terça-feira, 15 de outubro de 2024

Miocardite: o que é, sintomas, causas e tratamento

A miocardite é a inflamação do músculo do coração, que normalmente surge como complicação de uma infecção, mas que também pode se desenvolver após o uso de alguns antibióticos e até consumo de drogas. A miocardite causa sintomas como dor no peito, falta de ar ou tonturas.

Na maioria dos casos, a miocardite surge durante uma infecção por vírus, como gripe ou catapora, mas também pode acontecer quando existe uma infecção grave por bactérias ou fungos. Além disso, a miocardite pode ser decorrente de doenças autoimunes, como o Lúpus Eritematoso Sistêmico, uso de alguns medicamentos ou consumo excessivo de bebidas alcoólicas, por exemplo.

A miocardite tem cura e, geralmente, desaparece quando a infecção fica curada, no entanto, quando a inflamação do coração é muito grave ou não desaparece, pode ser necessário internamento no hospital.

<><> Principais sintomas

Os principais sintomas de miocardite são:

1.       Dor no peito;

2.       Alteração do batimento cardíaco;

3.       Sensação de aperto e pressão no peito;

4.       Cansaço excessivo;

5.       Dificuldade para respirar, no repouso ou durante a atividade física;

6.       Sensação de falta de ar;

7.       Inchaço dos pés, tornozelos e das pernas;

8.       Tontura e/ ou desmaio;

9.       Febre, em alguns casos.

Em alguns casos, a miocardite não causa sinais ou sintomas, sendo apenas descoberto após a realização de exames que avaliam o funcionamento do coração.

No entanto, na presença de dor no peito e dificuldade para respirar, por exemplo, é fundamental ir à emergência para que seja feita uma avaliação, identificada a causa dos sintomas e iniciado o tratamento mais adequado.

<><> Como confirmar diagnóstico

O diagnóstico da miocardite é feito pelo cardiologista através de exames como raio X do tórax, eletrocardiograma ou ecocardiograma, que permitem identificar alterações no funcionamento do coração. Estes exames são especialmente importantes porque os sintomas podem estar apenas sendo provocados pela infecção no organismo, sem que exista alteração no coração.

Além disso, normalmente são solicitados alguns exames laboratoriais para verificar o funcionamento do coração e a possibilidade de infecção, como VSH, dosagem de PCR, leucograma e concentração dos marcadores cardíacos, como CK-MB e Troponina.

<><> Possíveis causas

A miocardite é causada por uma inflamação no músculo cardíaco, que pode surgir em decorrência de várias situações como:

•        Infecções virais, como gripe, mononucleose, catapora, hepatitis B ou C, HIV, ou COVID-19;

•        Infecções bacterianas, como difteria, tuberculose ou doença de Lyme;

•        Infecções fúngicas, como aspergilose;

•        Doenças parasitárias, como doença de Chagas ou toxoplasmose;

•        Doenças autoimunes, como lupus eritematoso sistêmico ou sarcoidose;

•        Quimioterapia para o tratamento do câncer, com remédios como doxorrubicina ou interleucina-2;

•        Uso de antibióticos, como penicilinas ou sulfonamidas;

A miocardite pode acontecer em qualquer pessoa independentemente da idade, no entanto é mais frequente de acontecer como consequência de infecções por vírus que não foram devidamente identificadas e tratadas, como hepatite, infecção pelo HIV, mononucleose e COVID-19, por exemplo.

Além disso, o risco de miocardite é maior em pessoas que fazem uso frequente e indiscriminado de medicamentos e/ ou bebidas alcoólicas e drogas, possuem doenças autoimunes, fazem uso de antibióticos ou quimioterapia, por exemplo.

<><> Miocardite e COVID-19

A miocardite é uma condição que pode acontecer como consequência da COVID-19, porque, em alguns casos, a presença do vírus parece causar danos ao coração como consequência da resposta imune inflamatória. Assim, pessoas com COVID-19 podem apresentar sintomas de miocardite, como respiração rápida e ofegante, dor no peito e palpitação.

<><> Como é feito o tratamento

O tratamento normalmente é feito em casa com repouso para evitar excesso de trabalho por parte do coração. No entanto, durante esse período também se deve fazer o tratamento adequado da infecção que esteve na origem da miocardite e, por isso, pode ser necessário tomar antibióticos, antifúngicos ou antivirais, por exemplo.

Além disso, se surgirem sintomas de miocardite ou se a inflamação estiver dificultando o funcionamento do coração, o cardiologista pode indicar o uso de alguns remédios como:

•        Remédios para pressão alta, como captopril, ramipril ou losartana: relaxam os vasos sanguíneos e facilitam a circulação de sangue, reduzindo sintomas como dor no peito e falta de ar;

•        Beta-bloqueadores, como metoprolol ou bisoprolol: ajudam a fortalecer o coração, controlando o batimento irregular;

•        Diuréticos, como furosemida: eliminam o excesso de líquidos do corpo, diminuindo o inchaço nas pernas e facilitando a respiração.

