Guerra no bolsonarismo: Malafaia chama Ciro
Nogueira de 'lixo da política' e 'direita prostituta'
Malafaia voltou a
fazer duras críticas ao senador Ciro Nogueira (PP-PI), chamando-o de "lixo
da política" e "direita prostituta". Em declaração recente,
Malafaia afirmou que ser alvo de ataques de Nogueira é "até um
elogio". A fala, divulgada por veículos de comunicação, demonstra um
embate acirrado entre os dois, com o pastor rebatendo acusações e apontando
supostos interesses escusos do senador.
“Ser chamado de
execrável por um cretino inescrupuloso como o senador Ciro Nogueira é até um
elogio. O homem é a sua história, não sua fala. Eu tenho uma história de
defesas como poucos de Bolsonaro, nos momentos mais difíceis", disse
Malafaia, relembrando sua proximidade com o ex-presidente.
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Acusações contra Ciro Nogueira
Malafaia não poupou
críticas ao parlamentar, citando episódios em que, segundo ele, Nogueira teria
agido contra pautas de interesse dos evangélicos e da direita. O pastor
destacou três temas centrais: a indicação de André Mendonça para o Supremo
Tribunal Federal (STF), o pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes
e a questão da legalização de jogos de azar no Brasil.
¬¬¬¬ RELEMBRE O QUE
LEVOU A REAÇÃO DE CIRO NOGUEIRA
Após o término do
primeiro turno das eleições de 2024, o pastor Silas Malafaia deu uma série de
entrevistas nas quais atacou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o criticou
por não ter entrado de cabeça na disputa pela prefeitura de São Paulo,
classificando-o como "covarde".
As declarações de
Malafaia continuam a produzir reações em diversos personagens da direita e da
extrema direita. O presidente do PSD, Gilberto Kassab, relativizou os ataques
do pastor carioca e disse que o momento pede união.
Porém, o senador Ciro
Nogueira (PP) não gostou nada dos ataques de Malafaia contra o ex-presidente
Jair Bolsonaro, partiu para o ataque e afirmou que o líder religioso é
"uma figura execrável".
"O erro [de
Bolsonaro] é ele aceitar essas figuras como Silas Malafaia, que é uma figura
completamente execrável, que não lidera nada. Aí isso dá uma repercussão,
coloca ele na frente de uma manifestação de milhões, como se ele fosse um
grande líder. Ele não é líder de coisa nenhuma. É um pastor líder de internet,
que não tem nem igreja representativa no país", disparou Ciro Nogueira em
entrevista ao UOL.
Em outro momento, Ciro
Nogueira afirma que Malafaia "é desleal". "Ele coloca essa
pessoa do lado e essa pessoa vai criticar dessa forma desleal, revelando
conversa de telefone. É uma pessoa desleal, eu quero distância dessa
figura", disse.
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"Porcaria, covarde, omisso": Malafaia detona Bolsonaro
Vivendo uma crise de
megalomania - mesma obsessão que acusou Pablo Marçal (PRTB) -, Silas Malafaia
partiu para cima e detonou seu pupilo Jair Bolsonaro (PL) por ter ficado
"em cima do muro" no primeiro turno das eleições em São Paulo e,
assim, deixar com que o ex-coach rachasse a ultradireita, especialmente a horda
radical aliada a ele.
Em longa entrevista a
Monica Bergamo, na edição desta terça-feira (8) da Folha de S.Paulo, o
"guru" destilou palavrões para atacar Bolsonaro e afirmou que entrará
"de cabeça" na candidatura à Presidência de Tarcísio Gomes de Freitas
(Republicanos), que ficou ao lado de Ricardo Nunes (MDB) e vem sendo cortejado
pela mídia neoliberal e o sistema financeiro como "terceira via" para
enfrentar Lula.
"Bolsonaro seguir
inelegível é uma vergonha, politicagem pura. Mas, se isso acontecer, eu entro
de cabeça para apoiar Tarcísio. Eu tinha algumas dúvidas sobre ele, mas caíram
todas nestas eleições. Líder é atitude. Ele mostrou que é um cara de caráter, e
que não tem medo", disse Malafaia após regurgitar uma série de impropérios
contra o ex-presidente.
O pastor midiático
acusou o ex-presidente de emitir "sinais dúbios" nas eleições de São
Paulo, empurrando uma parcela do eleitorado e de pastores para o colo de
Marçal. E credita a ele próprio - não ao erro crasso com o laudo fajuto sobre
Guilherme Boulos (PSOL) às vésperas da votação - a derrota do candidato do
PRTB.
