Fumar
prejudica a fertilidade tanto de homens como de mulheres
Que o cigarro provoca
uma enorme lista de malefícios ao organismo não é novidade para ninguém. O que
muita gente não imagina é que as mais de 4 mil substâncias tóxicas podem
prejudicar também os planos de ter um filho biológico. Alguns estudos mostram
que os danos para a fertilidade podem atingir tanto homens como mulheres.
Um dos mais recentes foi
publicado em agosto no periódico Journal of
Clinical Medicine. Conduzido por pesquisadores da Itália, o
trabalho mostrou que metais pesados, como o cádmio e o chumbo, encontrados no
cigarro convencional, se acumulam nos testículos e prejudicam o funcionamento
dessas glândulas, podendo levar à infertilidade.
Já uma revisão divulgada
em setembro no jornal científico Journal of Applied Toxicology demonstrou que a nicotina pode comprometer as funções
ovarianas, prejudicando a capacidade reprodutiva feminina.
Mas os efeitos danosos
do fumo vão muito além desses. “Pesquisas já revelaram que ao menos 100
substâncias presentes no cigarro possuem ação direta e conhecida sobre a saúde
reprodutiva e podem comprometer a fertilidade masculina e feminina”, relata o
ginecologista e especialista em reprodução assistida João Antonio Dias Junior,
do Grupo de Pesquisa em Saúde da Mulher do Hospital Israelita Albert Einstein.
Segundo o médico, os
efeitos vão desde a diminuição da quantidade e qualidade dos gametas até
interferências hormonais que regulam todos os processos reprodutivos. Em homens
e mulheres fumantes, o risco de não conseguir engravidar é duas vezes maior do
que entre aqueles que não fumam, conforme aponta a Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva.
·
Substâncias que prejudicam a fertilidade
Alguns elementos
presentes no cigarro são especialmente nocivos. A nicotina, por exemplo, tem
efeito vasoconstritor, diminuindo o fluxo sanguíneo para os órgãos reprodutivos.
“Nas mulheres isso pode dificultar a ovulação e causar a perda precoce dos
óvulos, diminuindo a reserva ovariana, o que leva à antecipação da menopausa.
Também pode atrapalhar a receptividade do endométrio, reduzindo as chances da
implantação do embrião”, afirma Dias Junior.
A nicotina contribui
ainda para piorar o funcionamento das tubas uterinas, o que compromete o
encontro entre óvulos e espermatozoides, além de
prejudicar a migração do embrião para dentro do útero. Isso ainda eleva o risco
de uma gravidez ectópica, que é quando o embrião se implanta fora do útero.
Nos homens, a substância
afeta a produção e a mobilidade dos espermatozoides, reduzindo a quantidade de
gametas saudáveis. Ela ainda está associada ao aumento do estresse oxidativo
nos testículos, o que pode resultar em danos ao DNA dos gametas masculinos.
Já o alcatrão, que é um
resíduo do fumo do cigarro e que tem várias substâncias químicas, pode
danificar o DNA dos óvulos e dos espermatozoides, comprometendo a qualidade dos
embriões formados, o que diminui as chances de gravidez e aumenta o risco de
aborto espontâneo.
Além disso, a exposição
prolongada tende a elevar a produção de radicais livres, levando a um ambiente
inflamatório — nos homens, pode piorar a morfologia dos espermatozoides e, nas
mulheres, o ambiente do endométrio, o que dificulta o processo de implantação
do embrião.
O monóxido de carbono,
por sua vez, reduz a capacidade de o sangue transportar oxigênio. Isso pode
prejudicar a oxigenação dos tecidos ovarianos e endometriais, além de diminuir
a reserva ovariana e impactar na receptividade do endométrio à implantação do
embrião. Nos homens, a substância pode afetar a produção de espermatozoides.
O formaldeído, conhecido
também como formol, pode contribuir para um ambiente inflamatório nos órgãos
reprodutivos, o que potencialmente afeta a função do endométrio e pode ainda
causar danos ao DNA, incluindo os óvulos e os espermatozoides.
“Por todas essas razões,
fica claro porque quem fuma tem tanto risco de ficar infértil”, observa o
ginecologista e obstetra especialista em reprodução humana Rodrigo Rosa, membro
da Associação Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA) e da Sociedade
Brasileira de Reprodução Humana (SBRH). “Estudos já apontaram que as mulheres
que fumam 10 cigarros por dia têm a fertilidade reduzida em 25% e, no caso
daquelas que fumam uma quantidade ainda maior, esse índice aumenta para 43%.”
·
Fumar atrapalha até FIV
Os efeitos do tabagismo impactam
negativamente, inclusive, quem se submete a uma fertilização in vitro (FIV).
“Em mulheres, observamos um menor número de óvulos e pior qualidade dos
gametas, além da diminuição do embrião transferido para o interior do útero
para acontecer a implantação”, conta Dias Júnior. Além disso, o hábito de fumar
pode exigir doses mais altas de medicamentos para estimulação ovariana. Todos
esses fatores comprometem o sucesso do tratamento e aumentam seus custos.
“Trabalhos científicos
já demonstraram que mulheres fumantes necessitam de duas vezes mais tentativas
de fertilização in vitro do que as não fumantes”, conta Rosa. As tabagistas têm
taxas de gravidez 30% menores em comparação com as mulheres que passam pelo
mesmo procedimento e não têm esse hábito, de acordo com a Sociedade Americana
de Medicina Reprodutiva.
