sexta-feira, 18 de outubro de 2024

Quais são os 5 pontos do 'plano para a vitória' apresentado por Zelensky para derrotar a Rússia

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, apresentou aos membros do Parlamento na quarta-feira (16/10), em Kiev, o que considera ser o "plano de vitória" para acabar com a guerra com a Rússia.

Zelensky já havia revelado este plano aos seus principais aliados, incluindo os Estados Unidos, nas últimas semanas, mas até agora seu conteúdo era secreto.

De acordo com especialistas, o plano busca fortalecer a posição da Ucrânia em um futuro cenário de negociações com a Rússia, em um momento em que a comunidade internacional pressiona por uma solução acordada, e a situação no campo de batalha não indica um vencedor claro a médio prazo.

·        Os 5 pontos

O presidente ucraniano garante que o plano pode pôr fim, no mais tardar no próximo ano, à guerra iniciada pela Rússia em fevereiro de 2022 com sua invasão da Ucrânia.

Os principais elementos da proposta de Zelensky incluem um convite formal para ingressar na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan); a suspensão, por parte dos aliados, das proibições de ataques de longo alcance com armas fornecidas pelo Ocidente contra a Rússia; a recusa em negociar os territórios e a soberania da Ucrânia; e a continuação da incursão na região russa de Kursk.

O Kremlin rejeitou o plano, e um porta-voz disse que Kiev precisava "ficar sóbria".

Em seu discurso ao Parlamento, Zelensky também criticou a China, o Irã e a Coreia do Norte por seu apoio à Rússia, descrevendo os três países como uma "coligação de criminosos".

Ele disse que apresentaria o "plano de vitória" em uma reunião de cúpula da União Europeia nesta quinta-feira (17/10).

"Estamos em guerra com a Rússia no campo de batalha, nas relações internacionais, na economia, na esfera da informação e nos corações do povo", afirmou Zelensky aos parlamentares.

A seguir, estão são os cinco pontos-chave da proposta:

- Convite à Ucrânia para aderir à Otan;

- Reforço da defesa ucraniana contra o Exército russo, incluindo a obtenção de permissão dos aliados para usar suas armas de longo alcance no território do país vizinho, e a continuação das operações militares ucranianas em território russo para evitar a criação de "zonas-tampão" (regiões consideradas neutras, entre dois Estados em conflito) na Ucrânia;

- Contenção da Rússia por meio de um pacote de dissuasão estratégica não nuclear implantado em solo ucraniano;

- Proteção conjunta pelos EUA e pela União Europeia dos recursos naturais essenciais da Ucrânia e uso conjunto de seu potencial econômico;

- Apenas para o período pós-guerra: substituição de algumas tropas dos EUA posicionadas na Europa por soldados ucranianos.

·        É um plano viável?

Três pontos permanecem em segredo — e só vão ser compartilhados com os aliados da Ucrânia, disse Zelensky.

Ele apresentou o plano ao presidente americano, Joe Biden, e aos candidatos à Casa Branca, Kamala Harris e Donald Trump, em setembro.

Também teria compartilhado o plano com aliados importantes como Reino Unido, França, Itália e Alemanha.

Na noite de quarta-feira, Zelensky conversou com Biden sobre seu "plano de vitória". Ele também agradeceu aos Estados Unidos por um novo pacote de assistência de defesa de US$ 425 milhões para a Ucrânia, que inclui sistemas de defesa aérea e armas de longo alcance.

Sobre o "plano da vitória" de Zelensky, a Casa Branca disse que "os dois líderes encarregaram suas equipes de realizar mais consultas sobre as próximas etapas".

No mês passado, autoridades americanas foram citadas pelo Wall Street Journal como tendo dito que o governo Biden estava preocupado com o fato de o plano não ter uma estratégia abrangente e ser pouco mais do que uma solicitação repaginada de mais armas e da suspensão das restrições ao uso de mísseis de longo alcance.

Analistas da Ucrânia e do Ocidente também sugeriram que a Casa Branca está interessada em mostrar que deseja evitar uma escalada maior da tensão com a Rússia no período que antecede as eleições presidenciais dos EUA.

No entanto, as condições de Zelensky para a paz contrastam cada vez mais com a situação na Ucrânia após mais de dois anos e meio de guerra.

