terça-feira, 21 de janeiro de 2025

9 frases que marcaram o discurso de posse de Trump

Donald Trump tomou posse como presidente dos Estados Unidos nesta segunda-feira (20/1) prometendo o início de uma "era do ouro" para o país e anunciando medidas como uma "emergência nacional" na fronteira com o México e a deportação de milhões de imigrantes.

O presidente repetiu ameaças de retomar o controle do Canal do Panamá, na América Central, além de anunciar a mudança do nome do Golfo do México para "Golfo da América" — apesar de não estar claro como isso vai acontecer.

Na política doméstica, Trump prometeu encerrar programas de diversidade e disse que o Estado tem que ser "cego" para diferenças raciais e baseado na meritocracia.

"A partir de hoje, será a política oficial do governo dos Estados Unidos que existem apenas dois gêneros, masculino e feminino", disse.

O presidente dedicou a primeira parte de sua fala para prometer "uma nação que seja orgulhosa, próspera e livre".

"Nossa soberania será reconquistada, nossa segurança será restaurada, os pesos da justiça serão reequilibrados", disse Trump,

O republicano atacou a administração Biden, principalmente a respeito do manejo da crise migratória.

O governo deu "financiamento ilimitado para a defesa das fronteiras estrangeiras", mas se recusa a defender as fronteiras americanas, afirmou

Ele acrescentou que o país tem um sistema educacional que "ensina nossas crianças a se envergonharem de si mesmas".

"Todo esse cenário vai mudar, a partir de hoje, e vai mudar muito rapidamente", prometeu.

Em seguida, Trump anunciou uma série de medidas e prioridades.

<><> Veja nove frases que marcaram o discurso do presidente:

·        1 - 'Emergência nacional na nossa fronteira sul'

Trump prometeu que ainda nesta segunda assinará uma ordem executiva declarando estado de emergência na fronteira entre os EUA e o México.

Toda entrada ilegal será "imediatamente interrompida", afirmou o presidente no discurso, acrescentando que o governo começará o processo de devolução de milhões de "estrangeiros criminosos" para de onde vieram.

Ele falou sobre algumas das ações que está planejando, incluindo a reintrodução da chamada política de "permanecer no México" e o envio de mais tropas e pessoal para a fronteira.

"Acabarei com a prática de pegar e soltar, e enviarei tropas para a fronteira sul para repelir a desastrosa invasão do nosso país", disse.

·        2 - Canal do Panamá: 'presente tolo que nunca deveria ter sido dado'

O presidente também voltou a falar sobre retomar o Canal do Panamá, a rota marítima que liga os oceanos Pacífico e Atlântico.

Controlado pelos EUA até 1999, o canal foi um "presente tolo que nunca deveria ter sido dado" ao Panamá, segundo Trump.

O presidente acusou o país da América Central de taxar os navios americanos, enquanto beneficia a China.

"Não o demos para a China. Vamos tomá-lo de volta", disse Trump, recebendo aplausos de seus apoiadores, enquanto Biden e Kamala Harris permanecem impassíveis na plateia.

No início do mês, Trump se recusou a descartar o uso de força militar para tomar o canal. Ele fez essa afirmação durante uma coletiva de imprensa na qual também afirmou que o Canal do Panamá estava sendo operado por soldados chineses, sem apresentar nenhuma evidência.

·        3 - 'Sociedade que não veja cor de pele e seja baseada no mérito'

Trump prometeu que irá acabar ainda nesta semana "com a política do governo de tentar moldar socialmente a raça e o gênero em todos os aspectos da vida pública e privada"

"Vamos forjar uma sociedade que não veja cor de pele e seja baseada no mérito", disse.

"A partir de hoje, será política oficial do governo dos Estados Unidos que existam apenas dois gêneros, masculino e feminino".

Durante a campanha presidencial do ano passado, Trump frequentemente condenou políticas que permitem que atletas trans competissem em esportes femininos e ampliaram as proteções aos direitos civis para indivíduos transgêneros.

É provável que o governo Trump tome medidas para exigir que documentos federais, incluindo passaportes, reflitam o gênero atribuído ao nascimento e para encerrar todo o financiamento governamental para cirurgias de redesignação de gênero.

