quinta-feira, 17 de outubro de 2024

Atmosfera de ódio na Europa à Rússia parece a dos tempos do nazismo, diz eurodeputado eslovaco

O nível de ódio na Europa à Rússia é uma reminiscência dos tempos nazistas e agora aqueles que se opõem ao imperialismo dos EUA devem temer por suas vidas, afirmou à Sputnik o deputado do Parlamento Europeu pela Eslováquia, do Partido Social-Democrata Smer, Lubos Blaha.

Agora, no Ocidente, a própria liberdade de expressão é pisoteada quando alguém se manifesta contra a guerra, diz Blaha.

Segundo ele, o povo eslovaco não vê os russos como inimigos, porque lhes está agradecido pela libertação do fascismo na Segunda Guerra Mundial.

"Lamento dizer isso, mas a verdade é que a russofobia no Ocidente segue crescendo. A atmosfera tanto no Parlamento Europeu quanto nos Estados-membros da União Europeia às vezes lembra a época dos nazistas nas décadas de 1930 e 1940. Vejo o mesmo ódio contra a Rússia. Vejo o mesmo belicismo", disse Blaha.

Ele ressaltou que é preciso desescalar o conflito para evitar uma guerra nuclear, que ninguém deseja.

Blaha também disse que agora é difícil ser contra a política imperialista norte-americana na Europa.

"Entendi que, bem, se você é contra o imperialismo norte-americano, você tem que ter medo de poder não sobreviver. E isso realmente não é bom para a democracia europeia ou anglo-saxônica e é por essa razão que eu critico isso. Mas você ainda precisa ser forte e corajoso", enfatiza.

Ele acrescentou que as tentativas de assassinato de políticos como o ex-presidente dos EUA, Donald Trump, e o primeiro-ministro da Eslováquia, Robert Fico, que se têm manifestado contra a assistência incondicional a Kiev, são uma "situação horrível".

O próprio Blaha disse que foi a Moscou para agradecer à Rússia pela libertação do fascismo e pedir desculpas pela russofobia que existe atualmente no Ocidente.

O eurodeputado eslovaco também pediu que não se acredite nas mentiras que estão sendo espalhadas sobre a Rússia nos países ocidentais.

<><> Europa não está preparada para se defender em caso de guerra terrestre em grande escala

Após décadas de restrição em gastos com defesa, os Estados-membros europeus da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), na visão de alguns especialistas militares dos EUA, têm apenas um pequeno exército que não conseguiria enfrentar um invasor sem o apoio norte-americano.

De acordo com a Bloomberg, os membros europeus da OTAN estão contemplando um cenário não previsto desde a queda da União Soviética: a possibilidade de uma guerra terrestre em grande escala em seu próprio território, algo que sem seus aliados de primeira hora, não poderiam sustentar por muito tempo.

Aqueles que defendem o fortalecimento da defesa europeia são motivados especialmente pelo pragmatismo quando analisam o panorama global ao perceber que a hegemonia norte-americana está em declínio.

Com o aumento das tensões ao redor de Taiwan, autoridades dos EUA seriam forçadas a desviar armamento de longo alcance do Atlântico Norte para lutar uma guerra no Leste Asiático e isso poderia desguarnecer a Europa.

A maioria da comunidade militar europeia não tem experiência em planejar ou comandar operações de força combinada em larga escala envolvendo várias nações, aponta a apuração. Ela é composta por exércitos nacionais separados que, para os propósitos da Organização do Tratado do Atlântico Norte, dependem dos Estados Unidos da América para liderança e coordenação. Mas a verdadeira capacidade de qualquer força militar requer que as tropas sejam bem equipadas e treinadas.

Sem o poder total das Forças Armadas dos EUA ao seu lado, os membros europeus da OTAN podem ter dificuldades para confrontar um "invasor poderoso", ou ainda detê-lo.

Em 2014, os membros da OTAN concordaram que gastariam cada um pelo menos 2% do seu produto interno bruto (PIB) em defesa até 2024. Cerca de 23 dos 32 aliados devem atingir a meta — acima dos apenas dez países do ano passado. Mesmo que os membros europeus atingissem coletivamente o nível dos EUA de cerca de 3,5% do PIB, seus gastos ainda ficariam atrás dos de Washington porque a economia da Europa está em um caminho de declínio em relação aos EUA desde a crise financeira global do final dos anos 2000.

