segunda-feira, 14 de outubro de 2024

Ocidente está sacrificando sua economia e prontidão militar para apoiar a Ucrânia, diz analista

A guerra por procuração na Ucrânia trouxe à luz as fraquezas dos exércitos ocidentais, enquanto os EUA e seus aliados têm dificuldades para continuar armando Kiev.

Os Estados Unidos e seus aliados europeus estão destruindo suas próprias forças armadas e economias para lutar uma cruzada cada vez mais fútil contra a Rússia, de acordo com o jornalista sérvio-americano Nebojsa Malic.

O analista conversou com a Sputnik comentando sobre a guerra por procuração em curso na Ucrânia, à medida que os eleitores nos países ocidentais se voltam cada vez mais contra o esforço quixotesco.

"O entusiasmo pela Ucrânia na América está quase acabando depois desses dois furacões e dos danos desastrosos que eles causaram, e do fato que levou uma semana para alguém perceber que a Carolina do Norte e o Tennessee estão enfrentando inundações bíblicas", disse Malic. "Esse é basicamente o ambiente na América que eu posso ver daqui: não mais, nem um centavo a mais para a Ucrânia."

"O Pentágono está recorrendo aos seus estoques [de armas] tanto quanto pode," afirmou o analista. "Não é a questão de 'oh, envie tudo'. Eles estão enviando tudo. Isso é tudo o que podem dispensar."

"Dez dias atrás, quando os iranianos dispararam todos esses mísseis contra Israel, aparentemente os navios dos EUA que estavam estacionados lá dispararam 12 interceptadores, não com muito efeito pelo que eu pude ver. E acontece que essa é toda a produção anual. Eles estão fazendo 12 mísseis por ano. Então, não é como se tivessem algo para enviar. Eles já estão pegando as armas do arsenal dos EUA", disse o jornalista.

Os planejadores militares ocidentais também não estão acostumados a travar uma guerra em larga escala contra um oponente formidável como a Rússia, um fato tacitamente admitido quando o Exército dos EUA iniciou uma reestruturação maciça este ano para se preparar para uma possível guerra contra a China no teatro do Pacífico. As forças armadas ocidentais têm se concentrado recentemente em estratégias de contrainsurgência contra as forças de resistência no Oriente Médio.

A Rússia, entretanto, provou ser capaz de se adaptar rapidamente em meio à sua operação militar especial, mesmo que os EUA e países europeus como o Reino Unido e a Alemanha enviem para Kiev seus equipamentos de última geração.

"A maioria das pessoas no Ocidente não pode sequer conceber esta escala e intensidade de guerra," afirmou Malic. "As forças armadas ocidentais não foram construídas para isso."

"Se houver um conflito direto com a OTAN, ele se tornará imediatamente nuclear, e todos sabem disso."

Enquanto isso, os países europeus estão enfrentando as consequências do foco quase obcecado de seus líderes na guerra com a Rússia.

"Eles estão literalmente sugando a pouca energia econômica que existe na Europa", disse Malic sobre a liderança da UE e da OTAN. "Suas próprias populações estão ficando mais pobres a cada dia. Há uma crise energética acontecendo. Há uma crise industrial acontecendo. Sua produção industrial é inexistente", explicou ele.

¨      Rússia se opõe ao estabelecimento de novo fundo para a Ucrânia pelo Banco Mundial

A Rússia se opôs ao novo fundo do Banco Mundial para a Ucrânia, mas a parte dos votos de Moscou na organização não permite bloquear tais decisões, disse à Sputnik uma fonte da diretoria russa na organização.

"Expressamos nossa discordância ao mecanismo proposto. No entanto, a parte dos votos disponíveis para a Rússia não permite que tais decisões sejam bloqueadas, porque todos os outros acionistas expressaram seu apoio", disse o interlocutor sob condição de anonimato.

A fonte acrescentou que Moscou informou o Banco Mundial que o número de fundos criados para a Ucrânia há muito tempo excedeu todos os limites racionais. A administração da organização, segundo relatou o interlocutor, continua a criar mais mecanismos de assistência a Kiev sob pressão do Ocidente, apesar das críticas da Rússia e de outros países-membros do Banco Mundial.

Ele observou que, apesar da impossibilidade de bloquear essa decisão, a administração do Banco Mundial garantiu que as alocações para o novo fundo virão exclusivamente dos orçamentos dos países doadores.

O novo fundo foi criado por Canadá, Japão e EUA, que pretendem contribuir com pelo menos 10 bilhões de dólares (R$ 55,8 bilhões).

"O novo fundo não vai interagir com os ativos russos ou receitas bloqueadas no Ocidente", enfatizou o interlocutor.

A fonte também garantiu que o Banco Mundial não permitirá que Kiev use sem controle o dinheiro do novo fundo de assistência financeira. Os fundos do doador, explicou, só poderiam ser usados para fins estabelecidos nos estatutos da organização.

