quinta-feira, 17 de outubro de 2024

Estudo mostra que ficar mais tempo em pé pode não ser tão saudável

Ficar muito tempo em pé não só não ajuda a saúde cardiovascular, como também pode aumentar o risco do desenvolvimento de doenças circulatórias. É o que apontam os resultados de uma pesquisa conduzida por cientistas da Universidade de Sidney, na Austrália.

O estudo, publicado no International Journal Of Epidemiology nesta quarta-feira (16), contraria a compreensão geral que levou pessoas de todo o mundo a combater o sedentarismo, evitando ao máximo ficar sentado e se culpabilizando por cada momento em que estão em repouso. Ficar em pé, sem fazer qualquer exercício físico, não é sinônimo de saúde, conforme explica Matthew N. Ahmadi, líder da pesquisa.

“A principal conclusão é que ficar em pé por muito tempo não compensa um estilo de vida sedentário e pode ser arriscado para algumas pessoas em termos de saúde circulatória. Descobrimos que ficar em pé por mais tempo não melhora a saúde cardiovascular a longo prazo e aumenta o risco de problemas circulatórios”, afirmou o professor da faculdade de Medicina e Saúde da Universidade de Sidney em entrevista ao News Medical.

O estudo foi conduzido por um período de sete a oito anos com mais de 83 mil pessoas, monitoradas com auxílio de dispositivos simulares smartwatches no Reino Unido. Os resultados também indicaram que passar mais de 10 horas por dia sentado também pode aumentar o risco de doença cardiovascular e hipotensão ortostática — isto é, queda da pressão arterial ao se levantar. Ou seja, passar muito tempo sentado, assim como ficar muito tempo em pé, também é prejudicial à saúde.

Segundo a pesquisa, manter uma rotina diária de, pelo menos, 6 minutos de exercício vigorosos ou 30 minutos de exercício moderado é o ideal para reduzir o risco de doenças cardiovasculares. A fórmula é válida, inclusive, para pessoas que passam mais de 11 horas por dia altamente sedentárias, conforme aponta o estudo.

 

•        Exercitar-se ao ar livre ajuda a aplacar dor e estresse, diz estudo

Emagrecer, reforçar a musculatura, fortalecer os ossos, aumentar a flexibilidade e a mobilidade, elevar a capacidade pulmonar, melhorar o sono, prevenir doenças… a lista de benefícios proporcionados pela prática de atividades físicas parece não ter fim — e se elas acontecerem ao ar livre, melhor ainda.

De acordo com um estudo publicado no American Journal of Lifestyle Medicine, ambientes externos estimulam mais as pessoas a se movimentarem e melhoram, entre outras coisas, a função imunológica, a resiliência do organismo em relação aos efeitos do clima e o controle da dor.

Quem se exercita ao ar livre também vê ganhos na função cognitiva, fica mais bem-humorado, menos ansioso, sente mais bem-estar, tem redução do estresse se sente mais feliz.

Esses benefícios também são percebidos por quem se exercita em geral, mas são ampliados para a turma que escolhe locais abertos. “De fato, evidências científicas demonstram que realizar atividades físicas ao ar livre proporciona ganhos mais acentuados, em especial em relação à cognição, envolvendo atenção e memória no trabalho, e percepção de bem-estar, em comparação com as atividades físicas feitas em ambientes fechados”, afirma o profissional de educação física Brendo Faria Martins, especialista em fisiologia do exercício do Espaço Einstein de Esporte e Reabilitação, do Hospital Israelita Albert Einstein.

Entre as explicações para isso está o fato de que a exposição à luz solar e ao ambiente natural elevam a satisfação e a energia e aumentam os níveis de vitamina D, que ajuda a regular substâncias como a serotonina, neurotransmissor relacionado ao humor e ao bem-estar. Além disso, a variação de terreno e o contato com a natureza proporcionam um desafio adicional, o que torna a atividade mais envolvente e pode, inclusive, fazer a pessoa tomar gosto por exercícios.

O mesmo vale para quem vive em cidades grandes. “Integrar exercícios ao ar livre na rotina diária, como ir caminhando ou pedalando ao trabalho, é uma maneira prática e eficaz de manter-se ativo e obter todos esses benefícios, mesmo quando o tempo disponível para os treinos é limitado”, sugere o médico do esporte e ortopedista Thiago Viana, membro da Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte (SBMEE) e da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT).

Mas, para que os ganhos sejam consistentes, é importante manter a constância dos exercícios e, nesse caso, o clima pode ser um problema: condições como chuva, frio ou calor intensos podem tornar a malhação ao ar livre menos atraente e até insegura.

Para que isso não afete a regularidade e a qualidade da prática, é importante ter planos alternativos para dias de condições climáticas desfavoráveis, como ir à academia ou ter equipamentos em casa. “Além disso, dá para optar por atividades que não requerem muito espaço, nem acessórios, como calistenia, ioga, pilates ou treinos de circuito”, propõe Viana.

Também é recomendável fazer uma programação semanal flexível de exercícios, considerando as alterações climáticas e incluindo dias de recuperação ou treinos leves quando o clima não estiver favorável.

<><> Cuidados práticos

A segurança é um ponto de atenção na malhação ao ar livre. “Ao sair para praticar algum esporte é importante informar outra pessoa sobre a rota e o horário estimado de volta, garantindo que alguém saiba o plano de exercícios e onde provavelmente você estará caso demore mais do que o esperado para voltar”, sugere Martins. Além de um contato de emergência, procure também escolher locais conhecidos e bem iluminados, especialmente ao exercitar-se em horários menos convencionais.

Outra dica é ficar de olho no piso do local onde vai fazer atividade física. Isso porque, além de ter mais impacto ao ar livre, o chão tende a ser irregular e cheio de obstáculos como raízes de árvores, que podem provocar acidentes. Se for suar a camisa perto de ruas movimentadas, o ideal é usar roupas e acessórios reflexivos para não passar despercebido. Também é interessante fugir de locais com muita poluição.

“Para as pessoas com dores durante a prática de exercícios é recomendado tomar algumas precauções específicas, como evitar superfícies irregulares e optar por terrenos nivelados para reduzir o estresse sobre as articulações. O melhor é escolher rotas com menor inclinação, pois subidas e descidas acentuadas podem aumentar o incômodo nessas partes do corpo”, afirma Martins. Isso também vale para idosos: fortalecer a musculatura e fazer atividades que melhoram o equilíbrio ajuda a preparar o corpo, prevenindo lesões.

Por fim, evite os horários de pico de calor no verão, passe protetor solar (mesmo quando o tempo estiver encoberto ou frio), use roupas adequadas à temperatura e, claro, não deixe de fazer uma boa hidratação.

 

Fonte: CNN Brasil

 

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