O presidente ucraniano reconheceu, diante dos parlamentares, a crescente exaustão em seu país.

O cansaço estava estampado em seu próprio rosto quando disse que "a vitória se tornou para alguns uma palavra desconfortável, e não é fácil de alcançar".

A Ucrânia tem visto um declínio gradual no moral de seus soldados e cidadãos devido ao aumento do número de mortos, a uma controversa lei de mobilização, e aos constantes ataques russos em seu território.

As Forças Armadas ucranianas não conseguem derrotar os russos no campo de batalha, especialmente na região de Donetsk, no leste do país.

À medida que a Ucrânia pede mais ajuda aos seus aliados ocidentais, os especialistas acreditam que pode ser limitada por questões internas, como as iminentes eleições presidenciais nos EUA e as novas frentes de batalha abertas no Oriente Médio.

Quanto à Otan, os 32 membros da aliança militar declararam em sua reunião de cúpula em Washington, em julho, que a adesão da Ucrânia era um caminho "irreversível", mas não está previsto nenhum avanço até, pelo menos, a próxima reunião de cúpula, em junho do ano que vem, na Holanda..

Por enquanto, nenhum dos aliados ocidentais da Ucrânia manifestou publicamente apoio ao "plano de vitória".

·        A firmeza de Zelensky

Cada vez mais se sugere que qualquer acordo de paz deve envolver concessões territoriais por parte da Ucrânia, em troca de garantias de segurança.

No entanto, não há qualquer indício de um acordo para abreviar o fim da guerra.

Pelo contrário, Zelensky insistiu na ideia de fortalecer suas Forças Armadas, para obrigar a Rússia a negociar, e não ceder território da Ucrânia.

Ele também afirmou que seu ambicioso plano poderia ser implementado com a aprovação de seus aliados, sem a Rússia.

Em público, Zelensky evidentemente ainda vê esta guerra como existencial, e alertou que o presidente russo, Vladimir Putin, vai continuar fortalecendo sua posição.

Ele também pareceu promover seu projeto como uma oportunidade de investimento para os aliados ocidentais, em termos de recursos naturais e potencial econômico.

O presidente ucraniano quer que as suas tropas exaustas continuem lutando.

Mas, com seu Exército tão dependente da ajuda ocidental, seu "plano de vitória" vai precisar da aprovação do próximo presidente dos EUA.

Ao comentar o plano de Zelensky, o novo secretário-geral da Otan, Mark Rutte, o descreveu como um "forte sinal" de Kiev.

"Isso não significa que eu possa dizer que apoio todo o plano — isso seria um pouco difícil porque há muitas questões que precisamos entender melhor."

"Estou absolutamente confiante de que, no futuro, a Ucrânia vai se juntar a nós [Otan]", acrescentou.

Logo após Zelensky terminar de falar, o Kremlin desdenhou do seu "plano de paz efêmero", dizendo que Kiev precisava "ficar sóbria".

Segundo o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, a única maneira de acabar com a guerra, é a Ucrânia "perceber a futilidade da política que está adotando".

 

¨      Ucrânia revela conteúdo dos anexos secretos do rejeitado 'plano de paz' de Zelensky

O conselheiro do chefe do escritório de Vladimir Zelensky, Mikhail Podolyak, revelou nesta quarta-feira (16) o conteúdo dos anexos secretos do plano ucraniano para a resolução do conflito, que não obteve apoio dos aliados ocidentais. Entre os principais pontos, está o pedido para a OTAN atuar no território.

Zelensky apresentou ao Parlamento ucraniano um plano para a resolução do conflito na Ucrânia, que inclui cinco pontos e três anexos secretos. Entre eles está o convite à Ucrânia para a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) atuar diretamente no território, seguido de adesão ao grupo. O segundo é a remoção das restrições sobre ataques com armas de longo alcance no território russo. Por último e não menos importante, o terceiro é o posicionamento na Ucrânia de um "pacote de contenção não nuclear" da Rússia. De acordo com esse plano, o conflito deve terminar até 2025.

