terça-feira, 15 de outubro de 2024

Tarcísio tenta jogar para Lula a culpa da crise energética em SP. Ministro e internautas rebatem

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e o prefeito da capital paulista, Ricardo Nunes (MDB), adotaram a estratégia de eximir seus respectivos governos de qualquer responsabilidade pelo apagão e jogar a culpa no governo Lula. Freitas e Nunes acusam o Palácio do Planalto de inépcia diante da Enel, empresa responsável pelo fornecimento de energia no estado paulista.

Por meio de suas redes sociais, o governador Tarcísio de Freitas afirmou que o governo federal e a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) "faltam com respeito" aos paulistanos.

"A concessão da energia elétrica em São Paulo é federal, sendo o Ministério de Minas e Energia e a Aneel os representantes do poder concedente. A eles cabe regular, controlar, fiscalizar e garantir que o serviço prestado esteja adequado", inicia Tarcísio.

Em seguida, o governador afirma que "Mais uma vez, a Enel deixou os consumidores de São Paulo na mão. Se o Ministério de Minas e Energia e, sobretudo, a Aneel, tiverem respeito com o cidadão paulista, o processo de caducidade será aberto imediatamente."

Ao término de seu texto, Tarcísio de Freitas exime seu governo de qualquer responsabilidade no apagão em São Paulo. "O que não pode seguir acontecendo é o que estamos vendo mais uma vez em nosso estado. Não podemos ficar à mercê de tanta irresponsabilidade", concluiu.

·        "Destacado bolsonarista"

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, ao tomar conhecimento do ataque de Tarcísio de Freitas, lembrou ao governador de São Paulo que a atual direção da Aneel foi indicada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), de quem Tarcísio é aliado.

"Sobre as falhas da ENEL em São Paulo: Gostaria de lembrar ao governador Tarcísio de Freitas que a atual composição da Aneel, entidade responsável pela fiscalização da Enel, foi nomeada com mandato pelo governo anterior, do qual ele foi destacado integrante", disse.

Em seguida, Silveira afirma que "Não faltou ao MME e ao nosso governo cobrança à agência para garantir punição adequada à distribuidora, incluindo o meu ofício que apontou o caminho da possível caducidade da Enel, há mais de 6 meses, em absoluto respeito à população da região metropolitana de São Paulo."

"A Aneel bolsonarista não deu andamento ao processo de punição, nem mesmo a uma fiscalização adequada. O MME já avisou que não há qualquer indicativo de renovação da concessão da distribuidora em São Paulo e que a omissão da agência deve ser investigada pelos órgãos de controle", continua o ministro Alexandre Silveira.

Por fim, o ministro do governo Lula destaca que "o Governo Federal editou decreto que estabelece critérios mais rigorosos de avaliação de desempenho das concessionárias, além de ampliar a previsão de investimentos, garantir a qualidade do atendimento e melhorar o serviço, mas a agência do Bolsonaro tem que trabalhar sério”. 

·        Nunes culpa Lula por apagão em São Paulo 

A cidade de São Paulo vive caos e apagão desde a noite de sexta-feira (11), quando uma forte tempestade caiu. Bairros das zonas Sul, Leste, Oeste, Norte e Centro estão sem luz. A Enel afirmou que não há previsão de retorno da eletricidade nas regiões afetadas.

Em disputa por um novo mandato, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) correu para as redes sociais para eximir sua gestão de qualquer responsabilidade pelo apagão e pelo caos que se instaurou na cidade de São Paulo.

Além de fugir de sua responsabilidade, o prefeito Ricardo Nunes responsabiliza o governo Lula pelo novo apagão. Segundo Nunes, em 2023, quando a cidade ficou no escuro, ele foi até Brasília dialogar com a gestão federal sobre a Enel, mas nada foi feito e, portanto, sua gestão é refém.

