Atmosfera de ódio na Europa à Rússia parece
a dos tempos do nazismo, diz eurodeputado eslovaco
O nível de ódio na
Europa à Rússia é uma reminiscência dos tempos nazistas e agora aqueles que se
opõem ao imperialismo dos EUA devem temer por suas vidas, afirmou à Sputnik o
deputado do Parlamento Europeu pela Eslováquia, do Partido Social-Democrata Smer,
Lubos Blaha.
Agora, no Ocidente, a
própria liberdade de expressão é pisoteada quando alguém se manifesta contra a
guerra, diz Blaha.
Segundo ele, o povo
eslovaco não vê os russos como inimigos, porque lhes está agradecido pela
libertação do fascismo na Segunda Guerra Mundial.
"Lamento dizer
isso, mas a verdade é que a russofobia no Ocidente segue crescendo. A atmosfera
tanto no Parlamento Europeu quanto nos Estados-membros da União Europeia às
vezes lembra a época dos nazistas nas décadas de 1930 e 1940. Vejo o mesmo ódio
contra a Rússia. Vejo o mesmo belicismo", disse Blaha.
Ele ressaltou que é
preciso desescalar o conflito para evitar uma guerra nuclear, que ninguém
deseja.
Blaha também disse que
agora é difícil ser contra a política imperialista norte-americana na Europa.
"Entendi que,
bem, se você é contra o imperialismo norte-americano, você tem que ter medo de
poder não sobreviver. E isso realmente não é bom para a democracia europeia ou
anglo-saxônica e é por essa razão que eu critico isso. Mas você ainda precisa
ser forte e corajoso", enfatiza.
Ele acrescentou que as
tentativas de assassinato de políticos como o ex-presidente dos EUA, Donald
Trump, e o primeiro-ministro da Eslováquia, Robert Fico, que se têm manifestado
contra a assistência incondicional a Kiev, são uma "situação horrível".
O próprio Blaha disse
que foi a Moscou para agradecer à Rússia pela libertação do fascismo e pedir
desculpas pela russofobia que existe atualmente no Ocidente.
O eurodeputado
eslovaco também pediu que não se acredite nas mentiras que estão sendo
espalhadas sobre a Rússia nos países ocidentais.
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Europa não está preparada para se defender em caso de guerra terrestre em
grande escala
Após décadas de
restrição em gastos com defesa, os Estados-membros europeus da Organização do
Tratado do Atlântico Norte (OTAN), na visão de alguns especialistas militares
dos EUA, têm apenas um pequeno exército que não conseguiria enfrentar um
invasor sem o apoio norte-americano.
De acordo com a
Bloomberg, os membros europeus da OTAN estão contemplando um cenário não
previsto desde a queda da União Soviética: a possibilidade de uma guerra
terrestre em grande escala em seu próprio território, algo que sem seus aliados
de primeira hora, não poderiam sustentar por muito tempo.
Aqueles que defendem o
fortalecimento da defesa europeia são motivados especialmente pelo pragmatismo
quando analisam o panorama global ao perceber que a hegemonia norte-americana
está em declínio.
Com o aumento das
tensões ao redor de Taiwan, autoridades dos EUA seriam forçadas a desviar
armamento de longo alcance do Atlântico Norte para lutar uma guerra no Leste
Asiático e isso poderia desguarnecer a Europa.
A maioria da
comunidade militar europeia não tem experiência em planejar ou comandar
operações de força combinada em larga escala envolvendo várias nações, aponta a
apuração. Ela é composta por exércitos nacionais separados que, para os
propósitos da Organização do Tratado do Atlântico Norte, dependem dos Estados
Unidos da América para liderança e coordenação. Mas a verdadeira capacidade de
qualquer força militar requer que as tropas sejam bem equipadas e treinadas.
Sem o poder total das
Forças Armadas dos EUA ao seu lado, os membros europeus da OTAN podem ter
dificuldades para confrontar um "invasor poderoso", ou ainda detê-lo.
Em 2014, os membros da
OTAN concordaram que gastariam cada um pelo menos 2% do seu produto interno
bruto (PIB) em defesa até 2024. Cerca de 23 dos 32 aliados devem atingir a meta
— acima dos apenas dez países do ano passado. Mesmo que os membros europeus
atingissem coletivamente o nível dos EUA de cerca de 3,5% do PIB, seus gastos
ainda ficariam atrás dos de Washington porque a economia da Europa está em um
caminho de declínio em relação aos EUA desde a crise financeira global do final
dos anos 2000.