"O eleitorado se
dividiu porque Bolsonaro não desmascarou Pablo Marçal. Quem fez isso fui eu,
querida", disse à jornalista. "Bolsonaro não entra em confronto
quando as redes sociais estão dizendo uma coisa com força. Ele foi omisso por
causa disso, e por medo de o Pablo Marçal vencer e ele ser derrotado",
explicou em seguida.
Logo no início da
entrevista, Malafaia afirmou que teve duas alegrias - Tarcísio e Gustavo Gayer
(PL-GO), que seguiu sua orientação e mudou de posição em relação a Marçal após
o laudo fajuto - e quatro decepções.
Após listar como
decepções a postura de Magno Malta (PL-ES), Marco Feliciano (PL-SP) e Nikolas
Ferreira (PL-MG) sobre o fator Marçal, Malafaia não titubeou ao dizer qual foi
a maior delas.
"Agora vamos para
a maior decepção: Jair Messias Bolsonaro", disse, com todas as letras.
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Omisso, covarde e porcaria
A partir daí, Malafaia
começou os xingamentos a Bolsonaro pelo posicionamento do ex-presidente na
eleição em Curitiba, onde deixou a nova Cristina Graeml (PMB) usar o seu nome
contra Eduardo Pimentelm candidato do PSD apoiado pelo PL. Os dois farão o segundo
turno na capital paranaense.
Mas, o grande ódio de
Malafaia se deu justamente na omissão de Bolsonaro na eleição paulista,
permitindo que o ex-coach rachasse a ultradireita e criasse problemas para o
próprio nicho bolsonarista.
"Um político é
reconhecido por seus posicionamentos. Qual foi a sinalização que o Bolsonaro
passou? 'Eu não sou confiável em meus apoios políticos'. Quem vai fazer aliança
com um cara que não é confiável? O que ele fez em São Paulo e no Paraná foi uma
vergonha", iniciou.
Em seguida, Malafaia
diz que nos últimos 15 dias mandou uma série de mensagens via WhatsApp -
"eu bati em Bolsonaro com tanta força no "zap" - mostrando,
segundo ele, "a verdade" sobre Marçal, mas afirmou que o
ex-presidente ficou em silêncio.
"Ele [Bolsonaro]
não é criança. Sabe o que ele fez [na eleição de SP]? Jogou para os dois lados.
Eu desafio: entra nas redes de Bolsonaro e dos filhos dele. Não tem uma palavra
sobre a eleição de São Paulo. É como se ela não existisse. Que porcaria de
líder é esse?", indagou.
Em seguida, perguntado
sobre qual líder Bolsonaro foi nas eleições, Malafaia retomou os xingamentos.
"Covarde, omisso,
que se baseia em redes sociais e não quer se comprometer. Fica em cima do muro.
Para ficar bem sabe com quem? Com seguidores [de redes sociais]. Que político é
esse, meu Deus? Que tem que estar onde o povo quer?", destilou.
<><> Choro
Malafaia ainda expôs
uma situação vexatória de Bolsonaro, dizendo que o ex-presidente o ligou em
prantos com medo de ser preso durante a operação da Polícia Federal na casa
dele em Mambucaba, no litoral fluminense, em janeiro deste ano.
Ao dizer o motivo de
Bolsonaro não tê-lo bloqueado nas redes durante as eleições, com a série de
mensagens sobre Marçal, Malafaia revelou o episódio.
"Ele estava
chorando depressivo [na casa de praia que tem] em Mambucaba [em Angra dos Reis,
no Rio], perto de ser preso. Liguei pra ele e falei: 'Vai ficar chorando aí?
Vamos para a rua, cara!'. Ele chorou por cinco minutos comigo no telefone antes
de abrir a boca, no visor", disparou.
Segundo Malafaia,
Bolsonaro "estava depressivo porque as pessoas em volta dele foram todas
presas. Estava angustiado".
"Então ele me
respeita. Quem defendeu esse cara diante do ministro Alexandre de Moraes?
Agora, eu o questionei durissimamente [na campanha]. Mandei mais de 30 'zaps'
para ele. Mais de 30! E não era 'zap' de brincadeira, não", emendou.
Em silêncio, Bolsonaro
então teria reclamado com "um deputado da minha igreja e disse: 'o seu
pastor está me ofendendo'".
"Ele tem o
direito de errar. Mas foi uma decepção, de qualquer forma. E não estou falando
nada para você que não tenha dito a ele. Eu seria um covarde", emendou.