·        4 - 'Golfo da América'

Trump voltou a falar sobre sua ideia de renomear o Golfo do México para Golfo da América

"Os EUA reclamarão o seu lugar de direito como a maior, mais poderosa e mais respeitada nação do planeta, inspirando o respeito e a admiração de todo o mundo", disse

"Dentro de pouco tempo, mudaremos o nome do Golfo do México para Golfo da América", disse.

Vale lembrar que "América" é como os americanos se referem aos EUA.

O Golfo do México está localizado entre os litorais do leste do México, do sudeste dos Estados Unidos e do oeste de Cuba.

Há acordos internacionais de delimitação de fronteiras marítimas estabelecidos por organizações como a Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar entre os Estados Unidos e o México, os Estados Unidos e Cuba, e o México e Cuba.

O corpo d'água foi chamado pela primeira vez de Golfo do México nos mapas europeus do século 16.

·        5 - 'Nós vamos perfurar, baby'

Trump voltou a prometer que vai "perfurar, perfurar", num incentivo à produção de combustíveis fósseis, em detrimento de fontes de energia renovável.

"A crise da inflação foi causada por gastos excessivos e o aumento dos preços da energia, e é por isso que hoje também declararei uma emergência nacional de energia. Vamos perfurar, querida, perfurar", disse.

O presidente prometeu que os EUA voltarão a ser "industrial".

"Temos algo que nenhuma outra nação industrial jamais terá, a maior quantidade de petróleo e gás de qualquer país na Terra. E vamos usá-la. Vamos reduzir os preços, preencher novamente nossas reservas estratégicas, até o topo, e exportar a energia americana por todo o mundo. Seremos uma nação rica novamente, e é aquele ouro líquido sob nossos pés que ajudará a fazer isso", declarou.

·        6 - 'Dia da libertação'

No discurso, Trump lembrou a tentativa de assassinato que sofreu na campanha, quando foi atingido de raspão na orelha

"Acredito que minha vida foi salva por um motivo. Fui salvo por Deus para tornar a América grande novamente", disse.

O presidente continuou: "Vamos agir com propósito e rapidez para trazer de volta a esperança, a prosperidade, a segurança e a paz para cidadãos de todas as raças, religiões, cores e credos. Para os cidadãos americanos, 20 de janeiro de 2025 é o dia da libertação".

Essa expressão é usada normalmente para se referir a países que estavam sob ocupação de forças estrangeiras.

·        7 - 'Quero ser um pacificador'

Trump também apelou à unificação do país e ressaltou seu papel no acordo de cessar-fogo em Gaza.

"Construiremos novamente o exército mais forte que o mundo já viu. Mediremos nosso sucesso não apenas pelas batalhas que vencemos, mas também pelas guerras que encerramos e, talvez mais importante, pelas guerras nas quais nunca entramos", disse.

"Meu maior legado será o de um pacificador e unificador, é isso que quero ser, um pacificador e um unificador".

·        8 - Fincar a bandeira americana em Marte

Aos americanos, Trump prometeu que sua presidência será um momento de "coragem e vigor", em um país que "expande seu território".

"E perseguiremos nosso destino manifesto nas estrelas, lançando astronautas americanos para fincar as estrelas e as listras [da bandeira americana] no planeta Marte."

O presidente seguiu: "a ambição é a força vital de uma grande nação e, neste momento, nossa nação é mais ambiciosa do que qualquer outra".

·        9 - 'Trazer de volta a liberdade de expressão'

O presidente Trump disse que "após anos de esforços ilegais e inconstitucionais do governo federal para restringir a livre expressão", assinará uma ordem executiva para "parar imediatamente toda a censura governamental e trazer de volta a liberdade de expressão" para os EUA.

Ele disse ainda que não permitirá que o "poder do estado" seja usado como uma "arma para perseguir opositores políticos", referindo-se a si próprio.

"Sob minha liderança, restauraremos uma justiça justa, igualitária e imparcial sob a regra constitucional", declarou.

 

¨         O que significa a emergência nacional na fronteira dos EUA que Trump anunciou após tomar posse

O presidente dos Estados Unidos Donald Trump, que tomou posse nessa segunda-feira (20/1), afirmou que a primeira de uma série de ordens executivas atos será declarar uma "emergência nacional" na fronteira entre os Estados Unidos e o México.

