Tentativa de Washington juntar países
asiáticos em uma 'OTAN da Ásia' parece fábula, acredita mídia
Analistas, citados
pelo jornal Global Times, acham que as intenções dos EUA de organizar uma coalizão
econômica e defensiva entre os países da Ásia para conter economicamente a
China dificilmente podem ser realizadas devido ao fato de terem interesses
diferentes.
Segundo o jornal,
especialistas chamam de devaneio uma proposta feita na quarta-feira (9) pelo
embaixador norte-americano no Japão, Rahm Emanuel, de formar uma coalizão de
tipo da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) para "combater a
'coerção econômica' da China com uma postura unificada".
Em sua fala, Emanuel
supôs que poderia ser uma coalizão de comércio e defesa com adoção de um
equivalente econômico ao Artigo 5º da OTAN, o original do qual diz que um
ataque a qualquer país do bloco é considerado um ataque a todos os
Estados-membros.
Porém, os
especialistas citados pelo jornal acreditam que seria muito difícil concretizar
tais planos.
"Observadores
chineses disseram na quinta-feira [10] que seria difícil colocar essa proposta
em prática, pois outros países têm seus próprios interesses econômicos e não se
unirão aos EUA", diz o artigo.
De acordo com Xiang
Haoyu, pesquisador do Instituto de Estudos Internacionais da China, os maiores
aliados dos EUA na Ásia, a Coreia do Sul e o Japão, têm diferentes interesses
relativamente à China.
O Global Times também
observa que, apesar de o novo primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba, ter
defendido a criação de um sistema de segurança coletiva na região parecida com
a OTAN durante sua campanha eleitoral, agora o governo do Japão mostra esforços
de aprimoramento das relações com a China.
"Como uma relação
estável entre a China e o Japão é vista como não sendo do interesse dos EUA, os
comentários de Emanuel podem ter como objetivo fazer barulho sobre as relações
e testar a reação do Japão", disse Da Zhigang, diretor do Instituto de
Estudos do Nordeste Asiático da Academia Provincial de Ciências Sociais de
Heilongjiang.
Recentemente, durante
a 19ª Cúpula do Leste Asiático, o ministro das Relações Exteriores da Rússia,
Sergei Lavrov, disse, comentando as ideias de Ishiba, que quaisquer ideias
sobre a criação de blocos militares geram riscos de confronto que podem se transformar
em uma fase quente.
¨ Em meio à escalada no Oriente Médio, EUA aprovam US$ 2,2 bilhões
em armas para Arábia Saudita e EAU
Na sexta-feira (11), o
governo Biden aprovou a venda de bilhões de dólares em armas para a Arábia
Saudita e os Emirados Árabes Unidos (EAU), em uma nova demonstração de apoio a
dois aliados que são cruciais para Washington contra o Irã e seus aliados à medida
que o conflito se intensifica no Oriente Médio.
De acordo com a
Bloomberg, o Departamento de Estado notificou o Congresso que aprovou a venda
de mísseis Does Hellfire e Sidewinder, juntamente com munição de artilharia,
tanque e metralhadora para a Arábia Saudita em um acordo avaliado em mais de
US$ 1 bilhão (R$ 5,61 bilhões).
O órgão também
informou aos legisladores de que aprovou a potencial venda de sistemas de
foguetes guiados GMLRS, mísseis ATACMS de longo alcance e treinamento e suporte
para ambos os sistemas, em um acordo avaliado em até US$ 1,2 bilhão (R$ 6,73
bilhões), para os EAU.
Segundo a mídia, a
menos que o Congresso faça algum movimento para bloquear as vendas propostas,
os contratantes e os países receptores podem começar as negociações sobre os
contratos, que podem ficar aquém dos máximos aprovados. A RTX fabrica o míssil
Sidewinder. Todas as outras armas são feitas pela Lockheed Martin.
Em agosto, o
presidente Joe Biden suspendeu os limites à venda de armas ofensivas para Riad
como uma forma de pressionar os sauditas a encerrarem sua guerra contra os
houthi no Iêmen.
Ao mesmo tempo,
Washington busca fechar um acordo entre o reino e Israel para retomada das
relações diplomáticas, e na procura por esses laços - que foram enfraquecidos
com a guerra entre Israel e Hamas, mas não totalmente esquecidos - a
administração Biden vem abrindo concessões maiores das que defendia no começo
do governo em relação à Arábia Saudita.
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Em cúpula da ASEAN, enquanto China fecha acordos, EUA 'são indagados' sobre
Israel, analisa mídia
Uma cúpula em Laos foi
uma oportunidade para o governo Biden mostrar os relacionamentos que cultivou
em toda a Ásia desde que renovou um impulso diplomático há três anos, mas em
vez disso, a China pareceu aproveitar o momento com uma lista de novos acordos,
escreve a Bloomberg.
O primeiro-ministro
chinês, Li Qiang, aproveitou a reunião da Associação das Nações do Sudeste
Asiático (ASEAN), que termina nesta sexta-feira (11), para promover os
interesses econômicos de suas nações no Indo-Pacífico.
