terça-feira, 21 de janeiro de 2025

8 coisas que você talvez não saiba sobre Donald Trump

O republicano Donald Trump retorna à Casa Branca para um segundo mandato de presidente.

Após Grover Cleveland, ele se tornou o segundo político na história dos Estados Unidos a perder uma tentativa de reeleição para a Presidência, concorrer novamente e conseguir vencer nessa segunda campanha.

Além do fato de ter sido presidente entre 2017 a 2021, algumas facetas de Trump são menos conhecidas do que outras.

Sua formação na Academia Militar, um tipo de fobia e até seu passado democrata são menos comentados do que seu papel no Partido Republicano ou seu amor pelo sul da Flórida.

Confira a seguir oito coisas que talvez você não saiba sobre Donald Trump.

1. Estudou na Academia Militar de Nova York

Os pais de Trump o enviaram para estudar na Academia Militar de Nova York, em Cornwall-on-Hudson, aos 13 anos, uma escola que prometia "endireitar" os jovens rebeldes.

"Quando eu era adolescente, o que mais me interessava era fazer travessuras, porque, por algum motivo, eu gostava de causar problemas e de testar as pessoas", escreveu Donald Trump no livro A arte da negociação.

Nos cinco anos em que esteve na academia, ele jogou basquete, futebol, beisebol e futebol americano.

Alguns colegas lembram dele como um líder natural, outros como um "valentão", segundo vários testemunhos ouvidos pela imprensa americana.

Após se formar, Donald Trump iniciou os estudos de graduação na Universidade Fordham, no Bronx, mas foi transferido para a Wharton School of Business, na Universidade da Pensilvânia, dois anos depois.

Ele se formou como bacharel em Ciências Econômicas.

Detalhes sobre seu processo de admissão ou histórico de desempenho acadêmico são desconhecidos.

2. Tem fobia de germes

"Uma das maldições da sociedade americana é o simples ato de apertar a mão", escreveu Trump em seu livro The art of the comeback ("A arte do retorno", em tradução livre).

A limpeza das mãos tem sido um assunto recorrente em sua carreira.

"Acontece que sou um fã de mãos limpas. Sinto-me muito melhor depois de lavar bem as mãos, o que faço sempre que posso", já declarou.

Aqueles que já trabalharam com Donald Trump confirmam que o incomoda ser exposto a qualquer possível fonte de contágio.

Em um programa de rádio de 1993 apresentado por Howard Stern, o entrevistador perguntou se ele era germofóbico.

"Sou germofóbico", confirmou Trump.

3. Foi o sucessor na empresa de seu pai

Depois de terminar a universidade, Donald Trump foi trabalhar na imobiliária do pai, Fred Trump. Em 1971, aos 25 anos, o jovem assumiu o controle da empresa.

Como herdeiro dos negócios, rebatizou-o de Trump Organization e concentrou-se na criação de edifícios ostentosos que permitiram aumentar não só a fortuna, mas também a fama na televisão, nos tabloides e, em última análise, na política.

A Organização Trump expandiu as operações, e passou a atuar com projetos imobiliários comerciais, residenciais, conjuntos de escritórios, cassinos, condomínios, campos de golfe e hotéis.

Uma investigação do jornal The New York Times concluiu que Trump recebeu quase US$ 400 milhões do patrimônio de seu pai ao longo da vida.

4. Foi filiado aos democratas

Embora tenha sido membro do Partido Republicano durante a maior parte da sua vida, houve um momento, entre 2001 e 2009, em que Trump foi registrado como filiado ao Partido Democrata em Nova York, de acordo com a Junta Eleitoral local.

Em 2000, Trump tentou por um breve período ser a nomeação presidencial do Partido da Reforma (uma organização minoritária nos EUA), mas abandonou o plano no meio de uma crise dentro da sigla.

5. Já mudou várias vezes de posição sobre o aborto

"Sou muito pró-escolha", disse Donald Trump em 1999, durante uma entrevista à emissora NBC News.

Mas, ao longo de sua vida, o republicano já mudou várias vezes de posição sobre uma das grandes questões que dividem os americanos.

Mais de uma década depois, em fevereiro de 2011, ele opôs-se publicamente ao aborto.

