quarta-feira, 16 de outubro de 2024

PT mostra dificuldade em renovar lideranças

Tradicionalmente associado à juventude, o Partido dos Trabalhadores vem enfrentando dificuldades para renovar suas lideranças, na medida em que vê o seu principal líder, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, se aproximar dos 80 anos.

Nas dez maiores capitais, 5,7% dos 35 vereadores eleitos pelo PT no último domingo têm menos de 30 anos. No Partido Liberal (PL) de Jair Bolsonaro a proporção é de 10,6% entre os 47 vereadores eleitos no mesmo número de cidades. Foram consideradas São Paulo, Rio, Fortaleza, Salvador, Belo Horizonte, Porto Alegre, Manaus, Curitiba, Recife e Goiânia.

Levantamento feito pelo Estadão identificou dois petistas dessa “bancada da juventude”: Pedro Rousseff (24 anos, de Belo Horizonte), sobrinho da ex-presidente Dilma Rousseff, e Maíra Cunha, conhecida como “Maíra do MST” (29 anos, no Rio).

Os bolsonaristas do PL têm cinco nomes nesse ranking, a começar pelo vereador mais votado do Brasil nas eleições municipais, Lucas Pavanato (26 anos, em São Paulo). Entram nessa lista também Thiago Medina (21 anos, Recife), Bella Carmelo (23 anos, Fortaleza), Zoe Martínez (25 anos, em São Paulo), e Gilson Machado Filho (26 anos, também em Recife).

GERAÇÃO Z.

 Pedro Rousseff foi o sexto vereador mais votado de sua cidade colando sua imagem à de sua tia. Assim como os demais candidatos da Geração Z, ele conta com bom engajamento nas redes sociais. Ele é seguido por 126 mil seguidores no Instagram, onde entra de cabeça na disputa ideológica, confrontando nomes como o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) e Bruno Engler (PL), candidato bolsonarista à Prefeitura de Belo Horizonte. Maíra Cunha, por sua vez, sem um sobrenome de tal peso, foi uma aposta do PT para fortalecer a bancada carioca. Ela teve um investimento de R$ 307 mil do diretório nacional e contou com o apoio público de uma diversidade de personalidades e artistas, como Chico Buarque, Bela Gil, Paulo Betti, Lucélia Santos e José de Abreu, o que alavancou sua candidatura.

O PL, por sua vez, tem um vereador eleito com menos de 30 anos em cada dez eleitos nessas capitais, o dobro da taxa petista. Junto dos votos, eles carregam poderosas bases digitais de fãs. Lucas Pavanato, por exemplo, é seguido por 1,3 milhão de pessoas no Instagram. Zoe Martínez é ainda mais famosa: 1,4 milhão. Os dois ganharam proeminência na militância bolsonarista com ataques à esquerda e um papel atuante na guerra cultural que tem na família Bolsonaro a infantaria.

DESAFIO.

A falta de renovação leva o PT a situações desafiadoras. Em Salvador, capital de um Estado profundamente ligado ao PT e que foi considerado primordial para a vitória de Lula em 2022, o PT elegeu só uma vereadora, Marta Rodrigues, de 65 anos. Em Manaus, a bancada municipal petista contará com o solitário Zé Ricardo, de 60 anos. Em Curitiba, o mais votado do PT foi Angelo Vanhoni, de 69 anos. O partido também com um puxador de votos sexagenário em Goiânia: Professor Edward, de 61 anos.

São poucas as capitais como São Paulo, em que o bom desempenho de Luna Zarattini (30 anos, 101 mil votos) foi importante para eleger a bancada. Mas se a juventude da vereadora de segundo mandato oxigena o PT paulistano, a média de idade da bancada continua superior à bolsonarista: 49,8, contra 44,6 do PL.

PREOCUPAÇÃO.

O assunto gera preocupação dentro do PT e incomoda dirigentes, que defendem que novos quadros têm surgido e aberto espaço nos parlamentos do País. “O PT não se renova. Não elege novas lideranças’: A gente cansou de ouvir isso de analistas políticos. Mas será verdade?”, diz Camila Moreno, da executiva nacional do partido, num vídeo publicado na última quinta-feira, antes de mencionar lideranças eleitas no domingo passado, como Luna, Pedro, Tainá De Paula (41 anos, no Rio) e Luiza Dulci (34 anos, em Belo Horizonte). Camila Jara, que disputou a prefeitura de Campo Grande aos 29 anos e terminou em quarto lugar, também é mencionada.

