Pedido desesperado
e tosco de Eduardo Bolsonaro pelo pai viraliza nas redes
A
divulgação na íntegra do relatório final da Polícia Federal sobre a trama da
tentativa de golpe de Estado do grupo político de Jair Bolsonaro (PL), que foi
encaminhado ao STF e à PGR, causou pavor generalizado na extrema direita, mas
um dos filhos do ex-presidente, o deputado federal Eduardo (PL-SP), foi sem
dúvidas o que mais se desesperou com a situação.
Metido
a articulador internacional, quando na verdade não passa de um agitador de
bobajadas e teorias conspiratórias entre movimentos extremistas de outros
países, o rebento 03 foi às redes sociais nesta quarta-feira (27) e fez uma
postagem tosca que viralizou e se tornou motivo de zoação no mundo virtual.
Clamando
por uma intervenção estrangeira, em absoluta contradição à alcunha de
“patriota” que ele utiliza para si e para o movimento reacionário do pai,
Eduardo desta vez resolveu pedir diretamente ao Congresso dos EUA, assim como à
Casa Branca, que logo mais estará sob o comando de Donald Trump, uma ação para
frear o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.
Neste
caso específico, o filho do antigo ocupante do Palácio do Planalto estava
irritado porque Moraes não permitiu que Filipe Martins, um dos indiciados pela
tentativa de golpe de Estado, e que foi assessor para assuntos internacionais
de seu pai, fosse "prestar depoimento" numa audiência com deputados
extremistas na Câmara.
“O
juiz inquisitor (sic) não respeita o poder Legislativo e a democracia
brasileira. Mais uma vez Moraes atropela a constituição e não permite que
autoridades federais façam o seu trabalho. O que ele tem a temer? Nos resta o
Congresso dos EUA - e agora o Executivo americano”, escreveu o parlamentar de
extrema direita em seu perfil no X (antigo Twitter).
Não
demorou muito para que os internautas começassem a questionar as razões de um
pedido de interferência de um governo estrangeiro em assuntos unicamente
nacionais. Outros ainda lembraram a infantilidade de Eduardo ao pensar que
Trump será uma espécie de super-herói do seu pai, permitindo que ele saia
impune em relação a tudo que fez e retorne à Presidência.
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Bolsonaro entra em pânico e chora com medo de ser preso
O
ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) publicou uma série de vídeos nos últimos dias
em que mostra uma imagem de alguém que pouco se importa por ter sido indiciado,
ao lado de 36 pessoas, pela Polícia Federal (PF) pelos crimes de tentativa de
golpe de Estado, organização criminosa e abolição violenta do Estado
Democrático de Direito.
No
entanto, Bolsonaro desabou ao escutar o seu ex-ministro do Turismo, Gilson
Machado, tocar acordeão e cantar uma música em sua homenagem. Com medo de ser
preso, o ex-presidente desaba e vai às lágrimas.
Em
lágrimas, Bolsonaro declara: "Passa um filme na cabeça da gente... o que
foram as eleições, o milagre da vida, montar o ministério, contar com amigos e
deixar um legado que é reconhecido em qualquer lugar do nosso Brasil... até
fora do Brasil também."
• Carlos Bolsonaro não
nega que seu pai assinou decreto do golpe
O
vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ), ao reagir à divulgação do relatório final da
Polícia Federal (PF) encaminhado à Procuradoria-Geral da República propondo o
indiciamento de Jair Bolsonaro e de outras 37 pessoas, nesta terça-feira (26),
não negou que seu pai tenha assinado um decreto golpista que previa uma ruptura
institucional e impediria a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 1º
de janeiro de 2023.
Segundo
a PF, o decreto em questão não só foi elaborado por Bolsonaro com a ajuda de
militares das Forças Armadas e membros de seu governo, mas também assinado pelo
ex-presidente. O documento previa decretação do Estado de Defesa no âmbito do
Tribunal Superior Eleitoral e a criação da Comissão de Regularidade Eleitoral
para apurar a “conformidade e legalidade do processo eleitoral”. Desta maneira,
Lula não tomaria posse e Bolsonaro se manteria no poder, mesmo tendo perdido a
eleição presidencial de outubro de 2022.
No
relatório em que pede o indiciamento de Bolsonaro e dos outros envolvidos com a
tentativa de golpe de Estado no Brasil, a PF expõe, ainda, trechos de conversas
entre o ex-ajudante de ordens Mauro Cid e o coronel Sérgio Cavalieri com prints
de mensagens trocadas com um interlocutor identificado como "Riva".
Nesses prints, há detalhes de uma reunião entre Bolsonaro, o então
vice-presidente Hamilton Mourão, e generais do Alto Comando das Forças Armadas.
Segundo
Riva, Mourão teria articulado uma fuga de Bolsonaro caso o golpe fracassasse,
mencionando como referência uma tentativa de golpe ocorrida no Peru. Durante as
discussões, os generais teriam decidido destruir o decreto golpista.
