Cérebro humano pode reter 10 vezes mais
informações do que imaginado
Uma equipe de
cientistas da Universidade da Califórnia, San Diego, em parceria com o
Instituto Salk, desenvolveu uma técnica extremamente precisa para medir a força
das sinapses no cérebro de ratos. As sinapses são os pontos de conexão onde as
células nervosas se comunicam entre si e armazenam informações, desempenhando
um papel vital nos processos de aprendizado e memória.
Ao investigar como
essas redes neuronais se tornam mais fortes ou mais fracas, os pesquisadores
buscam determinar com exatidão a capacidade de armazenamento de informações
nessas estruturas. No cérebro humano, há mais de 100 trilhões de sinapses, que
são responsáveis por transmitir informações através de mensageiros químicos.
Conforme aprendemos
algo novo, certas sinapses se fortalecem, o que nos permite armazenar novos
conhecimentos, uma característica conhecida como plasticidade sináptica, que é
fundamental para a nossa capacidade de adaptação e aprendizagem.
No passado,
acreditava-se que as sinapses no cérebro humano possuíam tamanhos e forças
bastante limitadas. Contudo, estudos recentes apontam uma realidade diferente.
Essas pesquisas revelaram que as sinapses, antes vistas como estruturas com
poucas variações possíveis, são, na verdade, muito mais complexas do que se
imaginava.
Essa descoberta sugere
que a capacidade do cérebro humano de armazenar informações pode ser quase dez
vezes superior às estimativas anteriores, abrindo novas perspectivas sobre o
potencial de memória e processamento do cérebro. Os resultados da pesquisa foram
publicados na revista Neural Computation.
<><> O
cérebro humano pode armazenar um petabyte de dados
É possível comparar o
armazenamento de memória do cérebro humano ao dos computadores, medindo-o em
“bits”. A quantidade de bits que o cérebro pode armazenar está ligada ao número
e à intensidade de suas sinapses.
Contudo, é essencial
lembrar que o cérebro funciona de maneira analógica. Isso significa que ele
processa informações continuamente e de forma simultânea, diferente de um
computador, que trabalha em intervalos discretos.
Por isso, o conceito
de “bit” não representa exatamente como o cérebro guarda dados, mas serve como
uma forma simplificada de estimar esse processo.
Desse modo, quando os
neurônios se comunicam, fazem isso com diferentes níveis de intensidade. Alguns
enviam sinais de forma mais sutil, como se estivessem sussurrando, enquanto
outros emitem sinais mais fortes, quase como gritos. A força dessa comunicação,
ou a intensidade sináptica, está sempre mudando, tanto no curto quanto no longo
prazo.
Com o passar dos anos,
e com o surgimento de doenças neurológicas como o Alzheimer, as sinapses podem
perder força, levando à redução das capacidades cognitivas. Isso torna os
estudos sobre o cérebro ainda mais valiosos, pois eles podem levar à criação de
tratamentos inovadores para prevenir ou curar doenças neurodegenerativas, que
impactam milhões de pessoas no mundo.
<><>
Teoria da Informação
Os pesquisadores
estudaram pares de sinapses localizadas no hipocampo de ratos, uma área do
cérebro que está fortemente ligada ao aprendizado e à memória. Utilizando uma
abordagem baseada na teoria da informação, eles conseguem quantificar a
quantidade de dados que essas sinapses podem armazenar e transmitir.
Eles observaram que
esses pares de sinapses responderiam de maneira semelhante aos mesmos sinais
diretos, ajustando sua força de comunicação. Uma análise revelou que essas
sinapses eram capazes de armazenar entre 4,1 e 4,6 bits de informação, um
número muito superior ao estimado anteriormente, quando se acreditava que cada
sinapse poderia armazenar apenas um bit.
Isso sugere que o
cérebro humano pode conter até dez vezes mais informações do que foi planejado,
alcançando aproximadamente um petabyte de capacidade — o equivalente a cerca de
500 bilhões de DVDs ou a todos os filmes em alta definição já produzidos.
Embora o estudo tenha
focado em uma região específica do cérebro de ratos, pesquisas futuras podem
investigar como a capacidade de armazenamento varia entre diferentes áreas do
cérebro e entre espécies.
Além disso, essa nova
técnica pode ser usada para comparar cérebros saudáveis com aqueles afetados
por doenças, oferecendo novas perspectivas sobre condições que prejudicam as
funções cognitivas.
• Microplásticos são detectados em
cérebros humanos
O mundo moderno é
feito de plástico. O material é onipresente: está em nossas roupas, celulares,
garrafas, recipientes de comida, embalagens e muito mais. Embora o plástico
possua uma utilidade valiosa, como na área da medicina, ele tem se tornado um
verdadeiro problema ambiental há muito tempo em discussão, e agora, uma
preocupação crescente para a saúde das pessoas.