Desde o agravamento do conflito ucraniano, a aliança vem testando sistematicamente sua capacidade de movimentar tropas e equipamentos pesados por grandes áreas usando rodovias e ferrovias, aumentando tensões que não eram pensadas desde a Guerra Fria.

Mas a reconstrução das capacidades militares da Europa tem sido fragmentada e de escopo limitado.

Dentre as principais ação da Aliança Atlântica no sentido de reaquecer sua defesa foi o anúncio do chanceler alemão Olaf Scholz de um fundo de € 100 bilhões (cerca de R$ 615,8 bilhões) para modernizar as defesas do país; uma expansão significativa das Forças Armadas da Polônia para torná-la a terceira maior da OTAN, com foco pesado em tropas terrestres; um plano holandês para restaurar as forças de tanques das quais o país se livrou em 2011; e a chegada de novos helicópteros Apache e canhões de obuseiros Archer para o Exército britânico.

Apesar disso, reconstruir as defesas da Europa exigiria muito dinheiro que pode não se materializar. Segundo a apuração, alguns oficiais de segurança dizem que os gastos militares europeus podem precisar aumentar para até 4% dos orçamentos nacionais — níveis não vistos desde o fim da era soviética — para garantir que a OTAN possa lidar com as ameaças emergentes.

 

¨      Guerra na Ucrânia continuará enquanto EUA tentam salvar sua liderança global, diz analista

A ordem mundial liderada pelos EUA está atualmente sendo desacreditada em várias frentes. Economicamente, o Ocidente está falhando, com desigualdade crescente e uma perda de dinamismo e inovação para o Sul Global, liderado pela China. Sua reputação está em farrapos, e a brutalidade de seu aliado Israel é visível para todos.

A derrota dos EUA em sua guerra por procuração na Ucrânia ameaça ser o último prego no caixão, já que até mesmo a sua suposta superioridade militar está em séria dúvida.

"A liderança global dos EUA está em risco", disse à Sputnik, Mark Sleboda, cientista político e analista norte-americano.

Sleboda comentou as últimas tentativas desesperadas do regime de Kiev para recrutar novos soldados para suas fileiras, enquanto Moscou continua seu avanço em direção ao oeste, libertando regularmente povoados.

"Os serviços de inteligência do regime de Kiev, os serviços de segurança, os serviços de recrutamento, todos eles foram completamente infiltrados por, sejamos francos, a extrema-direita, os fascistas banderistas [em referência aos seguidores de Stepan Bandera, ultranacionalista ucraniano e colaborador nazista] que têm sido a vanguarda do regime desde os acontecimentos do golpe Maidan em 2014", disse Sleboda.

"A simples questão é que os homens não podem protestar na Ucrânia porque, se você sair e protestar, vai ser pego e mandado para uma trincheira em algum lugar ao norte de Ugledar, na [região] de Kursk ou em Toretsk, ou outro lugar igualmente perigoso onde sua vida pode ser medida em dias assim que chegar lá", afirmou. "É muito difícil levantar-se para protestar."

"Infelizmente, não acredito que a Ucrânia seja um lugar onde as pessoas tenham a capacidade de dizer 'basta.'" A sociedade civil tem sido cada vez mais atacada desde que a operação de mudança de regime apoiada pelos EUA em 2014 pisoteou os direitos dos russos étnicos no leste da Ucrânia.

"Acho que [a derrota da Ucrânia] seria muito pior do que a retirada do Afeganistão porque a maioria dos analistas ocidentais consideram isso - e concordo com eles - como um conflito que define a ordem mundial", continuou o analista. " A liderança global dos EUA está em jogo. Boris Johnson, o ex-primeiro-ministro britânico, disse abertamente: a hegemonia global liderada pelos EUA está em jogo."

¨      Plano de Zelensky estará longe de ser a vitória que o Ocidente esperava, admite mídia

O "plano de vitória", que o atual líder ucraniano Vladimir Zelensky está promovendo e elogiando já há muito tempo, parece ser impossível de implementar, com muitos apoiadores furiosos no Ocidente se inclinando para a inevitabilidade de fim do conflito e reconhecendo a situação grave no terreno, escreve o jornal The Washington Post.