"Rasgaram o documento que o 01 assinou", escreveu Riva, utilizando o
apelido "01" para se referir a Bolsonaro.
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Em
meio à repercussão sobre o detalhamento do plano golpista, Carlos Bolsonaro foi
às redes sociais e, reagindo ao relatório da PF, não negou que seu pai tenha
assinado o decreto do golpe.
"A
nova modalidade de golpe: assinando um decreto. Surreal", escreveu o
vereador junto ao print de uma manchete de jornal sobre a suposta destruição do
documento golpista.
Em
outra publicação, Carlos Bolsonaro deu o tom de qual deve ser a estratégia de
defesa a ser adotada pelo seu pai. O vereador compartilhou uma postagem do
jornalista Claudio Dantas em que é sugerido que "atos preparatórios"
de golpe não configurariam crime, mas apenas a execução.
"PF
esconde depoimentos-chave, some com menções ao artigo 142 e transforma atos
preparatórios em execução para obter enquadramento legal", escreve Dantas
na publicação compartilhada por Carlos Bolsonaro.
Envolvimento
de Bolsonaro com o golpe
O
relatório final da Polícia Federal (PF), encaminhado à Procuradoria-Geral da
República propondo o indiciamento de Jair Bolsonaro (PL) e de outras 37
pessoas, traz com detalhes o envolvimento do ex-presidente na trama golpista.
A
investigação da PF é taxativa no documento. "Os elementos de prova obtidos
ao longo da investigação demonstram de forma inequívoca que o então presidente
da República, JAIR MESSIAS BOLSONARO, planejou, atuou e teve o domínio de forma
direta e efetiva dos atos executórios realizados pela organização criminosa que
objetivava a concretização de um Golpe de Estado e da Abolição do Estado
Democrático de Direito, fato que não se consumou em razão de circunstâncias
alheias à sua vontade", diz trecho do relatório, sendo preservada aqui a
grafia original.
O
arcabouço probatório colhido pelos investigadores demonstra que o grupo
investigado e liderado por Bolsonaro "criou, desenvolveu e disseminou a
narrativa falsa da existência de vulnerabilidade e fraude no sistema eletrônico
de votação do País desde o ano de 2019". O objetivo seria sedimentar na
população a falsa realidade de fraude eleitoral para que dois objetivos fossem
alcançados posteriormente: "primeiro, não ser interpretada como um
possível ato casuístico em caso de derrota eleitoral e, segundo e mais
relevante, ser utilizada como fundamento para os atos que se sucederam após a
derrota do então candidato".
É
citada ainda no relatório uma reunião ocorrida em 5 de julho de 2022, com a
presença do então presidente e dos ministros da Justiça Anderson Torres; da
Defesa, Paulo Sérgio Nogueira; do Gabinete de Segurança Institucional (GSI),
Augusto Heleno, e do secretário-geral da Presidência em exercício. Ali, relata
a PF, "seguiram exatamente a metodologia desenvolvida pela milícia
digital, propagando e disseminando alegações sabidamente não verídicas ou sem
qualquer lastro concreto, de indícios da ocorrência de fraudes e manipulações
de votos nas eleições brasileiras, decorrentes de vulnerabilidades do sistema
eletrônico de votação".
"A
mencionada reunião de cúpula, previamente estruturada e realizada três meses
antes das eleições de 2022, teve a finalidade de cobrar dos Ministros de Estado
presentes, a promoção e a difusão, em cada uma de suas respectivas áreas, de
desinformações quanto à lisura do sistema de votação, utilizando a estrutura do
Estado brasileiro para fins ilícitos e desgarrados do interesse público",
aponta o documento.
Neste
sentido, a difusão de informações falsas sobre o sistema de votação eletrônica
era essencial para a execução do golpe, já que isto seria a base que
justificaria uma ruptura institucional.
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O andamento do golpe após a derrota nas urnas
Após
o resultado do 2º turno das eleições presidenciais de 2022, "o discurso de
vulnerabilidades das urnas e de que havia ocorrido fraude eleitoral continuou
sendo reverberado, inclusive, de forma mais incisiva com a Representação
Eleitoral para Verificação Extraordinária peticionada pelo Partido Liberal,
contendo dados técnicos inconsistentes, deliberadamente apresentado com ciência
e autorização de JAIR BOLSONARO e VALDEMAR COSTA NETO".
O
trecho se refere a uma petição proposta pela coligação Pelo Bem do Brasil, de
Bolsonaro, em 22 de novembro, para que fosse realizada uma verificação
extraordinária das urnas do segundo turno das eleições. No mesmo dia, o então
presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) determinou que a coligação
incluísse no pedido inicial, no prazo de 24 horas, uma solicitação para que
houvesse verificação dos dois turnos das eleições de 2022, mas o aditamento não
foi cumprido. Em 23 de novembro, o ministro aplicou então, inicialmente a toda
a coligação, uma multa de R$ 22,9 milhões por litigância de má-fé.