<><> Fator
Marçal
Malafaia ainda
explicou o motivo de "abominar" Pablo Marçal, com quem já posou para
foto e deu conselhos em 2022. E cita, entre outros, o laudo falso contra
Boulos.
"É um cara
psicopata, mentiroso e que usa técnicas de manipulação. Tem uma inteligência e
um carisma fora da curva, que é a marca dos psicopatas. Como um cara que
debochou da cadeirada [de Datena], programou um soco no Duda [Lima, marqueteiro
de Ricardo Nunes agredido por um assessor de Marçal], inventa que líderes
evangélicos o apoiam e divulga um documento médico falso ainda tem 1,7 milhão
de votos [no primeiro turno das eleições em SP]? É para a gente analisar. Como
é que pode?", indaga novamente.
Malafaia ainda afirma
que alertou Bolsonaro que Marçal só teria "ganância e ambição" e que
iria "dividir a direita, vai levar metade do voto evangélico" - como
se concretizou em parte.
"E você está
assistindo a tudo isso calado?", teria perguntado a Bolsonaro.
"Ele não é mais
uma ameaça porque foi desmascarado. E, se ele vier, Bolsonaro não vai mais
poder ficar em cima de muro. Vai ter que partir para o confronto. Marçal ontem
mesmo falou que é candidato a governador ou a presidente. Se der um pau entre Bolsonaro
e Marçal, a turma da direita vai ter que fazer uma escolha. Tirando os
recalcados, como [o deputado federal Ricardo] Salles, a maioria vai ficar com
Bolsonaro", emendou.
¨ Marçal venceria Tarcísio se eleição para a presidência fosse
hoje
Pesquisa Genial/Quaest
publicada neste domingo (13) aponta que, se as eleições
presidenciais fossem hoje, em uma disputa entre o governador de São
Paulo Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos), apontado como o candidato do bolsonarismo ou mesmo de uma
"terceira via" diante da inelegibilidade de Jair Bolsonaro, o coach Pablo Marçal (PRTB) e o
presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o atual mandatário se reelegeria para um quarto
mandato.
A grande novidade do
levantamento é o fato de que Pablo Marçal, que perdeu a eleição à prefeitura de
São Paulo no primeiro turno, vem se tornando a maior liderança da extrema
direita a nível nacional. O coach já supera as intenções de voto de Tarcísio – mas
ambos perdem para Lula.
Segundo a sondagem, se
eleição à presidência fosse hoje Lula teria 32% das intenções de voto,
contra 18% de Marçal e 15% de Tarcísio. 18% dos eleitores se dizem indecisos,
enquanto outros 18% afirmam que votarão em branco, nulo ou que não comparecerão
às urnas.
Felipe Nunes, diretor
da Quaest, analisa, ao se debruçar sobre a pesquisa, que "esse racha da
direita aconteceu exatamente dentro do eleitorado que votou em Bolsonaro em
2022". De acordo com o estudo, a grande maioria daqueles que votaram em Lula
no segundo turno de 2022 manteria o voto no presidente. Já aqueles que
votaram em Bolsonaro se dividem entre Marçal e Tarcísio.
"Enquanto Lula
mantém 71% de seus eleitores, Marçal e Tarcísio dividem o espólio de Bolsonaro.
Cada um teria aproximadamente 30% do eleitor que votou no ex-presidente",
afirma Nunes.
Vale lembrar que Pablo
Marçal corre o risco de não poder se candidatar em 2026. Isso porque o coach é
alvo de investigação da Justiça Eleitoral que pode torná-lo inelegível pelo
fato de ele ter divulgado um laudo falso para associar Guilherme Boulos (PSOL),
seu adversário na disputa pela prefeitura de São Paulo, ao uso de
cocaína.
Importante frisar,
ainda, que as entrevistas foram realizadas em setembro: ou seja, não captaram o
sentimento do eleitor diante da falsificação divulgada por Marçal pouco antes
do primeiro turno da eleição municipal.
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Lula candidato em 2026?
Outro dado da pesquisa
Quaest que chama atenção é que o número de brasileiros que acham que Lula deve
ser candidato novamente em 2026 diminuiu.
Em julho, 53% achavam
que Lula não deveria concorrer à presidência mais uma vez. Em outubro, este
índice é de 58%. Já aqueles que apoiam uma nova candidatura do presidente foram
de 45% em julho para 40% este mês.
A pesquisa
Genial/Quaest realizou 2 mil entrevistas entre os dias 25 e 29 de setembro. A
margem de erro é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos.
Fonte: Brasil
247/Fórum
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