terça-feira, 22 de outubro de 2024

O que pensam Harris e Trump sobre questões-chave para os EUA

A atual vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, candidata pelo Partido Democrata, e o ex-presidente Donald Trump, que concorre pelo Partido Republicano, disputam a eleição pela presidência dos Estados Unidos neste ano.

As futuras decisões do governo americano em uma série de questões fundamentais, como imigração, as guerras na Ucrânia e no Oriente Médio, os direitos LGBTQ+ e o aborto, dependem do resultado da votação, em 5 de novembro. Os dois candidatos possuem posições opostas em vários destes temas.

A DW listou como pensam Harris e Trump em relações a temas que ganharam importância na campanha eleitoral.

<><> Rússia e Ucrânia

Harris afirmou durante a Convenção do Partido Democrata, em agosto, que "permanecerá firme ao lado da Ucrânia e de nossos aliados da Otan". Ela acusou a Rússia de cometer crimes contra a humanidade. No site da campanha de Harris, consta que ela "ajudou a mobilizar uma resposta global de mais de 50 países para ajudar a Ucrânia a se defender contra a agressão brutal deVladimir Putin".

Trump, por sua vez, chegou a afirmar que "encorajaria" a Rússia a atacar qualquer membro da Otan que não cumprisse suas obrigações financeiras com a aliança militar, em vez de defender os Estados-membros. Mais tarde, ele suavizou sua posição, mas também falou em retirar os EUA da Otan se os demais membros não aumentassem seus gastos com defesa.

Trump alega que, se for eleito em 5 de novembro, seria capaz de encerrar a guerra na Ucrânia antes mesmo de tomar posse em janeiro de 2025. Ele, porém, não explicou como atingiria esse objetivo. "Não posso lhe dar esses planos porque, se eu os der, não poderei usá-los", afirmou em uma entrevista a um podcast em setembro.

<><> Guerra entre Israel e Hamas

Harris, assim como o atual presidente dos EUA, Joe Biden, apoia Israel na atual guerra contra o grupo terrorista palestino Hamas e prometeu que o governo americano continuará ajudando Israel a defender seu direito de existir, se for eleita.

Ela, no entanto, tem sido mais incisiva do que Biden ao denunciar o sofrimento da população na Faixa de Gaza e pedir enfaticamente o fim das agressões. Harris também defende um cessar-fogo, a libertação dos reféns israelenses pelo Hamas e a solução de dois Estados. Em julho, ela faltou ao discurso do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, no Congresso dos EUA, mas depois se reuniu com ele em Washington.

Trump disse em abril que Israel precisa acabar com sua ofensiva em Gaza rapidamente porque está "perdendo completamente a guerra de relações públicas". Ele encorajou o país aliado a "acabar com isso, voltar à paz e parar de matar pessoas".

Trump, porém, também disse que apoia Netanyahu, que foi seu aliado próximo no período em que o republicano esteve na Casa Branca. Durante o debate na TV, ele afirmou que "resolveria [a guerra] rapidamente", também sem dar detalhes sobre como alcançaria esse objetivo.

<><> Aborto

Harris é uma ferrenha defensora dos direitos reprodutivos. Ela disse que, se ganhar a eleição, lutará para reinstituir o direito nacional de escolha e não deixará a decisão sobre a legalidade do aborto para os estados americanos. Depois da Suprema Corte dos EUA anular em 2022 uma decisão histórica de 1973 que protegia o direito ao aborto em todo o país, conhecida como Roe vs. Wade, cabe aos estados estabelecer suas próprias leis sobre essa questão.

O site de sua campanha afirma que Harris e seu companheiro de chapa, Tim Walz, "confiam nas mulheres para tomar decisões sobre seus próprios corpos e não deixar que o governo lhes diga o que fazer".

Quando esteve à frente do governo americano, Trump indicou três juízes para a Suprema Corte, consolidando a maioria conservadora que encerrou o caso Roe vs. Wade. Em 2020, ele foi o primeiro presidente em exercício a discursar no grande protesto antiaborto "Marcha pela Vida", em Washington. Os evangélicos antiaborto também são uma base eleitoral crucial para Trump. Ele, porém, não se manifestou a favor de uma proibição nacional do aborto, mas apoia os direitos dos estados de estabelecer suas próprias leis sobre a questão.