A
Polícia Federal aponta ainda para as ações de pressão ao comandante do
Exército, Freire Gomes, como a denominada “Carta ao Comandante do Exército de
Oficiais Superiores da Ativa do Exército Brasileiro”, cuja elaboração e
execução seriam do conhecimento do ex-presidente.
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Decreto golpista e plano de execução
A
investigação também obteve elementos de prova que corroboraram que Bolsonaro,
com apoio do que a PF chamou de núcleo jurídico da organização criminosa,
elaborou um decreto que previa uma ruptura institucional, impedindo a posse de
Lula e estabelecendo a decretação do Estado de Defesa no âmbito do Tribunal
Superior Eleitoral e a criação da Comissão de Regularidade Eleitoral para
apurar a “conformidade e legalidade do processo eleitoral”.
"Na
concepção dos integrantes da organização criminosa, a assinatura deste decreto
presidencial serviria como base legal e fundamento jurídico para o golpe de
Estado", afirma o documento.
Também
é citado o papel das manifestações na estratégia golpista. "O arcabouço
probatório obtido demonstra que integrantes do Governo Federal e militares da
ativa, com formação em forças especiais estavam atuando para direcionar os
manifestantes, conforme seus interesses, descrevendo a forma de agir, os locais
de atuação, além de respaldarem suas ações, por meio da Forças Armadas",
pontua o relatório. "Constatou-se que, no dia 11 de novembro de 2022, já
havia a intenção de que as manifestações fossem direcionadas fisicamente contra
o Supremo Tribunal Federal e o Congresso Nacional, fato que efetivamente
ocorreu no dia 08 de janeiro de 2023."
Em
relação ao planejamento operacional “Punhal Verde Amarelo”, elaborado pelo
então secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência, Mário Fernandes,
e que tinha como alvos de execução Lula, seu vice Geraldo Alckmin, e o ministro
do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, os investigadores também
fazem a ligação com o ex-presidente.
"Há
nos autos elementos probatórios demonstrando que no dia 09 de novembro de 2022,
após elaborar e imprimir o documento no palácio do Planalto, MARIO FERNANDES
foi até o palácio da Alvorada, local onde estava o presidente JAIR BOLSONARO.
Ainda, na data de 06 de dezembro de 2022, constatou-se a presença concomitante
dos militares RAFAEL DE OLIVEIRA e MAURO CID na região do Palácio do Planalto
em horário compatível com a presença do então presidente da República JAIR
BOLSONARO por aproximadamente 30 minutos, no local. Ademais, exatamente neste
mesmo dia e horário, MARIO FERNANDES também estava no Palácio do Planalto e
imprimiu novamente o planejamento operacional denominado “Punhal Verde
Amarelo”. Além disso, após saírem da Sede do Poder Executivo Federal, MAURO
FERNANDES encaminhou mensagem para MAURO CID evidenciando o ajuste de
ações", pontua o relatório.
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Reuniões com comandantes militares
A
Polícia Federal também cita as reuniões em que os comandantes das Forças
Armadas teriam sido pressionados a aderir ao intento golpista.
Em
7 de dezembro de 2022 foi realizada a primeira reunião, onde, "após ter
realizado pessoalmente ajustes na minuta do decreto presidencial, JAIR
BOLSONARO convocou os Comandantes das Forças Militares no Palácio da Alvorada
para apresentar o documento e pressionar as Forças Armadas a aderirem ao plano
de abolição do Estado Democrático de Direito", destaca o documento,
ressaltando que o comandante da Marinha, Almirante Garnier, havia aderido.
Com
as duas recusas, Bolsonaro se reuniu, em 9 de dezembro de 2022, com o general
Estevam Theóphilo, comandante do Comandante de Operações Especiais (COTER), que
aceitou executar as ações a cargo do Exército e capitanear as tropas
terrestres, caso o então presidente assinasse o decreto.
No
mesmo dia, Bolsonaro quebrou o silêncio e voltou a falar em público no Palácio
da Alvorada e "seguiu a narrativa da organização criminosa, no sentido de
manter a esperança dos manifestantes de que o então Presidente, juntamente com
as Forças Armadas, iria tomar uma atitude para reverter o resultado das
eleições presidenciais, fato que efetivamente estava em curso naquele
momento".
A
PF ressalta ainda que "a expectativa entre os investigados de que um Golpe
de Estado, apoiado pelos militares, ainda pudesse ocorrer perdurou já na
vigência do novo governo, principalmente quando se desencadearam os atos
golpistas do dia 08 de janeiro de 2023".
O
relatório descreve que naquele dia, Mauro Cid começou a receber fotografias dos
atos que ocorriam na Esplanada dos Ministérios enviadas por sua esposa,
Gabriela Cid. Em resposta, o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro disse que, caso
o Exército brasileiro saísse dos quartéis, seria para aderir ao golpe. “Se o EB
sair dos quartéis...é para aderir”, escreveu.
Fonte:
Fórum
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