Desde o agravamento do
conflito ucraniano, a aliança vem testando sistematicamente sua capacidade de
movimentar tropas e equipamentos pesados por grandes áreas usando rodovias e
ferrovias, aumentando tensões que não eram pensadas desde a Guerra Fria.
Mas a reconstrução das
capacidades militares da Europa tem sido fragmentada e de escopo limitado.
Dentre as principais
ação da Aliança Atlântica no sentido de reaquecer sua defesa foi o anúncio do
chanceler alemão Olaf Scholz de um fundo de € 100 bilhões (cerca de R$ 615,8
bilhões) para modernizar as defesas do país; uma expansão significativa das Forças
Armadas da Polônia para torná-la a terceira maior da OTAN, com foco pesado em
tropas terrestres; um plano holandês para restaurar as forças de tanques das
quais o país se livrou em 2011; e a chegada de novos helicópteros Apache e
canhões de obuseiros Archer para o Exército britânico.
Apesar disso,
reconstruir as defesas da Europa exigiria muito dinheiro que pode não se
materializar. Segundo a apuração, alguns oficiais de segurança dizem que os
gastos militares europeus podem precisar aumentar para até 4% dos orçamentos
nacionais — níveis não vistos desde o fim da era soviética — para garantir que
a OTAN possa lidar com as ameaças emergentes.
¨ Guerra na Ucrânia continuará enquanto EUA tentam salvar sua
liderança global, diz analista
A ordem mundial
liderada pelos EUA está atualmente sendo desacreditada em várias frentes.
Economicamente, o Ocidente está falhando, com desigualdade crescente e uma
perda de dinamismo e inovação para o Sul Global, liderado pela China. Sua
reputação está em farrapos, e a brutalidade de seu aliado Israel é visível para
todos.
A derrota dos EUA em
sua guerra por procuração na Ucrânia ameaça ser o último prego no caixão, já
que até mesmo a sua suposta superioridade militar está em séria dúvida.
"A liderança
global dos EUA está em risco", disse à Sputnik, Mark Sleboda, cientista
político e analista norte-americano.
Sleboda comentou as
últimas tentativas desesperadas do regime de Kiev para recrutar novos soldados
para suas fileiras, enquanto Moscou continua seu avanço em direção ao oeste,
libertando regularmente povoados.
"Os serviços de
inteligência do regime de Kiev, os serviços de segurança, os serviços de
recrutamento, todos eles foram completamente infiltrados por, sejamos francos,
a extrema-direita, os fascistas banderistas [em referência aos seguidores de
Stepan Bandera, ultranacionalista ucraniano e colaborador nazista] que têm sido
a vanguarda do regime desde os acontecimentos do golpe Maidan em 2014",
disse Sleboda.
"A simples
questão é que os homens não podem protestar na Ucrânia porque, se você sair e
protestar, vai ser pego e mandado para uma trincheira em algum lugar ao norte
de Ugledar, na [região] de Kursk ou em Toretsk, ou outro lugar igualmente
perigoso onde sua vida pode ser medida em dias assim que chegar lá",
afirmou. "É muito difícil levantar-se para protestar."
"Infelizmente,
não acredito que a Ucrânia seja um lugar onde as pessoas tenham a capacidade de
dizer 'basta.'" A sociedade civil tem sido cada vez mais atacada desde que
a operação de mudança de regime apoiada pelos EUA em 2014 pisoteou os direitos
dos russos étnicos no leste da Ucrânia.
"Acho que [a
derrota da Ucrânia] seria muito pior do que a retirada do Afeganistão porque a
maioria dos analistas ocidentais consideram isso - e concordo com eles - como
um conflito que define a ordem mundial", continuou o analista. " A liderança
global dos EUA está em jogo. Boris Johnson, o ex-primeiro-ministro britânico,
disse abertamente: a hegemonia global liderada pelos EUA está em jogo."
¨ Plano de Zelensky estará longe de ser a vitória que o Ocidente
esperava, admite mídia
O "plano de
vitória", que o atual líder ucraniano Vladimir Zelensky está promovendo e
elogiando já há muito tempo, parece ser impossível de implementar, com muitos
apoiadores furiosos no Ocidente se inclinando para a inevitabilidade de fim do
conflito e reconhecendo a situação grave no terreno, escreve o jornal The
Washington Post.
