Pessoas que vivem com HIV podem não
transmitir o vírus; entenda
Após décadas de
combate e conscientização sobre o vírus HIV e a Aids, a ciência já fez
importantes avanços na prevenção e tratamento. O uso de medicamentos
antirretrovirais, inclusive, torna possível que o vírus deixe de ser
transmissível através de relações sexuais.
O lema I = I, que
significa indetectável = intransmissível foi criado para popularizar a
informação de que o vírus pode ser suprimido no corpo a ponto de deixar de ser
transmitido, mesmo através de relações sexuais desprotegidas.
A discussão envolvendo
o vírus e a doença voltou à tona com as investigações do caso envolvendo o
laboratório PCS Lab, no Rio de Janeiro, onde seis pacientes contraíram o vírus
HIV após passarem por transplantes de órgãos por conta de uma falha operacional
nos testes de exames de sangue.
Embora os avanços da
ciência já permitam que portadores do vírus HIV vivam de maneira saudável, a
informação é uma ferramenta essencial para garantir que as pessoas se testem e
busquem acompanhamento médico e tratamento – ambos disponíveis na rede pública
de saúde, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS) – caso recebam resultado
positivo para o HIV.
I = I
O vírus da
imunodeficiência humana, mais conhecido como HIV, ataca o sistema imunológico
alterando o DNA das células linfócitos T CD4+, responsáveis por defender o
organismo de doenças. Quando o vírus não é combatido por meio do uso de
medicamentos, ele pode evoluir para a síndrome da imunodeficiência adquirida, a
Aids.
Ou seja, existem
pessoas que vivem anos com o vírus HIV sem apresentar nenhum sintoma ou
desenvolver a Aids. As pessoas que desenvolvem a doença, geralmente, são as que
não recebem diagnóstico precoce e não fazem o tratamento adequadamente.
Quando uma pessoa
portadora de HIV fazendo uso da terapia antirretroviral consegue reduzir a
quantidade de vírus no sangue a um nível indetectável pelos testes
laboratoriais padrões por ao menos seis meses, o vírus deixa de ser
transmissível por via sexual.
Por isso, indetectável
= intransmissível.
<><>
Mudança na qualidade de vida
A possibilidade de
viver com HIV sem transmiti-lo através das relações sexuais permite que as
pessoas portadoras do vírus recuperem uma maior qualidade de vida e possam
escolher, junto a seus parceiros, a possibilidade de ter relações sexuais sem
proteção.
No entanto, é
importante notar que não há dados definitivos sobre por quanto tempo uma pessoa
precisa tomar os remédios antirretrovirais para que o vírus seja suprimido a
esse ponto. A única maneira de saber se a carga viral está suprimida ou não no
sangue é através de testes de carga viral.
• HIV não é Aids: entenda diferença entre
o vírus e a doença
Uma investigação sobre
a infecção de pacientes com o vírus HIV após receber órgãos transplantados é
realizada atualmente pela Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro
(SES-RJ). O caso pode levantar a discussão sobre o vírus HIV não ser a mesma
coisa que a Aids. Entenda abaixo a diferença das nomenclaturas.
De acordo com
reportagem veiculada inicialmente pela BandNews FM sobre a investigação, seis
pessoas contraíram o vírus HIV após passarem pelo procedimento. O caso foi
confirmado pela CNN.
Dois doadores teriam
feito exame de sangue em um laboratório privado na Baixada Fluminense, e os
resultados apresentaram falso negativo. O caso é raro e nunca havia acontecido
no Brasil.
“Esses casos que estão
sendo documentados no Brasil agora são os primeiros. Esperamos que não ocorram
mais”, afirmou Rubens Pereira, infectologista e professor do curso de Medicina
da Universidade de Franca (Unifran), à CNN.
<><> HIV
não é Aids
Embora relacionados,
os termos HIV e Aids remetem a coisas diferentes. HIV é a sigla utilizada para
nomear o vírus da imunodeficiência humana, como aponta o Ministério da Saúde.
Este, ataca o sistema imunológico, que é o responsável por defender o organismo
de doenças, alterando o DNA das células linfócitos T CD4+.
Já a Aids é a sigla
que se refere à síndrome da imunodeficiência adquirida, uma doença causada pelo
vírus HIV quando não é combatido por medicamentos.
Existem pessoas que
vivem com o vírus HIV, mas que vivem anos sem apresentar nenhum sintoma ou
desenvolver a Aids. Pessoas que desenvolvem a doença, geralmente, são as que
não recebem diagnóstico precoce e não fazem o tratamento adequadamente.