<><> Economia

Harris fez da luta pela classe média uma questão central de sua campanha. Ela promete "criar uma economia de oportunidades onde todos tenham chance de competir e de ter sucesso". Entre suas promessas estão o corte de impostos para mais de 100 milhões de americanos trabalhadores e de classe média, além da redução dos custos de necessidades básicas como assistência médica, moradia e alimentação. Ela também quer tornar o aluguel mais acessível, permitir que mais americanos realizem o sonho da casa própria e apoiar pequenas empresas.

Trump atribui alta inflação nos EUA aos altos gastos do governo Biden. Ele promete reduzir impostos, aumentar os salários e criar mais empregos. O candidato disse ainda que quer ampliar os cortes de impostos, que instituiu durante seu governo e que beneficiaram corporações e famílias ricas. Ele também quer menos regulamentações governamentais sobre a economia.

<><> Imigração

Como vice-presidente, Harris ficou encarregada de questões migratórias e da segurança de fronteira. Ela foi criticada por não fazer o suficiente para conter a migração irregular. Se eleita, ela prometeu assinar o projeto de lei bipartidário de segurança de fronteira que foi rejeitado pelos republicanos no Congresso sob pressão de Trump. A legislação visa ampliar o uso da tecnologia para detectar e interceptar fentanil e outras drogas, além de enviar mais 1.500 agentes de segurança para proteger a fronteira. Os republicanos bloquearam o projeto de lei, dizendo que não ia longe o suficiente.

Trump prometeu a maior operação de deportação da história dos EUA se for eleito. Ele quer reintroduzir as regulamentações rígidas de imigração que vigoraram durante seu mandato, como uma proibição de viagens para cidadãos de certos países de maioria muçulmana, como Irã, Síria, Somália e Iêmen. Além disso, Trump quer mover "milhares de tropas atualmente estacionadas no exterior para a fronteira sul [dos EUA]", segundo seu site de campanha.

<><> Clima

Harris planeja "responsabilizar os poluidores para garantir ar e água limpos para todos", de acordo com seu site de campanha. Se eleita, ela prometeu manter os EUA no Acordo de Paris, no qual quase todos os países concordaram em manter o aumento médio da temperatura global, em relação à era pré-industrial, bem abaixo de 2ºC; de preferência mirando 1,5ºC. Ela quer ainda aumentar a resiliência do país ao clima extremo e a desastres climáticos, além de construir "uma economia próspera de energia limpa".

Trump prometeu que, se eleito, ele retirará novamente os EUA do Acordo de Paris, medida que tomou quando era presidente e que foi revertida por Biden. Ele prometeu acabar com os subsídios à energia eólica e aumentar a exploração de petróleo no país. Ele também quer que os EUA se tornem independentes em termos de energia. "Os republicanos liberarão a produção de energia de todas as fontes, incluindo a nuclear, para reduzir imediatamente a inflação", afirma seu site de campanha.

<><> Direitos LGBTQ+

Há 20 anos, em 2004, Harris oficializou alguns dos primeiros casamentos entre pessoas do mesmo sexo nos EUA, quando atuava como promotora pública em São Francisco. Em seu site de campanha, ela afirma que "lutará para aprovar a Lei da Igualdade para salvaguardar as proteções antidiscriminação para americanos LGBTQI+ em assistência médica, moradia e educação". O governo Biden-Harris bloqueou legislações antitrans em vários estados e reverteu a medida de Trump que proibiu transgêneros nas Forças Armadas.

Trump quer restabelecer essa proibição. Ele rejeita os direitos dos transgêneros e, se reeleito, planeja "acabar com todos os programas [federais] que promovam o conceito de sexo e transição de gênero em qualquer idade". Além disso, ele quer manter as mulheres transgênero fora dos esportes femininos e introduzir uma lei declarando que "os únicos gêneros reconhecidos pelo governo dos Estados Unidos são masculino e feminino, atribuídos no nascimento".

