quinta-feira, 23 de janeiro de 2025

Léo Índio, primo dos filhos de Bolsonaro, é denunciado por tentativa de golpe

A PGR (Procuradoria-Geral da República) denunciou o primo dos três filhos mais velhos do ex-presidente Jair Bolsonaro, Leonardo Rodrigues de Jesus, o Léo Índio, por associação criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e outros crimes (veja a lista abaixo).

Léo Índio participou dos atos antidemocráticos que terminaram com ataques terroristas às sedes dos três poderes em 8 de janeiro de 2023, em Brasília.

Na ocasião, publicou imagens em uma rede social em cima do Congresso Nacional e próximo ao Supremo Tribunal Federal (STF). Em uma das postagens, Léo Índio aparecia com os olhos vermelhos, segundo ele devido ao gás lacrimogêneo usado pela Polícia Militar.

>>> Léo Índio foi denunciado por:

·        Associação criminosa armada;

·        Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito;

·        Golpe de Estado;

·        Dano qualificado pela violência e grave ameaça, contra o patrimônio da União, com considerável prejuízo para a vítima;

·        e Deterioração de patrimônio tombado.

A denúncia aponta que Léo Índio tentou abolir o Estado de Direto por meio da destruição, inutilização e deterioração de patrimônio da União, com ações direcionadas à sede do Congresso Nacional.

"[Léo Índio] destruiu e concorreu para a destruição, inutilização e deterioração de patrimônio da União, ao avançar contra a sede do Congresso Nacional, fazendo-o com violência à pessoa e grave ameaça, emprego de substância inflamável e gerando prejuízo considerável para a União", diz o documento.

¨      “Grupo criminoso” de Índio defendia “metralhar” ministros do STF

Leonardo Rodrigues de Jesus, o Léo Índio, primo dos Bolsonaros, denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por associação criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e outros crimes, fazia a gestão de um grupo de mensagens que incitava atentados contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

O “grupo criminoso”, segundo a PGR, chegou a trocar textos como: “Bolsonaro deveria é entrar dentro do STF com uma metralhadora e metralhar todos os ministros… kkkkk”.

“As mensagens trocadas entre os interlocutores de grupos em redes sociais abrangeram incitação de comportamentos violentos contra ministros do Supremo Tribunal Federal”, diz a denúncia assinada pelo procurador-geral Paulo Gonet.

Ainda de acordo com a denúncia, as mensagens do grupo de Índio articulavam caravanas que se dirigiam a Brasília e manifestavam apoio aos que depredaram as sedes do Três Poderes em 8 de janeiro de 2023, “retroalimentando o caráter violento e criminoso da ação”.

Léo Índio é apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e participou ativamente da depredação das sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023, em Brasília. Ele registrou em suas redes sociais os atos de destruição, em tempo real.

Associação criminosa

Segundo a denúncia da PGR, Leo Índio é acusado de garantir “a estabilidade da associação criminosa, comprovada pelo surgimento e permanência de tais grupos organizados, pelo menos desde o início do processo eleitoral até o dia 8.1.2023, quando houve a tentativa de concretizar os planos antidemocráticos previamente concebidos’.

“Além disso, o conteúdo dos materiais difundidos para arregimentar novos integrantes para tais grupos fazia referência expressa aos desígnios de “tomada de poder”, em uma investida que não teria dia para acabar”, destaca a Procuradoria.

Forma “consciente e voluntária”

A denúncia da PGR descreve que Leo Índio, de forma “consciente e voluntária” associou-se a centenas de outras pessoas, algumas armadas, praticando atos que se voltavam contra a o sistema eleitoral”.

A denúncia prossegue: “Especialmente a partir das eleições presidenciais o grupo se voltou ao cometimento de crimes de dano qualificado e de deterioração de patrimônio público e tombado, por não se conformar com o resultado do pleito, praticando o crime de associação criminosa armada”.

¨      “Acordo todos os dias com a sensação da PF na porta”, diz Bolsonaro

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta quarta-feira (22) que acorda todos os dias com a sensação de que a Polícia Federal está na sua porta para prendê-lo. Bolsonaro foi indiciado nos inquéritos de golpe de Estado, da fraude nos cartões de vacinação e da venda ilegal de jóoias da Arábia Saudita. As informações são do jornal O Globo.

“Eu acordo todo dia com a sensação da PF na porta. Qual acusação? Não interessa”, disse Bolsonaro ao canal Auriverde Brasil. 

No indiciamento mais recente, Bolsonaro é investigado por abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa.A PF aponta que Bolsonaro tinha conhecimento de um plano para dar um golpe de Estado e impedir a posse do presidente Lula (PT). O vice de Bolsonaro nas eleições daquele ano, Walter Braga Netto, foi preso em novembro por tentar interferir nas investigações. 

Na entrevista, Bolsonaro lamentou mais uma vez não ter ido à posse do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.  “Eu queria estar nos Estados Unidos para ter essas conversas (com líderes). [...] Nunca pensei em sair do meu país em definitivo. Eu sai lá atrás e poderia ter ficado, eu vou lutar pelo meu país”, lamentou.

Sobre o governo do aliado americano, o ex-presidente elogiou as medidas tomadas nas primeiras horas de gestão, como a decisão de retirar o país da Organização Mundial da Saúde (OMS). Ele elencou as ações implementadas durante a pandemia da Covid-19 e afirmou, sem provas, que o presidente da organização, Tedros Adhanom Ghebreyesus, estaria subordinado ao Partido Comunista Chinês (PCC).