A ideia da vitória
ucraniana, que muitos políticos ocidentais defendiam com convicção no primeiro
período do conflito, já parece estar muito longe da realidade.
As razões são, de
acordo com o artigo, a tática aprimorada do Exército russo, a exaustão das
tropas ucranianas, a falta de pessoal e de armas, mesmo levando em conta o
permanente apoio ocidental, o que levou, em consequência, a um ritmo constante
de perda de território.
"Em ambos os
lados do oceano, o cinismo e o cansaço estão se instalando, e até mesmo alguns
dos mais fervorosos defensores da Ucrânia reconhecem que o tempo está passando
e que o Ocidente não tem condições de sustentar a luta de Kiev", escreve.
Há meses que as
autoridades ocidentais entendiam implicitamente a realidade, diz o artigo, mas
hoje em dia começaram a reconhecê-la publicamente.
O jornal cita o
presidente da República Tcheca, Petr Pavel, que disse anteriormente que Kiev
deve ser realista sobre suas perspectivas e que a Ucrânia não poderá retornar
às fronteiras pós-soviéticas de 1991.
Ao mesmo tempo, não há
consenso entre os países ocidentais sobre qual parte da "lista de
desejos" do chefe ucraniano deve ser atendida.
Na melhor das
hipóteses, ele pode contar com apoio do Ocidente durante as negociações sobre o
fim do conflito, disse o jornal.
Em 14 de junho, o
presidente russo Vladimir Putin indicou os seguintes pré-requisitos para a
solução do conflito ucraniano:
1.Retirada completa do
Exército ucraniano das Repúblicas Populares de Donetsk e Luhansk (RPD e RPL) e
das regiões de Zaporozhie e Kherson;
2.Reconhecimento das
realidades territoriais consagradas na constituição russa;
3.Status neutro, não
alinhado e não nuclear da Ucrânia;
4.Desmilitarização e
desnazificação da Ucrânia;
5.Garantia dos
direitos, liberdades e interesses dos cidadãos ucranianos de língua russa;
6.Cancelamento de
todas as sanções antirrussas.
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Oficial ucraniano forneceu à Rússia dados para ataque a centro de comando, diz
autoridade russa
Um oficial do Exército
ucraniano se rendeu na linha de frente da região de Zaporozhie, desertou para o
lado russo e entregou dados sobre o posto de comando e as posições das Forças
Armadas da Ucrânia, disse à Sputnik Vladimir Rogov, o copresidente do Conselho
Coordenador para a Integração das Novas Regiões.
Na segunda-feira (14),
Rogov relatou que as Forças Armadas russas na área de Stepnogorsk, região de
Zaporozhie, avançaram e tomaram novas posições no vilarejo de Kamenskoe.
"Um caso
ilustrativo ocorreu na direção de Stepnogorsk da linha de frente de Zaporozhie.
Lá, um oficial das Forças Armadas da Ucrânia passou voluntariamente para o lado
pacífico, não querendo mais lutar pelo regime de Zelensky", disse Rogov.
De acordo com ele, o
oficial militar ucraniano também indicou a localização do centro de comando dos
militares da Ucrânia e suas posições, após o que foram atacados.
Como Rogov observou,
cada vez mais ucranianos estão começando a compreender que "o regime de
Zelensky é um corpo estranho e mortal" para a Ucrânia, do qual devem se
livrar o mais rápido possível.
Kamenskoe e
Stepnogorsk são assentamentos na região de Zaporozhie.
A estrada que passa
por estes povoados abre caminho para a cidade de Zaporozhie. Stepnogorsk está
atualmente sob ocupação das tropas ucranianas, e há combates em Kamenskoe.
A região de Zaporozhie
se tornou parte da Rússia após um referendo em setembro de 2022.
Kiev não reconhece
seus resultados e segue bombardeando o território.
Atualmente, mais de
70% da região está sob controle russo, e o restante, incluindo a cidade de
Zaporozhie, é mantido pelas tropas ucranianas.
Desde março de 2023, a
cidade de Melitopol se tornou temporariamente o centro administrativo da parte
da região libertada pelo Exército russo.