A única forma de evitar
que o cigarro prejudique a fertilidade é parar totalmente de fumar, o mais
rápido possível. Os especialistas ouvidos pela Agência Einstein afirmam que, em
cerca de três meses, os danos começam a ser revertidos. “Por isso, o ideal é
que o indivíduo do casal que fuma abandone o cigarro pelo menos 90 dias antes
de iniciar as tentativas”, orienta Rosa.
Alguns danos, porém,
podem levar mais tempo para retroceder ou mesmo durar para sempre. “Os
prejuízos à qualidade dos gametas podem demorar seis meses e os efeitos sobre a
reserva ovariana são irreversíveis”, afirma o médico do Einstein.
¨ Sexo na
terceira idade: os problemas que interferem na libido (a maioria pode ser
revertida)
Apesar
do tabu em torno do assunto sobre a sexualidade na terceira idade, uma pesquisa
realizada pela Associação Brasileira de Motéis (ABMotéis) afirma que 37% dos
frequentadores têm entre 50 e 65 anos. Ou seja, há prazer na melhor idade, sim.
Segundo
o biomédico e sexólogo Vitor Mello, a sexualidade na velhice passa por
transformações, mas isso não significa necessariamente a diminuição do desejo
ou do prazer, e é influenciada tanto por fatores físicos quanto emocionais.
“A
sexualidade não desaparece, ela apenas se transforma. Prazer e intimidade
continuam sendo fundamentais para o bem-estar, seja aos 20 ou aos 80”, afirma.
O
especialista afirma que os homens e mulheres enfrentam desafios diferentes
relacionados à sexualidade na terceira idade. Elas, por exemplo, têm perda de
elasticidade vaginal, enquanto eles têm firmeza da ereção. Questões como
aposentadoria, perda de parceiro ou problemas de saúde crônicos também
influenciam na vida sexual, segundo o biomédico.
“Manter
uma vida sexual ativa na terceira idade traz diversos benefícios. Além de
melhorar o humor e reduzir a ansiedade, a atividade sexual estimula o cérebro e
ajuda a manter a memória afiada. Também é uma forma de exercício, contribuindo
para a saúde do coração e promovendo um sono mais reparador”, diz.
Mello
diz ainda que, apesar de fazer bem, tomar todos os cuidados é imprescindível,
visto que o risco de ISTs também cresce entre os mais velhos.
“Técnicas
de relaxamento, brinquedos eróticos e até terapia sexual ajudam a manter a
satisfação elevada. O orgasmo não tem prazo de validade", diz o sexólogo.
¨ Veja os
sinais que o seu corpo dá quando está com 'falta de sexo'
O sexo é uma necessidade do corpo humano e, embora muitos pensem que
não exige atenção, não é bem assim. Quando se passa muito tempo sem ter
intimidade com outra pessoa, existem alguns sinais que os especialistas
apontaram para você ficar de olho.
O corpo humano é uma máquina muito precisa e, sempre que tem uma
necessidade, tende a avisar para que você tome medidas, como, por exemplo,
quando você está com fome, sede ou sono. Mas, no caso do sexo, para muitas
pessoas é muito difícil identificar os sinais de que está faltando.
Quando não se tem um encontro sexual há muito tempo, segundo o portal
Melhor com Saúde, pode afetar a pessoa tanto fisicamente quanto emocionalmente,
porque quando se compartilha esse momento, não se trata apenas de satisfazer um
prazer, mas de algo mais.
Conforme o Centro de Saúde da Mulher nos Estados Unidos, o sexo ativa
neurotransmissores, que não beneficiam apenas a saúde mental, mas também o
funcionamento de outros órgãos, e embora a masturbação também possa
proporcionar esses benefícios, eles não são os mesmos que ter contato pele a
pele com outra pessoa.
Segundo o livro O Sistema da Serotonina, existe uma relação direta
dessa substância com o funcionamento da libido. Quanto aos sinais exatos que
podem surgir quando está na hora de ter algum tipo de contato sexual, o portal
de saúde menciona o seguinte:
<><> Está mais irritável
Quando existe uma irritabilidade constante e mau-humor, embora
pareça engraçado, não é, pois, isso pode ser devido à falta de satisfação do
desejo sexual.
<><> Estresse
O sexo pode ser definido como um tipo de atividade física e todos
sabem que o exercício é uma boa forma de eliminar as preocupações da mente e o
estresse.
Dificuldade para dormir
Já que não poder ter um momento de intimidade pode fazer você se
sentir mal emocionalmente, também pode afetar seus ciclos de sono.
<><> Dores
em diferentes partes do corpo
Experimentar, por exemplo, dores de cabeça, pode estar relacionado à
falta de relações sexuais. Segundo uma publicação na revista Cephalalgia, ter
relações sexuais pode aliviar dores de cabeça em alguns pacientes que têm
cefaleia ou enxaqueca devido à liberação de endorfinas durante o ato.
Pior aspecto da pele
Quando a pele parece menos saudável, suave e com imperfeições,
também pode ser devido à falta de contato íntimo, e até mesmo acne pode
aparecer.
Embora nem todos esses problemas sejam resolvidos com sexo, mas
também adotando hábitos de vida saudáveis como uma alimentação saudável,
exercício regular, controle do estresse, é importante observar esses sinais
quando você tem um parceiro e, se estiver solteiro, pode optar por desenvolver
atividades alternativas à sua rotina para se sentir melhor.
Fonte: CNN
Brasil/Extra
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