Segundo a mídia, o
primeiro-ministro lançou projetos ferroviários acelerados com a Tailândia e o
Camboja, e concordou em suspender as restrições sobre as importações de lagosta
da Austrália até o final do ano.
Ao mesmo tempo, a
reunião foi uma das últimas oportunidades para o secretário de Estado
norte-americano, Antony Blinken, promover laços mais fortes entre os EUA e a
Ásia semanas antes de uma eleição cujo resultado pode ter implicações profundas
no futuro de Washington na região.
No entanto, o
secretário se viu tendo que responder a perguntas sobre o apoio norte-americano
a Israel e se uma trégua pode ser alcançada nos crescentes conflitos no Oriente
Médio.
Além de uma declaração
conjunta sobre a promoção de políticas seguras em torno da inteligência
artificial, houve poucas novas iniciativas políticas importantes dos EUA, mesmo
após reuniões separadas de Blinken com o novo primeiro-ministro tailandês, Paetongtarn
Shinawatra, e o líder da Malásia, Anwar Ibrahim, escreve a Bloomberg.
Ainda assim, Blinken
sublinhou, em sua 20ª visita ao Indo-Pacífico, que os EUA continuam sendo a
maior fonte de investimento estrangeiro direto no Sudeste Asiático,
ultrapassando a China e a Europa.
No entanto, a diretora
do programa do Sudeste Asiático no Lowy Institute da Austrália, Susannah
Patton, disse à mídia que "os EUA meio que lutam um pouco com a
ASEAN", enquanto para a China "há uma narrativa muito clara sobre o
aprofundamento da cooperação comercial, a atualização do acordo de livre
comércio, e isso funciona muito bem com todos os países do Sudeste Asiático.
Enquanto os Estados Unidos — acho que sua narrativa é apenas menos
convincente", analisou Patton.
Às margens do evento,
o primeiro-ministro de Cingapura, Lawrence Wong, durante uma reunião com Li e
outros líderes regionais na quinta-feira (10), afirmou que o comércio entre a
ASEAN e Pequim é um "movimento importante, especialmente neste momento de
crescente protecionismo. […] enviará uma mensagem muito clara e importante a
todos sobre a importância do livre comércio e da cooperação de mercado
ganha-ganha".
¨ China alerta UE contra negociações separadas de preços de
veículos elétricos
Pequim pediu à União
Europeia neste sábado (12) que não conduza negociações separadas sobre o preço
dos veículos elétricos fabricados na China e vendidos na UE, alertando que isso
"abalaria as fundações" das negociações tarifárias bilaterais.
Pequim pediu à União
Europeia neste sábado (12) que não conduza negociações separadas sobre o preço
dos veículos elétricos fabricados na China e vendidos na UE, alertando que isso
"abalaria as fundações" das negociações tarifárias bilaterais.
De acordo com a
Reuters, o governo chinês citou a existência de "relatórios
relevantes" que observaram a prática, mas não deu mais detalhes.
"Se o lado
europeu, ao negociar com a China, conduzir negociações separadas de compromisso
de preços com algumas empresas, isso abalará a base e a confiança mútua das
negociações [...] e será prejudicial ao avanço do processo geral de negociação",
disse o Ministério do Comércio chinês em comentários publicados em seu site.
As declarações foram
dias após Bruxelas rejeitar uma proposta chinesa para que veículos elétricos
fabricados na China fossem vendidos dentro do bloco a um preço mínimo de US$ 32
mil (R$ 179 mil), uma medida que Pequim esperava que evitasse a imposição de
tarifas da UE no próximo mês.
Vários fabricantes,
incluindo empresas de propriedade europeia na China, autorizaram a Câmara de
Comércio Chinesa de Máquinas e Eletrônicos a propor um plano de compromisso de
preços que represente a posição geral da indústria, disse o Ministério do Comércio.
"Esta é a base
para as atuais consultas entre China e UE", acrescentou.
Ao longo da semana,
diversos setores da indústria europeia, não só o automobilístico, mas também o
de tintas e de bebidas alcoólicas, especialmente o conhaque, lançaram
declarações pedindo que a União Europeia "desse conta" da retaliação
chinesa contra as tarifas de carros elétricos, as quais podem impactar
profundamente esses outros setores.
¨ Autoridades americanas dizem que Israel reduziu seus alvos para
atacar o Irã, diz mídia dos EUA
Autoridades
norte-americanas acreditam que Tel Aviv restringiu seus alvos em infraestrutura
militar e energética iraniana, no que prometeu ser sua resposta ao ataque do
Irã realizado em 1º outubro.
De acordo com a NBC
News, não há indícios de que Israel atacará instalações nucleares ou realizará
assassinatos, mas autoridades americanas enfatizaram que os israelenses não
tomaram uma decisão final sobre como e quando agir.
A região está tensa
aguardando a resposta israelense ao bombardeio de mísseis iranianos lançado em
1º de outubro, que o Irã disse ter sido em resposta à invasão de Israel do
Líbano e ao assassinato de seus aliados, incluindo Ismail Haniya, do Hamas, em
Teerã, e o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, em Beirute.