"A Enel está dando problema para a nossa cidade. Na outra vez que teve problema, eu fui pra Brasília, entramos com ação judicial, fui à Justiça contra a Enel. A Enel é concessão, regulação e fiscalização do governo federal (Lula). Eu estive no Tribunal de Contas da União (TCU) reclamando, fui ao ministro [de Minas e Energia, Alexandre Oliveira], deixei minha queixa, levei representação e, mais uma vez, a Enel deixa a cidade nessa situação", declarou Ricardo Nunes.

<><> Prefeito é humilhado por ministro de Minas e Energia

Após desmentir o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, voltou às redes sociais para desmentir matéria do UOL compartilhada pelo prefeito Ricardo Nunes (MDB), onde é insinuado que Silveira tratou da renovação da concessão da Enel durante um evento.

Matéria veiculada no UOL, com o título "Ministro cita renovação de concessão em evento com Enel no dia do apagão", e compartilhado por Ricardo Nunes, é classificada como fake news pelo ministro Alexandre Silveira

Ao responder Ricardo Nunes, o ministro Alexandre Silveira afirma que o prefeito "está de olho na herança eleitoral de Pablo Marçal [...] ao divulgar fake news".

"De olho na herança eleitoral de Pablo Marçal, o Ricardo Nunes se mostra um excelente aprendiz de malfeitos, ao divulgar fake news. A verdade é que participei de um fórum de debates na Itália com a presença de vários empresários e autoridades brasileiras e italianas", inicia o ministro Alexandre Silveira.

Em seguida, o ministro desmente a matéria do UOL. "Não houve qualquer discussão sobre a renovação da concessão da Enel. Isso não está na mesa, pois o contrato, que os aliados do prefeito assinaram, vai até 2028", afirma.

"Pergunto ao prefeito: as árvores de SP que caíram em cima das redes de energia também são de responsabilidade do governo federal? O que anda fazendo a ANEEL, agência ocupada por indicações bolsonaristas, que não dá andamento ao processo de caducidade que denunciei há meses?", questiona Alexandre Silveira.

Posteriormente, o ministro de Minas e Energia convoca o prefeito Ricardo Nunes a discutir a questão energética de forma séria.

"Vamos falar sério sobre soluções dos problemas reais que atingem a população de SP e trabalhar para resolvê-los. O governo Lula está trabalhando, e o MME já articulou reforços com eletricistas de outros estados, veículos e equipamentos para auxiliar a região neste momento."

Por fim, Alexandre Silveira lembra a Ricardo Nunes que "ainda dá tempo de podar as árvores, antes que o período chuvoso chegue de vez".

·        "Cadê o prefeito?": População de São Paulo detona Nunes

A população de São Paulo (SP) está revoltada com o prefeito Ricardo Nunes (MDB). Desde a noite desta sexta-feira (11), diversos bairros da capital paulista estão sem energia elétrica. Em algumas regiões, o corte de luz já se prolonga por mais de 16 horas, afetando residências, empresas e comércios.

Na manhã deste sábado (12), moradores de bairros como Morumbi, Vila Sônia, Jabaquara e Ipiranga, na Zona Sul, além de Liberdade (Centro), Pompeia, Pinheiros, Vila Madalena e Vila Romana (Zona Oeste), continuam parcialmente sem energia.

O apagão foi causado por um forte temporal que atingiu a cidade na noite de sexta-feira. A chuva, que durou apenas uma hora, foi suficiente para causar um verdadeiro caos: centenas de árvores caíram sobre fios de energia e transformadores, semáforos pararam de funcionar, e inúmeros pontos de alagamento e congestionamentos se formaram.

No Campo Limpo, Zona Sul da capital, uma pessoa morreu após ser atingida por uma árvore que caiu. Outras duas pessoas também foram hospitalizadas pelo mesmo motivo.

Moradores da cidade têm utilizado as redes sociais para cobrar uma resposta de Ricardo Nunes. "Cadê o prefeito?", questionam os internautas.

Em resposta, Nunes tem publicado vídeos em suas redes sociais, nos quais aparece vestindo um colete da Defesa Civil. Ele afirma que passou a madrugada trabalhando para resolver a situação, mas não apresentou soluções concretas ou previsão para o restabelecimento total da energia. O prefeito, que é candidato à reeleição, tem se limitado a responsabilizar a Enel, concessionária de energia de São Paulo.

