Flávio
Bolsonaro se desespera e sugere que Lula armou plano do próprio assassinato
O
senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), desesperado diante da iminente possibilidade
de prisão de seu pai, Jair Bolsonaro, tem recorrido a distorções e fake news. A
movimentação ocorre após revelações de que militares, com a anuência do
ex-presidente, teriam planejado assassinar o atual mandatário, Luiz Inácio Lula
da Silva, como parte de um esquema para deflagrar um golpe de Estado no Brasil.
Na
última terça-feira (19), a Polícia Federal (PF) prendeu quatro militares e um
agente da própria corporação, todos próximos a Bolsonaro. Segundo as
investigações, os envolvidos teriam articulado o plano na residência do
ex-ministro da Casa Civil, general Walter Braga Netto, em novembro de 2022. O
objetivo seria assassinar Lula, então presidente eleito, o vice-presidente
eleito Geraldo Alckmin e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF),
Alexandre de Moraes. A operação representa uma etapa crucial na busca por
evidências que conectam Jair Bolsonaro diretamente à tentativa de golpe e
levá-lo ao indiciamento no inquérito sobre os atos golpistas.
Em
claro gesto de desespero, Flávio Bolsonaro recorreu ao X (antigo Twitter) na
madrugada desta quinta-feira (21) para divulgar um vídeo no qual sugere que o
plano para assassinar Lula teria sido, na verdade, uma armação do próprio
presidente. O material divulgado pelo senador inclui trechos editados de
discursos de Lula, manipulados para insinuar que o atual mandatário estaria
usando "narrativas" para transformar mentiras em verdades,
supostamente aplicando esse método às acusações sobre o plano para assassiná-lo.
Entretanto,
o discurso original de Lula, usado por Flávio no vídeo, tinha um contexto
completamente diferente. Na fala, feita em 14 de abril de 2022, Lula criticava
o método bolsonarista de enganar o público, fazendo as pessoas acreditarem em
mentiras como se fossem verdades. Além disso, o vídeo divulgado por Flávio
mistura trechos de diferentes discursos de Lula, reforçando a manipulação com o
intuito de confundir os seguidores do senador.
"A
narrativa não se sustenta de pé. Quatro pessoas, sozinhas, derrubariam a
República e o restante do país todo iria obedecer a eles?", escreveu
Flávio Bolsonaro em sua publicação, tentando desqualificar as investigações da
PF.
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Flávio Bolsonaro ameaça Moraes
O
senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) fez uma grave ameaça contra o ministro
Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), na tarde desta
terça-feira (19) durante sua fala na Comissão de Segurança Pública do Senado.
Completamente
alterado, Flávio Bolsonaro exige que a anistia a todos os golpistas do 8 de
janeiro seja aprovada e dispara contra Alexandre de Moraes.
"Eu
digo o seguinte para o Alexandre de Moraes, ele tem duas opções: ou a gente
aprova a anistia ampla, geral e irrestrita pra todo mundo e algum parlamentar
faça uma emenda para incluir ele nessa anistia, porque ele cometeu crimes ao
longo desse tempo", inicia Flávio Bolsonaro.
O
senador continua: "ou a gente, da mesma forma, vai aprovar a anistia e,
quando nós tivermos maioria neste Senado, a gente vai cassar o Alexandre de
Moraes. Ele vai ser impedido pelos diversos crimes que ele reiteradamente está
cometendo, desgraçando a vida de centenas de milhares de famílias
brasileiras."
As
declarações de Flávio Bolsonaro ocorrem horas após a Polícia Federal (PF)
deflagrar operações em que quatro membros do Exército e um agente da PF foram
presos por terem elaborado um plano para matar o presidente Lula (PT), o
vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes, do STF.
• Carlos
Bolsonaro expõe desespero da família em post bizarro
O
vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ) expôs o desespero de sua família e aliados a
partir de duas publicações bizarras, nas quais tenta esmurrar os fatos e
desqualificar as recentes descobertas da Polícia Federal (PF) de que havia uma
trama, com o conhecimento do ex-presidente Jair Bolsonaro, para matar o
presidente Lula (PT), o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro
Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Em
uma das publicações, Carlos Bolsonaro compartilha uma matéria que revela que o
ex-presidente teria negado o pedido de um general para que nomeasse um ministro
da Defesa favorável a um golpe de Estado.
Para
Carlos Bolsonaro, a tese de que seu pai é golpista é um "devaneio".
