terça-feira, 26 de novembro de 2024

Arnóbio Rocha: Prisão de Bolsonaro, já?

Diante dos fatos trazidos aos holofotes na última terça, 19 de novembro, com a prisão de quatro militares do Exército, um deles General, e um Delegado da Polícia Federal, expôs a conspiração golpistas e do que seria o assassinato do Presidente eleito, Lula, de seu Vice, Alckmin e do ministro do STF e Presidente do TSE, Alexandre de Moraes, o conjunto probatório é inequívoco sobre a participação do ex-presidente Bolsonaro e a cúpula do seu governo, de vários militares de alta patente, assessores, ex-ministros, cúpula dos partidos que estavam no Governo.

Segundo Miriam Leitão, no Globo, edição de 21 de novembro: “O inquérito do golpe está sendo encerrado hoje e eu soube que haverá dezenas de indiciados pela Polícia Federal, entre eles, o ex-presidente Jair Bolsonaro, os generais Heleno e Braga Netto, o delegado Alexandre Ramagem e provavelmente o presidente do PL Valdemar Costa Neto. O que ouvi foi de uma fonte nesta manhã de quinta-feira foi que “ninguém ficará impune”.

E detalha a colunista de O Globo: “E que vão ser reunidos os cinco eixos da investigação: ataques virtuais a opositores; ataque às instituições, às urnas eletrônicas, ao processo eleitoral; tentativa de golpe de Estado; ataque às vacinas contra Covid, e uso da estrutura do Estado para obtenção de vantagens.”

Ora, diante da gravidade que já se intuía, mas agora se expôs, não seria hora de prender Bolsonaro?

Os critérios do Código de Processo Penal estão piscando em luzes vermelhas, pois a prisão pode ser decretada em qualquer fase do processo ou da instrução criminal, sempre por juiz competente e pelo requerimento do Ministério Público, quando pedida pela autoridade policial, com quesitos bem objetivos, nesse caso, na minha opinião, Bolsonaro e seus aliados mais próximos gabaritaram um a um: Garantia da Ordem Pública, assegurar a instrução criminal, tem provas suficientes e ainda há razoável risco de fuga, como demonstrou a ida de Bolsonaro à embaixada da Hungria.

As cenas dos próximos capítulos estão com o Procurador-Geral da República, Paulo Gonet, que parecia adormecido, como a bela, não se pode demorar mais, o robusto trabalho da Polícia Federal, todos os cenários e provas elencadas, combinado com o sentido da impunidade de Bolsonaro e de seus comandados estão livres, como se atentar contra o Estado de Direito, a quebra da Ordem, de ruptura da Democracia fosse apenas um mero exercício de desejo, por pessoas que têm desprezo pela democracia e sempre deixaram isso muito claro, nunca procuraram disfarçar o pendor autoritário, inclusive, o tesão por torturadores e ditadores.

Há muita gente tensa, exigindo prisão, punição imediata, estilo lava jato, o que seria prejudicial ao país e à democracia. O Estado de Direito pressupõe regras e nem um atropelo à legalidade, não importa que em outras situações houve crimes contra a democracia ao se prender, perseguir sem provas. Esse processo está sendo bem conduzido tanto pela PF quanto pelo Ministro Alexandre de Moraes, ainda que Gonet se demore, não se pode invalidar o enorme esforço que está sendo feito.

O cerco está se fechando, um passo importante demais num país acostumado a varrer para debaixo do tapete os crimes, especialmente dos militares e da extrema-direita, basta ver as tentativas de anistiar esses crimes contra a democracia, que mataria os eleitos e pelo menos um ministro do STF. A sensação é de que em breve se tenha uma robusta denúncia e se passe para o julgamento dos golpistas, não apenas dos pés-rapados do 8 de janeiro, mas dos líderes e financiadores dessa malfadada história nefasta.

O silêncio ensurdecedor de Tarcísio de Freitas, Zema, Caiado e de toda extrema-direita é um sinal claro de conivência e medo, até quando aprovavam um Golpe?

É trabalhar a ansiedade e confiar nas instituições!

 

•                                    Não podemos normalizar os golpes. Por Adilson Roberto Gonçalves

Queriam matar o Presidente e o Vice-Presidente eleitos. Queriam matar o Ministro do STF e do TSE. Já quiseram explodir o sistema de abastecimento de água de Guandu. Imitaram o RioCentro com explosão “acidental” em frente ao STF, que está sendo forçada como suicídio de um louco. E vamos normalizando golpes e mais golpes e as tentativas de golpes, ouvindo um dos herdeiros de um dos mentores do golpe dizer que são “apenas” situações pontuais.

Querem normalizar o crime ao chamar o terrorista de doente. O atentado pode ter sido fruto de um surto psíquico, mas as evidências mostram planejamento e motivação. Ao não cortarmos o mal pela raiz, com a prisão dos mentores de golpes e correlatos, viveremos mais dias de tensão. Paradoxalmente, quando verdadeiras questões de saúde pública vêm à tona, como o aborto e a dependência química, os mesmos extremistas de direita avocam motivos religiosos e “em defesa da vida” para se oporem.