A postura de Ricardo Nunes não tem convencido boa parte dos paulistanos, especialmente em função de episódios anteriores. Em novembro de 2023, por exemplo, durante uma situação semelhante de alagamentos e falta de energia, o prefeito esteve ausente, optando por participar de um camarote na Fórmula 1, no Autódromo de Interlagos.

A Enel, por sua vez, informou em nota que 1,6 milhão de pessoas na capital e na Região Metropolitana estão sem energia e que as equipes estão atuando para o restabelecimento do serviço. A previsão inicial era de que a luz voltasse em até cinco horas, porém, mais de 14 horas depois, muitas áreas seguem no escuro.

"De imediato, a companhia acionou um plano de emergência e cerca de 800 equipes (1,6 mil técnicos) estão em campo. Ao longo do dia, a empresa mobilizará cerca de 2.500 técnicos. Em alguns locais, trechos inteiros da rede foram danificados, e será necessário reconstruir quilômetros de rede, além de substituir postes, transformadores e outros equipamentos", informou a empresa em comunicado.

<><> Boulos cobra Nunes 

Além de trânsito, alagamentos e falta de energia elétrica, o temporal que atingiu a cidade de São Paulo (SP) na noite desta sexta-feira (11) provocou a morte de uma pessoa. A vítima foi atingida por uma árvore que caiu em meio à chuva no bairro do Campo Limpo, zona sul da capital paulista. 

Guilherme Boulos (PSOL), que é candidato à prefeitura de São Paulo e mora no Campo Limpo, mostrou em vídeos publicados nas redes sociais a situação de seu bairro e culpou o prefeito e candidato à reeleição Ricardo Nunes (MDB) pelo caos na cidade. Boulos é um entre os milhares de moradores de diferentes bairros que estão há mais de 16 horas sem luz.

"Chegando em casa e olha aí, essa é a situação em São Paulo: semáforo apagado, a cidade um caos. Uma chuva que durou menos de uma hora. Uma ventania na cidade, e é isso que acontece: árvores caindo. Isso porque não há poda adequada da prefeitura. Quem liga para o 156 sabe muito bem disso, que não tem poda e, para conseguir, às vezes demora meses. Quando é atendido, vem uma ventania, vem uma chuva, e o que acontece é isso", disse Boulos ao mostrar imagens dos estragos causados pela chuva na cidade. 

"O bairro inteiro no escuro, árvore caída, a prefeitura não faz poda de maneira adequada e o bairro está no escuro. Parece que São Paulo não tem prefeito. Só na propaganda, né? Isso a propaganda do Ricardo Nunes não mostra. E não é só aqui, temos recebido notícias de dezenas de bairros da cidade em caos, sem semáforo funcionando, com árvores caindo (...) Essa é São Paulo depois de uma chuva de menos de uma hora. Não é fácil, né? Imagino que muitos de vocês devem estar passando pela mesma situação, tentando chegar em casa agora. E aí, cadê o prefeito Ricardo Nunes agora?", questionou Boulos em outro vídeo.

 

¨      Ministro acena com o fim da concessão da Enel

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, acenou ao fim do contrato de concessão de energia à Enel em São Paulo, após novos apagões atingirem o estado castigado por chuvas.

“Determinei a abertura de processo administrativo para averiguar as falhas e transgressões da concessionária, com a aplicação das sanções cabíveis, incluindo a declaração de caducidade”, afirmou o ministro em ofício dirigido ao presidente da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Sandoval Feitosa, neste domingo (13). 

No ofício, consta uma solicitação para que a Aneel apresente um plano de contingência contra os apagões registrados em São Paulo desde sexta-feira (11). A Aneel terá uma reunião com a Enel, distribuidora de energia na cidade, para debater ações para reestabelecer a energia nos pontos que ainda estão sem luz.