¨ Político considera escandaloso repasse de 35 bi de euros da UE à
Ucrânia em meio a cortes na França
O repasse de um novo
"empréstimo" de 35 bilhões de euros (R$ 215,6 bilhões) à Ucrânia pela
União Europeia (UE) é escandaloso em um momento em que a França anuncia medidas
de austeridade diante do déficit orçamentário, afirmou o líder do partido
francês Patriotas, Florian Philippot.
"A Comissão do
Comércio Internacional do Parlamento Europeu votou a favor de um novo 'crédito'
à Ucrânia no valor de 35 bilhões de euros, após já terem sido concedidos 50
bilhões [R$ 308 bilhões]! E isso enquanto nos anunciam austeridade e aumento de
impostos, um escândalo revoltante", afirmou o político no X, também
convocando manifestações contra as medidas de austeridade e pela renúncia do
presidente Emmanuel Macron.
Mais cedo, uma fonte
europeia de alto nível informou aos jornalistas que os líderes da UE discutirão
na cúpula de 17 a 18 de outubro em Bruxelas um crédito a Kiev de 50 bilhões de
dólares (R$ 282,6 bilhões), a ser pago com a receita de ativos russos congelados,
e atualizarão os compromissos de ajuda à Ucrânia.
Na véspera, a Comissão
do Comércio Internacional do Parlamento Europeu votou a favor do mecanismo
proposto anteriormente pela Comissão Europeia para conceder um empréstimo a
Kiev proveniente da receita de ativos soberanos russos congelados. A votação
final sobre a decisão ocorrerá na sessão plenária em 22 de outubro, em
Estrasburgo.
O Ministério das
Relações Exteriores da Rússia já classificou repetidamente o congelamento de
ativos russos na Europa como um roubo, observando que a UE não se concentra
apenas em recursos de indivíduos, mas também em ativos estatais da Rússia.
O ministro russo das
Relações Exteriores, Sergei Lavrov, afirmou que Moscou responderá ao confisco.
Segundo o chanceler, a Rússia também tem a possibilidade de não devolver
recursos que os países ocidentais mantinham no país.
Enquanto isso, foi
apresentado na semana passada o orçamento da França para 2025. As autoridades
planejam cortar os gastos públicos em 40 bilhões de euros (R$ 246,4 bilhões) no
próximo ano, e mais 20 bilhões (R$ 123,2 bilhões) devem ser arrecadados por meio
de aumento de impostos.
Com a medida, cerca de
65 mil contribuintes que ganham mais de 500 mil euros (R$ 3 milhões) por ano
pagarão temporariamente mais tributos. Essa mesma medida afetará cerca de 300
grandes empresas.
¨ Polônia não conseguirá enviar voluntários à Ucrânia devido a
baixo interesse, diz ministro da Defesa
Varsóvia tentou, mas
não conseguiu reunir a chamada Legião Ucraniana, já que 20 vezes menos pessoas
do que o previsto se ofereceram para se juntar e lutar com Kiev, disse o
ministro da Defesa polonês, Wladyslaw Kosiniak-Kamysz, nesta terça-feira (15).
No começo do mês, o
país europeu anunciou a abertura do primeiro centro de recrutamento de
voluntários para se juntar às Forças Armadas ucranianas, na cidade polonesa de
Lublin. No entanto, segundo Kosiniak-Kamysz, a ação não rendeu muitos frutos.
"Não vimos o
desejo e o interesse predominantes que esperávamos ver. Apenas cerca de 300
pessoas expressaram interesse, enquanto esperávamos de 5 mil a 6 mil",
disse.
O ministro da Defesa
polonês disse que chegou a entrar em contato com o governo em Kiev alguns meses
antes com uma oferta para falar com os ucranianos na Polônia e incentivá-los a
se juntarem à unidade de voluntários, mas sem sucesso.
"Colocamos nossos
militares à disposição para fornecer treinamento às tropas ucranianas; já
treinamos 25 mil soldados [em programas da OTAN], mas também queremos treinar
os voluntários que residem na Polônia", disse Kosiniak-Kamysz.
Em julho, Varsóvia e
Kiev assinaram um acordo de cooperação militar de longo prazo, segundo o qual,
entre outras coisas, a Polônia se comprometia a recrutar, equipar e treinar
voluntários dispostos a lutar pela Ucrânia.
Fonte: Sputnik Brasil
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