Que a estapafúrdia PEC da anistia seja enterrada de vez, que mais essa leva de criminosos militares seja devidamente processada, julgada e presa, e que os mentores – que continuam sendo os mesmos e continuam livres! – sejam tirados de circulação, pois estamos em risco institucional.

Incluo uma abordagem para além dos trópicos. Os analistas pós-reeleição de Donald Trump se dividem entre os que forçam um processo democrático corriqueiro de alternância de poder e os que alertam para um extremismo de direita nunca antes visto. Os que normalizam a questão parecem se esquecer do que foi a república de Weimar, na Alemanha, de onde houve a ascensão dos nazistas. Tudo parecia em ordem, democrático, justo e lógico. Deu no que deu.

 

•                                    PF indicia Jair Bolsonaro e mais 36 ex-integrantes do governo por tentativa de golpe de Estado

A Polícia Federal (PF) indiciou, nesta quinta-feira (21), Jair Bolsonaro (PL) e ex-integrantes de seu governo por crimes relacionados à tentativa de golpe de Estado após a derrota nas eleições de 2022. Bolsonaro e outros envolvidos são acusados de abolição violenta do estado democrático de direito, golpe de Estado e organização criminosa, destaca o g1.

O relatório final da investigação, que soma mais de 800 páginas, foi concluído e será encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF). A decisão sobre apresentar ou não denúncia contra os indiciados caberá à Procuradoria Geral da República (PGR), e o julgamento será feito pela Corte Suprema.

De acordo com a reportagem, ao todo foram indiciacas 37 pessoas , incluindo o general Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI); Braga Netto, general e ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, além de candidato a vice na chapa derrotada em 2022; Alexandre Ramagem, delegado e ex-presidente da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) e Valdemar Costa Neto, presidente do PL.

A investigação aponta que os envolvidos planejaram e, em alguns casos, executaram ações que tinham como objetivo subverter a ordem democrática e impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Os crimes pelos quais os indiciados podem responder incluem: abolição violenta do estado democrático de direito: Pena de 4 a 8 anos de reclusão, além de mult; golpe de Estado: Pena de 4 a 12 anos de reclusão; organização criminosa: Pena de 3 a 8 anos de reclusão, acrescida de multa.

Com o envio do relatório ao STF, a PGR analisará as provas apresentadas e decidirá se oferece denúncia contra os indiciados. Caso as denúncias

•                                    Operação da PF sobre trama golpista para matar Lula isola Bolsonaro e enterra chance de anistia, avalia Planalto

Integrantes do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) avaliam que a operação Contragolpe, deflagrada na terça-feira (19) pela Polícia Federal, aumenta o isolamento de Jair Bolsonaro (PL) e enfraquece sua tentativa de manter um discurso internacional em defesa de uma anistia, diz o jornalista Paulo Cappelli em sua coluna no Metrópoles.

A operação, que resultou na prisão quatro militares e um policial federal, apontou uma trama para um golpe de Estado que incluía o assassinato do presidente Lula, do vice-presidente Geraldo Alckmin e do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

As investigações apontam que o esquema foi discutido na residência do general Walter Braga Netto, ex-ministro e candidato a vice na chapa de Jair Bolsonaro em 2022, e envolveu figuras de alta patente, como o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-mandatário, e o general Mario Fernandes, ex-ministro interino da Secretaria-Geral da Presidência.

Ainda de acordo com a reportagem, aliados do governo avaliam que Bolsonaro, outrora capaz de reunir governadores e lideranças conservadoras em manifestações contra as instituições democráticas, enfrenta agora um cenário de crescente isolamento. Governadores como Ronaldo Caiado (União Brasil-GO) e Ratinho Jr. (PSD-PR), que figuram como potenciais candidatos à Presidência em 2026, evitam se associar ao ex-mandatário, temendo o desgaste político.

O racha na direita foi acentuado nas eleições municipais. Bolsonaro e Caiado se desentenderam ao apoiar candidatos opostos em Goiânia, enquanto, em Curitiba, o apoio do ex-presidente ao candidato de Ratinho Jr. foi marcado por contradições e gestos de apoio à adversária do governador. Nos dois casos, as lideranças estaduais saíram vitoriosas, o que, na visão do Planalto, enfraquece a influência de Bolsonaro.

No plano global, o caso gerou repercussões nos bastidores do G20. Enquanto aliados de Bolsonaro apostavam na eleição de Donald Trump nos Estados Unidos para alavancar seu discurso de anistia, Lula conseguiu realizar 11 reuniões bilaterais com chefes de Estado durante o evento. A operação da PF não passou despercebida entre as lideranças presentes na cúpula do G20.

•                                    Policial federal implica agente da Abin em plano para assassinar Lula, Alckmin e Moraes

O depoimento do agente da Polícia Federal Wladimir Matos Soares, preso na última terça-feira (19), incluiu mais um nome na lista de suspeitos de planejar um golpe de Estado para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo o agente, Alexandre Ramalho, da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), teria participado da articulação que envolvia o assassinato de Lula, do vice-presidente Geraldo Alckmin e do ministro do STF Alexandre de Moraes. As informações foram divulgadas pelo G1.