"É curioso que todos os dias tem gente aqui pedindo que teria que ter tido
golpe e usando os mais criativos chavões oriundos de sujeitos emocionados,
amantes de lacrações e do perfil que os senhores sabem qual é. Enquanto que, em
efetividade, a ocupação de espaços, nada. Não me importo como acham que me
importo. Trazemos apenas fatos. E a espada sangrenta dos teclados diante da
realidade vai continuar com sua desonestidade ou cegueira até onde puderem. Que
sejam felizes em seus devaneios sem lógica ou racionalidade."
Já
em outra publicação, Carlos Bolsonaro dá a entender que todas as acusações
contra seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, de que ele teria participado de
uma trama golpista, são criações do "consórcio", sem especificar quem
forma esse tal consórcio.
Escreveu
Carlos Bolsonaro: "Até agora, não entendi como se espera um golpe
assinando uma proposta que depende de fundamento legal, aprovação de conselho e
apreciação do Congresso, que, até onde todos sabem, não mostraram nem sua
elaboração. Então, do nada, surge novamente mais uma dedução de planejamento
para mortes, como tentam fazer há tempos. Óbvio que o objetivo de mais essa
maluquice toda é sensibilizar uns e colocar a pecha que tentam há anos em
outro. Tipo, não é o que acho; é o que até o consórcio mostra."
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Bolsonaro se vitimiza com vídeo nas redes e toma invertida histórica
Acuado
com a possibilidade cada dia mais iminente de ir para a prisão - seja
preventiva ou condenado por liderar uma tentativa de golpe de Estado -, Jair
Bolsonaro (PL) se vitimizou publicando um vídeo nas redes sociais nesta
quarta-feira (20).
No
entanto, a estratégia covarde do ex-presidente - que ainda não se pronunciou
sobre o plano tramado por um ex-assessor militar seu para assassinar Lula,
Geraldo Alckmin (PSB) e Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF)
- resultou em uma invertida histórica.
Após
o filho Flávio Bolsonaro (PL-RJ) dizer que "vontade de matar alguém todo
mundo alguma vez na vida já teve" para justificar os planos de assassinato
das autoridades, o ex-presidente resgatou um vídeo em que um homem não
identificado diz que ele tem que ser assassinado. O vídeo foi publicado sem
legenda.
No
entanto, Bolsonaro foi lembrado de um detalhe importante pelo cientista
político Caio Barbosa, da USP, que pesquisa justamente o bolsonarismo e a
direita brasileira.
"Esse
cara tem cargo no governo?", indagou sobre o homem que aparece no vídeo.
"Não? Ufa, pensei que era um plano do governo junto a militares pra dar um
golpe", disparou Barbosa, em invertida histórica.
Na
mesma publicação, diversos seguidores ironizaram pela iminente possibilidade de
prisão do Bolsonaro com um "tic-tac".
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Desespero no clã
A
publicação mostra o desespero do clã Bolsonaro com a revelação do plano de
assassinato incluído na intentona golpista articulada pelo ex-presidente em
2022, quando foi derrotado nas urnas pelo presidente Lula.
Filho
"01", Flávio Bolsonaro soltou uma pérola ao falar sobre o tema
durante sessão da Comissão de Segurança Pública que debatia sobre a situação de
presos nos atos golpistas de 8 de janeiro.
"Essa
situação de hoje não era nem para ter inquérito aberto. Vontade de matar alguém
todo mundo alguma vez na vida já teve. Por mais que seja abominável esse
sentimento, isso não é crime", afirmou.
Aos
berros, o irmão, deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) tentou levar a tese
adiante.
"Vamos
prender, então, o jornalista da Folha que escreveu que queria a morte de Jair
Bolsonaro. Vamos prender a pessoa que fez a peça publicitária jogando bola com
a cabeça de Bolsonaro decapitado. É isso que a gente quer? É isso que vocês da
imprensa querem?", disparou, ignorando que há uma investigação ampla sobre
um golpe de Estado, que inclui o plano de assassinato de autoridades.
Já
Carlos Bolsonaro (PL-RJ) resgatou uma já conhecida estratégia na manhã desta
quarta-feira (20).
Em
publicações nos Stories de seu perfil no Instagram, Carlos Bolsonaro expôs,
mais uma vez, foto do pai sem camisa em uma maca de hospital em uma das
internações que o ex-presidente teve desde a facada desferida durante a
campanha em 2018.
