sábado, 11 de janeiro de 2025

Fumar prejudica a fertilidade tanto de homens como de mulheres

Que o cigarro provoca uma enorme lista de malefícios ao organismo não é novidade para ninguém. O que muita gente não imagina é que as mais de 4 mil substâncias tóxicas podem prejudicar também os planos de ter um filho biológico. Alguns estudos mostram que os danos para a fertilidade podem atingir tanto homens como mulheres.

Um dos mais recentes foi publicado em agosto no periódico Journal of Clinical Medicine. Conduzido por pesquisadores da Itália, o trabalho mostrou que metais pesados, como o cádmio e o chumbo, encontrados no cigarro convencional, se acumulam nos testículos e prejudicam o funcionamento dessas glândulas, podendo levar à infertilidade.

Já uma revisão divulgada em setembro no jornal científico Journal of Applied Toxicology demonstrou que a nicotina pode comprometer as funções ovarianas, prejudicando a capacidade reprodutiva feminina.

Mas os efeitos danosos do fumo vão muito além desses. “Pesquisas já revelaram que ao menos 100 substâncias presentes no cigarro possuem ação direta e conhecida sobre a saúde reprodutiva e podem comprometer a fertilidade masculina e feminina”, relata o ginecologista e especialista em reprodução assistida João Antonio Dias Junior, do Grupo de Pesquisa em Saúde da Mulher do Hospital Israelita Albert Einstein.

Segundo o médico, os efeitos vão desde a diminuição da quantidade e qualidade dos gametas até interferências hormonais que regulam todos os processos reprodutivos. Em homens e mulheres fumantes, o risco de não conseguir engravidar é duas vezes maior do que entre aqueles que não fumam, conforme aponta a Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva.

·        Substâncias que prejudicam a fertilidade

Alguns elementos presentes no cigarro são especialmente nocivos. A nicotina, por exemplo, tem efeito vasoconstritor, diminuindo o fluxo sanguíneo para os órgãos reprodutivos. “Nas mulheres isso pode dificultar a ovulação e causar a perda precoce dos óvulos, diminuindo a reserva ovariana, o que leva à antecipação da menopausa. Também pode atrapalhar a receptividade do endométrio, reduzindo as chances da implantação do embrião”, afirma Dias Junior.

A nicotina contribui ainda para piorar o funcionamento das tubas uterinas, o que compromete o encontro entre óvulos e espermatozoides, além de prejudicar a migração do embrião para dentro do útero. Isso ainda eleva o risco de uma gravidez ectópica, que é quando o embrião se implanta fora do útero.

Nos homens, a substância afeta a produção e a mobilidade dos espermatozoides, reduzindo a quantidade de gametas saudáveis. Ela ainda está associada ao aumento do estresse oxidativo nos testículos, o que pode resultar em danos ao DNA dos gametas masculinos.

Já o alcatrão, que é um resíduo do fumo do cigarro e que tem várias substâncias químicas, pode danificar o DNA dos óvulos e dos espermatozoides, comprometendo a qualidade dos embriões formados, o que diminui as chances de gravidez e aumenta o risco de aborto espontâneo.

Além disso, a exposição prolongada tende a elevar a produção de radicais livres, levando a um ambiente inflamatório — nos homens, pode piorar a morfologia dos espermatozoides e, nas mulheres, o ambiente do endométrio, o que dificulta o processo de implantação do embrião.

O monóxido de carbono, por sua vez, reduz a capacidade de o sangue transportar oxigênio. Isso pode prejudicar a oxigenação dos tecidos ovarianos e endometriais, além de diminuir a reserva ovariana e impactar na receptividade do endométrio à implantação do embrião. Nos homens, a substância pode afetar a produção de espermatozoides.

O formaldeído, conhecido também como formol, pode contribuir para um ambiente inflamatório nos órgãos reprodutivos, o que potencialmente afeta a função do endométrio e pode ainda causar danos ao DNA, incluindo os óvulos e os espermatozoides.

“Por todas essas razões, fica claro porque quem fuma tem tanto risco de ficar infértil”, observa o ginecologista e obstetra especialista em reprodução humana Rodrigo Rosa, membro da Associação Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA) e da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana (SBRH). “Estudos já apontaram que as mulheres que fumam 10 cigarros por dia têm a fertilidade reduzida em 25% e, no caso daquelas que fumam uma quantidade ainda maior, esse índice aumenta para 43%.”

·        Fumar atrapalha até FIV

Os efeitos do tabagismo impactam negativamente, inclusive, quem se submete a uma fertilização in vitro (FIV). “Em mulheres, observamos um menor número de óvulos e pior qualidade dos gametas, além da diminuição do embrião transferido para o interior do útero para acontecer a implantação”, conta Dias Júnior. Além disso, o hábito de fumar pode exigir doses mais altas de medicamentos para estimulação ovariana. Todos esses fatores comprometem o sucesso do tratamento e aumentam seus custos.

“Trabalhos científicos já demonstraram que mulheres fumantes necessitam de duas vezes mais tentativas de fertilização in vitro do que as não fumantes”, conta Rosa. As tabagistas têm taxas de gravidez 30% menores em comparação com as mulheres que passam pelo mesmo procedimento e não têm esse hábito, de acordo com a Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva.