 

•        O indiscreto charme da “modernidade” caquética. Por Marcelo Zero

A performance não muito boa do PT nas eleições municipais fez ressurgir, principalmente na mídia, as vetustas críticas de que esse partido é dominado por ideias “atrasadas”. Ideias que não estariam conectadas com o mundo de hoje e com o moderno “empreendedorismo”.

Hoje, ensinam-nos esses arautos da modernidade que os jovens não querem ser trabalhadores com direitos. Não sonham em serem médicos, engenheiros, economistas, cientistas etc. De forma alguma. Sonham em pedalar uma bicicleta para o Ifood até caírem mortos na vala comum dos excluídos. Um Brave New World, em cuja “novilíngua” os super explorados das plataformas digitais são denominados de “colaboradores” e as empregadas domésticas de “secretárias”.

Entretanto, pela lógica bizarra dessa “análise”, os partidos que fizeram muitas prefeituras é que seriam “modernos”.

Talvez bafejados pelo frescor digital das “emendas pix”, partidos como o PSD, o MDB, o União Brasil é que estariam sintonizados com a “modernidade”.

Como se sabe, o Centrão é composto por grandes inovadores, heróis “schumpeterianos” totalmente descomprometidos com o velho fisiologismo.

O que dizer, então, do PL de Bolsonaro? Não há dúvida de que o ex-capitão e seus associados são notórios expoentes do neoiluminismo. Grandes inovadores e empreendedores. Nada mais moderno que a misoginia, o racismo, a homofobia, o armamentismo e o negacionismo climático. Tudo temperado, é claro, por um saudável saudosismo, vanguardista, da ditadura militar.

Pablo Marçal, essa grande novidade, esse maelstrom de ideias revolucionárias, está também perfeitamente sintonizado com a modernidade das fake news, das agressões e do chulo e antidemocrático discurso de ódio, que tanto frisson causam entre setores da nossa juventude. Um grande empreendedor, sem dúvida. Uma espécie de Al Capone digital.

Como não estou muito sintonizado com os modernos miasmas exalados das cloacas digitais, faltam-me luzes para entender como o PT e seus governos seriam contra o empreendedorismo.

O que estimula o empreendedorismo? Taxa de juros baixa ou a segunda maior taxa de juros real do mundo?

Segundo consta nos antigos e modernos manuais de economia, uma taxa básica de juros módica, assim como spreads civilizados e acesso facilitado ao crédito, são fatores fundamentais para que o empreendedorismo possa florescer. No entanto, sempre que Lula e o PT defendem taxa de juros mais baixa e uma política monetária consentânea com o desenvolvimento do país e com a atual realidade mundial, a mesma mídia que rotula o PT de atrasado sai a defender o tradicional rentismo parasitário.

Recorde-se que a inclusão bancária das camadas mais carentes da população brasileira teve início em 2003, ainda no primeiro governo Lula, ao se criar uma modalidade de conta bancária que pudesse ser obtida e mantida pela população carente: a conta especial de depósito à vista (com exigências mínimas para abertura e com baixa tarifa bancária).

Agora mesmo, o novo governo Lula lançou o Acredita, um amplo programa para microcrédito individual, cuja meta é realizar, até 2026, cerca de 1,25 milhão de transações de microcrédito. A iniciativa poderá injetar mais de R$7,5 bilhões na economia brasileira até 2026.

O BNDES, que estava com suas “torneiras fechadas”, hoje estimula o empreendedorismo brasileiro como nunca. Com efeito, a aprovação de crédito por esse banco chegou a R$ 66,5 bilhões no primeiro semestre deste ano, um aumento de 83% em relação ao mesmo período do ano passado. Em relação ao primeiro semestre de 2022, o crescimento chega a 107%.

Nenhum governo estimulou o empreendedorismo da população como os governo do PT fizeram e fazem. E, provavelmente, nenhum indivíduo no Brasil empreendeu tanto quanto Lula. Saiu da mais opressiva miséria do sertão nordestino para ser presidente da república e estadista de nível mundial. Perto dele, o caricato Elon Musk, que se fez com o dinheiro da família, não passa de parasita de ideias alheias.

Afinal das contas, o que é ser “moderno”? O que é ser “atrasado”?