"Sou pró-vida", afirmoiu ele num discurso durante a Conferência de Ação Política Conservadora.

Durante seu primeiro mandato (2017-2020), Trump defendeu a proibição nacional ao aborto após as 20 semanas de gestação.

Ele também prometeu nomear juízes conservadores para a Suprema Corte, buscando justamente revogar o direito de interromper a gravidez para todas as regiões dos EUA. E assim ele fez.

Em 2022, a Suprema Corte do país anulou uma decisão anterior, de 1973, que garantia o direito constitucional ao aborto nos Estados Unidos.

Com isso, cada Estado ficou livre para regular o aborto como quisesse, o que resultou na proibição quase completa do procedimento em várias partes do país.

Durante a campanha presidencial de 2024, Trump repetiu que a decisão de proibir ou permitir o aborto depende de cada Estado.

6. Declarou falência em seis negócios

Seis das empresas de Donald Trump foram declaradas falidas porque não conseguiram pagar as suas dívidas. São elas:

Casino Trump Taj Mahal em Atlantic City, Nova Jersey, 1991;

Trump Castle Casino em Atlantic City, 1992;

Trump Plaza e Casino em Atlantic City, 1992;

Plaza Hotel Nova York, 1992;

Trump Hotels & Casinos Resorts, com propriedades em Atlantic City e Indiana, 2004;

Trump Entertainment Resorts, empresa sucessora do Trump Hotels & Casinos Resorts, 2009.

Em 1992, ele chegou a um acordo com os bancos credores para renegociar suas dívidas. O empresário teve que vender um iate, um jato, uma participação no Grand Hyatt e uma companhia aérea, a Trump Shuttle.

Mais tarde, voltou a enfrentar problemas financeiros e evitou a falência ao chegar a um novo acordo com bancos.

Os empreendimentos fracassados ​​de Trump incluíram cassinos e hotéis, o fechamento de seu time de futebol americano New Jersey Generals e a agora extinta Universidade Trump.

7. Tornou-se famoso como apresentador do reality show 'O Aprendiz'

Antes de chegar à arena política, o multimilionário era figura recorrente em tabloides e programas de televisão por seu trânsito no mundo do entretenimento.

Trump começou a se tornar conhecido como proprietário dos concursos de beleza Miss Universo, Miss EUA e Miss Teen EUA e alcançou maior projeção como criador e apresentador do reality show O Aprendiz, do qual fez parte entre 2004 e 2015.

Ele também fez participações na série Um maluco no pedaço e no filme Esqueceram de mim 2.

8. Foi condenado no caso 'Stormy Daniels'

Trump é o primeiro presidente americano condenado na Justiça na história do país.

Ele foi declarado culpado, em maio, por 34 delitos que lhe foram imputados por falsificar documentos com o intuito de ocultar pagamentos à atriz pornô Stormy Daniels, com o objetivo de comprar o silêncio dela a respeito de um encontro sexual que os dois tiveram antes das eleições de 2016.

Em sua conta na rede Truth Social, o então ex-presidente se declarou inocente e classificou a condenação como um "ataque político".

Além do caso Stormy, Trump também perdeu os processos em que foi acusado de mentir sobre seu patrimônio em demonstrativos financeiros enviados a bancos e seguradoras e no caso em que foi acusado de difamação pela colunista E. Jean Carroll.

Ele teve que pagar multas milionárias nesses casos.

O republicano também precisou indenizar estudantes da extinta Universidade Trump em 2018 que o acusavam de lhes ter enganado.

¨         Astro de TV, presidente, condenado e eleito novamente: conheça a trajetória de Donald Trump

Foi com Roy Cohn, o polêmico advogado que representou mafiosos de Nova York e é considerado o grande mentor de Donald Trump, que o republicano aprendeu o lema que desde então vem guiando sua trajetória: "sempre clame vitória, jamais admita a derrota".

Trump aplicou o ensinamento não só ao contestar sua derrota nas eleições em 2020, que perdeu para Joe Biden. Mas também quando conseguiu convencer credores a perdoarem a maior parte de uma dívida de US$ 900 milhões que fez na década de 1990. Hoje, o republicano tem uma fortuna estimada em cerca de US$ 6,5 bilhões (cerca de R$ 32 bilhões), fruto de seu conglomerado de empresas que inclui redes de hotéis, resorts, cassinos e campos de golfe dentro e fora dos Estados Unidos. E de uma carreira como personalidade da TV, que o alçou à fama antes de se tornar presidente dos EUA pela primeira vez, em 2017.