A ideia da vitória ucraniana, que muitos políticos ocidentais defendiam com convicção no primeiro período do conflito, já parece estar muito longe da realidade.

As razões são, de acordo com o artigo, a tática aprimorada do Exército russo, a exaustão das tropas ucranianas, a falta de pessoal e de armas, mesmo levando em conta o permanente apoio ocidental, o que levou, em consequência, a um ritmo constante de perda de território.

"Em ambos os lados do oceano, o cinismo e o cansaço estão se instalando, e até mesmo alguns dos mais fervorosos defensores da Ucrânia reconhecem que o tempo está passando e que o Ocidente não tem condições de sustentar a luta de Kiev", escreve.

Há meses que as autoridades ocidentais entendiam implicitamente a realidade, diz o artigo, mas hoje em dia começaram a reconhecê-la publicamente.

O jornal cita o presidente da República Tcheca, Petr Pavel, que disse anteriormente que Kiev deve ser realista sobre suas perspectivas e que a Ucrânia não poderá retornar às fronteiras pós-soviéticas de 1991.

Ao mesmo tempo, não há consenso entre os países ocidentais sobre qual parte da "lista de desejos" do chefe ucraniano deve ser atendida.

Na melhor das hipóteses, ele pode contar com apoio do Ocidente durante as negociações sobre o fim do conflito, disse o jornal.

Em 14 de junho, o presidente russo Vladimir Putin indicou os seguintes pré-requisitos para a solução do conflito ucraniano:

1.Retirada completa do Exército ucraniano das Repúblicas Populares de Donetsk e Luhansk (RPD e RPL) e das regiões de Zaporozhie e Kherson;

2.Reconhecimento das realidades territoriais consagradas na constituição russa;

3.Status neutro, não alinhado e não nuclear da Ucrânia;

4.Desmilitarização e desnazificação da Ucrânia;

5.Garantia dos direitos, liberdades e interesses dos cidadãos ucranianos de língua russa;

6.Cancelamento de todas as sanções antirrussas.

<><> Oficial ucraniano forneceu à Rússia dados para ataque a centro de comando, diz autoridade russa

Um oficial do Exército ucraniano se rendeu na linha de frente da região de Zaporozhie, desertou para o lado russo e entregou dados sobre o posto de comando e as posições das Forças Armadas da Ucrânia, disse à Sputnik Vladimir Rogov, o copresidente do Conselho Coordenador para a Integração das Novas Regiões.

Na segunda-feira (14), Rogov relatou que as Forças Armadas russas na área de Stepnogorsk, região de Zaporozhie, avançaram e tomaram novas posições no vilarejo de Kamenskoe.

"Um caso ilustrativo ocorreu na direção de Stepnogorsk da linha de frente de Zaporozhie. Lá, um oficial das Forças Armadas da Ucrânia passou voluntariamente para o lado pacífico, não querendo mais lutar pelo regime de Zelensky", disse Rogov.

De acordo com ele, o oficial militar ucraniano também indicou a localização do centro de comando dos militares da Ucrânia e suas posições, após o que foram atacados.

Como Rogov observou, cada vez mais ucranianos estão começando a compreender que "o regime de Zelensky é um corpo estranho e mortal" para a Ucrânia, do qual devem se livrar o mais rápido possível.

Kamenskoe e Stepnogorsk são assentamentos na região de Zaporozhie.

A estrada que passa por estes povoados abre caminho para a cidade de Zaporozhie. Stepnogorsk está atualmente sob ocupação das tropas ucranianas, e há combates em Kamenskoe.

A região de Zaporozhie se tornou parte da Rússia após um referendo em setembro de 2022.

Kiev não reconhece seus resultados e segue bombardeando o território.

Atualmente, mais de 70% da região está sob controle russo, e o restante, incluindo a cidade de Zaporozhie, é mantido pelas tropas ucranianas.

Desde março de 2023, a cidade de Melitopol se tornou temporariamente o centro administrativo da parte da região libertada pelo Exército russo.