Já nos casos mais graves, em que a miocardite causa muitas alterações no funcionamento do coração, pode ser necessário ficar internado no hospital para fazer remédios diretamente na veia ou colocar aparelhos, semelhantes ao marcapasso, que ajudam o coração a trabalhar.

Em alguns casos muito raros, em que a inflamação do coração coloca a vida em risco, pode até ser necessário fazer um transplante de coração de emergência.

<><> Possíveis complicações

Na maior parte dos casos a miocardite desaparece sem deixa qualquer tipo de sequelas, sendo até muito comum que a pessoa nem saiba que teve esse problema no coração.

Porém, quando a inflamação no coração é muito grave pode deixar lesões permanentes no músculo cardíaco que levam ao surgimento de doenças como insuficiência cardíaca ou pressão alta. Nestes casos, o cardiologista irá recomendar o uso de alguns medicamentos que devem ser utilizados por alguns meses ou por toda a vida, dependendo da gravidade.

 

•        Coração grande: o que é, sintomas, causas e tratamento

O coração grande, também chamado de cardiomegalia, não é uma doença, mas é um sinal de alguma outra doença do coração como insuficiência cardíaca, doença das artérias coronárias, problemas nas válvulas do coração ou arritmia, por exemplo. Estas doenças podem deixar o músculo do coração mais grosso ou as câmaras do coração mais dilatadas, fazendo com que o coração fique maior.

O coração grande acontece com mais frequência em idosos, mas também pode acontecer em adultos jovens ou em crianças com problemas cardíacos e, num estágio inicial pode não apresentar sintomas. No entanto, devido ao crescimento do coração, o bombeamento de sangue para todo o corpo fica comprometido, causando cansaço intenso e falta de ar, por exemplo.

Apesar de ser uma condição grave e que pode levar à morte, a cardiomegalia pode ser tratada por um cardiologista com medicamentos ou cirurgia, e tem cura quando identificada no início.

<><> Principais sintomas

Os sintomas de coração grande costumam surgir em fases mais avançadas, sendo os principais:

•        Falta de ar durante esforço físico, em repouso ou quando se está deitado de costas;

•        Palpitações cardíacas;

•        Dor no peito;

•        Tosse, principalmente quando deitado;

•        Tonturas e desmaios;

•        Fraqueza e cansaço ao realizar pequenos esforços;

•        Inchaço nas pernas, tornozelos ou pés;

•        Inchaço excessivo na barriga.

Numa fase inicial, a cardiomegalia, geralmente, não apresenta sintomas, no entanto, com a evolução do problema, o coração começa a apresentar maior dificuldade para bombear o sangue para o corpo de forma adequada.

É importante consultar um cardiologista logo que esses sintomas apareçam ou procurar um pronto socorro mais próximo se apresentar sintomas de infarto como dor no peito e dificuldade de respirar.

<><> Por que o coração cresce?

O coração pode crescer devido ao fato de algumas doenças causarem uma inflamação no organismo e favorecerem o estresse oxidativo, o que tem como consequência o espessamento e o estiramento do músculo cardíaco.

Essas alterações fazem com que aconteça uma alteração no processo de contração do coração, fazendo com que trabalhe mais forte para bombear sangue para todo o corpo, provocando um aumento no volume do músculo cardíaco e fazendo com que fique fatigado, aumentando o risco de insuficiência cardíaca.

<><> Como confirmar o diagnóstico

O diagnóstico da cardiomegalia é feito com base no histórico clínico e através de exames como raio X, eletrocardiograma, ecocardiograma, tomografia computadorizada ou ressonância magnética para avaliar o funcionamento do coração. Além disso, podem ser solicitados exames de sangue para detectar os níveis de algumas substâncias no sangue que podem estar causando o problema no coração.

Outros tipos de exames que o cardiologista pode solicitar são o cateterismo, que permite visualizar o coração por dentro e a biópsia do coração, que pode ser feita durante o cateterismo para avaliar danos nas células cardíacas.

<><> Possíveis causas da cardiomegalia

A cardiomegalia normalmente é consequência de algumas doenças como:

•        Doença de Chagas;

•        Hipertensão arterial sistêmica;

•        Obstrução coronariana, insuficiência cardíaca, infarto ou arritmia cardíaca;

•        Cardiomiopatia;

•        Doença das válvulas do coração devido a febre reumática ou infecção no coração como a endocardite;

•        Diabetes;

•        Hipertensão pulmonar ou doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC);

•        Insuficiência renal;

•        Anemia;

•        Problemas na glândula tireoide como hipo ou hipertireoidismo;

•        Alcoolismo.

Além disso, alguns medicamentos para tratar o câncer como doxorrubicina, epirrubicina, daunorrubicina ou ciclofosfamida, também podem causar o aparecimento de cardiomegalia.