Combater a fome, como sempre fez o PT, é algo moderno ou atrasado? Pode-se empreender de barriga vazia?

Combater as desigualdades e a pobreza, a grande marca política do PT, é algo moderno ou atrasado? A miséria e a falta de oportunidades são boas para o moderno empreendedorismo?

Investir na neoindustrialização descarbonizada, como o mundo inteiro e o novo governo Lula estão fazendo, é algo moderno ou atrasado?

A mídia provecta pode não acreditar, mas o neoliberalismo e seus “paleomitos” morreram na crise de 2008.

Desde então, a “modernidade” vem sendo inteiramente revista e reciclada. Basta olhar para o que acontece no mundo.

Ademais, a ideologia da “prosperidade individual”, que hoje pulula freneticamente nas redes sociais, alimentada por pastores lupinos e “influencers” mesclados com o crime organizado, nunca passou de grande falácia.

A prosperidade dos indivíduos sempre dependeu e sempre dependerá de ativas políticas públicas de inclusão e desenvolvimento. Justamente as políticas que o PT procura promover, para desgosto dos ideólogos do “Fazendão” e dos enganadores digitais da população.

Na década de 20 do século passado, a grande novidade política era um ex-cabo do exército alemão e pintor fracassado. Oferecia, aos berros, caudalosas cachoeiras de fantásticas mudanças. Deu no que deu. Uma gigantesca e macabra “cascata”.

Muitas vezes, o que se chama de modernidade não passa de caquético reacionarismo, reciclado com novas roupagens e odores, como no poema de Brecht.

Reacionarismo indiscreto e malcheiroso.

Exclusão, desigualdades, fome, pobreza, ausência de direitos, mentiras, ódio e ditaduras sempre serão o velho lado errado da História.

O PT está no renovador lado certo.

 

•        PT fará seminário para rediscutir futuro após desempenho abaixo do esperado nas eleições

Depois do desempenho abaixo do esperado nas urnas em 2024, a direção do Partido dos Trabalhadores (PT) está preparando um seminário para discutir o futuro da legenda. A previsão é que seja realizado em dezembro, ainda sem data definida, e que seja aberto a todos os filiados.

O encontro, que está sendo planejado em parceria com a Fundação Perseu Abramo – a escola de formação da legenda – e já estava previsto desde antes das eleições municipais, tornou-se ainda mais necessário depois do desempenho da sigla no pleito e das queixas de seu principal quadro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O petista admitiu a necessidade de “redescutir o papel do PT na disputa pelas prefeituras” e que o partido não teve uma “boa participação em São Paulo (o Estado)”, e ressaltou a importância de repensar a comunicação de seu governo.

“Temos que rediscutir o papel do PT na disputa das prefeituras. O PT, nessas eleições, 80% dos nossos prefeitos foram eleitos em cinco países (sic), todos eles no Nordeste. Nós tivemos uma boa participação no Rio Grande do Sul, não tivemos uma boa participação em São Paulo, em Minas Gerais ganhamos as duas cidades que governamos”, declarou.

A candidatura do ex-coach Pablo Marçal (PRTB) acendeu um sinal de alerta na cúpula do partido e no próprio presidente Lula, que defende a adoção de uma nova estratégia para se reconectar com sua base.

Como mostrou a Coluna do Estadão, o governo ampliará publicidade após o período eleitoral para driblar o pessimismo com popular com a economia, revelada pela pesquisa Quaest como o maior problema do País para os brasileiros.

O governo até lançou a campanha Fé no Brasil, no início de maio, com quatro eixos temáticos (economia, educação, saúde e agro), trabalhando o conceito básico de injetar esperança na população, e também buscando alcançar os eleitores evangélicos — segmento onde a popularidade de Lula patina —, mas a estratégia terminou sendo impactada pelas tragédias climáticas, no Rio Grande do Sul e, depois, pelas queimadas. Sem trocadilhos, “não havia clima”, resume um dos integrantes do governo.

•        Haddad diz estar preocupado com avanço do conservadorismo no País após eleições

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que vê com preocupação o resultado das eleições municipais, em que o centro e a direita conquistaram mais espaço no Brasil. Em evento promovido pelo Itaú nesta segunda-feira, 14, o ministro afirmou ainda que o conservadorismo tem “ganhado força” em todo mundo.