Wladimir confessou que foi cooptado por Ramalho durante uma conversa na Academia da Polícia Federal, em Brasília. Ele afirmou que o plano incluía sua atuação na segurança de Jair Bolsonaro, caso o ex-presidente optasse por não entregar a faixa presidencial. Além disso, o agente da PF revelou ter frequentado o acampamento golpista em frente ao Quartel-General do Exército, durante a transição de governo, o que levou ao seu afastamento das funções na segurança de Lula.

<><> Conexões com militares e o alto escalão bolsonarista

De acordo com as investigações da PF, Wladimir Matos esteve diretamente ligado a um grupo de quatro militares presos na mesma operação, entre eles o general da reserva Mário Fernandes, apontado como figura central no planejamento. Documentos e áudios apreendidos indicam que Fernandes e Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, mantinham discussões detalhadas sobre o golpe, incluindo reuniões na casa do general Braga Netto, ex-ministro da Defesa e candidato a vice na chapa de Bolsonaro em 2022.

Um áudio recuperado pela PF revela que Mauro Cid participou de reuniões estratégicas para debater ações golpistas. Apesar de ter negado envolvimento no plano durante interrogatórios, os investigadores apontam contradições em suas declarações. Cid, que firmou um acordo de delação, pode perder os benefícios conquistados, como o direito de responder ao processo em liberdade, caso a Justiça considere que ele descumpriu os termos do acordo.

<><> Ramificações do plano golpista

O depoimento de Wladimir Matos detalha um esquema que envolvia não apenas militares, mas também agentes de inteligência e membros do segundo escalão da segurança presidencial. A PF investiga o alcance da conspiração e busca determinar o nível de envolvimento de outras figuras do governo Bolsonaro e das Forças Armadas.

Entre os planos detalhados, o grupo discutiu o assassinato de Alexandre de Moraes por meio de explosivos e estratégias para inviabilizar a posse de Lula e Alckmin. Documentos apreendidos com os militares incluem roteiros de ação, apelidados de “Planilha do Golpe”, e menções ao uso da força para "pacificar" o país após a ruptura democrática.

<><> Avanço das investigações e próximas etapas

O inquérito da PF está em fase final, e o ministro Alexandre de Moraes, do STF, intimou Mauro Cid para prestar novo depoimento nesta quinta-feira (21), a fim de esclarecer as inconsistências em suas declarações anteriores. Moraes também autorizou o acesso da defesa de Braga Netto aos documentos da investigação.

A defesa de Mauro Cid não se manifestou sobre o caso, e os representantes legais de Alexandre Ramalho e dos demais presos na operação não foram localizados. O Exército e a Abin também não comentaram o envolvimento de seus membros nas investigações.

<><> O impacto na segurança institucional

As revelações adicionam um novo capítulo à crise envolvendo atos golpistas e a tentativa de subverter o processo democrático no Brasil. O envolvimento de agentes de Estado, incluindo membros da Abin e militares de alta patente, reforça a necessidade de maior vigilância e responsabilização dentro das instituições públicas.

Com a possibilidade de novos nomes surgirem ao longo das investigações, o caso expõe a gravidade das ameaças enfrentadas pela democracia brasileira e a urgência de medidas para proteger as instituições republicanas.

 

•                                    Sem anistia: é hora de acabar com o golpismo no Brasil. Por Chico Vigilante

As revelações da Polícia Federal sobre o plano golpista liderado por Jair Bolsonaro não deixam dúvidas: é fundamental ir até o fundo dessas investigações. Tudo indica que o ex-presidente capitão Capiroto não só idealizou, como teve o apoio de generais e aliados com histórico de golpismo, remontando ao golpe militar de 1964. Esses envolvidos carregam no DNA o espírito de atentar contra a democracia.

Além disso, as investigações precisam apurar o suposto uso de recursos do fundo partidário do PL para financiar atos antidemocráticos. A denúncia de que Braga Neto teria solicitado R$ 100 mil ao partido para fomentar a trama é gravíssima. Se confirmada, o PL deve ser cassado, pois partido político não é para financiar terrorismo, mas para fortalecer a democracia.

Sob a liderança técnica de Andrei Rodrigues, a Polícia Federal vem atuando com firmeza e seriedade, sem espetáculos. No entanto, a sociedade precisa permanecer vigilante para que essa extrema direita golpista seja definitivamente banida. Direita ou esquerda, o que precisamos é de tolerância e respeito. Não podemos permitir que o ódio implementado por Bolsonaro, como vimos em discursos incitando violência, continue contaminando o país. Ou não se lembram quando ele “fingiu” fuzilar petistas no aeroporto do Acre?

Os acampamentos golpistas, longe de serem formados por inocentes, estavam repletos de criminosos que precisam ser responsabilizados. Não há espaço para anistia. Já vimos o resultado de anistiar os golpistas de 64: décadas de retrocessos e instabilidade. As investigações devem continuar com rigor, mesmo que doa a quem doer. É hora de erradicar o germe do golpismo de uma vez por todas e proteger a democracia brasileira.

 

Fonte: Brasil 247

 

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