PCBs: o que são e seus riscos para saúde
PCBs, ou Bifenilas
policloradas (do inglês polychlorinated biphenyls) ou ascarel, são misturas de
até 209 compostos clorados. Os nomes variam de acordo com a posição relativa
dos átomos de cloro na estrutura. Essas substâncias químicas integram o grupo
genericamente denominado de dioxina, tendo sido sintetizadas inicialmente por
volta de 1800, na Alemanha. Porém sua produção industrial teve início a partir
de 1922.
Não existem fontes
naturais dos PCBs. Mas, por serem praticamente incombustíveis e apresentarem
alta estabilidade e resistência, os PCBs vêm sendo utilizados para diversos
fins, como fluidos dielétricos em transformadores, condensadores e óleos de
corte, lubrificantes hidráulicos, tintas e adesivos, entre outros.
Diversos estudos
indicam que dos 209 tipos possíveis de PCBs, somente 130 podem estar presentes
nas misturas comerciais. Estas misturas foram produzidas em vários países, com
diferentes nomenclaturas. No Brasil, eles são comercializados com o nome de “ascarel”.
Nos Estados Unidos, os
PCBs foram considerados como contaminantes ambientais em 1966. Devido ao grande
impacto na saúde e no meio ambiente, o país baniu a produção em 1979, e em 1988
seu uso nos Estados Unidos foi proibido. No Brasil, não existem registros da
produção de ascarel, sendo todo o produto importado.
Uma portaria
interministerial de janeiro de 1981 proíbe a fabricação e comercialização em
todo o território nacional, mas permite que os equipamentos elétricos
instalados continuem em funcionamento até sua substituição integral ou a troca
do fluido dielétrico por produto isento de PCBs.
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Contaminação
As principais rotas de
contaminação por PCBs no meio ambiente são:
• Acidente ou perda no manuseio de PCBs
e/ou fluidos contendo PCBs;
• Vaporização de componentes contaminados
com PCBs;
• Vazamentos em transformadores,
capacitores ou trocadores de calor;
• Vazamento de fluidos hidráulicos
contendo PCBs;
• Armazenamento irregular de resíduo
contendo PCBs ou resíduo contaminado;
• Fumaça decorrente da incineração de
produtos contendo PCBs;
• Efluentes industriais e/ou esgotos
despejados nos rios e lagos.
Devido à sua grande
estabilidade química e à ampla disseminação de produtos contendo PCBs, é comum
encontrá-los no meio ambiente devido à descarga dessas substâncias por
atividades humanas contaminantes do solo.
A contaminação atinge
os lençóis freáticos que acabam indo parar nos lagos, rios e oceanos,
prejudicando peixes e outros seres vivos aquáticos. Os PCBs também são
poluentes orgânicos persistentes (POPs), que se caracterizam por serem
altamente tóxicos, por permanecerem no ambiente por muito tempo e por serem
bioacumulativos e biomagnificados.
Os PCBs se acumulam
nas folhas e em outras partes de plantas, contaminando alimentos. Eles também
contaminam organismos pequenos e peixes devido à sua descarga nos corpos
d’água. Diversos estudos mostram que grande parte dos peixes que consumimos
estão contaminados com PCBs – entre eles se destaca o salmão de aquicultura
(criado).
Como resultado,
pessoas que se alimentam desses peixes ou de outros alimentos contaminados são
expostas a essas substâncias que se bioacumulam em seus tecidos. Dentro da
cadeia alimentar, os PCBs contaminam predadores de nível trófico alto, isso
porque ele pode infectar plantas, que estão na base da cadeia, e ir subindo até
chegar no último predador.
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Efeitos na saúde
Entre os danos à saúde
humana, o mais comum é a cloracne: uma escamação dolorosa que desfigura a pele
e que se assemelha à acne. Além disso, esses compostos podem também causar:
• Danos nos fígados
• Problemas oculares
• Dores abdominais
• Alterações nas funções reprodutivas
• Fadiga
• Dores de cabeça
• Câncer
A criação de
medicamentos hormonais que envolvem PCBs em sua produção também pode causar a
disrupção hormonal. Como no caso do xenoestrogênio em mulheres.
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Evitando riscos
Para evitar a
contaminação por ascarel, que está presente em carnes, peixes e derivados de
leite, através do processo de bioacumulação, é preciso tomar alguns cuidados. O
PCB, quando não descartado corretamente, chega a rios e lagos, onde contamina
peixes e micro-organismos.