“O mundo está muito mais conservador e muito mais distópico do que a gente imagina. Hoje, tem espaço para todo tipo de retórica. Aquilo que parecia improvável 10, 20 anos atrás, improvável do ponto de vista retórico, hoje existe lugar de fala para qualquer narrativa”, disse Haddad.

O ministro da Fazenda afirmou ter imaginado que o conservadorismo ficaria para trás. Mas disse que os discursos anticientíficos, antidemocráticos e intolerantes não perderam espaço no Brasil como ele esperava. “Você vê que mesmo gente que come com garfo e faca fala contra a vacina, fala contra mudança climática. Isso não vai nos levar para um bom lugar”, opinou. “Esse discurso está ganhando força, ele não está perdendo. Nós imaginávamos que ele fosse ficar para trás, e eu acredito que ele não tenha ficado para trás.”

Haddad disse que o fenômeno começou há 10 anos com a Primavera Árabe – protestos que ocorreram entre 2010 e 2013 contra ditaduras de países árabes. Haddad afirmou que o Brasil deve estar cada vez mais apoiado na ciência, na liberdade e no respeito e que, para a economia funcionar, deve estar cercada de instituições que funcionem.

 

•        A força do PT nas eleições. Por José Guimarães

Para interpretar o resultado das eleições deste ano, convém pegar o fio da nossa história, ir às origens do Partido dos Trabalhadores, seguir sua trajetória ao longo do tempo, perceber a grande transformação da sociedade brasileira e os avanços políticos do partido e do país.

Não há como olhar a paisagem política do Brasil sem reconhecer a importância do PT na consolidação da democracia, desde a luta pelo fim da ditadura militar. Na Assembleia Nacional Constituinte, com apenas 16 parlamentares, o PT, junto com outras forças progressistas, liderou a mobilização política no Congresso e nas ruas, em grandes mobilizações, para a conquista da Constituição de 1988. A mais avançada plataforma jurídica e institucional republicana, democrática e cidadã, que o Brasil já teve. Ela é o esteio das garantias do Estado democrático de direito, para o avanço das lutas da sociedade brasileira.

Com base nessa plataforma de direitos e garantias, o PT seguiu em frente, junto com os movimentos sociais e sindicais, na luta incansável contra o projeto neoliberal conservador, na afirmação e na defesa dos direitos sociais e políticos de cidadãs e cidadãos. E foi assim que o PT criou raízes no campo e nas cidades, nos mais distantes rincões do nosso país, para organizar e dar voz aos excluídos e vez na participação política.

O PT governou e governa municípios, estados importantes - já exerce o quinto mandatos na presidência da República - em aliança com outras forças políticas democráticas, na implementação do projeto de desenvolvimento sustentável, soberano, com justiça social e ambiental.

Com uma política externa ativa e altiva, os governos do PT reposicionaram o Brasil na geopolítica global. Isso não é pouco. A trajetória do Partido dos Trabalhadores é de grandes vitórias e de consolidação da democracia. Isso precisa ser reconhecido.

No processo político, não se deve esquecer da mais importante referência do partido, que lhe deu origem: transformar a sociedade brasileira numa sociedade democrática, igualitária, justa, livre, culturalmente desenvolvida, ambientalmente sustentável e sem pobreza.

Para isso, lutamos no campo e nas cidades, na organização e na participação política das trabalhadoras e dos trabalhadores brasileiros em movimentos sociais, em todas as instâncias do Estado, para democratizá-lo e garantir direitos.

É importante trazer essas referências ao debate sobre as eleições deste ano, para que fique claro que o processo eleitoral é parte estratégica da transformação da sociedade brasileira, mas não é um fim em si mesmo.

Por ser essa força política que se dedicou à organização dos segmentos mais desfavorecidos do país e lhes deu voz e capacidade de intervenção no debate e nas decisões, o PT sempre foi visto como um intruso no meio da ordem reinante e por isso sofrido tanta perseguição e violência ao longo de sua história, com muito dos seus militantes presos injustamente e outros mortos, principalmente na luta pelo direito sagrado à terra.

Nos dois primeiros mandatos do presidente Lula e da presidenta Dilma, o Brasil viveu um momento próspero de desenvolvimento econômico e social. Com investimentos vultosos em programas sociais e em infraestrutura em todas as áreas, chegamos a ser a 7ª economia do mundo, com uma das menores taxas de desemprego da nossa história. Até que o projeto dos governos do PT fosse atingido fortemente pela crise dos Estados Unidos, que abalou o mundo, em 2008. Foi nesse momento dramático do país que o Partido dos Trabalhadores sofreu os mais duros ataques, chegando até à ameaça de cassação de seu registro.