Apesar de não ser muito comum, durante a gravidez é possível que a mulher apresente o coração grande, principalmente quando existem antecedentes de doenças do coração, quando a mulher tem idade mais avançada, bebem álcool ou fumam, por exemplo. No entanto, esses casos são considerados passageiros, de forma que o coração volta ao tamanho normal após cerca de 1 ano após o início do tratamento.

<><> O coração grande pode voltar ao tamanho normal?

Algumas pessoas podem ter o coração aumentado como consequência de fatores passageiros, como infecção ou gravidez, por exemplo. Nesses casos, o coração pode voltar à normalidade com o tratamento adequado.

No entanto, no caso do coração grande ser consequência de uma doença crônica, é possível que permaneça aumentado, sendo importante continuar a realizar o tratamento indicado pelo médico para controlar os sintomas relacionados com essa alteração.

<><> Como é feito o tratamento

O tratamento para a cardiomegalia deve ser orientado por um cardiologista e normalmente inclui:

1. Uso de medicamentos

Os medicamentos que o cardiologista pode prescrever para tratar a cardiomegalia são:

•        Diuréticos como furosemida ou indapamida: ajudam a remover o excesso de líquidos do organismo, evitando que se acumulem nas veias e dificultem o batimento cardíaco, além de reduzir o inchaço na barriga e nas pernas, pés e tornozelos;

•        Anti-hipertensivos como captopril, enalapril, losartana, valsartana, carvedilol ou bisoprolol: ajudam a melhorar a dilatação dos vasos, aumentam o fluxo sanguíneo e facilitam o trabalho do coração;

•        Anticoagulantes como varfarina ou aspirina: diminuem a viscosidade do sangue, prevenindo o surgimento de coágulos que podem causar embolias ou AVC;

•        Antiarrítmico como a digoxina: fortalece o músculo cardíaco, facilitando as contrações e permite o bombeamento mais eficaz de sangue.

O uso desses medicamentos deve ser feito somente sob a supervisão de um cardiologista e com doses específicas para cada pessoa.

2. Colocação de marcapasso

Em alguns casos de cardiomegalia, principalmente em estágios mais avançados, o cardiologista pode indicar a colocação de um marcapasso para coordenar os impulsos elétricos e a contração do músculo cardíaco, melhorando seu funcionamento e facilitando o trabalho do coração.

3. Transplante de coração

O transplante de coração pode ser feito se as outras opções de tratamento não forem eficazes para controlar os sintomas da cardiomegalia, sendo a última opção de tratamento.

4. Cirurgia cardíaca

A cirurgia cardíaca pode ser realizada pelo cardiologista se a causa da cardiomegalia for algum defeito ou alteração nas válvulas do coração. A cirurgia permite reparar ou substituir a válvula afetada.

5. Cirurgia de bypass coronário

A cirurgia de bypass coronário pode ser indicada pelo cardiologista se a cardiomegalia for causada por problemas das artérias coronárias que são responsáveis por irrigar o coração.

Essa cirurgia permite corrigir e redirecionar o fluxo de sangue da artéria coronária afetada e ajuda a controlar os sintomas de dor no peito e dificuldade de respirar.

<><> Possíveis complicações

As complicações que a cardiomegalia pode causar são:

•        Infarto;

•        Formação de coágulos no sangue;

•        Parada cardíaca;

•        Morte súbita.

Essas complicações dependem de qual parte do coração está aumentada e da causa da cardiomegalia. Por isso, sempre que existe suspeita de algum problema no coração é muito importante procurar ajuda médica.

<><> Quando tempo vive uma pessoa com coração grande?

Como a cardiomegalia pode ser causada por diversos fatores, não é possível determinar o tempo de vida da pessoa, já que isso depende da causa do aumento do coração e do estado geral de saúde da pessoa.

Além disso, caso a pessoa não inicie o tratamento adequado, pode aumentar a gravidade da situação, diminuindo a qualidade de vida e aumentando o risco de mortalidade. Por isso, o ideal é que o cardiologista seja consultado.

<><> Cuidados durante o tratamento

Algumas medidas importantes durante o tratamento da cardiomegalia são:

•        Não fumar;

•        Manter o peso saudável;

•        Manter os níveis de glicose no sangue controlados e fazer o tratamento da diabetes recomendado pelo médico;

•        Fazer acompanhamento médico para controlar a pressão alta;

•        Evitar bebidas alcoólicas e cafeína;

•        Não usar drogas como cocaína ou anfetaminas;

•        Fazer exercícios físicos recomendados pelo médico;

•        Dormir pelo menos 8 a 9 horas por noite.

É ainda importante fazer acompanhamento com o cardiologista que também deve orientar mudanças na alimentação e a fazer uma dieta equilibrada e pobre em gorduras, açúcar ou sal.

 

Fonte: Tua Saúde

 

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