Rússia:
OTAN quer congelar conflito ucraniano para restaurar as forças do Exército da
Ucrânia
A
OTAN está cada vez mais inclinada à necessidade de congelar o conflito
ucraniano, a fim de restaurar a capacidade de combate das forças ucranianas
para uma tentativa de desforra, informa o departamento de imprensa do Serviço
de Inteligência Externa da Rússia (SVR, na sigla em russo).
Além
disso, a aliança já está implantando um centro de treinamento na Ucrânia, onde
planeja treinar pelo menos um milhão de ucranianos mobilizados.
"De
acordo com as informações recebidas pelo SVR, no contexto da evidente ausência
de perspectivas de uma derrota estratégica da Rússia no campo de batalha, a
OTAN está cada vez mais inclinada à necessidade de 'congelar' o conflito
ucraniano. O Ocidente considera a implementação de tal cenário uma oportunidade
para restaurar a capacidade de combate das Forças Armadas da Ucrânia e preparar
minuciosamente Kiev para uma tentativa de desforra. A OTAN já está abrindo
centros de treinamento na Ucrânia, através dos quais se pretende fazer passar
pelo menos um milhão de ucranianos mobilizados", avança o comunicado.
O
SVR aponta também que o Ocidente planeja implantar o chamado "contingente
de paz" de cerca de 100 mil homens no país para restaurar a capacidade
militar da Ucrânia.
"Para
alcançar estes objetivos, o Ocidente terá de efetivamente ocupar a Ucrânia.
Naturalmente, isso será feito sob o pretexto de um 'contingente de manutenção
da paz' no país [...] Está previsto implantar na Ucrânia no total 100 mil dos
chamados soldados da paz", lê-se no comunicado.
"Será
que a Rússia precisa de tal solução?", questiona a entidade. "A
resposta é óbvia", diz a nota.
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'Armas-maravilha' não ajudaram a Ucrânia e este conflito vai acabar mal para
OTAN, diz analista
Não
havia razões para acreditar que as armas ocidentais ajudariam a Ucrânia a
manter seus territórios, declarou Brian Berletic, analista de geopolítica e
ex-fuzileiro naval dos EUA no canal The New Atlas no YouTube.
"É
muito importante entender que os ATACMS e Storm Shadow e todas as outras
'armas-maravilha' que o Ocidente enviou à Ucrânia não a ajudaram a manter até
mesmo seu próprio território, sem mencionar o território da região de
Kursk", disse ele.
De
acordo com Berletic, a Rússia tem definitivamente uma vantagem na questão da
base militar-industrial em comparação com todo o Ocidente. Ela tem capacidades
de mísseis e antimísseis que o Ocidente simplesmente não tem.
"Há
dois ou três anos nos diziam que a Ucrânia estava obtendo uma vitória
convincente, que a Rússia era incapaz de alcançar seus objetivos estratégicos
na Ucrânia, e agora eles finalmente admitem que as forças ucranianas estão em
colapso, a frente está se desmoronando, e as forças ucranianas estão
recuando", acrescentou o ex-fuzileiro naval.
"Este
conflito vai acabar muito mal para a OTAN", concluiu o analista.
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'Não há defesa contra
o Oreshnik': analistas avaliam a resposta russa à escalada de Biden na Ucrânia
Presidente
Vladimir Putin forneceu detalhes sobre o uso do míssil russo Oreshnik, em
resposta ao uso de armas americanas e britânicas no território da Rússia. Por
estar ciente de sua vantagem no campo de batalha, Rússia mostrou comedimento
frente à escalada provocada pela OTAN na Ucrânia, disse especialista militar
ouvido pela Sputnik Brasil.
Nesta
quinta-feira (28), o presidente da Rússia, Vladimir Putin, informou que os
centros de tomada de decisões em Kiev poderão ser alvo de mísseis Oreshnik, em
caso de novos ataques com armas ocidentais ATACMS e Storm Shadow em território
russo.