Ao se alimentar desses
animais, ou beber a água desses rios e lagos, o animal ou o ser humano também
se contamina. Uma alternativa é se alimentar mais de frutas, legumes e verduras
orgânicas.
Opte também por peixes
de origem natural em substituição aos criados em aquicultura, pois a diferença
de concentração de PCBs entre os dois chega a quatro vezes.
Uma boa opção no
preparo de peixes é cortar a pele e a gordura visível. Uma vez que os PCBs são
armazenados na gordura. Pode-se também prepará-los com meios que reduzam
significativamente a quantidade de gordura na carne, como fazer o peixe
grelhado.
É recomendado também
que não ocorra um alto consumo de peixes, devido à grande taxa de contaminação
por essas substâncias. O ideal, de acordo com a Agência de Proteção Ambiental
dos Estados Unidos (EPA), é não ingerir mais que duas porções por semana, a fim
de evitar riscos.
• Conheça alimentos ricos em ômega 3, 6 e
9
Ômega 3, ômega 6 e
ômega 9 são ácidos graxos que desempenham papéis fundamentais para o bom
funcionamento do metabolismo humano. Como constituintes das gorduras
insaturadas, são usados pelo corpo como energia, além de colaborarem na
produção de hormônios. Porém, nosso corpo não é capaz de produzir os ômega 3 e
6, daí a importância de consumir uma dieta rica em ácidos graxos.
Comer esses alimentos
ajuda o corpo a produzir mais ômega 9 e regula o metabolismo como um todo,
fortalecendo a manutenção das membranas celulares, as funções cerebrais e
regulando o colesterol, promovendo o bem-estar em geral. É por isso que os
ômega 3, 6 e 9 são denominados ácidos nutricionalmente essenciais.
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Conheça alimentos ricos em ômega 3, 6 e 9 e sua importância
Segundo os dados da
Sociedade Brasileira de Cardiologia:
<><> Ômega
9
O principal
representante deste grupo é o ácido oleico. Este colabora para reduzir o
colesterol do sangue, e para diminuir o colesterol ruim (LDL), além de ajudar a
diminuir a agregação de plaquetas. Ele é sintetizado pelo corpo, mas seu
consumo pode ser incrementado através da dieta.
Fontes de ômega 9, que
também podem oferecer benefícios ao sistema imunológico em geral, incluem
azeite de oliva, óleo de colza, azeitona, abacate e de oleaginosas (castanhas,
nozes, amêndoas).
<><> Ômega
6
Este conjunto é
representado principalmente pelo ácido linoleico (AL). Óleos vegetais, como
milho, soja e colza são alimentos fontes de ômega 6. O ácido linoleico está
relacionado à redução do colesterol total e do colesterol ruim (LDL) e ao
aumento do colesterol bom (HDL).
Uma vez ingerido, o
ácido linoleico pode ser transformado em outros ácidos graxos do conjunto. O
mais importante é o ácido araquidônico (AA). Este também pode ser obtido
diretamente em alimentos ricos em ômega 6 como carnes e na gema do ovo.
<><> Ômega
3
A semente de linhaça
é, junto da semente de chia, uma das principais fontes vegetais de ômega 3,
pois é abundante em ácido alfa-linolênico (ALA). A linhaça pode ser consumida
em seu formato original ou em forma de óleo, o óleo de linhaça.
Outros alimentos com
grande quantidade de ômega 3 são nozes, óleo de canola e óleo de colza. O ácido
alfa-linolênico é necessário para a manutenção das membranas celulares, funções
cerebrais e transmissão de impulsos nervosos.
Quando já está
presente no organismo humano, o ácido alfa-linolênico pode ser transformado em
outros dois ácidos graxos ômega e também essenciais ao organismo: o ácido
eicosapentaenoico (EPA) e o ácido docosahexaenoico (DHA). Esses dois ácidos da
família ômega 3 são encontrados em algas marinhas e em peixes de água fria, que
também são ótimas fontes de proteína, como salmão (também rico em vitamina
B12), atum, sardinha, arenque e cavalinha.
Alguns óleos e
gorduras animais com alto teor de ômega 3 incluem o óleo de krill e o óleo de
fígado de bacalhau.