 

¨      Por que Kamala Harris não destaca que pode ser primeira mulher eleita presidente dos EUA

Caso seja vitoriosa no pleito de 5 de novembro, a democrata Kamala Harris se tornará a primeira mulher eleita presidente dos Estados Unidos.

A vice-presidente, cujo pai nasceu na Jamaica, e a mãe, na Índia, também é a primeira mulher negra e a primeira pessoa de origem sul-asiática a concorrer à Casa Branca por um dos dois principais partidos políticos dos Estados Unidos.

No entanto, a natureza histórica de sua candidatura não tem ganhado destaque em discursos, entrevistas ou propagandas eleitorais.

Harris se tornou a candidata democrata depois que o presidente Joe Biden desistiu de concorrer à reeleição, em julho.

Desde que começou sua campanha, ela tem evitado focar em seu gênero ou identidade racial, e prefere salientar suas qualificações para o cargo e a promessa de que, se for eleita, irá governar para todos.

Essa estratégia contrasta com a última vez em que uma mulher concorreu à Casa Branca por um dos dois grandes partidos americanos.

Em 2016, a democrata Hillary Clinton adotou como um dos temas centrais de sua campanha a ideia de “quebrar o teto de vidro” que impedia que mulheres chegassem à Presidência do país.

Clinton acabou vencendo no voto popular, com quase 66 milhões de votos, mas não no Colégio Eleitoral, e perdeu a disputa para o republicano Donald Trump.

Oito anos depois, Trump é novamente o candidato republicano, e desta vez os democratas apostam em uma abordagem diferente para enfrentar o adversário.

<><> Decisão estratégica

Vários fatores parecem pesar nessa decisão estratégica, entre eles o estilo pessoal de Harris, que ao longo de sua carreira quebrou várias barreiras, mas sempre evitou dar atenção demasiada ao fato de “ser a primeira”.

Muitos observadores salientam que Harris está deixando o fato óbvio de que é mulher falar por si. Além disso, lembram que o foco identitário traz o risco de afastar parte do eleitorado.

“(Harris) precisa navegar entre o potencial de sua identidade para energizar certos segmentos de eleitores e o risco de alienar outros”, diz à BBC News Brasil a cientista política Mara Ostfeld, professora da Universidade de Michigan.

Para Ostfeld, destacar a identidade de Harris dificilmente mudará a posição tanto dos eleitores que já estão motivados pela perspectiva de eleger a primeira mulher presidente quanto dos que resistem à ideia.

“No entanto, há um terceiro segmento de eleitores que são indiferentes ou não têm certeza sobre como se sentem em ter uma mulher como presidente”, ressalta Ostfeld.

“Parece provável que sua estratégia esteja focada em minimizar as diferenças percebidas por esses eleitores, com o objetivo de não amplificar qualquer incerteza ou desconforto que possam ter sobre uma mulher ocupar a Presidência.”

Segundo Debbie Walsh, diretora do Center for American Women and Politics (CAWP), centro que estuda a participação das mulheres na política americana e é ligado à Universidade Rutgers, em Nova Jersey, os eleitores sabem que “é evidente que, se ela vencer, será a primeira (mulher)”.

“As pessoas que estão empolgadas com a ideia de ela ser a primeira mulher eleita presidente, a primeira mulher negra, a primeira pessoa de origem asiática, já querem apoiá-la. Seu trabalho é tentar persuadir os que ainda não decidiram se podem votar nela”, diz Walsh à BBC News Brasil.

<><> O exemplo de Hillary Clinton

“De certa forma, como Hillary Clinton veio antes, (como já) tivemos uma mulher indicada pelo Partido Democrata, Harris talvez não precise (destacar) tanto isso”, observa Walsh.

Quando Clinton concorreu à Presidência, em 2016, o significado histórico de sua candidatura era ressaltado desde o slogan “Eu estou com ela” até seus terninhos brancos, cor simbólica que remete ao movimento pelo sufrágio feminino no país.

Clinton era a primeira mulher a concorrer à Casa Branca por um dos grandes partidos. Seu gênero era usado como fator para motivar a base eleitoral e descrito não como obstáculo, mas como vantagem.