O Ministério da Saúde
recomenda que pessoas diagnosticadas com HIV devem iniciar tratamento adequado
imediatamente, a fim de impedir que o vírus se replique dentro das células
T-CD4+ e evitem, assim, o desenvolvimento da Aids.
Além disso, as pessoas
que vivem com HIV e fazem o uso de medicamentos adequadamente costumam atingir
o nível de intransmissibilidade, não desenvolvendo a Aids e também deixando de
transmitir o vírus para outras pessoas.
As principais formas
de transmissão do HIV são per meio do sexo desprotegido ou compartilhamento de
seringas. O ideal é que as pessoas façam o teste de HIV caso passem por algumas
dessas situações.
O meio mais simples de
prevenção ao HIV é o uso de preservativos masculino e feminino em todas as
relações sexuais. Mas também existem outras formas, como PrEP, PEP, testagem.
• Quais os riscos de contrair HIV por
transplante de órgãos? Médico tira dúvidas
A Secretaria de Estado
de Saúde do Rio de Janeiro (SES-RJ) investiga a infecção de pacientes com HIV
após receber órgãos transplantados no Rio de Janeiro.
De acordo com
reportagem veiculada inicialmente pela BandNews FM, seis pessoas contraíram a
doença após passarem pelo procedimento. O caso foi confirmado pela CNN. Dois
doadores teriam feito exame de sangue em um laboratório privado na Baixada
Fluminense e os resultados apresentaram falso negativo.
Segundo Rubens
Pereira, infectologista e professor do curso de Medicina da Universidade de
Franca (Unifran), o risco de transmissão de HIV por meio de transplante de
órgãos é extremamente raro. “Esses casos que estão sendo documentados no Brasil
agora são os primeiros. Esperamos que não ocorram mais”, afirma.
O especialista explica
que todos os doadores de órgãos, sejam vivos ou falecidos, devem ser submetidos
a exames antes de a doação ser feita. Um dos testes realizados nesse período é
o anti-HIV, para detectar a presença do vírus causador das Aids. “No entanto,
excepcionalmente, esses testes podem falhar. Por isso, desejavelmente, mais de
um teste deve ser feito para garantir que não há HIV”, explica.
Segundo o
infectologista, um resultado falso negativo pode ocorrer devido a erro
laboratorial ou devido à chamada “janela imunológica” — período de tempo entre
a exposição a um agente infeccioso e a produção de anticorpos suficientes para
serem detectados por testes. Nesse último caso, uma pessoa pode estar infectada
por HIV, mas essa infecção ainda não ser detectável pelos exames, mas já possui
capacidade de transmissão. A janela imunológica do HIV costuma ser de 2 a 3
semanas. No entanto, segundo Pereira, esses casos são raros.
<><> Por
que pessoas com HIV não devem doar órgãos, nem sangue?
De acordo com a
Aliança Brasileira pela Doação de Órgãos e Tecidos (Adote), pacientes
portadores de HIV/Aids são absolutamente restringidos à doação de órgãos, assim
como pessoas com infecções ativas. Além disso, de acordo com a Fundação
Pró-Sangue, de São Paulo, o HIV/Aids é um dos principais impedimentos
definitivos para a doação de sangue.
“Pacientes portadores
de HIV não podem doar sangue, nem órgãos e nem tecidos. Isso acontece porque,
mesmo se a carga viral do paciente for zero, indetectável, ainda assim ele pode
transmitir o vírus para o receptor”, afirma Pereira. “Jamais nós podemos dar
sequência em uma doação de órgãos quando o paciente doador for soropositivo”,
ressalta.
Nos casos em que
ocorrer a transmissão de HIV por meio da doação de órgãos ou de sangue, o
paciente receptor deverá iniciar imediatamente o tratamento pós-exposição.
De acordo com o
Ministério da Saúde, a profilaxia pós-exposição é uma medida de prevenção de
urgência para ser utilizada em situação de risco à infecção pelo HIV e consiste
no uso de medicamentos ou imunobiológicos para reduzir o risco de adquirir
essas infecções.
Além disso, o
tratamento da infecção pode ser feito através de medicamentos antirretrovirais,
que ajudam a evitar o enfraquecimento do sistema imunológico. Segundo a pasta,
o uso regular desses fármacos é fundamental para aumentar o tempo e a qualidade
de vida das pessoas que vivem com HIV e reduzir o número de internações e
infecções.
Desde 1996, o Brasil
distribui gratuitamente os medicamentos antirretrovirais a todas as pessoas
vivendo com HIV que necessitam de tratamento.
Fonte: CNN Brasil
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