EUA não consegue conter violência no
Oriente Médio e vê aliados próximos ao Irã
Alguns dos países
árabes mais próximos dos Estados Unidos aumentaram de forma considerável o seu
envolvimento com o Irã, em meio ao aumento das inquietações diante da
incapacidade norte-americana de conter o avanço da violência no Oriente Médio.
O secretário de Estado
norte-americano Anthony Blinken chegou à Israel nesta terça-feira, em uma
aparente ação para tirar vantagem do assassinato de Yahya Sinwar,
líder político do Hamas e responsável pelo ataque de 07 de outubro, e obter
cessar-fogo.
Porém, reportagem da CNN norte-americana destaca que as expectativas das autoridades estão apenas
moderadas, uma vez que Israel já prometeu manter as guerras no Líbano e em Gaza
enquanto ignoram quaisquer pedidos por calma por parte de Washington e planejam retaliação ao ataque
iraniano de 1º de outubro.
Pelo lado dos países
árabes, cresce a suspeita do papel do Irã xiita em uma região de sunitas
aliados aos EUA e que compartilham as preocupações de Israel no que tange ao
apoio a grupos islâmicos não estatais.
Em setembro, o governo
iraniano buscou avaliar sua posição no confronto contra Israel ao enviar
autoridades e diplomatas aos países vizinhos, muitos deles que abrigam bases e
militares norte-americanos.
Ao que tudo indica, as
reuniões com governantes na Arábia Saudita, Jordânia, Egito, Catar, Omã e
Bahrein deram resultado.
Embora exista a
possibilidade de reduzir a influência do Irã na região, os países árabes estão
adotando uma postura de neutralidade – e, na última semana, fontes ouvidas pela
emissora norte-americana afirmaram que o espaço aéreo dos Emirados Árabes Unidos
não serão usados para ataques contra o Irã.
As ações de Israel
podem ter enfraquecido o Hezbollah no Líbano e o Hamas em Gaza, mas existe a
preocupação de que o conflito ganhe uma escala ainda maior caso Israel não seja
contido.
¨ Irã na ONU: Biden sinalizou aprovação dos EUA para ataque contra
Teerã e assumirá responsabilidade
O presidente dos Estados
Unidos, Joe Biden, sinalizou "aprovação tácita e apoio explícito à
agressão militar ilegal de Israel contra o Irã", disse a missão iraniana
nas Nações Unidas na segunda-feira (22), citando comentários de Biden na
Alemanha na semana passada.
Em uma carta enviada
ao secretário-geral da ONU, António Guterres, e à presidente do Conselho de
Segurança da ONU, Pascale Christine Baeriswyl, em 21 de outubro, o enviado do
Irã, Saeed Iravani, declarou a reação de Teerã à possível assistência dos EUA a
qualquer ação militar israelense contra a República Islâmica.
No documento enviado,
a missão do Irã diz que "escrever para chamar sua atenção para uma
declaração profundamente alarmante e provocativa feita pelo presidente dos EUA
em 18 de outubro de 2024, durante um compromisso com a imprensa em
Berlim".
"Em suas
observações, o presidente dos EUA revelou que possui conhecimento de como e
quando Israel pretende lançar um ataque contra a República Islâmica do Irã.
[...] os Estados Unidos assumirão total responsabilidade por seu papel em
instigar, incitar e permitir quaisquer atos de agressão de Israel contra o Irã
[...] bem como pelas consequências catastróficas sobre a paz e a segurança
regionais e internacionais", disse Iravani, citado pela agência Tasnim.
Ainda no texto, o
enviado iraniano afirmou que Teerã apela ao Conselho de Segurança para
"condenar inequivocamente essa provocação imprudente e exigir que os
Estados Unidos, como membro permanente, cumpram suas obrigações sob o direito
internacional e a Carta da ONU".
"Além disso, o
Conselho de Segurança também deve exigir que os EUA alavanquem sua influência
substancial para obrigar Israel a encerrar imediatamente seus crimes de guerra
em andamento e sua campanha genocida contra o povo palestino em Gaza e o povo
do Líbano", declarou.