¨      Político considera escandaloso repasse de 35 bi de euros da UE à Ucrânia em meio a cortes na França

O repasse de um novo "empréstimo" de 35 bilhões de euros (R$ 215,6 bilhões) à Ucrânia pela União Europeia (UE) é escandaloso em um momento em que a França anuncia medidas de austeridade diante do déficit orçamentário, afirmou o líder do partido francês Patriotas, Florian Philippot.

"A Comissão do Comércio Internacional do Parlamento Europeu votou a favor de um novo 'crédito' à Ucrânia no valor de 35 bilhões de euros, após já terem sido concedidos 50 bilhões [R$ 308 bilhões]! E isso enquanto nos anunciam austeridade e aumento de impostos, um escândalo revoltante", afirmou o político no X, também convocando manifestações contra as medidas de austeridade e pela renúncia do presidente Emmanuel Macron.

Mais cedo, uma fonte europeia de alto nível informou aos jornalistas que os líderes da UE discutirão na cúpula de 17 a 18 de outubro em Bruxelas um crédito a Kiev de 50 bilhões de dólares (R$ 282,6 bilhões), a ser pago com a receita de ativos russos congelados, e atualizarão os compromissos de ajuda à Ucrânia.

Na véspera, a Comissão do Comércio Internacional do Parlamento Europeu votou a favor do mecanismo proposto anteriormente pela Comissão Europeia para conceder um empréstimo a Kiev proveniente da receita de ativos soberanos russos congelados. A votação final sobre a decisão ocorrerá na sessão plenária em 22 de outubro, em Estrasburgo.

O Ministério das Relações Exteriores da Rússia já classificou repetidamente o congelamento de ativos russos na Europa como um roubo, observando que a UE não se concentra apenas em recursos de indivíduos, mas também em ativos estatais da Rússia.

O ministro russo das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, afirmou que Moscou responderá ao confisco. Segundo o chanceler, a Rússia também tem a possibilidade de não devolver recursos que os países ocidentais mantinham no país.

Enquanto isso, foi apresentado na semana passada o orçamento da França para 2025. As autoridades planejam cortar os gastos públicos em 40 bilhões de euros (R$ 246,4 bilhões) no próximo ano, e mais 20 bilhões (R$ 123,2 bilhões) devem ser arrecadados por meio de aumento de impostos.

Com a medida, cerca de 65 mil contribuintes que ganham mais de 500 mil euros (R$ 3 milhões) por ano pagarão temporariamente mais tributos. Essa mesma medida afetará cerca de 300 grandes empresas.

¨      Polônia não conseguirá enviar voluntários à Ucrânia devido a baixo interesse, diz ministro da Defesa

Varsóvia tentou, mas não conseguiu reunir a chamada Legião Ucraniana, já que 20 vezes menos pessoas do que o previsto se ofereceram para se juntar e lutar com Kiev, disse o ministro da Defesa polonês, Wladyslaw Kosiniak-Kamysz, nesta terça-feira (15).

No começo do mês, o país europeu anunciou a abertura do primeiro centro de recrutamento de voluntários para se juntar às Forças Armadas ucranianas, na cidade polonesa de Lublin. No entanto, segundo Kosiniak-Kamysz, a ação não rendeu muitos frutos.

"Não vimos o desejo e o interesse predominantes que esperávamos ver. Apenas cerca de 300 pessoas expressaram interesse, enquanto esperávamos de 5 mil a 6 mil", disse.

O ministro da Defesa polonês disse que chegou a entrar em contato com o governo em Kiev alguns meses antes com uma oferta para falar com os ucranianos na Polônia e incentivá-los a se juntarem à unidade de voluntários, mas sem sucesso.

"Colocamos nossos militares à disposição para fornecer treinamento às tropas ucranianas; já treinamos 25 mil soldados [em programas da OTAN], mas também queremos treinar os voluntários que residem na Polônia", disse Kosiniak-Kamysz.

Em julho, Varsóvia e Kiev assinaram um acordo de cooperação militar de longo prazo, segundo o qual, entre outras coisas, a Polônia se comprometia a recrutar, equipar e treinar voluntários dispostos a lutar pela Ucrânia.

 

Fonte: Sputnik Brasil

 

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