"Toda entrada ilegal será imediatamente interrompida e se iniciará um processo de devolução de milhões e milhões de imigrantes criminosos aos lugares de onde vieram", disse o presidente em seu discurso, aplaudido de pé pelos presentes.

Trump tornou-se oficialmente presidente em cerimônia no Capitólio dos EUA. Esperava-se que ele começasse a assinar ordens logo em seguida.

Em seu discurso, ele mencionou ainda algumas das medidas que pretende adotar, como a reinstauração da chamada política "Fique no México" e o envio de mais tropas e recursos humanos para a fronteira.

As medidas no primeiro dia de governo tem como objetivo reverter rapidamente as políticas da administração Biden.

Trump deve assinar cerca de 100 ordens executivas até o final do dia, abordando questões que vão desde imigração e energia até economia e questões de gênero.

Como parte de seus planos, Trump também ordenará a retomada da construção do muro na fronteira e que algumas organizações criminosas sejam oficialmente designadas como terroristas estrangeiras.

Durante a campanha, Trump prometeu acabar com o que chamou de políticas de "fronteira aberta" de Joe Biden.

·        O que se sabe sobre a medida

Em uma série de ligações com repórteres na manhã desta segunda-feira, membros do novo governo Trump detalharam dezenas de ordens executivas que o presidente planeja adotar, incluindo dez focadas no que um dos funcionários descreveu como "políticas de imigração de bom senso".

Os assessores disseram que Trump planeja acabar com o direito à cidadania por nascimento, o que significa que filhos de imigrantes indocumentados que vivem nos EUA não seriam mais automaticamente considerados cidadãos americanos.

O direito à cidadania por nascimento, no entanto, está garantido na Constituição dos EUA e exigiria uma votação de dois terços em ambas as Casas do Congresso para ser alterado. Mas não foram fornecidos mais detalhes sobre como Trump pretende realizar essa mudança.

Como parte da declaração de emergência nacional na fronteira, Trump também instruirá o Departamento de Defesa a "selar a fronteira" e a mobilizar recursos e pessoal adicionais, incluindo capacidades de combate a drones. Em seu discurso, o presidente mencionou o envio de tropas ao local.

Além disso, a administração Trump planeja reinstaurar a controversa política "Fique no México", como mencionado em seu discurso, o que exige que migrantes aguardem os processos de asilo no lado mexicano da fronteira.

·        Outras ações inaugurais

Os novos membros do governo Trump também prometeram o início de uma abordagem "de todo o governo" para enfrentar a inflação, além de ordens executivas para aumentar a produção de energia nos EUA e reduzir os altos custos de energia para os consumidores.

No entanto, os assessores confirmaram que nenhuma nova tarifa será anunciada no dia da posse, apesar de essa ser uma parte central da visão econômica do presidente eleito.

Trump havia declarado anteriormente que imporia novas tarifas sobre produtos importados do Canadá, México e China em seu primeiro dia no cargo.

Os assessores também disseram que Trump pretende "acabar com DEI [diversidade, equidade e inclusão]" no governo e estabelecer como política oficial que os EUA reconhecem apenas dois sexos: masculino e feminino.

A nova secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, tuitou que Trump também planeja renomear o Golfo do México como "Golfo da América".

A montanha mais alta da América do Norte, Denali, também voltará a ser chamada de Monte McKinley – seu nome até ser alterado pelo presidente Barack Obama em 2015.

Após o discurso de posse, Trump participa de um desfile e uma série de bailes oficiais à noite.

Cerca de 20 mil pessoas são esperadas no desfile, que foi transferido para o Capital One Arena no fim de semana devido a preocupações com as temperaturas extremamente baixas em Washington, DC.

A multidão é apenas uma fração dos aproximadamente 220 mil convidados esperados para assistir ao evento nos jardins do Capitólio.

Na manhã de segunda-feira, uma mesa foi montada no centro da arena – o que, segundo especulações, poderia ser usada para Trump assinar ordens executivas diante de seus apoiadores.

 

 

Fonte: BBC News

 

Nenhum comentário: