quinta-feira, 24 de outubro de 2024

Sobreviventes dos bombardeios israelenses enfrentam uma nova catástrofe: epidemias, amputações e fome

“Enquanto o norte da Faixa de Gaza está sujeito a uma nova campanha de massacres e fome forçada, os médicos que trabalham em outros lugares de Gaza dizem que uma ameaça mais silenciosa está se espalhando pelo território: as doenças crônicas e as infecções”. A reflexão é de Murtaza Hussain, em artigo originalmente publicado por Drop Site News e reproduzido por Voces del Mundo, com tradução do Cepat.

Murtaza Hussain é jornalista especializado em questões de segurança nacional e política externa. Seus artigos são publicados na CNN, BBC, MSNBC e outras mídias

<><> Eis o artigo.

Enquanto o norte da Faixa de Gaza está sujeito a uma nova campanha de massacres e fome forçada, os médicos que trabalham em outros lugares de Gaza dizem que uma ameaça mais silenciosa está se espalhando pelo território: as doenças crônicas e as infecções.

Um ano após o início do conflito, os ataques contra a população civil do território continuaram a se intensificar, incluindo os bombardeios contra hospitais e escolas no norte, que causaram um número impressionante de vítimas civis. Enquanto as clínicas no norte foram sobrecarregadas por lesões traumáticas provocadas por bombardeios aéreos e outros ataques, as instalações médicas em outras partes da Faixa de Gaza que não são atualmente alvo desta campanha registraram um declínio relativo deste tipo de lesões, disseram médicos em Gaza ao Drop Site News.

Em meio a esta calmaria nos casos de trauma em outras partes da Faixa de Gaza, as autoridades médicas estão percebendo claramente o impacto das doenças e da subnutrição na população palestina, à medida que os pacientes ficam desesperados para ter acesso aos poucos equipamentos de saúde que ainda funcionam no território.

“Estamos enfrentando as consequências sanitárias de toda uma população que não tem acesso a tratamento médico regular há mais de um ano, e na qual centenas de milhares de pessoas foram forçadas a abandonar as suas casas para viver em barracas superlotadas, sem saneamento ou acesso a água potável”, disse Nabil Rana, cirurgião vascular da Carolina do Norte que está atualmente em missão médica voluntária no Hospital Nasser, na cidade de Khan Younis, no sul de Gaza. “Vemos a chegada de um grande número de pessoas com graves complicações derivadas de doenças e infecções facilmente tratáveis. Está chegando a um ponto em que é aterrador”.

A guerra assistiu a ataques diretos não só a equipamentos médicos, mas também a bombas de água, estações de tratamento de águas residuais e poços, o que tornou a água potável um bem escasso para os habitantes de Gaza. Em julho, apareceram imagens de vídeo de soldados israelenses destruindo uma instalação de bombeamento de água na cidade de Rafah, um dos muitos ataques documentados e intencionais à infraestrutura hídrica no território.

Khalid Mortaga, um cidadão americano de 22 anos que permanece preso com sua família na cidade de Deir al-Balah, no centro de Gaza, disse que ele e seus familiares sofreram de doenças crônicas de pele, hepatite e outras doenças em consequência de se verem obrigados a usar água contaminada.

“No dia 1º de outubro fui diagnosticado com hepatite. Nos dez dias seguintes fiquei na cama a maior parte do tempo. Meu rosto ficou pálido e meus olhos ficaram amarelos, disse Mortaga. Muitas pessoas ao nosso redor em Deir al-Balah também sofrem desta doença, mas os problemas de saúde mais comuns que a maioria das pessoas sofre são doenças de pele resultantes da água salgada e suja que usamos para beber e tomar banho”.

Mortaga compartilhou fotos com o Drop Site News de erupções cutâneas e outras doenças de pele que ele e sua família sofrem atualmente. “Muitas pessoas procuram remédios e não encontram, disse. Minha mãe foi ao dermatologista e ele receitou um remédio, mas ela não o encontrou. Meu pai também tem sinusite crônica e não consegue encontrar o spray que costuma usar”. Ele e sua família ainda têm a esperança de que o Departamento de Estado os ajude na evacuação.

Reunir números exatos sobre o impacto total das doenças em Gaza é quase impossível devido às restrições à entrada no território e ao colapso do sistema de saúde durante a guerra. No entanto, os relatórios dos profissionais da área da saúde que ainda trabalham em Gaza pintam um quadro sombrio e constante de uma população que sucumbe à devastação da doença.

Na segunda-feira, Mohammed Aghaalkurdi, um trabalhador humanitário que atua em Khan Younis, publicou um artigo de opinião no The New York Times em que avalia a catástrofe que o sistema de saúde de Gaza enfrenta. “As tubulações de água que abastecem a área foram cortadas, o esgoto inunda as ruas e as pessoas não têm outra escolha senão viver em tendas devido às constantes evacuações e bombardeios. Muitos se viram forçados a usar água do mar contaminada com esgoto bruto para fazerem a higiene e lavar roupa. Quase não há sabão ou detergente para comprar, escreveu. Agora, diariamente, os postos de saúde da nossa equipe no sul de Gaza tratam cerca de 180 crianças com doenças cutâneas eruptivas, como impetigo e varicela”.

Antes da guerra, Gaza já estava entre os locais mais densamente povoados do planeta. Agora, grande parte da população foi forçada a se refugiar numa série de chamadas “zonas seguras”, incluindo uma área ao longo da costa conhecida como Mawasi, explicou Rana. Embora o nível de mortes e deslocamentos no território tenha dificultado a obtenção de números exatos da população, é possível que até 1,9 milhão de palestinos estejam concentrados nestas zonas seguras. A densidade populacional de Mawasi é estimada em mais de 30.000 pessoas por quilômetro quadrado. “Toda a área está abarrotada de tendas e acampamentos. É algo incomensurável. Existem barracas até onde a vista alcança e não há banheiros nem acesso a água potável”, acrescentou Rana.

Nestas condições, doenças transmissíveis como meningite, hepatite A, infecções gastrointestinais, sarna e varicela se propagam em grande velocidade. No início deste ano também surgiram relatos de poliomielite em Gaza, o que levou a uma breve pausa na luta para administrar vacinas de emergência e prevenir uma maior disseminação da doença.

“Estamos atendendo pessoas com graves complicações decorrentes de coisas que poderiam ter sido facilmente evitadas, incluindo muitos diabéticos que ficaram gravemente doentes devido à falta de nutrição adequada, diz Rana. Pequenos ferimentos muitas vezes não são tratados, o que leva à gangrena e a uma alta taxa de amputações parciais de mãos e pés. Ultimamente fazemos mais amputações por ferimentos infectados e em diabéticos do que por lesões traumáticas”.

Embora o número de mortos em combate estimado pelo Ministério da Saúde de Gaza tenha ultrapassado os 40.000 desde o início da guerra, os relatórios médicos sugerem que o número real de mortes provocadas pela guerra já é provavelmente muito maior devido à destruição deliberada do sistema de abastecimento de água, esgoto e dos equipamentos de saúde.

O Ministério da Saúde não inclui mortes por doenças e outras causas indiretas derivadas da guerra no seu número de mortos. No entanto, um estudo publicado em julho na revista médica britânica The Lancet estima que o “excesso de mortes” provocado pela destruição dos equipamentos de saúde e de outras infraestruturas civis pode já ter ultrapassado os 186 mil desde o início da guerra, um número que os autores estimam entre 7% e 9% da população total do território antes da guerra.

Avaliar a extensão da perda é ainda mais difícil, uma vez que apenas uma fração da população de Gaza tem acesso a cuidados médicos neste momento. “A grande maioria da população vive nestes acampamentos inacessíveis. Provavelmente não estamos capturando nem uma fração do número de infartos e de acidentes vasculares cerebrais que estão ocorrendo, disse Rana. Estamos vendo tantos casos de meningite no hospital que está virando uma verdadeira epidemia. Calcular a taxa de propagação de doenças infecciosas neste momento é simplesmente impossível”.

É provável que as condições atuais agravem a crise. “Tem resíduos por todo lado, lixo por todo lado, tem esgoto nas ruas por onde as pessoas andam; tudo isso é calculado para provocar doenças infecciosas em massa. Não há água limpa para beber. Já vi literalmente crianças bebendo esgoto da rua, esse é o nível de desespero, acrescentou Rana. Todos estão desnutridos, todos estão imunocomprometidos, e estas são as pessoas que sobreviveram aos bombardeios”.

A ideia de usar a doença como arma contra os habitantes de Gaza tornou-se pública em novembro passado, quando Giora Eiland, um influente general aposentado do exército israelense e conselheiro do ministro da Defesa Yoav Gallant, começou a defender o uso da fome, das doenças e da privação de água como ferramentas de guerra.

Em novembro, Eiland escreveu um artigo na edição hebraica do Yedioth Ahronoth em que encorajava Israel a infligir sofrimento à população por estes meios. “A comunidade internacional nos alerta para um grave desastre humanitário e graves epidemias. Não devemos fugir disto. Em última análise, epidemias graves no sul de Gaza deixarão a vitória mais próxima e reduzirão as baixas entre os soldados israelenses”, escreveu Eiland. Sobre o possível impacto desta estratégia na população civil, acrescentou: “Quem são as mulheres ‘pobres’ de Gaza? Todas são mães, irmãs ou esposas de assassinos do Hamas”.

O artigo de Eiland foi posteriormente respaldado pelo influente ministro das Finanças israelense de extrema-direita, Bezalel Smotrich, que o compartilhou nas redes sociais e declarou que “concordava com cada palavra”.

Eiland é também o arquiteto de uma proposta conhecida como “Plano dos Generais”, que promove o uso da fome para esvaziar o norte de Gaza da sua população e transformar o território numa “zona militar fechada”, uma estratégia que, aparentemente, Israel está considerando implantar na parte norte do território.

O conselheiro do ministro da Defesa israelense e ex-presidente do Conselho de Segurança Nacional elogiou publicamente a destruição do abastecimento de água como uma ferramenta para infligir sofrimento coletivo aos palestinos. “Israel, pelo que entendi, cortou o fornecimento de água a Gaza”, disse Eiland numa entrevista em hebraico no ano passado. “Mas há muitos poços em Gaza, que contêm água que tratam localmente, pois originalmente contêm sal. Se a falta de energia em Gaza fizer com que parem de bombear água, tudo bem. Caso contrário, teremos de atacar estas estações de tratamento de água para criar uma situação de sede e fome em Gaza, e criar assim uma crise econômica e humanitária sem precedentes”.

O plano de Eiland de utilizar a água, as doenças e a subnutrição como armas de guerra parece ter sido implementado em Gaza, e a população civil está sucumbindo em massa à devastação das doenças. Como resultado destas medidas, e com a guerra em andamento, o número final de mortos em Gaza pode acabar ultrapassando até mesmo as estimativas mais sombrias que estão agora sendo feitas por pesquisadores médicos.

“Não é necessário lançar uma única bomba e é possível exterminar uma população inteira simplesmente destruindo completamente as suas instalações e infraestruturas desta forma, disse Rana. Essa será a causa da grande maioria das mortes no final desta guerra”.

 

¨      “Gaza e suas vidas indignas: somos todos ‘recrutados’”, diz com Judith Butler

Há gritos que podemos ouvir. Outros, que não. Mortos que lamentamos e muitos, a maioria, que ignoramos. A guerra distingue as vidas que contam daquelas que não contam, a dor dos outros pela qual sentimos empatia daquela que ignoramos, o “nós” contra o “eles”.

<><> Eis a entrevista.

·        Butler, em Regimi di guerra, você escreve: “A guerra é uma lógica de precarização de algumas vidas em detrimento de outras, ela polariza em um nós e um eles a radical igualdade humana, ou seja, a vulnerabilidade da existência”. Quando esse processo começa?

A guerra não é uma coisa única e não existe uma lógica única para todos os conflitos. Há confrontos em que o vencedor lamenta o derrotado com formas rituais. Hoje, no entanto, aos derrotados nem sequer é reconhecida a dignidade do luto, como se não fossem seres vivos. Pensamos na guerra como um evento separado das questões sociais, mas se olharmos para os curdos ou para os palestinos, veremos como a desigualdade social e política culmina em formas de violência que comprometem a própria vida daqueles povos.

·        Gaza é o ponto mais extremo desse discurso?

O argumento do governo israelense e de parte da população é baseado na “culpa coletiva”. Ou seja, todos os palestinos devem pagar pelo que alguns deles fizeram: tendo votado no Hamas, que cometeu atrocidades e crimes de guerra, foram eles que provocaram a resposta violenta das IDF. “Eles morrem por culpa deles”. Um argumento imoral porque desconhece a destruição maciça do exército israelense em Gaza, primeiro, a ponto de fazer com que se fale em violência genocida, e em Beirute agora.

·        Parece que somos cada vez mais indiferentes aos mais de 40.000 mortos palestinos. Como é possível? E por que para falar disso é sempre necessário começar relembrando as vítimas de 7 de outubro?

Os ataques de 7 de outubro foram um crime contra a humanidade e devem ser condenados. Mas a condenação e a compreensão histórica não são contraditórias, e essa história não começa em 7 de outubro. Começar tudo a partir daí é explicar a violência de Israel como retaliação ou autodefesa. Não nos perguntamos a que o Hamas reage, qual é sua história, seus objetivos, as relações com o restante dos palestinos. Quando nos é pedido para condenar o Hamas no início de uma conversa, se quer congelar o ponto de partida da história.

·        Sua leitura do 7 de outubro lhe rendeu muitas críticas...

Se eu continuasse em meu luto como judia, sem ver a devastação pela qual Gaza está passando, eu estaria estreitando minha visão e falharia na leitura do quadro. Minha resposta ao 7 de outubro foi lamentar a perda de judeus israelenses (que irritou alguns de meus amigos palestinos) e a insistência na igual dignidade de luto pelas vidas palestinas (que incomodou muitos sionistas).

Não me encaixo no esquema belicista. E a agressão em Gaza não tem nada a ver com a vocação judaica pela justiça na qual fui criada. O esquema belicista gostaria de um “nós” contra um “eles”.

·        Uma divisão que é reforçada na guerra. Um grupo de pessoas é representado por um único ponto de vista. E quando aquela multidão se esgota em uma única figura, ela se torna um fantasma: não é mais uma vida humana, mas a encarnação de uma ameaça a ser destruída. Assim normalizamos a morte dos “outros”?

Até certo ponto, sim. Perguntemo-nos por que nossa indignação é reservada aos civis israelenses, embora muitos condenem a morte de palestinos inocentes, inclusive crianças, e por isso saem às ruas para protestar. A guerra restringe o campo das nossas emoções, ativando algumas e atenuando outras. O jornalismo embutido e as mídias nos mostram o horror, parece que o tocamos e sentimos, mas é uma sequência de imagens que não nos faz entender e analisar o que está acontecendo e por quê. É por isso, escrevo, que a guerra se empenha em minar uma democracia razoável. É por isso que temos de ser capazes de entender a guerra plenamente, registrá-la com nossos sentidos e fazer com que a dor e a raiva nos levem a questionar, aberta e coletivamente, aquela destruição, para avaliar se ela é justificável ou não.

·        Você afirma que a guerra seria uma encenação.

Eu certamente não acho que seja uma farsa, muito pelo contrário! Mas quando um fotógrafo ou uma agência de notícias narra, sempre enquadra. Mesmo que se esforcem para ser neutros. Selecionar um fato em detrimento de outro, seu ângulo, são todos atos de interpretação. O enquadramento participa ativamente de uma estratégia de contenção, impondo o que será considerado realidade para nós, leitores ou espectadores.

Vamos pensar no governo israelense. Dizem-nos que os civis estão sendo mortos porque o Hamas está escondido entre eles: portanto, deveríamos acreditar que eles seriam danos colaterais ou que, ao fornecer abrigo ao inimigo, estão participando da guerra. Mas há notícias que derrubam esse quadro de interpretação: aqueles civis são atacados diretamente, em suas casas, escolas, abrigos.

·        São os Estados, as mídias ou as redes sociais que impõem os enquadramentos?

Pelo menos em condições de ausência de censura de parte do estado, há muitos atores que, mesmo por meio de um celular, criam enquadramentos, muitas vezes contraditórios. Portanto, devemos nos perguntar não apenas quais são as notícias de Gaza, mas também por meio de quais enquadramentos as recebemos. Criaremos nossa própria ideia, sem que ela nos seja ditada.

No entanto, aqueles que discordam de uma determinada ideia são criminalizados e deslegitimados...

·        Nesse estado de violência, estou preocupado tanto com a liberdade de imprensa quanto com a liberdade acadêmica. Muito depende do tipo de nacionalismo que os esforços bélicos constroem e consolidam. A ideia de nação não admite migrantes, refugiados, ativistas LGBTQIA+, opositores: todos são ameaças ao Estado e ao seu sucesso na guerra. Somos todos recrutados?

Talvez precisemos nos tornar mais conscientes de como ocorre o recrutamento. As pessoas querem saber imediatamente “de que lado você está”. Podemos até querer assumir uma posição fora do dualismo nós-eles ou contra a guerra como tal: em ambos os casos, nos dirão que estamos do outro lado, ou seja, com o inimigo. Como judia, se eu não apoiar o Hamas - e eu não apoio - sou definida de sionista. Mas se eu criticar o sionismo em sua forma atual, pertenço ao Hamas! Essas duas acusações se encaixam naquela lógica de guerra à qual me oponho. Nosso esforço deve ser o de desenvolver quadros interpretativos que vão além: o objetivo é um mundo não violento no qual coabitem igualdade e liberdade para todos.

·        A guerra é “masculina”?

Não, há uma masculinidade beligerante em certas formas agressivas de autodefesa e de sadismo. E também há mulheres que adotam essa lógica. Mas existem mulheres, homens e pessoas de outro gênero unidos contra a guerra: para mim, são a esperança.

·        O resultado das eleições nos EUA afetará o fim da guerra na Ucrânia e em Gaza?

Sim, afetará o envio de armas. Trump é um protecionista que não gosta de gastar dinheiro em guerras distantes: se ele vencer, abandonará Kiev e buscará um acordo que favoreça Moscou. Mas não deixará de apoiar Israel. Quanto a Kamala Harris, estamos esperando para ver até que ponto ela romperá com Biden.

·        As esquerdas globais parecem estar em um dilema em relação a Gaza, enquanto que sobre a Ucrânia adotaram, com o apoio a Kiev, a lógica da escalada...

Eu não saberia dizer quem ou o que define a esquerda global hoje. Mas vejo algumas grandes mobilizações em prol da Palestina e apelos pelo fim da violência na Ucrânia. Se se quer derrotar o nacionalismo e o autoritarismo, é para os protestos transnacionais que devemos olhar. Lembremos que Bolsonaro e Trump foram tirados pelo voto popular e que a esquerda está crescendo na França, embora tenha sido destituída do poder pela autocracia neoliberal de Macron.

·        O feminismo pode desempenhar um papel?

Deveria ser a vanguarda. Na Rússia, há associações feministas como a Women in Black e a Code Pink que estão lutando pela paz na Ucrânia. Opor-se à guerra significa, ao mesmo tempo, lutar pela igualdade, pela liberdade e pelo fim da catástrofe climática, para substituir os gastos militares em favor de gastos com educação, moradia e meio ambiente. O feminismo gera os valores mais importantes para qualquer mobilização contra a guerra.

 

Fonte: IHU

 

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