Na
imagem, Bolsonaro aparece internado sobre os dizeres: "esse sim realmente
sofreu uma tentativa de assassinato".
A
estratégia de publicar fotos do pai internado por causa da facada é repetida
por Carlos Bolsonaro em todos os momentos de crise que atingem o ex-presidente.
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O crime é outro
O
professor de Direito Constitucionalista Pedro Serrano lembra que “neste caso, o
crime é tentativa de golpe. O tipo penal não é dar um golpe”, adverte.
“Não
existe crime em dar um golpe porque uma vez que se dá um golpe você funda uma
nova ordem jurídica e, obviamente, os novos governantes não vão considerar o
que eles fizeram um crime”, explica.
"Você
inicia uma tentativa de golpe quando você se reúne, começa a fazer o
planejamento. E isso não é só no Brasil. A Alemanha prendeu 20 pessoas no ano
passado, inclusive um empresário ligado ao bolsonarismo, pelo simples fato de
fazerem reunião planejando dar um golpe”, recorda o jurista.
“Neste
caso”, prossegue Serrano, “eu não tenho dúvidas que eles começaram com a
execução da tentativa. Eles seguiram um ministro de Estado, acompanharam a vida
do Lula, do Alckmin e do Alexandre de Moraes, autoridades que, segundo o
planejamento deles, seriam mortas. Isso, evidentemente, é iniciar a execução de
uma tentativa de golpe, além da conspiração”, encerrou.
• Heleno e
Braga Netto podem ser presos
Após
a prisão da facção que planejou o assassinato de Lula, Geraldo Alckmin (PSB) e
Alexandre de Moraes, a Polícia Federal (PF) finaliza na manhã desta
quinta-feira (21) a lista, que já conta com mais de 40 nomes, dos membros da
Organização Criminosa de Jair Bolsonaro (PL) que serão indiciados pelos crimes
de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e Golpe de Estado.
A
lista constará em um longo relatório que será entregue pelos investigadores ao
ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e ao Procurador-Geral da República
(PGR), Paulo Gonet.
A
Fórum apurou que, diante dos fatos divulgados com o levantamento do sigilo
sobre o pedido feito ao STF para a prisão da facção homicida da OrCrim de
Bolsonaro, os investigadores cogitam pedir as prisões preventivas dos generais
Augusto Heleno, ex-ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI),
e de Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e candidato a vice na chapa do
ex-presidente em 2022. Para que isso ocorra, uma operação relâmpago pode ser
desencadeada nas próximas horas.
Heleno,
que seria o chefe da transição, e Braga Netto, que atuaria como coordenador do
"gabinete de crise" até a instauração da Ditadura bolsonarista, são
considerados peças-chaves na arquitetura do golpe. O receio é que, com as
provas contundentes, os dois militares tentem fugir do país - ou, ainda,
influenciar de alguma forma a atual cúpula das Forças Armadas.
Segundo
fontes ouvidas pela Fórum, os investigadores estariam em contato com o comando
das Forças Armadas já que a lista de indiciados vai incluir militares de alta
patente.
Entre
os nomes certos que serão indiciados estão o general Paulo Sergio Nogueira de
Oliveira, ex-comandante do Exército e ex-ministro da Defesa, e o almirante
Almir Garnier, que comandou a Marinha e teria colocado as tropas à disposição
do golpe.
Os
investigadores da PF também cortarão na própria carne. Agentes da corporação,
especialmente os que atuaram sob o comando de Alexandre Ramagem na Agência
Brasileira de Inteligência (Abin), estão na lista de indiciados.
O
rol ainda inclui Anderson Torres, ex-ministro da Defesa, e Silvinei Vasques,
ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF).
A
previsão é que o documento seja entregue até o final da tarde desta
quinta-feira ou, no máximo, na manhã desta sexta-feira (22).
• Com medo da
prisão, Braga Netto se esconde e diz que agiu por "lealdade" a
Bolsonaro
Acusado
pela Polícia Federal (PF) de ser o anfitrião da reunião em que foi tramado o
plano de assassinato de Lula, Geraldo Alckmin (PSB) e Alexandre de Moraes, o
general da reserva Walter Braga Netto, que foi candidato a vice na chapa de
Jair Bolsonaro (PL) em 2022, tem se mantido recluso, escondido, em seu
apartamento em Copacabana, na zona sul do Rio, de onde mantém contato apenas
com aliados próximos.
