Existe 4 tipos de pneumonia - veja quais
são as suas diferenças
A pneumonia é a
principal causa de morte de crianças com menos de cinco anos de idade e a principal
causa de hospitalização de adultos nos Estados Unidos, com mais de um milhão de
internações por ano – cerca de 40.000 americanos morrem da doença anualmente. A
pneumonia, que pode variar de leve a potencialmente fatal, é causada por uma
inflamação nos minúsculos sacos de ar dos pulmões. Se não for tratada, pode
levar a consequências fatais, incluindo falta de oxigênio e infecções no
sangue.
A National Geographic
conversou com vários especialistas para entender melhor os vários tipos de
pneumonia e os riscos de contrair diferentes formas da doença.
• Como a pneumonia é diagnosticada?
A pneumonia é uma
infecção das vias aéreas inferiores, especificamente dos minúsculos sacos de
ar, chamados alvéolos, que servem como ponto de troca para fornecer oxigênio ao
sangue e remover o dióxido de carbono. Essa infecção pode ser desencadeada por vários
fatores que se iniciam nas vias aéreas superiores e, em seguida, se deslocam
para as partes mais profundas dos pulmões.
Alguns dos sintomas
comuns da pneumonia incluem tosse, falta de ar, dor no peito e fadiga geral.
Para diagnosticar a pneumonia, o médico usa um estetoscópio para verificar a
respiração do paciente, ouvindo um som característico de crepitação, semelhante
ao som de papel amassado, diz Tianshi David Wu, pneumologista do Baylor College
of Medicine, de Houston, nos Estados Unidos. "Isso é tudo o que é
necessário para diagnosticar a pneumonia", diz Wu, acrescentando que, se o
médico ainda não tiver certeza, ele também pode solicitar um raio X dos
pulmões, que confirmará o diagnóstico.
• Quatro tipos de pneumonia?
Os quatro principais
tipos de pneumonia que são caracterizados com base na causa: bacteriana, viral,
fúngica e adquirida no hospital.
Na maioria das vezes,
"não há como saber se uma pneumonia está sendo causada por uma bactéria,
um vírus ou um fungo apenas pelo exame", afirma Wu. "A maioria das
pneumonias acaba não recebendo um diagnóstico" do que a está causando. Em
vez disso, os médicos tratam a pneumonia com base nos sintomas do paciente e em
seu histórico médico, usando essas informações para determinar o melhor curso
de tratamento.
A pneumonia
bacteriana, que é o tipo mais comum, é causada por bactérias, o que significa
que é facilmente tratada com um antibiótico. Para muitos pacientes, o
tratamento da pneumonia com um antibiótico ajudará a resolver os sintomas e a
se sentirem melhor poucos dias após o início do tratamento. "Quanto mais
cedo o tratamento, melhor", explica Wu. Há também uma vacina que protege
contra a cepa bacteriana mais proeminente que causa pneumonia e é aprovada para
determinados grupos, incluindo pacientes com mais de 65 anos e aqueles com
determinadas condições pré-existentes.
A pneumonia viral, que
é menos comum, é causada por um vírus, como o da gripe, o Sars-CoV-2 – o vírus
que causa a Covid-19 – ou o VSR, um vírus respiratório que geralmente causa
sintomas leves, semelhantes aos do resfriado. Muitas dessas infecções virais
começam nas vias aéreas superiores e depois descem para os pulmões.
Uma infecção viral
também pode levar à pneumonia bacteriana ao enfraquecer o sistema imunológico
do paciente, deixando-o vulnerável a uma infecção secundária. Embora nenhum
vírus possa ser tratado com antibiótico, existem vacinas que podem ajudar a
prevenir a infecção: a vacina anual contra a gripe, a vacina contra a Covid e,
para aqueles que são elegíveis, a nova vacina contra o RSV.