Mas a trajetória de Trump também abarca processos judiciais, 18 denúncias de crimes sexuais, três casamentos, cinco filhos, dez netos, uma mudança de partido e muitas falas polêmicas — só na campanha eleitoral de 2024, ele disse que vai prender adversários políticos e colocar o Exército atrás de cidadãos dentro e fora dos EUA, além de prometer a maior deportação de imigrantes na história de seu país. Ao contrário do que já disse algumas vezes, Donald Trump não construiu sua fortuna do zero. Seus primeiros passos e milhões de dólares foram proporcionados por seu pai, Fred Trump, filho de um imigrante alemão que investiu no incipiente mercado imobiliário de Nova York na década de 1950.

Fred Trump escolheu Donald, o quarto dos cinco filhos que teve, como seu sucessor na carreira. Descartou as duas filhas meninas, e o filho mais velho, Fred Jr., morreu de um ataque cardíaco associado ao alcoolismo. Após se formar em economia na Universidade da Pensilvânia, em 1968, ele assumiu oficialmente a imobiliária da família. Seu primeiro passo foi tentar ampliar os negócios do pai, focados em residências para famílias brancas no Queens, bairro de Nova York onde o ex-presidente nasceu, em 1946, viveu durante a infância e a adolescência. Trump filho queria construir prédios altos em Manhattan e hotéis, campos de golfe e cassinos fora dos EUA. Para isso, pegou um empréstimo de cerca de US$ 500 milhões de seu pai, segundo o jornal "The New York Times", e foi se firmando no mercado imobiliário da cidade ao longo da década de 1970 com construções que ele sempre batizava com o sobrenome da família.

Em 1980, veio seu primeiro processo judicial: foi acusado de discriminar famílias negras em aluguéis de apartamentos em um de seus prédios. Trump, que herdou uma empresa focada em famílias brancas, negou, mas o caso ganhou repercussão, e ele foi, então, em busca de um nome forte para sua defesa.

<><> Advogado e mentor

Bateu na porta do advogado Roy Cohn, uma das figuras mais polêmicas da história recente dos Estados Unidos que acabou por se tornar o grande mentor de Trump e responsável por moldar a personalidade política do então jovem empreendedor. "Ele me procurou dizendo: você parece ser maluco como eu e também é 'antiestablishment'", disse o próprio Cohn.

Roy Cohn foi advogado de grandes mafiosos de Nova York, sempre defendendo seus clientes em entrevistas à imprensa, o que o tornou um rosto conhecido. Também muito influente entre artistas, políticos e empresários, ele respondeu como réu em processos por acumular dívidas milionárias, manipular provas e comprar falsos depoimentos em julgamentos. Um dos casos mais emblemáticos de Cohn foi o do casal Ethel e Julius Rosemberg, judeus nova-iorquinos que foram para a cadeira elétrica acusados de serem espiões da União Soviética durante a Guerra Fria. A testemunha-chave do processo depois confessou ter sido forçada por Cohn a mentir. O advogado também assessorou o senador Joseph McCarthy na caça aos comunistas que marcou a década de 1950 nos EUA. E liderou ataques e caças a homossexuais.

No processo em que foi acusado de discriminar famílias negras, Trump chegou a um acordo, mas, seguindo o lema de Cohn, declarou vitória alegando que em nenhum momento reconheceu culpa e acusou o governo de perseguição, seguindo a estratégia de ataque que marcaria o resto de sua carreira profissional e política.

Foi também com a ajuda de Cohn que o ele construiu a Trump Tower, sua famosa torre residencial em Manhattan onde tem uma de suas residências, nos três últimos andares — atualmente, Trump vive com a família em uma mansão de 126 quartos no complexo residencial de Mar-a-Lago, na Flórida, do qual também é o dono. A torre de Nova York foi construída parcialmente com aço, uma indústria dominada na época por mafiosos que Roy Cohn representava.