Articulador
de um movimento saudosista da Ditadura desde o golpe de Michel Temer (MDB)
e que levou Bolsonaro ao poder em 2018,
Braga Netto, segundo a PF, sediou no apartamento onde morava, na Asa Sul em
Brasília, a reunião em que foi discutido o chamado plano 'Punhal Verde e
Amarelo', que seria executado no dia 15 de dezembro de 2022, para matar os
então presidente e vice eleitos, além do ministro do Supremo Tribunal Federal
(STF). Um quarto alvo, provavelmente o também ministro Flávio Dino, está na
lista com o codinome "Juca", mas não foi identificado pela PF.
Segundo
informações de Lauro Jardim, no jornal O Globo, Braga Netto tem descoversado
sobre o tema e a aliados próximos, com quem ainda mantém contato, nega que
tenha feito reunião para "tratar de plano algum".
Braga
Netto, no entanto, sinaliza que pode colocar tudo na conta de Bolsonaro. O
general afirma aos interlocutores que tudo que fez foi por "lealdade"
ao ex-presidente e que teria tido "correção ética e moral" nos
conselhos dados ao "capitão".
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Barata voa
A
prisão do general Mario Fernandes, que atuou como ministro-substituto da
Secretaria-Geral da Presidência e seria o líder da facção que planejou os
homicídos em série, instalou um clima de barata voa na antiga cúpula do governo
Jair Bolsonaro.
Titular
da pasta à época, o general da reserva Luiz Eduardo Ramos estaria desesperado e
ligou para diversos interlocutores, segundo Bela Megale, para se eximir da
nomeação do militar.
Ramos
tem dito que não tinha proximidade com Fernandes e que nomeou o general como
"02" da pasta a mando de Braga Netto.
Fernandes,
no entanto, teria uma relação próxima diretamente com Bolsonaro e, segundo a
PF, seria peça-chave na articulação golpista.
O
general, que foi comandante das Forças Especiais do Exército - onde são
treinados os chamados "kids pretos" -, atuava como "ponto
focal" entre Bolsonaro e os manifestantes golpistas acampados em frente ao
Quartel-General do Exército em Brasília e teria ciência do primeiro ato
golpista, quando bolsonaristas tentaram invadir a sede da PF na capital
Federal, em 12 de dezembro.
Fernandes
ainda atuaria exercendo pressão sobre a cúpula das Forças Armadas, em especial
do Exército, para que aderissem ao golpe, além de recrutar os "kids
petos" de média patente para a ação homicida.
• "Se
Braga Netto sabia, como Bolsonaro não sabia?", indaga Dirceu sobre plano
para matar Lula
Ex-ministro
no primeiro governo Lula e liderança histórica do PT, José Dirceu implicou Jair
Bolsonaro (PL) diretamente no plano para assassinar Lula, Geraldo Alckmin (PSB)
e Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), que
classificou como "assustador".
"É
assustador nesse caso. A segurança do presidente das instituições está acima de
qualquer outra questão. Porque senão não podemos falar em democracia, se a
própria pessoa do presidente eleito pode ser vítima de um assassinato. A
participação intelectual, autoria, eram só dos oficiais? Se o general Braga
Neto sabia, o Bolsonaro não sabia? Isso era inverossímil", afirmou.
Dirceu
ainda enfatizou que "Bolsonaro tem que responder" pelo plano de
assassinato e pela tentativa de golpe que, segundo ele, já foi comprovada pela
Polícia Federal e pelos próprios fatos desencadeados.
"Isso
beira o ridículo. Então, a responsabilidade do Bolsonaro é muito grande. Dele
ter ido para os Estados Unidos já era um sinal péssimo. Ficar fora do país, ter
acontecido o 8 de janeiro, mais grave agora com essas revelações, o Bolsonaro
está totalmente comprometido com o que aconteceu. Não vejo como não
estar", disse.
O
ex-ministro, que recuperou seus direitos políticos após anulação das
condenações do lawfare da Lava Jato, ainda pediu uma investigação dentro das
Forças Armadas pelos crimes cometidos por militares de alta patente que se
envolveram tanto com o plano de assassinato quanto com a tentativa de golpe de
Estado.
Dirceu
ainda se colocou contra os movimentos de anistia defendidos pelos bolsonaristas
e afirma que deve haver uma punição severa aos envolvidos. "Se não
matarmos esse ovo de serpente, essa serpente voltará".
Fonte:
Fórum
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