¨      Base de defesa antimísseis dos EUA na Polônia serve para destruir mísseis russos, diz MRE polonês

A base de defesa antimísseis dos EUA em Redzikowo, Polônia, foi projetada para destruir não apenas mísseis iranianos, mas também russos, admitiu o ministro das Relações Exteriores polonês, Radoslaw Sikorski, no podcast da Rádio Rebeliant, nesta sexta-feira (11).

"Nas próximas semanas, abriremos finalmente a base do escudo antimísseis em Redzikowo, perto de Slupsk. Esta é a base que concordamos com os Estados Unidos. Durante as negociações, assegurei que esses mísseis também pudessem abater mísseis russos voando em direção à Polônia, e não apenas mísseis iranianos voando em direção aos Estados Unidos", disse Sikorski.

Ele disse que Washington mudou o conceito e que a base será inaugurada em breve.

A base de defesa antimísseis americana em Redzikowo, localizada a 165 quilômetros (103 milhas) da fronteira russa, consiste em um radar AN/SPY-1, lançadores Mk 41 VLS e mísseis antibalísticos SM-3 (Standard Missile-3).

Em maio, o Pentágono relatou a conclusão de um contrato entre o Departamento de Defesa dos EUA e a empresa de indústria de defesa americana Northrop Grumman por US$ 49 milhões (cerca de R$ 250 milhões) para criar um sistema de controle de combate integrado para defesa aérea e de mísseis para a Polônia.

Ao mesmo tempo, os EUA relataram regularmente que o sistema de defesa de mísseis que está sendo implantado na Polônia não é direcionado contra a Rússia, mas supostamente destinado à proteção contra mísseis iranianos.

<><> Rússia atinge infraestrutura de energia que sustentava o complexo militar-industrial na Ucrânia

As unidades do agrupamento de tropas russas Tsentr (Centro) repeliram no último dia sete contra-ataques da Ucrânia, o adversário perdeu até 490 militares, um obuseiro D-20 e um canhão Rapira, relata o Ministério da Defesa da Rússia.

Aviação, artilharia e unidades de drones da Rússia atingiram a infraestrutura de energia ucraniana que abastecia o complexo militar-industrial da Ucrânia, informa a Defesa russa, além disso, foram atingidos o contingente e o equipamento militar ucraniano em 146 áreas.

Agrupamento de tropas russas Zapad (Oeste) atingiu o contingente e equipamentos militares de seis brigadas ucranianas, tendo repelido dois contra-ataques. O Exército de Kiev perdeu até 465 militares, um obuseiro M114, uma peça de artilharia autopropulsada Gvozdika, um canhão L-119 de produção britânica e três depósitos de munições.

Segundo detalha o comunicado, unidades do agrupamento de tropas russas Yug (Sul) destruíram seis depósitos de munições das tropas ucranianas, o adversário perdeu até 640 soldados, um veículo de combate de infantaria, uma peça autopropulsada de artilharia Archer de produção sueca e um obuseiro M777, foram destruídos também seis depósitos de munições.

Por sua vez, os meios de defesa antiaérea da Rússia derrubaram 11 projéteis de sistemas Himars fabricados pelos EUA e 125 drones de asa fixa.

O Exército russo repeliu em um dia cinco contra-ataques das forças ucranianas perto de Lyubimovka, Tolsty Lug e Novoivanovka, na região de Kursk, o adversário perdeu até 60 militares.

As Forças Armadas da Ucrânia perderam na região de Kursk mais de 400 combatentes, 18 veículos blindados, incluindo seis tanques, e sete soldados ucranianos foram capturados, relatou o Ministério da Defesa da Rússia. Desde o início dos combates na direção de Kursk as perdas de Kiev ultrapassaram 22,3 mil combatentes.

As forças ucranianas perderam até 140 soldados, 11 carros e um depósito de munições na área de responsabilidade do agrupamento de tropas Vostok (Leste), diz o ministério.

¨      Zelensky está mais aberto a negociações devido ao enfraquecimento da posição da Ucrânia, nota mídia

Diplomatas estrangeiros em Kiev referem que o atual líder ucraniano Vladimir Zelensky se torna cada vez mais aberto a conversar com a Rússia diante das grandes perdas da Ucrânia no campo de batalha, informa o The Washington Post.

O jornal indica que, enquanto Zelensky tem dito repetidamente que o conflito deve acabar nos termos de Kiev, a situação no campo de batalha enfraqueceu a Ucrânia, com a Rússia tomando mais territórios na região de Donbass.

A incursão ucraniana na região russa de Kursk já foi frustrada e não fez com que Moscou retirasse uma parte de suas tropas de outras áreas, como Kiev planejava.

Ao contrário, foram as Forças Armadas da Ucrânia que se retiraram recentemente de um local importante, a cidade de Ugledar.

Agora, as tropas russas estejam se aproximando de um outro ponto logístico estratégico, a cidade de Pokrovsk.

"Diplomatas ocidentais em Kiev perceberam que Zelensky se tornou mais aberto a iniciar negociações com a Rússia, uma vez que as forças de Moscou ocupam mais de 20% da Ucrânia e é improvável que cedam qualquer território que controlam atualmente", admite o artigo.