As pneumonias fúngicas
são raras e geralmente encontradas em pacientes com condições pré-existentes,
como um sistema imunológico comprometido. As pneumonias fúngicas tendem a
afetar pessoas com distúrbios autoimunes, pacientes submetidos à quimioterapia ou
outras condições crônicas que podem afetar o sistema imunológico de uma pessoa,
diz Lucas Kimmig, pneumologista da University of Chicago Medicine. As
pneumonias fúngicas requerem uma estratégia de tratamento diferente e muitas
vezes podem ser mais graves, devido às complicações da pneumonia e a outras
condições subjacentes do paciente.
As pneumonias
adquiridas em hospitais são consideradas uma categoria separada porque o
ambiente hospitalar geralmente expõe os pacientes a um conjunto diferente de
bactérias, incluindo cepas com maior probabilidade de serem resistentes a
antibióticos. Um caso de pneumonia adquirida em um ambiente hospitalar pode
afetar a forma como os médicos tratam a doença. "Eles correm o risco de
contrair alguns insetos diferentes que normalmente não vemos no ambiente
ambulatorial", diz Kimmig. "Isso afeta a escolha do antibiótico."
• Por que a pneumonia é tão grave?
O risco da pneumonia é
que, se não for tratada, ela pode causar complicações graves e se espalhar para
outras partes do corpo. "Se houver uma bactéria ou um vírus que infecte os
pulmões, não há realmente nenhuma maneira de eliminá-lo", explica Jason
Turowski, pneumologista da Cleveland Clinic, nos Estados Unidos. "Essa
infecção pode se ‘enfurecer’ e piorar".
O principal risco da
pneumonia é que ela pode danificar os pulmões, afetando a capacidade da pessoa
de obter o oxigênio de que necessita. Esse dano geralmente ocorre porque a
inflamação pode causar um acúmulo de células inflamatórias nos pequenos sacos do
pulmão, o que impede que o oxigênio seja fornecido e que o dióxido de carbono
seja liberado. "Isso causa uma lesão que não permite que você receba o
oxigênio vital de que precisa e libere o dióxido de carbono que seu corpo está
produzindo", diz Turowski.
O risco secundário é
que a infecção possa se espalhar para outras partes do corpo, como o espaço
entre o pulmão e a parede torácica, ou para a corrente sanguínea. Quando essa
infecção começa a se espalhar para outras partes do corpo, ela pode se transformar
em uma condição chamada sepse, que é uma resposta sistêmica fora de controle a
uma infecção. A sepse pode rapidamente se transformar em uma condição com risco
de vida que, muitas vezes, resulta em morte.
• Quem tem maior risco de desenvolver
pneumonia?
As pessoas com maior
risco de desenvolver complicações graves de pneumonia incluem crianças com
menos de cinco anos de idade, adultos com mais de 65 anos e pessoas com doenças
preexistentes, como doenças cardíacas e pulmonares, ou um sistema imunológico enfraquecido
devido à quimioterapia ou transplante de órgãos.
Outros fatores de
risco incluem diabetes sem controle, tabagismo ou consumo excessivo de álcool.
"A maioria das formas de pneumonia acaba sendo leve e autolimitada",
diz Wu. "Se for grave o suficiente para ser hospitalizada, provavelmente há
outras coisas acontecendo."
• Sinais de alerta de agravamento da
pneumonia
Para os pacientes que
foram diagnosticados com pneumonia e estão se recuperando em casa, alguns dos
principais sinais de alerta de que talvez precisem procurar atendimento médico
adicional incluem uma piora no quadro clínico, mesmo após o tratamento, seja
uma febre que não passa, dor no peito ou falta de ar que não desaparece ou
respiração rápida, o que pode indicar uma falha na obtenção de oxigênio
suficiente.
"É importante
sempre entrar em contato com seu médico quando algo parecer diferente",
diz Turowski. "Quando nos envolvemos logo no início, podemos orientá-lo e,
se recebermos uma ligação de acompanhamento, dizendo que estou piorando, podemos
ajudar a preparar as coisas para você no hospital."
Fonte: National
Geographic Brasil
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