Também nesta
terça-feira (22), o presidente iraniano Masoud Pezeshkian sublinhou que Israel
"receberia uma resposta proporcional a qualquer ataque", reportou a
mídia.
Desde que o Irã lançou
200 mísseis balísticos contra as bases militares e de inteligência israelenses
em retaliação à morte do chefe do gabinete político do Hamas, Ismail Haniya, do
secretário-geral do Hezbollah, Hassan Nasrallah, e do general do Corpo de
Guardiões da Revolução Islâmica (IRGC), Abbas Nilforoushan, Tel Aviv prometeu
um contra-ataque, o qual ainda não realizou.
¨ EUA: terminar o mandato sem aprofundar a crise da política
exterior
O maior pleito do país
encerra-se em pouco tempo; no seu princípio, a campanha assemelhou-se a roteiro
delineado de seriado político contemporâneo, ao registrar tiros ao
controvertido aspirante da oposição e ao assinalar a desistência da disputa,
não do cargo, do titular da Casa Branca. Enfim, uma história surpreendente para
cada fase da renhida disputa.
No entanto, o
movimento inesperado e também irrefreável nos últimos dias originou-se não de
ações humanas, porém da natureza. A partir disso, parte do sul do território
norte-americano seria bastante afetada, ao iniciar a incursão com o furacão
Helena; a próxima viria com o Milton. Com eles, três estados seriam bem
devastados.
Com o propósito de demonstrar solidariedade às populações locais, Joe Biden
viajou à Flórida ao passo que Kamala Harris à Carolina do Norte. Deslocaram-se
ambos depois dos comentários desairosos e outrossim desalinhados da realidade
de Donald Trump, ao mencionar a atuação do governo federal diante da
catástrofe.
Segundo a afirmação equivocada do postulante republicano, Washington teria
empregado a verba destinada de início à rubrica de cataclismos naturais à de
imigrantes. A reconstrução da região atingida só se completará na futura
gestão, ao enlaçar os três níveis do Executivo.
No plano exterior, a
situação é muito mais turbulenta por não depender apenas da vontade política da
Casa Branca ou ainda de entendimento do restrito Conselho de Segurança da
Organização das Nações Unidas.
Todavia, em
decorrência da aproximação da votação, 5 de novembro, as duas candidaturas
concentram-se em tópicos relacionados com o cotidiano da população. Assim,
afora o pesado impacto das recentes calamidades no sul, ambos apresentam à
sociedade suas respostas a temas complexos como imigração, empregos, segurança
e saúde pública.
Malgrado a atenção das
campanhas ao interno, duas antigas sérias questões continuam a atormentar as
derradeiras semanas do atual gabinete democrata, por coincidência avolumadas no
mandato, ao evoluir de divergências diplomáticas para confronto bélico, como é
o caso da contenda entre Rússia, agressora, e Ucrânia, ou do alargamento da
utilização de força como é o do enfrentamento de Israel contra Palestina, Irã e
agora Líbano.
Em visita à Alemanha,
onde seria condecorado com a grã-cruz de classe especial, Joe Biden
aproveitaria, em certa altura, para reiterar o padrão da aliança
norte-atlântica contra a Rússia, ou seja, manter o fornecimento de dinheiro e
de armamentos sofisticados à Ucrânia para fins prioritariamente defensivos,
apesar da contrariedade de Volodymyr Zelensky com o condicionante -
https://www.whitehouse.gov/briefing-room/speeches-remarks/2024/10/18/remarks-by-president-biden-and-president-frank-walter-steinmeier-of-germany-at-an-order-of-merit-ceremony-berlin-germany/.
Apesar de compreender
a insatisfação de Kiev, Washington e Berlim têm de acautelar-se a fim de que
Moscou não se irrite ao extremo com a parceria de sua inimiga e passe a
interpretá-la como caminho para nova confrontação: a com a Organização do
Tratado do Atlântico Norte, detentora como ela de incomensurável estoque de
bombas atômicas. A poucas semanas do encerramento de seu quatriênio, o
presidente não deve ou antes não pode blefar de modo algum.