Balanço divulgado na tarde deste domingo pela Enel mostra que 760 mil clientes da região metropolitana de São Paulo ainda são afetados pela falta de energia elétrica. Ou seja, quase 11% da base de clientes da distribuidora estão há cerca de 40 horas sem luz em São Paulo e não há previsão para o restabelecimento do serviço.

<><> Enel mobilizou menos funcionários do que deveria, diz Aneel

A concessionária de energia de São Paulo, Enel, mobilizou menos técnicos em campo do que o esperado e não cumpriu com o plano de contingenciamento para enfrentar a crise climática, afirmou o diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Sandoval Feitosa, em entrevista coletiva na noite de domingo (13). A capital paulista inicia o terceiro dia de “apagão”, com 537 mil sem energia.

“A percepção que nós temos a respeito da recuperação do serviço é que ela [a Enel] de fato não tem atendido todas as expectativas com relação ao ano passado”, afirmou Feitosa.

“Claro que esses números precisam ser melhor depurados, porque agora temos uma quantidade de consumidores muito grande que estão interrompidos em função do evento. E há outros consumidores que têm ausência do seu serviço por questões da rotina diária do serviço de distribuição”, concluiu.

A Aneel afirma que 2,1 milhões dos 2,6 milhões de consumidores afetados por interrupções no fornecimento de energia em São Paulo estão localizados na área de concessão da Enel. O Procon-SP anunciou que vai notificar a Enel para explicar a demora para a volta da energia.

No domingo, a empresa afirmou que o serviço foi restabelecido para 1,4 milhão de clientes, mas não definiu prazo para solução do problema para os 698,8 mil que ainda estão no escuro. Na manhã desta segunda, a concessionária atualizou o número: 537 mil continuavam sem energia elétrica.

Segundo a Enel, cerca de 354 mil estão na capital paulista, 38,1 mil em São Bernardo do Campo, 36,9 mil em Cotia e 32,7 mil em Taboão da Serra.

Segundo a Enel, cerca de 1.700 técnicos estão trabalhando para tentar resolver o problema, e equipes de outros estados, como Rio de Janeiro e Ceará, e até funcionários de outras distribuidoras, serão utilizados para ampliar o grupo de profissionais dedicados à força-tarefa.

<><> Enel cortou investimentos e ampliou pagamento de dividendos a acionistas estrangeiros

Mais uma vez a população de São Paulo é vítima do descaso da Enel. Durante o fim de semana,  2,1 milhões de consumidores ficaram sem eletricidade em São Paulo. A empresa italiana adotou uma estratégia global de redução de custos, do número de funcionários e de investimentos, privilegiando o pagamento de dividendos a acionistas estrangeiros, aponta reportagem do jornal O Estado de S.Paulo.

Em 2023, a empresa tinha 15.366 funcionários, uma queda significativa em comparação aos quase 27 mil de 2020. 

A crise de confiabilidade no serviço da Enel reforça as críticas de que uma estratégia de corte de custos e priorização de dividendos para acionistas estrangeiros, em vez de reinvestimento em melhorias na infraestrutura, pode estar comprometendo a qualidade do fornecimento de energia.

Essa tensão é ampliada pelo histórico recente da empresa no Brasil. Após o anúncio de novembro de 2023, que também deixou milhões sem luz, a Enel promoveu uma troca de sua liderança no país como parte de uma tentativa de recuperar sua imagem. No entanto, mesmo com as mudanças internacionais e promessas de investimento, o impacto dos cortes de pessoal e a redução de trabalhadores terceirizados geraram questionamentos sobre a capacidade da empresa de responder de maneira eficaz às demandas da população. 

A resposta da Enel ao apagão na região metropolitana de São Paulo ficou aquém do esperado, afirmaram representantes da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) e da Arsesp (Agência Reguladora de Serviços Públicos de São Paulo) após reunião neste domingo (13). O diretor-geral da Aneel, Sandoval Feitosa, afirmou que a empresa responsável pelo fornecimento de energia em São Paulo não cumpriu com o plano de contingência para eventos climáticos extremos e mobilizou poucos funcionários para lidar com a situação

 

Fonte: Fórum/Infomoney/Brasil 247

 

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