A única forma de evitar que o cigarro prejudique a fertilidade é parar totalmente de fumar, o mais rápido possível. Os especialistas ouvidos pela Agência Einstein afirmam que, em cerca de três meses, os danos começam a ser revertidos. “Por isso, o ideal é que o indivíduo do casal que fuma abandone o cigarro pelo menos 90 dias antes de iniciar as tentativas”, orienta Rosa.

Alguns danos, porém, podem levar mais tempo para retroceder ou mesmo durar para sempre. “Os prejuízos à qualidade dos gametas podem demorar seis meses e os efeitos sobre a reserva ovariana são irreversíveis”, afirma o médico do Einstein.

 

¨      Sexo na terceira idade: os problemas que interferem na libido (a maioria pode ser revertida)

Apesar do tabu em torno do assunto sobre a sexualidade na terceira idade, uma pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Motéis (ABMotéis) afirma que 37% dos frequentadores têm entre 50 e 65 anos. Ou seja, há prazer na melhor idade, sim.

Segundo o biomédico e sexólogo Vitor Mello, a sexualidade na velhice passa por transformações, mas isso não significa necessariamente a diminuição do desejo ou do prazer, e é influenciada tanto por fatores físicos quanto emocionais.

“A sexualidade não desaparece, ela apenas se transforma. Prazer e intimidade continuam sendo fundamentais para o bem-estar, seja aos 20 ou aos 80”, afirma.

O especialista afirma que os homens e mulheres enfrentam desafios diferentes relacionados à sexualidade na terceira idade. Elas, por exemplo, têm perda de elasticidade vaginal, enquanto eles têm firmeza da ereção. Questões como aposentadoria, perda de parceiro ou problemas de saúde crônicos também influenciam na vida sexual, segundo o biomédico.

“Manter uma vida sexual ativa na terceira idade traz diversos benefícios. Além de melhorar o humor e reduzir a ansiedade, a atividade sexual estimula o cérebro e ajuda a manter a memória afiada. Também é uma forma de exercício, contribuindo para a saúde do coração e promovendo um sono mais reparador”, diz.

Mello diz ainda que, apesar de fazer bem, tomar todos os cuidados é imprescindível, visto que o risco de ISTs também cresce entre os mais velhos.

“Técnicas de relaxamento, brinquedos eróticos e até terapia sexual ajudam a manter a satisfação elevada. O orgasmo não tem prazo de validade", diz o sexólogo.

 

¨      Veja os sinais que o seu corpo dá quando está com 'falta de sexo'

O sexo é uma necessidade do corpo humano e, embora muitos pensem que não exige atenção, não é bem assim. Quando se passa muito tempo sem ter intimidade com outra pessoa, existem alguns sinais que os especialistas apontaram para você ficar de olho.

O corpo humano é uma máquina muito precisa e, sempre que tem uma necessidade, tende a avisar para que você tome medidas, como, por exemplo, quando você está com fome, sede ou sono. Mas, no caso do sexo, para muitas pessoas é muito difícil identificar os sinais de que está faltando.

Quando não se tem um encontro sexual há muito tempo, segundo o portal Melhor com Saúde, pode afetar a pessoa tanto fisicamente quanto emocionalmente, porque quando se compartilha esse momento, não se trata apenas de satisfazer um prazer, mas de algo mais.

Conforme o Centro de Saúde da Mulher nos Estados Unidos, o sexo ativa neurotransmissores, que não beneficiam apenas a saúde mental, mas também o funcionamento de outros órgãos, e embora a masturbação também possa proporcionar esses benefícios, eles não são os mesmos que ter contato pele a pele com outra pessoa.

Segundo o livro O Sistema da Serotonina, existe uma relação direta dessa substância com o funcionamento da libido. Quanto aos sinais exatos que podem surgir quando está na hora de ter algum tipo de contato sexual, o portal de saúde menciona o seguinte:

<><> Está mais irritável

Quando existe uma irritabilidade constante e mau-humor, embora pareça engraçado, não é, pois, isso pode ser devido à falta de satisfação do desejo sexual.

<><> Estresse

O sexo pode ser definido como um tipo de atividade física e todos sabem que o exercício é uma boa forma de eliminar as preocupações da mente e o estresse.

Dificuldade para dormir

Já que não poder ter um momento de intimidade pode fazer você se sentir mal emocionalmente, também pode afetar seus ciclos de sono.

<><> Dores em diferentes partes do corpo

Experimentar, por exemplo, dores de cabeça, pode estar relacionado à falta de relações sexuais. Segundo uma publicação na revista Cephalalgia, ter relações sexuais pode aliviar dores de cabeça em alguns pacientes que têm cefaleia ou enxaqueca devido à liberação de endorfinas durante o ato.

Pior aspecto da pele

Quando a pele parece menos saudável, suave e com imperfeições, também pode ser devido à falta de contato íntimo, e até mesmo acne pode aparecer.

Embora nem todos esses problemas sejam resolvidos com sexo, mas também adotando hábitos de vida saudáveis como uma alimentação saudável, exercício regular, controle do estresse, é importante observar esses sinais quando você tem um parceiro e, se estiver solteiro, pode optar por desenvolver atividades alternativas à sua rotina para se sentir melhor.

 

Fonte: CNN Brasil/Extra

 

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