¨ Esta atrocidade em massa é possível graças à desumanização
sistemática dos palestinos. Por Caitlin Johnstone
A Oxfam relata que as
forças israelenses mataram quatro engenheiros e trabalhadores de água a caminho
de reparar a infraestrutura hídrica em Gaza. "Apesar da coordenação prévia
com as autoridades israelenses, seu veículo claramente identificado foi
bombardeado", diz a Oxfam.
Chegou a um ponto em
que a única vantagem de compartilhar as suas coordenadas com as Forças de
Defesa de Israel (IDF) como um trabalhador humanitário em Gaza é que isso
permitirá que os registros históricos mostrem que eles sabiam exatamente o que
estavam fazendo quando usaram essas coordenadas para matá-lo.
As forças israelenses
encontraram e mataram o líder do Hamas Yahya Sinwar por acidente, enquanto
destruíam aleatoriamente partes de Gaza, e depois visaram meticulosamente e
mataram quatro engenheiros de água de propósito. Esses dois fatos por si só
dizem tudo o que você precisa saber sobre o que Israel realmente está fazendo
em Gaza.
A resposta à pergunta
"Como os soldados israelenses podem realizar atos tão monstruosos?" é
a mesma da pergunta "Por que as tropas da IDF continuam filmando a si
mesmas vestindo as roupas íntimas de mulheres palestinas mortas ou deslocadas?"
A resposta é por causa da desumanização sistemática dos palestinos em Israel.
Como Israel é um
estado fundamentalmente injusto, estabelecido em princípios fundamentalmente
injustos, é necessário que a sua cidadania seja doutrinada desde o nascimento
em uma visão de mundo fundamentalmente injusta. Para que faça sentido haver uma
sociedade onde um grupo é tratado de uma forma e outro grupo de outra maneira
apenas por causa de sua religião e etnia, os israelenses devem ser criados para
ver os palestinos como menos que humanos. Menos que animais. Menos que vermes.
Eles precisam ser odiados com uma intensidade feroz.
Isso é maldoso, mas
também é a única maneira de fazer Israel funcionar. Caso contrário, a ideia de
um "estado judeu" que foi colocado sobre uma civilização
pré-existente de não-judeus não faz sentido e não teria o consentimento do
público. Essa fantasia que os liberais ocidentais têm de um Israel justo e
gentil, sem abusos de apartheid e violência interminável, é apenas isso: uma
fantasia. Nunca existiu, nunca existirá, e não pode existir, porque a ideia é
inerentemente contraditória.
Fantasiar sobre a
ideia de um Israel justo e equitativo é como viver no sul dos Estados Unidos
durante a escravidão e fantasiar sobre a possibilidade de os escravos um dia
serem tratados de forma gentil e justa em uma utopia liberal onde os
proprietários de plantações de algodão ainda podem obter imensos lucros porque
não precisam pagar a sua força de trabalho. Isso não pode acontecer, porque é
uma contradição em termos. O que os proprietários de plantações estariam
obtendo necessariamente viria às custas dos direitos humanos de outras pessoas.
Por isso, todos
os proprietários de escravos sustentavam crenças desumanizadoras sobre pessoas
de ascendência africana e ensinavam essas crenças aos seus filhos. Se você não
acredita que pessoas de pele escura são fundamentalmente diferentes de pessoas
de pele clara, não há como reconciliar o fato de que elas estão recebendo um
tratamento vastamente diferente em sua sociedade de uma forma que faça sentido
lógico e moral. A frenologia e outras pseudociências foram direcionadas a
resolver esses dilemas na mente das pessoas.
Isso é tudo o que
estamos vendo quando observamos o ódio fervoroso que os israelenses têm pelos
palestinos. É por isso que vemos soldados israelenses brincando com os
brinquedos de crianças palestinas mortas e vestindo as roupas íntimas de
mulheres palestinas mortas em alegres zombarias. É por isso que os israelenses
fizeram vídeos no TikTok zombando dos palestinos sendo massacrados em Gaza. É
por isso que clicar em "traduzir" em uma postagem nas redes sociais
feita em hebraico muitas vezes é como ler uma página do Mein Kampf.
Isso é simplesmente o que parece quando você constrói uma sociedade em torno de
princípios fundamentalmente injustos.