Em um discurso que ficou famoso, ela disse: “Não estou pedindo que votem em mim simplesmente porque sou mulher, estou pedindo que votem em mim por meus méritos”.

Logo em seguida, completou: “Acho que um desses méritos é que sou uma mulher. E posso levar essa visão e perspectiva para a Casa Branca”.

O simbolismo se estendeu até o dia da votação. Clinton planejava realizar sua festa da vitória sob um “teto de vidro” real, no Javits Center, centro de convenções em Nova York.

Mas aquela noite não acabou em festa, e o trauma da derrota, que pegou muitos de surpresa, levou os democratas a tentarem evitar repetir erros do passado.

Na Convenção Nacional Democrata deste ano, em agosto, muitas das mulheres estavam novamente de branco, e Clinton voltou a usar a imagem do teto de vidro.

“Do outro lado desse teto de vidro está Kamala Harris, levantando a mão e fazendo o juramento de posse como 47ª presidente dos Estados Unidos”, disse, ao discursar.

Harris, no entanto, optou por vestir azul-marinho ao aceitar oficialmente a nomeação como candidata do Partido Democrata, e não fez nenhuma menção direta ao fato de ser mulher.

Disse que aceitava a nomeação “em nome de todos os americanos, independentemente de partido, raça, gênero ou da língua que sua avó fala.”

“Ela passou a maior parte do tempo falando sobre o que fará pelo país (caso eleita), como está preparada e capaz, como tem experiência, é qualificada, forte”, observa Walsh.

<><> O exemplo de Barack Obama

O fato de Harris poder se tornar a primeira mulher a liderar os Estados Unidos não é totalmente ignorado pela campanha democrata.

“De muitas maneiras, outros estão levantando a questão da natureza histórica de sua campanha”, salienta Walsh. “(O candidato a vice) Tim Walz fala sobre isso, muitos apoiadores estão falando sobre isso, e a imprensa está falando sobre isso.”

Mas ela própria evita fazer de seu gênero um ponto central, tocando no tema de formas mais sutis, como em menções à sua carreira de promotora dedicada a defender mulheres e crianças contra “predadores” ou em sua defesa do direito ao aborto.

Essa bandeira ganhou ainda maior relevância em campanhas democratas desde 2022, quando a Suprema Corte americana, com três de nove juízes nomeados por Trump, anulou a decisão que durante meio século garantiu o direito constitucional ao aborto no país.

“Se você observar, Kamala Harris está salientando (o fato de) ser mulher à sua própria maneira”, diz à BBC News Brasil a cientista política Rosalyn Cooperman, professora da University of Mary Washington, na Virgínia.

Cooperman, que é especialista em mulheres na política americana, observa que Harris toca no tema quando fala para fatias específicas do eleitorado, como mulheres negras.

“Em termos de sua estratégia geral de campanha, uma coisa não exclui a outra”, afirma Cooperman. “Ela também consegue falar de maneira convincente com grupos que se importam profundamente com a ideia de ‘ter alguém que se parece conosco para nos representar’.”

Ao longo de sua trajetória como promotora, procuradora-geral da Califórnia, senadora e vice-presidente, Harris nunca fez de sua identidade o foco principal, mesmo quando interlocutores insistem no assunto.

Em entrevista recente à rede CNN, quando uma pergunta tocou nesse tópico, Harris respondeu: “Estou concorrendo porque acredito que sou a melhor pessoa para fazer esse trabalho neste momento, para todos os americanos, independentemente de raça e gênero”.

Muitos comparam sua estratégia à de Barack Obama, o primeiro (e único) homem negro a ser eleito presidente dos Estados Unidos.

Durante sua campanha vitoriosa, em 2008, o democrata usou uma mensagem com apelo para o eleitorado mais amplo e destaque para suas propostas e para o desejo de ser “um presidente para todos os americanos”.

“Ele raramente falava sobre raça”, ressalta Walsh. “Ele não falava sobre se tornar a primeira pessoa negra eleita presidente.”