Israel compartilhou
mais informações com os Estados Unidos sobre a retaliação, mas eles retiveram
muitos detalhes por questões de segurança operacional, disseram as autoridades.
Autoridades americanas
e israelenses afirmaram que uma resposta poderia ocorrer durante o feriado do
Yom Kippur (entre 11 e 12 de outubro). Porém, fontes, citadas pela mídia,
enfatizaram que não têm informações que indiquem que a resposta virá hoje (12),
no entanto, admitiram que Israel não compartilhou um cronograma específico com
eles — e não está claro se o governo israelense já concordou com um.
O secretário de Defesa
norte-americano, Lloyd Austin, falou com seu colega israelense, Yoav Gallant,
ontem (11) à noite e eles discutiram traços gerais sobre uma resposta
israelense. No entanto, não está claro se Gallant forneceu detalhes concretos,
relata a mídia.
Autoridades dos EUA
continuam a pedir ao governo israelense que torne sua resposta proporcional,
mantendo-se em alvos militares e evitando instalações de petróleo, gás e
nucleares. O ataque do Irã causou poucos danos em Israel, ressaltou a mídia
norte-americana.
Nesta semana, países
do Golfo pressionaram Washington para impedir que Israel ataque instalações
petrolíferas do Irã, uma vez que estão preocupados com a possibilidade de suas
próprias instalações petrolíferas serem atacadas pelos aliados de Teerã, caso o
conflito se agrave, disseram três fontes do Golfo à Reuters.
¨ Propósito do treinamento da OTAN é uma guerra nuclear na Europa,
diz analista russo
O objetivo dos
exercícios nucleares da OTAN é a preparação para uma guerra nuclear limitada na
Europa com ataques de bombas aéreas nucleares táticas dos EUA por aviões das
forças aéreas nacionais da NATO em alvos na Rússia, disse à Sputnik Igor
Korotchenko, editor-chefe da revista russa Natsionalnaya Oborona (Defesa
Nacional).
O secretário-geral da
OTAN, Mark Rutte, anunciou na quinta-feira (10) que os exercícios nucleares
anuais da aliança, Steadfast Noon, começarão na segunda-feira (14). As manobras
ocorrerão principalmente no Reino Unido, mar do Norte, Bélgica e Países Baixos.
"Os exercícios
envolvem a prática de procedimentos relacionados com a transferência de
instalações de armazenamento para a força aérea de vários Estados-membros da
OTAN de bombas nucleares táticas americanas B61-13, armazenadas em aeródromos
de vários países da OTAN e sob controle americano. Na simulação de um conflito
nuclear com a Rússia e uma guerra nuclear limitada na Europa, as bombas aéreas
são transferidas para as forças aéreas nacionais dos países-membros da OTAN
envolvidos", explicou Korotchenko.
De acordo com ele, os
exercícios incluirão a aquisição de tarefas de combate e planos de ataque
contra instalações no território russo ao longo de toda a sua fronteira com os
países da OTAN.
"Todos esses
procedimentos têm um objetivo – uma guerra nuclear limitada na Europa com o uso
de ataques reais usando armas nucleares táticas dos EUA por aviões das forças
aéreas nacionais dos países da OTAN em alvos no território da Rússia", disse
Korotchenko.
Ao mesmo tempo, o
analista acredita que no caso de um ataque real com armas nucleares táticas dos
EUA no território da Rússia, mesmo pelas mãos dos aliados europeus dos EUA, um
ataque nuclear limitado deve ser realizado no território dos EUA.
¨ Moscou protesta contra planos do Japão de realizar exercícios
com EUA perto das fronteiras russas
O Ministério das
Relações Exteriores da Rússia apresentou nesta sexta-feira (11) um protesto à
embaixada japonesa em Moscou devido aos planos do país asiático de realizar
exercícios militares em conjunto com os Estados Unidos no território adjacente
às fronteiras russas.
De acordo com um
comunicado da chancelaria russa, "em 11 de outubro, a embaixada japonesa
na Rússia recebeu um forte protesto em conexão com os planos anunciados por
Tóquio de realizar exercícios militares conjuntos com os Estados Unidos no
final de outubro e início de novembro, incluindo as áreas de Hokkaido
localizadas próximo às fronteiras da Federação da Rússia".
A embaixada japonesa
foi alertada sobre "inevitáveis contramedidas
adequadas para fortalecer a capacidade de defesa e proteger a soberania da Rússia", acrescentou o ministério.
"O lado japonês
foi alertado sobre a inaceitabilidade categórica de tal prática, cuja escala
está se expandindo a cada ano, inclusive por meio do envolvimento de
Estados-membros não regionais da OTAN em manobras. O lado russo expressou
extremo pesar do desrespeito míope de nossas diligências sobre esse
tópico", concluiu a declaração.
Também nesta
sexta-feira (11), o chanceler russo, Sergei Lavrov, disse que Moscou está
demonstrando preocupação com os planos de "remilitarização" do
governo japonês, que segue uma política para aumentar os gastos com a Defesa e
inclui conceitos de ataques preventivos em sua doutrina militar, conforme
noticiado.
Fonte: Sputnik Brasil
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