E o que é realmente
assustador é que vemos essa mesma desumanização aqui no ocidente. É em menor
grau porque o nosso envolvimento no crime é menos íntimo, mas vemos a
desumanização dos palestinos ao nosso redor na forma como as mortes palestinas
são tratadas de maneira muito diferente pela classe política e pela mídia
ocidental em comparação com as mortes israelenses. As mortes palestinas são uma
estatística, enquanto as mortes israelenses são pessoais. Palestinos morrem em
números, enquanto israelenses morrem com nomes. Palestinos morrem em um
terrível desastre humanitário de natureza não especificada, enquanto
israelenses são massacrados em um ato sádico de terrorismo. Palestinos perecem
na guerra de autodefesa de Israel, enquanto israelenses são mortos por monstros
que odeiam judeus.
E a razão para a
desumanização dos palestinos no ocidente é a mesma da desumanização dos
palestinos na Palestina: porque, caso contrário, nossa sociedade não faz
sentido. Se os palestinos são tão humanos quanto nós, então não faz sentido que
os nossos governos apoiem atrocidades em massa que nunca aceitaríamos em nossos
próprios bairros. Precisa haver algo a menos neles. Algo indigno.
Os abusos do império
ocidental são construídos em torno desse tipo de desumanização, porque o
império é mantido por meio da violência militar em massa e dos abusos
infligidos a populações no sul global. Sem toda essa guerra, militarismo e
extração imperialista, a enorme estrutura de poder global centrada em
Washington não pode existir. Portanto, uma máquina de propaganda altamente
sofisticada foi montada para explicar por que toda essa matança, abuso e
exploração é na verdade normal e aceitável, da mesma forma que a frenologia foi
usada para justificar a escravidão antes da abolição nos Estados Unidos, e da
mesma forma que a doutrinação sionista é usada no apartheid de Israel.
Uma civilização que é
baseada na injustiça depende de visões de mundo injustas. Isso é verdade em
Israel, e é verdade em todo o império ocidental. É por isso que nosso
ecossistema de informação parece como parece hoje.
¨ Pentágono não vê evidências de que 'bunker' do Hezbollah esteja
abaixo do hospital em Beirute
O secretário de Defesa
dos EUA, Lloyd Austin, disse nesta quarta-feira (23) que o Pentágono não viu
evidências da suposta localização de um bunker do movimento libanês do
Hezbollah debaixo do hospital Sahel, acrescentando que os Estados Unidos e
Israel continuariam cooperando sobre o assunto.
"Não vimos
evidências disso neste momento, mas você sabe, continuaremos a colaborar com
nossos colegas israelenses para obter melhor fidelidade sobre exatamente o que
eles estão olhando", disse Austin em Roma, segundo a mídia dos EUA.
O porta-voz das Forças
de Defesa de Israel (FDI), Avichay Adraee, disse que um bunker pertencente ao
movimento Hezbollah estava localizado diretamente abaixo do hospital, onde se
acreditava que uma quantidade significativa de dinheiro e ouro estava armazenada.
O diretor do Hospital Geral Sahel, Fadi Fakhry Alame, disse à CNN na
segunda-feira (21) que as alegações de Israel eram "infundadas" e
serviam como pretexto para continuar os ataques ao Líbano.
O hospital está
operando em modo de emergência desde 23 de setembro. Na terça-feira (22), todos
os funcionários e pacientes deixaram o hospital depois que o Exército
israelense alertou sobre sua intenção de atacá-lo, informou um correspondente
da Sputnik.
Em 1º de outubro,
Israel lançou uma operação terrestre contra o Hezbollah no sul do Líbano,
enquanto também continuava a trocar ataques aéreos e de foguetes com o
movimento xiita. O número de mortos no Líbano por ataques israelenses
ultrapassou 2.000 desde a escalada. Apesar das perdas, o Hezbollah tem lutado
contra as tropas israelenses no solo e lançado foguetes através da fronteira.
Israel diz que seu principal objetivo é criar condições para o retorno dos
60.000 moradores que fugiram do bombardeio no norte de Israel.
Fonte: Jornal GGN/Sputnik
Brasil/Correio da Cidadania/Brasil 247
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