Durante
discurso proferido no Conselho de Segurança Coletiva da Organização do Tratado
de Segurança Coletiva (OTSC), Vladimir Putin forneceu detalhes sobre sua
resposta à escalada provocada pela decisão da Casa Branca de permitir o uso de
armamentos ocidentais contra o território russo.
"Neste
momento, o Ministério da Defesa e o Estado-Maior das Forças Armadas russas
avaliam os alvos potenciais no território da Ucrânia. Dentre eles, instalações
militares, plantas industriais do setor de defesa ou centros de tomada de
decisões em Kiev", declarou Vladimir Putin. "O regime de Kiev já fez
repetidas tentativas de atingir órgãos estatais críticos da Rússia em São
Petersburgo e Moscou, e essas tentativas continuam."
O
presidente russo ainda notou que todos os mísseis ocidentais fornecidos a Kiev
têm análogos mais potentes e com maior alcance nas Forças Armadas russas.
Sistemas da classe Iskander superam as capacidades dos norte-americanos ATACMS,
enquanto os mísseis russos da classe Kh-101 têm maior alcance do que os
europeus Storm Shadow, SCALP e Taurus.
"Que
ninguém se esqueça dos sistemas de mísseis hipersônicos Kalibr, Kinzhal e
Tsirkon, que têm características inigualáveis no mundo, cuja produção está
sendo incrementada e bem encaminhada", informou o presidente russo.
A
liderança russa optou por utilizar os novos mísseis Oreshnik para providenciar
uma resposta à altura da decisão sem precedentes da administração Biden de
permitir o uso de armas norte-americanas dentro do território de uma potência
nuclear, no caso, a Rússia.
"Esses
ataques [com os mísseis Oreshnik] foram realizados como resposta aos
incessantes ataques ao território russo por mísseis ATACMS dos EUA. Da nossa
parte, sempre haverá resposta", disse o presidente russo. "Fomos
impelidos a realizar o teste no campo de batalha – enfatizo, impelidos – em
resposta aos ataques realizados com armamentos ocidentais ATACMS e Storm Shadow
nas regiões de Bryansk e Kursk."
Os
mísseis balísticos Oreshnik atingem velocidade de até Mach 10 (cerca de três
quilômetros por segundo), sendo capazes de atingir alvos a até 5.500
quilômetros de distância. Apesar de poderem carregar ogivas nucleares de até
uma tonelada e meia, o teste realizado em 21 de novembro contra o território
ucraniano não incluiu elementos radioativos.
"A
temperatura dos elementos de impacto [do Oreshnik] atinge 4 mil graus. Se minha
memória não falha, a temperatura na superfície solar varia entre 5,5 mil e 6
mil graus. Por isso, tudo o que se encontra no epicentro da explosão se
fragmenta em partes elementares, isto é, vira pó", disse Vladimir Putin.
"De acordo com especialistas técnicos e militares, no caso de uso massivo
e combinado destes mísseis [Oreshnik] a potência desse ataque seria similar à
do uso de armas nucleares."
Apesar
de suas capacidades, o Oreshnik não é caracterizado como uma arma de destruição
em massa, mas sim como um míssil de alta precisão. De acordo com o professor
convidado do Instituto Nórdico de Estudos Latino-Americanos da Universidade de
Estocolmo e doutorando da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército (ECEME)
Erik Andrade, a velocidade do Oreshnik dificulta sobremaneira a sua
interceptação.
"Interceptar
ou neutralizar este tipo de míssil é extremamente difícil, [...] e a velocidade
do míssil é crucial. Grosso modo, quanto mais rápido o míssil viaja, mais
rápido chega ao alvo. Quanto mais rápido chega ao alvo, menor é o tempo de
reação das baterias antiaéreas", disse Andrade à Sputnik Brasil. "O
novo míssil russo pode ser lançado com uma ogiva única, projetada para destruir
instalações reforçadas e estruturas maiores, bem como pode ser lançado com
ogivas de fragmentação que, quando disparadas, liberam pequenas unidades de
orientação individual."