¨      PF indicia ex-diretores da PRF por tentarem impedir deslocamento de eleitores em 2022

A Polícia Federal indiciou quatro ex-diretores e coordenadores da Polícia Rodoviária Federal (PRF) acusados de tentar, em 2022, dificultar ou impedir o deslocamento de eleitores potenciais do então candidato à presidência Luiz Inácio Lula da Silva.

Foram indiciados:

·        Luis Carlos Reischak Junior, ex-diretor de Inteligência e ex-Superintendente da PRF no Rio Grande do Sul;

·        Rodrigo Cardozo Hoppe, ex-diretor de Inteligência Substituto;

·        Djairlon Henrique Moura, ex-diretor de Operações;

·        Adiel Pereira Alcantara, ex-coordenador de Análise de Inteligência da PRF.

Também foi indiciado Bruno Nonato dos Santos Pereira, ex-coordenador-geral de Inteligência e Contrainteligência da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).

🔎 O indiciamento é o momento em que a PF envia as conclusões da investigação às fases seguintes. O documento foi enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF), que encaminhou à Procuradoria-Geral da República (PGR). Cabe à PGR decidir se denuncia os citados, pede mais investigações ou arquiva o caso.

Ainda em 2023, o blog do Valdo Cruz mostrou mensagens obtidas pela PF em que Adiel Alcântara acusava Silvinei Vasques – diretor-geral da PF no governo Jair Bolsonaro – de ter "falado muita merda" e citar "policionamento direcionado" em reuniões anteriores ao segundo turno.

No inquérito, a Polícia Federal reuniu indicações de que os cinco indiciados praticaram os crimes de:

·        desobediência

·        prevaricação (quando um agente público desrespeita a lei ao agir ou se omitir)

·        restrição ao exercício do direito do voto

·        participação (por omissão) no crime de tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito.

O indiciamento foi enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) em dezembro, mas não tinha sido divulgado. As conclusões foram reveladas nesta quarta-feira (22) pelo UOL e confirmadas pela TV Globo.

Em agosto de 2024, a PF já tinha indiciado o ex-ministro da Justiça Anderson Torres, o ex-diretor da PRF Silvinei Vasques e quatro policiais federais cedidos ao Ministério da Justiça – todos, por tentar impedir o deslocamento de eleitores na região Nordeste até os locais de votação. 

>>>> Relembre:

<><> Blitzes no dia da eleição

Em 30 de outubro de 2022, dia do segundo turno, a PRF realizou blitzes que interferiram na movimentação de eleitores – sobretudo no Nordeste, onde Lula (PT) tinha vantagem sobre Jair Bolsonaro (PL) nas pesquisas de intenção de voto.

Na véspera, o diretor-geral da PRF havia declarado voto em Bolsonaro.

No domingo do segundo turno, Alexandre de Moraes determinou a suspensão imediata das blitze, sob pena de prisão de Vasques. A ordem, no entanto, foi desrespeitada pela PRF.

Relatório obtido pelo blog da Andréia Sadi na época mostra que a PRF fiscalizou 2.185 ônibus no Nordeste, onde Lula (PT) era favorito, contra 571 no Sudeste, entre 28 e 30 de outubro, vésperas e dia do 2º turno das eleições de 2022.

¨      Quem é Antônio Doido, deputado que teve 2 aliados presos em 4 meses

Em pouco menos de 4 meses, o deputado federal Antônio Doido (MDB-PA) viu dois de seus aliados serem presos pela Polícia Federal (PF). Ambos foram detidos em flagrante em situações semelhantes, ao sair de agências bancárias com dinheiro em espécie.

O caso mais recente envolve o ex-assessor parlamentar do deputado Jacob Serruya Neto.

Como mostrou a coluna, ele foi preso pela PF na última sexta-feira (17) após ter sido surpreendido por agentes com R$ 1 milhão que teriam sido entregue por um representante comercial próximo a uma agência do Banco do Brasil, em Belém (PA).

O dinheiro, segundo denúncia anônima, seria usado para o pagamento de propina a servidores públicos.

O representante comercial tem ligação com uma empresa que tem contratos públicos. Somente em 2021, diz a PF, a companhia em questão venceu 33 licitações no Pará.

O outro caso ocorreu em outubro de 2024, quando a PF prendeu, em Castanhal (PA), o coronel da Polícia Militar paraense Francisco de Assis Galhardo do Vale, ligado a Antônio Doido.

O coronel, que estava lotado no Gabinete Militar da Assembleia Legislativa do Pará desde abril de 2023, foi exonerado em 1º de outubro de 2024.

Foram apreendidos cerca de R$ 5 milhões na operação. Além do coronel, outras duas pessoas também foram detidas.

A apreensão ocorreu dois dias antes do 1º turno das eleições municipais. As investigações apontam que o dinheiro seria usado para a compra de votos.

Na época, o atual deputado estava concorrendo à Prefeitura de Ananindeua (PA), cidade que integra a grande Belém e fica a cerca de 20 km da capital paraense.

Recebendo 8,38% dos votos, ele acabou vencido pelo atual prefeito, Dr. Daniel (PSB).

Antes de ocupar um cargo na Câmara dos Deputados, em 2023, Antônio Doido foi prefeito de São Miguel do Guamá (PA), pelo PSDB, de 2017 a 2020. Tentou a reeleição em 2020, mas sem sucesso.

 

Fonte: g1/Brasil 247/Fórum

 

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