Em 2014, o candidato Aécio Neves, derrotado pela presidenta Dilma, não reconheceu a derrota e foi dado início à conspiração que culminou no golpe parlamentar de 2016, que a derrubou.

Ao mesmo tempo, a Operação Lava-jato forjava processos e prendia companheiros do PT e, no seu maior ato de covardia, chegou a condenar, sem nenhuma prova, o presidente Lula. Em seguida, os golpistas elegeram Bolsonaro e é dada continuidade à tragédia governamental iniciada com o golpista Michel Temer, que levou o Brasil a uma das maiores crises econômicas e políticas de sua história. Mas, a luta, liderada pelo PT, tira o presidente Lula da prisão e o coloca triunfalmente de volta na presidência da República.

Quem imaginou que toda a perseguição destruiria o PT não imaginou que o partido tivesse raízes tão profundas na sociedade brasileira e que os valores os quais defende são a seiva que alimenta e consolida a democracia no Brasil.

Com sua militância organizada em todos os municípios do país, o PT demonstrou nas eleições deste ano que está em pleno processo de reconstrução, depois do massacre sofrido ao longo dos últimos 10 anos, assim como o projeto de país e de governo interrompido no golpe que derrubou a presidenta Dilma, em 2016.

Depois da baixa sofrida em eleições anteriores, nessas eleições, o PT ressurge com toda sua força democrática. Passou de 183 para 248 prefeitas e prefeitos, e vai para o segundo turno em 13 cidades, sendo 4 capitais: Fortaleza, Porto Alegre, Cuiabá e Natal. Mesmo não tendo lançado candidatos próprios em São Paulo, Rio de Janeiro, Recife e Salvador, a soma de votos no partido passou de 6,9 milhões para 8,8 milhões no país.

Nas chapas compartilhadas com PV e PC do B e na Federação Brasil Esperança, saímos de 2.668 vereadoras e vereadores para 3.118. Nas votações para as câmaras municipais, subimos de 5,7 milhões para 7,3 milhões de votos.

Das quatro grandes cidades governadas pelo PT, foram reeleitas Margaria Salomão, em Juiz de Fora, e Marília Campos, em Contagem. O PT disputa o segundo turno em Mauá e Diadema. Nos municípios com 100 a 200 mil eleitores, ganhamos em Maricá-RJ e Rio Grande-RS. Nas cidades de 20 mil a 100 mil eleitores, passamos de 27 para 56 prefeitos eleitos. Nas de 20 mil eleitores, saltamos de 146 para 188 municípios.

Além disso, elegemos 222 vice-prefeitos, nas chapas encabeçadas por 14 partidos do campo democrático. Integramos as chapas vitoriosas no primeiro turno em Recife, com João Campos, e no Rio de Janeiro, com Eduardo Paes. Disputamos o segundo turno em São Paulo com Guilherme Boulos e Marta Suplicy.

Por incrível que pareça, essas vitórias ocorreram num momento adverso, no qual cerca de 80% das cidades que mais receberam emendas parlamentares tiveram seus prefeitos reeleitos. Fator determinante no crescimento das legendas da centro-direita atuante no Congresso Nacional.

Tendo em vista seu elevado nível de organização e por ter uma militância que não foge à luta, o PT sempre foi reconhecido nos embates eleitorais como um partido de chegada. Nesse segundo turno, todas as forças serão concentradas nas campanhas das 13 cidades nas quais disputamos o segundo turno, em São Paulo, na vitória do companheiro Guilherme Bolos e Marta Suplicy, e nas campanhas das demais candidatas e candidatos da frente democrática que apoiam o governo Lula.

Entre as capitais que disputamos o segundo turno, destaco a de Fortaleza como a mais importante, por se tratar de um enfrentamento do fascismo ostensivo, com seu representante raiz. Nosso candidato, Evandro Leitão, do PT, conta com uma forte militância do partido, mais demais forças aliadas da frente em defesa da democracia. Nossa vitória será a vitória da democracia, que ficará para a histórica como referência da luta contra o fascismo no Brasil.

 

Fonte: Agencia Estado/Brasil 247

 

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