"Nos anexos, está claramente definido qual deve ser a arma para destruir a logística muito longe da linha de frente, eliminar tanto alvos de acúmulo quanto de produção, incluindo onde a força viva será concentrada. Mais uma vez, enfatizo, dentro da Rússia. Quais alvos exatos serão atingidos, em que quantidade e quanto de armamento será necessário", disse Podolyak em comentário à agência RBK-Ukraine.

Juliana Smith, embaixadora dos Estados Unidos na OTAN, declarou anteriormente que as abordagens de Washington sobre as restrições ao uso de armas norte-americanas de longo alcance pela Ucrânia permanecem inalteradas.

As autoridades do país afirmaram repetidamente que não estão removendo as restrições aos ataques ucranianos com mísseis ocidentais, considerando a ameaça de escalada do conflito. O secretário-geral da OTAN, Mark Rutte, afirmou em outubro que a autorização não mudará a situação no conflito russo-ucraniano e pediu para não focar nessa questão.

Já a representante oficial do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, classificou que não se trata de um plano, mas de um conjunto de "slogans desconexos". Segundo Zakharova, o regime de Kiev apenas empurra a OTAN para um conflito direto com a Rússia.

Em setembro, uma delegação ucraniana chefiada por Zelensky fez uma turnê pelos EUA, quando apresentou seu plano de resolução do conflito. Mais tarde, Zelensky mostrou a proposta aos líderes ocidentais durante suas visitas a Londres, Paris e Berlim. No entanto, não encontrou apoio entre os parceiros ocidentais.

O secretário-geral Mark Rutte afirmou que a aliança está estudando as propostas, mas não se manifestou a favor de seu apoio incondicional, já que ainda há questões a serem esclarecidas.

Já a mídia norte-americana declarou que oficiais da administração do presidente dos EUA, Joe Biden, há muito temiam tomar medidas que Moscou pudesse interpretar como escalada, e receberam a iniciativa de Zelensky com ceticismo.

 

¨      EUA logo vão trair a Ucrânia da mesma maneira que o Afeganistão, acredita político turco

O Exército da Ucrânia não tem chance de ganhar o conflito com a Rússia, pois os EUA e o Ocidente logo vão trair Kiev, disse o presidente do partido turco Vatan (Pátria), Dogu Perincek.

Ultimamente, várias mídias ocidentais já admitem que o Exército ucraniano está perdendo território diariamente e que o Ocidente reconhece que a situação para a Ucrânia só vai piorar.

"O conflito vai terminar com sucessos [da Rússia] na linha de frente. Este será o ponto final. O Exército ucraniano não tem essa chance. O ponto final vai ser definido pelos sucessos do Exército russo", disse o político à Sputnik.

De acordo com ele, no outro lado da moeda está a posição dos Estados Unidos e do Ocidente em geral.

"As forças dos EUA e do Ocidente, depois de verem o fiasco do Exército ucraniano, trairão imediatamente a Ucrânia. Vimos isso no Afeganistão. A mesma coisa vai acontecer com a Ucrânia. O Ocidente vai abandonar [o atual líder ucraniano Vladimir] Zelensky e pensar apenas em seu próprio benefício", enfatizou.

Recentemente, Zelensky apresentou um plano para resolver o conflito na Ucrânia. O documento inclui cinco pontos e três anexos secretos.

O primeiro ponto é a Ucrânia ser convidada a aderir à Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) o que, de fato, foi uma das razões da operação militar especial russa.

O segundo é a Ucrânia ser autorizada a usar armas de longo alcance ocidentais contra territórios russos longe da zona de conflito. O presidente da Rússia Vladimir Putin disse que isso significaria o envolvimento direto dos países ocidentais no conflito, já que esses golpes não podem ser realizados sem participação dos militares da OTAN.

O terceiro é a implantação de um pacote abrangente não nuclear de dissuasão da Rússia em solo ucraniano.

De acordo com esse plano, o conflito deve terminar no máximo em 2025.

A representante oficial do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, comentando a iniciativa de Zelensky, disse que não se trata de um plano, mas de um conjunto de slogans incoerentes.

De acordo com ela, esse plano apenas empurra a OTAN para um conflito direto com a Rússia.

Por sua vez, o porta-voz da presidência russa, Dmitry Peskov, afirmou que um verdadeiro plano de paz para Kiev seria perceber a futilidade da política que estão seguindo.