<><> Embates na Justiça

Mas este não foi o único embate de Trump com a Justiça. Décadas mais tarde, depois de o magnata virar presidente e deixar a Casa Branca, começou sua maior batalha com os tribunais. Em 2023, ele virou réu em quatro processos diferentes, com 91 acusações no total. A maior parte deles foi encerrada após sua vitória nas urnas em novembro — inclusive a ação o acusava de tentar reverter sua derrota nas eleições de 2020. Ao tomar posse nesta segunda (20), porém, ele se tornou o primeiro presidente já condenado na Justiça da história dos EUA.

<><> Caso Stormy Daniels

A Justiça considerou Trump culpado de fraude contábil ao declarar como gasto de campanha um pagamento feito à ex-atriz pornô Stormy Daniels. O dinheiro, segundo a acusação, foi pago para comprar o silêncio de Daniels, com que Trump teria tido um caso extraconjungal durante a campanha presidencial de 2016, da qual ele saiu vencedor. Daniels prestou depoimento durante o julgamento e não só confirmou que, de fato, teve um "encontro sexual" com Trump, o que o ex-presidente nega, como também deu uma enxurrada de detalhes sobre o episódio.

No relato, a ex-atriz-pornô contou que aceitou ter a relação sexual, mas afirmou que havia um "jogo de poder". Disse que o então empresário encostou, sem roupas, contra a porta do quarto do hotel e lhe falou: "Esta é a única forma de você conseguir sair do estacionamento de trailers", onde Daniels morava à época.

Na sentença, que saiu no último dia 10, Trump recebeu a pena de "dispensa incondicional": ele não foi condenado à prisão, nem a liberdade condicional e nem pagará multa por sua condenação criminal, mas a sentença registrará um julgamento de culpa em seu histórico permanente. O processo não envolveu crime de natureza sexual, mas Trump foi acusado por outras 18 mulheres de crimes sexuais — três deles estupros — segundo um levantamento da rede de TV norte-americana ABC. Ele nega todos. Em um dos casos, a suposta vítima era uma menina de 13 anos, que relatou ter sido estuprada na década de 1990 por Trump e pelo bilionário Jeffrey Epstein, acusado de tráfico sexual e que morreu na prisão enquanto aguardava julgamento. A denúncia foi retirada meses depois, e a menina nunca mais falou com a imprensa.

<><> Três casamentos, cinco filhos

Não foi a primeira vez que o republicano foi acusado de estupro. Sua primeira esposa, Ivana Trump, de quem ele se divorciou na década de 1990, disse logo após a separação ter sido estuprada pelo ex-marido. No entanto, Ivana, que nasceu na República Tcheca e morreu em 2022 em Nova York, também não levou a acusação adiante e nunca mais mencionou o caso, e a investigação foi arquivada. Promotores de Nova York suspeitam que houve um acordo secreto entre os dois, que foram casados por 13 anos e tiveram três filhos: Donald Jr., Ivanka e Eric.

Trump tem outros dois filhos, frutos de duas relações diferentes: Tiffany, do casamento com sua segunda esposa, a atriz e modelo Marla Maples, e Barron Trump, seu caçula e único filho com sua atual esposa, a ex-modelo Melania Trump.

De origem eslovena, Melania é casada há mais de 20 anos com Trump. Os dois se conheceram durante uma festa em Nova York em 1998. Ela participou pouco da campanha do marido, e ficou na residência da família em Nova York a maior parte do tempo. Como primeira-dama, durante a gestão de Trump entre 2017 e 2021, também manteve a discrição e deu poucas entrevistas, embora acompanhasse com frequência o marido em eventos e viagens internacionais.

<><> Personalidade da TV

Foi também com a ajuda de seu mentor Roy Cohn que o então magnata migrou para a TV, já nos anos 2000. Cohn, bem relacionado com a mídia local, intermediou para que o então magnata conseguisse fechar um contrato para estrelar o programa "O Aprendiz", reality show no qual Trump escolhia um participante para trabalhar com ele — os outros todos eram "demitidos". E, apesar de imprimir o sobrenome paterno em todas as suas edificações, o nome Trump só se consolidou como marca empresarial com o programa, que durou 14 temporadas e foi exportado para diversos outros países, inclusive o Brasil.