Em
sua versão de fragmentação, os mísseis Oreshnik poderão atingir "unidades
blindadas mais leves em uma ampla área, podendo incluir unidades aéreas
estacionadas, defesas aéreas ou até mesmo tropas". Segundo o especialista,
o Brasil não possui mísseis balísticos, mas desenvolve o seu Míssil Tático de
Cruzeiro AV-TM300.
"A
nova munição seria lançada a partir da plataforma de lançamento do Sistema
Astros, também de produção brasileira, com a capacidade de transportar cerca de
200 kg de carga bélica a uma distância de até 300 km com precisão de até 30
metros", disse Andrade. "Ademais, é importante ressaltar que existe o
interesse em expandir a capacidade de alcance do MTC, aumentando seu raio para
entorno de 500 km a 1.000 km."
De
acordo com o especialista militar e oficial da reserva da Marinha do Brasil,
comandante Robinson Farinazzo, a Rússia passou a desenvolver os mísseis
Oreshnik em resposta à retirada unilateral dos EUA do Tratado de Forças
Nucleares de Alcance Intermediário, que previa a eliminação de mísseis
balísticos e de cruzeiro de base terrestre.
"Caso
o Tratado INF, que o [então presidente dos EUA] Donald Trump rasgou em 2019,
estivesse valendo, a Rússia não teria os mísseis Oreshnik", disse
Farinazzo à Sputnik Brasil. "Não há atualmente defesa contra esses mísseis
e, mesmo que tentem abatê-los, será necessário usar uma quantidade enorme de
mísseis ultrassofisticados de defesa aérea, como os [norte-americanos] SM-3,
com um custo altíssimo e baixa possibilidade de sucesso."
Para
Farinazzo, o uso de mísseis norte-americanos, ingleses e franceses em
território russo demonstra que a OTAN "está empenhada em uma séria
escalada" no conflito ucraniano, dificultando a possibilidade de
negociações de paz.
"Estamos
vivendo um momento bastante perigoso. A administração Biden ter tomado uma
atitude como essa com menos de 40 dias de mandato, indo contra a política do
presidente eleito dos EUA, me parece algo esquizofrênico", declarou
Farinazzo. "A sorte é que vemos a Rússia com a cabeça fria, que sabe que
já ganhou o conflito em terra, então estão sendo comedidos."
Além
da ameaça de escalada por parte da OTAN, grupos dentro da administração
Zelensky também podem tomar medidas drásticas frente ao recuo das Forças
Armadas ucranianas. No entanto, o uso de ATACMS, Storm Shadow e SCALP não
poderão garantir uma vantagem para a Ucrânia no campo de batalha.
"Tecnicamente,
isso não será possível, em função da depauperação do Exército ucraniano, que se
encontra em uma situação muito difícil", considerou Farinazzo. "As
forças da Ucrânia hoje estão como o Exército alemão estava em 1945, a ponto de
perder a Segunda Guerra Mundial."
A
Rússia, por outro lado, acumulou reservas estratégicas e possui armamentos
suficientes para manter a sua posição no campo de batalha. Durante seu discurso
nesta quinta-feira (28), o presidente russo a revelou que a produção russa dos
mísseis citados no discurso é dez vezes superior à produção combinada de todos
os países da OTAN. "E no ano que vem vamos aumentar essa produção em 25% a
30%", anunciou Putin.
"Os
russos mantêm uma reserva grande, tanto para não serem pegos desprevenidos em
caso de escalada, quanto para se manterem nesse conflito na Ucrânia, que é uma
guerra de atrito. Não é uma batalha que você ganha por nocaute, mas sim por
pontos", explicou o comandante Farinazzo.
A
estratégia utilizada pela Rússia para avançar no terreno é focada no uso de
artilharia, e não necessariamente demanda o uso de equipamentos sofisticados
como o Oreshnik. Neste sentido, o teste do Oreshnik foi uma sinalização para a
OTAN, e não uma demanda do campo de batalha.