Ele acredita que o novo "plano de paz" de Zelensky pode, na verdade, ser a mesma coisa que o plano dos EUA de "lutar contra a Rússia até o último ucraniano".

¨      Mercenários resistem, enquanto soldados ucranianos geralmente se rendem, dizem militares russos

Os soldados ucranianos perto de Ugledar têm treinamento ruim e praticamente não oferecem resistência, disseram os combatentes de unidades de assalto do agrupamento de tropas russo Vostok (Leste), citados pelo Ministério da Defesa da Rússia.

Em 3 de outubro, o Ministério da Defesa informou sobre a libertação da cidade de Ugledar, na República Popular de Donetsk.

O agrupamento Vostok conseguiu romper a defesa ucraniana realizando uma manobra de desvio e tomando a cidade em uma "pinça", com ataques pelos flancos.

"Anteriormente, eles [os ucranianos] sempre tinham documentos de que haviam treinado em bases da OTAN [Organização do Tratado do Atlântico Norte], mas agora não têm mais. Eles não têm tempo para treinar, eles os jogam na batalha imediatamente", disse o comandante de esquadrão de assalto russo com o codinome Saval.

Segundo os militares russos, apenas alguns, geralmente mercenários estrangeiros, resistem ferozmente. Os outros tentam recuar ou se rendem.

"Eles não atiram de volta, eles se preparam quando nos aproximamos, se não houver nada branco, apenas gritam que não querem lutar, levantam as mãos", acrescentou o atirador com o apelido Ship.

De acordo com relatos anteriormente publicados de várias mídias ocidentais, os comandantes ucranianos admitem que os soldados recém-mobilizados recebem muito pouco treinamento, o que leva a grandes perdas.

A Sputnik também publicou várias notícias em que ex-soldados ucranianos contavam sobre as precárias condições de vida dos soldados no Exército ucraniano e convocavam seus companheiros a se render às Forças Armadas da Rússia.

<><> Países Baixos autorizam Ucrânia a usar caças F-16 para atacar alvos militares na Rússia

Os Países Baixos permitem que a Ucrânia use os caças F-16 que forneceu a Kiev, inclusive para ataques contra alvos militares na Rússia, disse o ministro da Defesa holandês, Ruben Brekelmans, na quinta-feira (17).

Na semana passada, Brekelmans confirmou oficialmente, pela primeira vez, que seu país entregou o primeiro lote de caças F-16 a Kiev, dos 24 prometidos, e que o restante vai ser enviado nos próximos meses.

Hoje (17), ao chegar para uma reunião dos ministros da Defesa dos países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), o ministro holandês disse que a Ucrânia deve cumprir o direito internacional.

Porém, segundo ele, o direito internacional não restringe o uso de caças no território fronteiriço e a 100 km da fronteira.

"É por isso que permitimos que a Ucrânia use os F-16 para autodefesa. E a autodefesa pode exigir a interceptação de mísseis ou ataques, por exemplo, contra aeródromos na Rússia, ou seja, contra alvos militares. E isso também pode ser feito no território russo ou no espaço aéreo russo", disse o ministro.

Os Países Baixos já forneceram à Ucrânia:

# 60 tanques soviéticos T-72;

# mais de 200 veículos de combate de infantaria YPR de vários tipos;

# cerca de 100 tanques Leopard 1 junto com a Dinamarca e a Alemanha;

# 14 tanques Leopard 2 reparados junto com a Dinamarca;

# oito peças de artilharia PzH2000;

# dois sistemas de mísseis terra-ar Patriot;

# mais de 500 drones.

Além disso, Kiev recebeu da Haia mísseis, morteiros, rifles, metralhadoras e vários tipos de munição desde o início da operação especial russa.

Militares e especialistas russos estão monitorando de perto o uso de armas na Ucrânia e registraram o envolvimento direto do Ocidente, disse o porta-voz da presidência russa, Dmitry Peskov.

O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, afirmou que os Estados Unidos e a OTAN estão diretamente envolvidos no conflito, não apenas fornecendo armas, mas também treinando pessoal militar ucraniano no território do Reino Unido, Alemanha, Itália e outros países.

 

Fonte: BBC News Mundo/Sputnik Brasil

 

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