Na quinta-feira (10), o jornal italiano Corriere della Sera informou que Zelensky está pronto para um cessar-fogo na linha de frente se receber garantias dos países ocidentais.

Em 14 de junho, o presidente russo Vladimir Putin indicou os seguintes pré-requisitos para a solução do conflito ucraniano:

1.Retirada completa do Exército ucraniano das Repúblicas Populares de Donetsk e Luhansk (RPD e RPL) e das regiões de Zaporozhie e Kherson;

2.Reconhecimento das realidades territoriais consagradas na constituição russa;

3.Status neutro, não alinhado e não nuclear da Ucrânia;

4.Desmilitarização e desnazificação da Ucrânia;

5.Garantia dos direitos, liberdades e interesses dos cidadãos ucranianos de língua russa;

6.Cancelamento de todas as sanções antirrussas.

<><> Analista dos EUA explica por que o 'plano de vitória' de Zelensky está dissociado da realidade

O "plano de vitória" de Vladimir Zelensky não contribuirá para o fim do conflito na Ucrânia, escreve em um artigo para a Fox News a ex-oficial de inteligência dos Estados Unidos Rebekah Koffler.

A autora fundamenta a sua posição com uma série de razões, entre as quais a falta de compreensão clara por parte de Kiev do que deveria ser a vitória e o fato de menosprezar a situação operacional na frente de combate.

"A Rússia está gradual, mas seguramente avançando no campo de batalha", explica a analista.

Ela também lembrou que "a mudança da situação atual é uma tarefa fundamental que a Ucrânia não é capaz de realizar" devido à quantidade insuficiente de meios.

"O número de mísseis táticos de longo alcance (ATACMS) entregues à Ucrânia é insuficiente para o alcance deste objetivo. Nem os EUA, nem a Europa têm reservas adicionais ou capacidade de produção para aumentar rapidamente seus arsenais esgotados", alertou Koffler.

A especialista também observou que o "plano de vitória" de Zelensky não é nada que possa ter qualquer influência sobre os eventos em curso, acrescentando que o Exército russo excede o ucraniano em número de tropas e equipamento tecnológico.

Recentemente, o chefe do regime de Kiev se reuniu com o presidente dos EUA, Joe Biden, a fim de mostrar seu "plano de vitória" e obter permissão de usar mísseis ocidentais de longo alcance para atingir a Rússia em profundidade, mas a Casa Branca após as conversações não anunciou nenhuma mudança em sua abordagem para permitir o uso destes mísseis por Kiev.

<><> Rússia abre processo criminal contra mercenário dos EUA por terrorismo em Kursk

O Comitê de Investigação russo abriu um processo criminal contra o mercenário norte-americano Derrick Bales, fundador do Grupo de Observações Avançadas (FOG, na sigla em inglês), informou a organização à Sputnik.

Bales é acusado de cometer um ataque terrorista na região russa de Kursk, além de promover atividade mercenária e assassinato.

"O cidadão norte-americano Derrick Bales é acusado à revelia de cometer um ato terrorista, atividade mercenária, homicídio e tentativa de homicídio de duas ou mais pessoas, bem como de pessoas que exercem atividades oficiais, cometidos por um grupo organizado", indicou o comitê.

Também foram feitas acusações contra Bales por "travessia ilegal da fronteira do Estado, tentativa de assassinato de um policial, uso de violência contra um funcionário do governo, bem como por ter cometido outros crimes".

A investigação sustenta que o cidadão norte-americano participa pessoal e diretamente no conflito armado como mercenário no território da Rússia, fazendo parte de um grupo armado que luta ao lado das tropas ucranianas.

Foi esclarecido que Bales, junto a outros representantes de formações mercenárias, utilizando todos os tipos de armas e dispositivos explosivos, bem como equipamento militar, no final de agosto de 2024, cruzaram ilegalmente a fronteira russa e invadiram o território da região de Kursk.

Após a invasão, com o objetivo de intimidar a população, causar danos materiais significativos e desestabilizar a atuação das autoridades, cometeram atos criminosos como assassinato de civis ou tentativa de homicídio.

"Atualmente, a investigação está a tomar medidas para apurar o paradeiro dos arguidos e dos seus cúmplices. Durante a investigação serão apuradas todas as circunstâncias destes crimes e será dada uma avaliação jurídico-criminal à atuação das pessoas envolvidas", afirmou o comitê.

Em 6 de agosto, as tropas ucranianas iniciaram uma incursão armada na região de Kursk e ocuparam diversas áreas, causando o deslocamento de mais de 100 mil civis. Desde 9 de agosto, a região vive situação de emergência federal.

O presidente russo, Vladimir Putin, prometeu "uma resposta digna" à provocação de Kiev, que acusou de disparar indiscriminadamente contra instalações civis, e reafirmou que a Rússia alcançará todos os objetivos da sua operação militar especial na Ucrânia.

 

Fonte: Sputnik Brasil

 

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