica. Mais
de mil pessoas decidiram se juntar ao processo contra Von der Leyen. Os Estados
nacionais da Polônia e da Hungria também optaram por se unir à denúncia.
No entanto o
caminho não foi fácil para as cortes de Liège. A Procuradoria
Europeia tentou blindar Von der Leyen da Justiça, primeiro ao tentar
trazer para si mesma a investigação e, depois, ao afirmar que a líder da
comissão possuía imunidade por seu cargo.
A tramitação do
cargo, no entanto, ainda está para começar, uma vez que Ursula von der
Leyen está hospitalizada com pneumonia, o que garantiu um adiamento do processo
mesmo que a mandante ainda esteja bem para continuar ordenando seus comissários
europeus.
<>< O
enfraquecimento europeu na geopolítica global
Em entrevista à
Sputnik Brasil, a consultora Carolina Pavese, doutora em relações
internacionais pela London School of Economics e professora na Fundação
Instituto de Administração (FIA), o caso vem perdendo força política ao longo
dos anos com os vaivéns burocráticos, beneficiando a própria chefe da Comissão
Europeia, que recém conseguiu ser reeleita para mais um mandato.
No entanto, isso
não quer dizer que Von der Leyen se encontre em uma posição firme, aterrada em
uma forte base política. Para se eleger, ela teve de costurar uma base ampla de
centro-direita bastante
preocupada com os resultados econômicos, o que traz "fragilidade" para
sua posição "pelo próprio momento da conjuntura política da União
Europeia".
"A União
Europeia enfrenta uma crise econômica já antecipada, com muito receio dessa
nova ordem global que [Donald] Trump está costurando e que deve desconsiderar
os interesses europeus."
Para Demetrius
Pereira, professor de relações internacionais da Escola Superior de Propaganda
e Marketing (ESPM) e do Centro Universitário Belas Artes de São Paulo, uma
queda da cartola europeia representa também um abalo dentro e fora da União
Europeia.
Domesticamente, diz
o internacionalista, pode-se ver mais uma tentativa de destituição de Von der
Leyen através de um voto de não confiança do Parlamento Europeu, o que
resultaria em uma dança das cadeiras dentro da política europeia.
Já no cenário
internacional, Pereira explica que o cargo que a chefe da Comissão Europeia
ocupa é o de maior poder dentro do bloco, e o "enfraquecimento da
líder pode levar ao enfraquecimento da organização como um todo".
¨ Especialistas: sem gás russo, Europa pode 'desencadear
uma luta global' pelo hidrocarboneto
A interrupção do
trânsito de gás russo pela Ucrânia a partir de 1º de janeiro de 2025 representa
sérios riscos para a União Europeia (UE), dizem especialistas, acrescentando
que o problema pode resultar em escassez de combustível e outra onda de
aumentos de preços na Europa.
"Neste ano
[2025], definitivamente, haverá escassez de energia na Europa",
diz Francisco Blanch, estrategista de mercado de commodities do Bank of
America.
"A Casa Branca
não pode forçar os exportadores a trabalhar exclusivamente para o mercado
europeu."
De acordo com estimativas da plataforma de análise de investidores MST Marquee,
para atender à demanda, a UE terá que importar mais 10 milhões de toneladas de
gás natural liquefeito (GNL), quase 10% a mais do que em 2024.
De acordo com a
Rystad Energy, a UE apresentou um recorde de 17,8 milhões de toneladas de
GNL em 2024. Em 2023, o número foi de 15,1 milhões de toneladas e, em 2022, de
16,4 milhões.
Segundo analistas,
o bloco europeu terá
que encontrar esses
volumes em algum lugar. Especialistas dizem que o déficit do mercado europeu
será aliviado por projetos de exportação de GNL na América do Norte. No
entanto, isso leva tempo.
Não há garantia de
que a UE e os EUA consigam chegar a um acordo. Embora o presidente dos EUA,
Donald Trump, já tenha prometido fornecer gás norte-americano ao redor do
mundo com o objetivo de obter "domínio energético", o
Departamento de Energia dos EUA duvida da conveniência de expandir as
exportações, pois isso poderia levar a um aumento de preços no mercado interno.
'Luta global' pelo
gás
O rápido
crescimento da indústria de GNL pode elevar os preços do combustível, da
eletricidade e do gás natural. Em um relatório de dezembro
de 2024, o Departamento de Energia dos EUA cita "um aumento
de três vezes para
os consumidores, bem como maiores emissões de gases do efeito estufa".
"Políticos
ocidentais veem as promessas de Trump de garantir o fornecimento ininterrupto
de GNL para a UE como um motivo para desprezar o combustível russo", diz
Pavel Marishev, membro do conselho de especialistas da Sociedade Russa de Gás.
Mas essa posição é "míope" porque "a Casa Branca não pode
obrigar os exportadores a trabalhar exclusivamente para o mercado
europeu", explica o analista.
As consequências
da escassez são
óbvias e incluem enormes contas de luz para consumidores e empresas
industriais, fechamento de fábricas e paralisação de atividades. Em última
análise, observa a Bloomberg,
há o risco de a Europa desencadear uma "corrida global" pelo gás.
Fonte: Sputnik
Brasil
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