Tanto o EPA quanto o
DHA estão relacionados à diminuição do nível de colesterol total e de
triglicérides no sangue, e em aumentar o colesterol bom (HDL). No entanto, a
conversão de ALA em ácidos EPA e DHA é limitada, pois as enzimas necessárias
para o processo também são usadas pelo corpo em outras funções. Por isso,
recomenda-se a ingestão de alimentos que sejam naturalmente ricos em EPA e em
DHA.
<><> Por
que os ômegas são separados em 3, 6 e 9?
Os ácidos graxos
compõem as gorduras insaturadas, que são divididas em monoinsaturadas (apenas
uma ligação dupla entre carbonos da cadeia hidrocarbônica) e em
poli-insaturadas (múltiplas ligações duplas entre carbonos da cadeia
hidrocarbônica).
Os ácidos graxos do
grupo ômega 9 compõem as gorduras do tipo monoinsaturadas, enquanto os dos
grupos ômega 3 e ômega 6 são ácidos graxos poli-insaturados.
O que confere aos
grupos seus respectivos números é a posição em que ocorre a ligação dupla. No
caso do ômega 9, ocorre apenas uma ligação dupla, no nono carbono a partir da
hidroxila. No caso dos poli-insaturados, a primeira ligação dupla deve ocorrer
no terceiro carbono para conferir-lhe o nome ômega 3, e no sexto carbono para
identificá-lo como ômega 6.
<><> Quais
os benefícios do ômega 3 e sua importância na dieta
Mas, quais são os
benefícios para a saúde do ômega 3? O ômega 3, além de ser um
anti-inflamatório, colabora na redução do processo de ocorrência da
aterosclerose, que é uma doença inflamatória crônica diretamente ligada à maior
suscetibilidade à ocorrência de infarto e AVC isquêmico.
Além de poder ajudar a
proteger os músculos cardíacos, o ômega 3 representa um terço dos lipídeos no
cérebro e a carência desse ácido graxo é maléfica para o organismo ainda em
fase fetal. Por isso, é comum que os médicos recomendem a suplementação de DHA
e EPA durante a gravidez e a lactação.
Segundo o estudo,
consumir alimentos ricos em ômega 3 durante o período gestacional colabora para
o bom desenvolvimento do cérebro da criança, ajudando na prevenção de déficits
cognitivos e psicopatológicos na idade adulta.
Em adultos e
principalmente em idosos, a carência de ômega 3 pode colaborar para o
desenvolvimento de sintomas de ansiedade e depressão. Segundo este estudo, o
consumo de DHA melhora problemas relacionados à depressão, pois é capaz de
aprimorar a ligação entre neurotransmissores e receptores. Enquanto o EPA tende
a aumentar o suprimento de oxigênio e glicose para o cérebro e protege contra o
estresse oxidativo.
É afirmado em estudo
que ingerir alimentos ricos em ômega 3 do tipo EPA e DHA ajuda na prevenção e
tratamento de tipos de câncer, como os de mama, de próstata e de cólon, e
também a combater o mal de Alzheimer. Devido às suas propriedades
anti-inflamatórias, o ômega 3 tende a colaborar para a redução de peso, uma vez
que a obesidade é caracterizada por um processo de inflamação crônica.
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Previne Infarto e AVC Isquêmico
A Organização Mundial
de Saúde (OMS) recomenda o consumo regular de 200 mg a 500 mg por semana de
ácido EPA e DHA, como método preventivo a doenças cardiovasculares, como o
infarto e o AVC isquêmico. Isso porque esses ácidos ajudam a diminuir os níveis
de triglicerídeos e colesterol LDL do sangue.
Além disso, o ácido
ALA, como mencionado anteriormente, ao ser ingerido, pode se transformar em EPA
e em DHA. Existe também a alternativa de obter ômega 3 através do consumo de
algas marinhas, tipicamente usadas na culinária oriental, que, como os peixes
marinhos, também são alimentos ricos em ômega 3 dos tipos EPA e DHA.
Essas recomendações
não contemplam os casos específicos de pessoas que são orientadas a suplementar
o ômega 3 através do consumo de cápsulas de óleo de peixe ou extrato de algas
marinhas. Contudo, é importante salientar que o ato de tomar suplementos alimentares
de ômega 3 deve ser feito apenas quando recomendado por um médico, pois em
alguns casos o excesso de ômega 3 pode fazer mal à saúde.
Fonte: eCycle
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