"O
uso do Oreshnik é uma resposta ao envolvimento direto dos EUA no conflito,
porque ninguém é ingênuo de achar que os ucranianos podem operar mísseis como
os ATACMS sozinhos. Os EUA estão se fazendo de Tiradentes, com o pescoço da
Ucrânia na forca", concluiu o especialista.
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À beira da derrota,
Zelensky sugere cessar-fogo com concessões territoriais temporárias à Rússia
Vladimir
Zelensky delineou, nesta sexta-feira (29), proposta para um cessar-fogo que
inclui novos territórios sob o controle da Rússia.
Em
uma entrevista ao Sky News, Zelensky sugeriu que as áreas atualmente sob
controle ucraniano sejam colocadas "sob o guarda-chuva da OTAN
[Organização do Tratado do Atlântico Norte]", permitindo que a Rússia
retenha temporariamente o controle sobre novas regiões.
O
objetivo final, ele explicou, seria recuperar esses territórios "por meios
diplomáticos" em um estágio posterior.
A
proposta visa acabar com a "fase quente do conflito" e garantir a
segurança da Ucrânia. Zelensky ressaltou a urgência do plano afirmando:
"Precisamos agir rapidamente." Ele enfatizou ainda que um cessar-fogo
é essencial.
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Retaliação
Na
semana passada, o presidente russo, Vladimir Putin, disse que a Ucrânia atingiu
alvos nas regiões de Kursk e Bryansk, no dia 19 de novembro, usando mísseis
ATACMS, dos EUA, e Storm Shadow, do Reino Unido. Putin disse que a Rússia
testou com sucesso, na última quinta-feira (21), um novo míssil balístico de
alcance intermediário, o Oreshnik, em resposta às ações ucranianas incentivadas
pelo Ocidente. O míssil atingiu um complexo industrial e de defesa na cidade
ucraniana de Dnepropetrovsk.
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Novo chefe do Conselho
Europeu promete conversar com Trump e Zelensky logo no início do mandato
O
ex-primeiro-ministro de Portugal, António Costa, eleito presidente do Conselho
Europeu, disse que a primeira coisa que vai fazer no novo cargo é conversar com
o presidente eleito dos EUA Donald Trump, e que já marcou uma reunião com o
atual líder ucraniano Vladimir Zelensky.
António
Costa vai assumir o cargo de presidente do Conselho Europeu, o mais alto órgão
político da UE, composto pelos chefes de Estado e de governo dos
Estados-membros da união, em 1º de dezembro de 2024.
Em
entrevista à mídia europeia, António Costa disse que não vale a pena especular
sobre o que a equipe de Trump pretende realizar.
Ele
afirmou que vai ligar para o futuro presidente estadunidense antes de sua posse
em 20 de janeiro de 2025.
"Tentarei
entrar em contato com ele [Trump] depois de 1º de dezembro. Tenho a certeza de
que encontraremos uma boa maneira de discutir quando ele estiver na Casa
Branca", disse.
Perguntado
se ele planeja seguir o exemplo do secretário-geral da Organização do Tratado
do Atlântico Norte (OTAN), Mark Rutte, e se encontrar com Trump em sua
residência na Flórida, Costa respondeu que "pode usar o telefone".
Ele
acrescentou que já havia marcado uma reunião com Zelensky para lhe dizer
pessoalmente que "apoiaremos a Ucrânia pelo tempo que for
necessário".
O
social-democrata António Costa atuou como primeiro-ministro de Portugal desde
novembro de 2015.
Ele
renunciou ao cargo no final de 2023 em meio a um escândalo de corrupção em seu
governo.
Segundo
informações, os assessores de António Costa teriam facilitado a conclusão de
acordos de investimento em projetos de lítio e hidrogênio verde.
Fonte:
Sputnik Brasil
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