Além de alçar seu nome de forma nacional, a carreira na TV também salvou Trump de dívidas que ele havia acumulado em suas empresas, apesar dos milhões que herdou do pai. Ele mesmo disse, em uma entrevista à apresentadora norte-american Ellen DeGeneres, que, antes do contrato com o reality show, estava negativo em US$ 900 milhões (cerca de R$ 5,1 bilhões). "Um dia estava na rua com minha esposa e apontei para um morador de rua e disse: ele tem mais dinheiro que eu", disse o republicano.

<><> Carreira política

Pode ser difícil de acreditar, mas Donald Trump já foi um militante do Partido Democrata, que hoje ele acusa de ser a sigla do "establishment". O atual candidato republicano não só mudou de lado à medida em que foi se envolvendo mais com temas políticos como também empurrou sua atual sigla ainda para uma direita mais radical. "Em Nova York, praticamente todo mundo era democrata", explicou o agora republicano em uma entrevista à CNN em 2015, um ano antes de se tornar presidente. Trump entrou na política em 2016 já no posto máximo de seu país — a presidência foi seu primeiro cargo.

Trump venceu a eleição presidencial de 2016 contra a candidata democrata Hillary Clinton usando mensagens populistas de direita que repercutiram nos estados indecisos do centro-oeste dos EUA. Quando assumiu o governo, transformou parte do discurso radical em ação: logo no começo de sua gestão, iniciou a construção de um polêmico muro em algumas áreas da fronteira entre EUA e México — mas o projeto foi abandonado e ainda está sem conclusão. Ele também retirou os EUA de uma série de tratados e acordos internacionais. Um deles foi o acordo nuclear histórico entre EUA e Irã que seu antecessor, o democrata Barack Obama, havia conseguido costurar. Trump aplicou uma série de sanções ao país rival, que retomou seu programa nuclear e, atualmente, ameaça usá-lo para fins militares, em meio às tensões com Israel.

Ele também repetiu, ao longo dos quatro anos, ameaças de que retiraria os EUA da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), alegando que outros países membros, principalmente os europeus, deveriam aumentar seus gastos militares para engordar o arsenal da aliança. Esse é um argumento que o republicano mostrou não ter abandonado: em um ato de campanha no ano passado, disse que não defenderá um país membro da aliança caso ele seja atacado pela Rússia — a Otan prevê defesa imediata a qualquer país membro que seja atacado ou invadido.

Trump usou o mesmo pressuposto, o de que os EUA pagam mais que outros países, para também abandonar o Acordo de Paris sobre as mudanças climáticas, alegando que as metas impostas aos norte-americanos eram muito altas. A retirada do acordo do clima foi uma das maiores polêmicas da gestão do republicano, que passou a presidência negando o aquecimento global. Em paralelo, o ex-presidente conseguiu entregar uma série de vitórias para a ala mais conservadora do Partido Republicano no período. Ele nomeou três juízes da Suprema Corte, impulsionou cortes de impostos favoráveis a empresas e revogou uma série de regulamentações governamentais. Seus quatro anos à frente da Casa Branca foram permeados ainda por dois impeachments — processo que, nos EUA, não significa que o presidente deve deixar seu cargo —, críticas por sua gestão na pandemia e, nos últimos dias, uma insurreição no Capitólio dos EUA.

<><> Invasão do Capitólio

A cartada final da gestão de Trump ocorreu depois das eleições de 2020, quando ele perdeu para Joe Biden. O republicano — repetindo o lema de seu mentor de "sempre clamar vitória" — contestou o resultado das urnas, que disse ter sido fraudado. Meses antes do pleito, ele já vinha falsamente semeando dúvidas sobre a integridade da eleição de 2020, diante da indicação de pesquisas de que estava atrás do democrata.

Em 6 de janeiro de 2021, dias antes da posse de Biden, ele fez um discurso em Washington em que incitou apoiadores a impedirem a certificação do novo governo. Horas depois, centenas de pessoas invadiram o Capitólio — o prédio onde funciona o Legislativo dos Estados Unidos, em um episódio que ficou conhecido como um dos principais golpes contra a democracia norte-americana. Trump depois negou ter incitado a invasão e disse que a mesma representou um "dia do amor" em que "nada de errado" aconteceu.

 

Fonte: BBC News Mundo/g1

 

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