Nesse contexto,
cientistas dos Estados Unidos fizeram uma descoberta inédita e preocupante:
pela primeira vez, microplásticos foram encontrados em cérebros humanos. Essa
revelação, que ainda necessita de confirmação por meio de estudos independentes
conduzidos por outros especialistas, foi amplamente destacada na mídia como uma
notícia perturbadora, chocante e profundamente alarmante.
No entanto, essa
descoberta levanta algumas questões importantes: o que exatamente são
microplásticos? Como eles podem afetar nossa saúde de maneira significativa?
Devemos estar verdadeiramente preocupados com essa nova ameaça emergente? Saiba
mais.
<><> O que
são os microplásticos
Com frequência, é
possível ver os itens de plástico como materiais praticamente indestrutíveis.
No entanto, o plástico, ao longo do tempo, se fragmenta em partículas menores.
Ainda que existam diferentes definições, os microplásticos geralmente são classificados
como partículas com menos de cinco milímetros de tamanho.
Devido a esse tamanho
reduzido, muitos microplásticos são tão pequenos que não podem ser vistos a
olho nu. Por isso, muitas das imagens utilizadas pela mídia para ilustrar
artigos sobre microplásticos podem ser enganosas, já que frequentemente mostram
pedaços de plástico muito maiores e claramente visíveis.
Desse modo, os
microplásticos têm sido encontrados em diversas fontes de água potável e em
alimentos que consumimos diariamente. Isso significa que estamos constantemente
expostos a essas partículas em nossa dieta, muitas vezes sem sequer nos darmos
conta.
Essa exposição
constante e prolongada aos microplásticos levanta preocupações sérias sobre os
possíveis impactos na saúde humana. As pesquisas sobre os riscos potenciais que
os microplásticos podem representar para nossa saúde ainda são limitadas, mas o
interesse e os estudos nessa área estão crescendo de forma significativa – e
com razão.
<><> Novo
estudo encontra quantidade maior de microplásticos em amostras de cérebro
O estudo analisou
microplásticos em 51 amostras de tecidos de homens e mulheres, coletadas
durante autópsias de rotina em Albuquerque, Novo México. Os cientistas
examinaram amostras do fígado, rins e cérebro.
Devido ao tamanho
extremamente pequeno dessas partículas, estudá-las diretamente é um desafio,
mesmo com o uso de microscópios poderosos. Para superar essa dificuldade, os
pesquisadores têm recorrido a instrumentos avançados que identificam a
composição química dos microplásticos nas amostras.
Os resultados foram
surpreendentes: os pesquisadores identificaram até 30 vezes mais microplásticos
no cérebro em comparação com o fígado e os rins. Eles sugeriram algumas
possíveis explicações para essa diferença. Uma teoria é que o cérebro, por
receber um fluxo sanguíneo intenso, pode estar acumulando mais microplásticos.
Outra hipótese é que o
fígado e os rins, sendo órgãos especializados na filtragem e eliminação de
toxinas, sejam mais eficazes na remoção dessas partículas. Além disso, como o
cérebro não passa por renovação celular tão frequentemente quanto outros órgãos,
os microplásticos poderiam se acumular ali por mais tempo.
Outra descoberta
preocupante foi o aumento significativo da quantidade de microplásticos nas
amostras de cérebro, que cresceu cerca de 50% entre 2016 e 2024. Esse
crescimento pode refletir tanto o aumento da poluição ambiental por plásticos
quanto a maior exposição humana a esses contaminantes ao longo dos anos.
<><> Como
diminuir a exposição aos microplásticos
Os microplásticos
estão presentes em praticamente todos os lugares ao nosso redor, tornando quase
impossível evitá-los completamente. Os pesquisadores ainda estão nos primeiros
passos para compreender os possíveis impactos desses minúsculos fragmentos em
nossa saúde.
Enquanto as pesquisas
avançam, a melhor abordagem popular é tentar diminuir a nossa exposição aos
plásticos sempre que possível e reduzir a quantidade de resíduos plásticos que
geramos, evitando assim que mais dessas partículas contaminem o ambiente.
Uma maneira simples de
começar é optando por alimentos e bebidas que não estejam embalados em
plásticos descartáveis ou evitando aquecer alimentos em recipientes de
plástico. Outra medida importante é reduzir o uso de fibras sintéticas em
nossas roupas e em nossa casa, contribuindo para um ambiente mais saudável.
Fonte: Só Cientifica
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