<><> Mudanças desde 2016

Walsh lembra que, em 2008, quando disputou as primárias democratas para ser a candidata do partido, mas perdeu para Obama, Clinton seguiu a sabedoria convencional, e não colocou seu gênero em primeiro plano.

“Ela sempre se identificou muito (com a questão de gênero), e meio que concorreu contra o que era sua marca. Mas não deu certo”, afirma Walsh. “Acho que, quando concorreu em 2016, ela foi mais autêntica sobre isso. Era algo que realmente a definia.”

No entanto, o foco em gênero, apesar de empolgar a base de apoio, também pode provocar rejeição. Muitos eleitores estão dispostos a votar em uma mulher, mas dão mais importância às propostas e competência do candidato, não ao potencial de fazer história.

“Se você olhar para Hillary Clinton, mulheres brancas, especialmente mulheres brancas casadas, votaram principalmente em Donald Trump”, observa Cooperman. “A noção de que mulheres votam em mulheres não leva em conta o fator partidário.”

“É importante lembrar que Hillary Clinton não tinha nenhum roteiro, nenhuma mulher havia sido candidata à Presidência por um grande partido”, ressalta Walsh. “Além disso, seu adversário era um tipo de candidato contra quem, francamente, nenhuma pessoa havia concorrido.”

A experiência de Clinton serviu de exemplo para Harris, que não apenas concorre como a segunda mulher a buscar o cargo por um grande partido mas, também, contra o mesmo adversário da antecessora.

“De certa forma, outro presente de Hillary Clinton para Kamala Harris é que sua perda mobilizou as mulheres politicamente neste país de uma forma que não víamos há muito tempo”, salienta Walsh.

A derrota de Clinton para Trump desencadeou marchas de protesto ao redor do país e levou a uma maior participação de mulheres em organizações de base e a uma onda de candidaturas femininas a cargos públicos.

As eleições de meio de mandato de 2018 registraram números recordes de mulheres concorrendo e sendo eleitas para cargos executivos e legislativos.

Segundo dados do CAWP, o número de mulheres governadoras nos Estados Unidos é hoje o dobro do que era em 2016, passando de seis para 12. Também há mais senadoras e deputadas federais.

Após quase quatro anos como vice, Harris concorre à Presidência em um momento em que os eleitores americanos estão mais acostumados com uma candidata mulher.

"Embora ainda me doa não ter conseguido quebrar esse teto de vidro mais alto e duro, tenho orgulho de que minhas duas campanhas presidenciais fizeram parecer normal ter uma mulher no topo da chapa”, escreveu Clinton em julho, em um artigo de opinião no jornal The New York Times.

A menos de um mês das eleições, esta será novamente uma disputa acirrada. Pesquisas de intenção de voto mostram Harris e Trump praticamente empatados, especialmente nos Estados em que serão decisivos, com diferenças dentro da margem de erro.

 

¨      Biden acredita que pode fazer qualquer coisa, e mídia questiona: será hora de EUA mudarem política?

O presidente dos EUA, Joe Biden, "acredita que pode fazer tudo": gerir a Europa, a Ásia e o Oriente Médio. No entanto, "Washington deveria mudar as suas políticas e parar de aterrorizar os outros e de apoiar aqueles que fazem o mesmo".

É o que afirma um artigo de opinião publicado nesta sexta-feira (18) pela revista norte-americana The American Conservative.

A coluna de opinião questiona a política externa do país: por um lado, os poderes responsáveis ​​a consideram "indispensável" e "virtuosa", ao mesmo tempo, em que suas vítimas consideram-na prejudicial.

"Os membros do infame blob [termo usado em Washington para se referir ao grupo de altos funcionários encarregados da política externa] […] estão convencidos de sua própria virtude e indispensabilidade", afirma o texto.

Sobre isso, há algumas semanas o presidente Biden "declarou de forma infame" que estava ocupado "governando o mundo". Embora as declarações apenas sigam a inércia dos seus antecessores, afirma a publicação, elas mostram que o democrata acredita verdadeiramente que "pode fazer tudo: gerir a Europa, a Ásia e o Oriente Médio".

 

Fonte: DW Brasil/Sputnik Brasil

 

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