Político francês diz que BRICS é uma 'tábua
de salvação' para a Europa contra o imperialismo dos EUA
O líder do partido
Patriotas Franceses, Florian Philippot, afirmou à Sputnik que o grupo BRICS é
uma oportunidade para a Europa no sentido do desenvolvimento de um futuro
alternativo ao imperialismo norte-americano.
"A criação do
BRICS é, acima de tudo, uma reestruturação da ordem mundial, um questionamento
fundamental do imperialismo norte-americano e do sistema – baseado militarmente
na OTAN e diplomaticamente na União Europeia – que foi criado para o continente
europeu depender dos EUA", disse Philippot à Sputnik.
Para o político
francês, "a questão hoje é se estamos dispostos a morrer pelo imperialismo
norte-americano ou se vemos no BRICS uma oportunidade para o desenvolvimento
futuro em vez de uma ameaça existencial".
O líder dos Patriotas
assumiu que a França, graças aos seus laços históricos com a Rússia e à sua
proximidade geográfica com alguns membros do BRICS através de territórios
ultramarinos, poderia se tornar um elo com esta aliança.
Sobre a presença de
países como a Sérvia ou a Turquia na cúpula do BRICS, que começa nesta
terça-feira (22) na cidade russa de Kazan, Philippot disse que "é um sinal
de rebelião, de protesto" contra uma ordem mundial imposta pelos EUA.
"O que é necessário
é a máxima soberania e independência", enfatizou.
No dia 1º de janeiro,
a Rússia assumiu a presidência rotativa do BRICS para 2024, ano que começou com
a admissão de novos membros.
A associação,
inicialmente composta por Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, foi
ampliada com a entrada de Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos,
Etiópia e Irã em 1º de janeiro de 2024.
O grupo representa
hoje quase metade da população mundial, 40% da produção mundial de petróleo e
cerca de 25% das exportações de bens.
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Novo Banco de Desenvolvimento do BRICS é uma instituição financeira boa e
promissora, diz Putin
O presidente russo
Vladimir Putin chamou o Novo Banco de Desenvolvimento do BRICS, liderado por
Dilma Rousseff, de "instituição financeira boa e promissora" em um
encontro em Kazan às margens da cúpula do BRICS.
O presidente russo
lembrou que o banco financiou mais de 100 projetos em um total de US$ 33
bilhões (R$ 187,75 bilhões) desde 2018.
"Apreciamos muito
o que a senhora fez no último ano. Em geral, esta é uma instituição financeira
promissora e em bom desenvolvimento", disse Putin a Rousseff.
O crescimento das
transações nas moedas nacionais dos países do BRICS vai possibilitar uma maior
independência financeira dos Estados e a redução dos riscos geopolíticos,
afirmou o presidente Putin.
Rouseff disse que a
reunião do BRICS é importante, já que os países do Sul Global necessitam
bastante de financiamento, enquanto as condições de obtenção de créditos são
bastante complexas.
Ela afirmou que a
expansão do BRICS e o foco em projetos no Sul Global é a prioridade do Novo
Banco de Desenvolvimento.
O BRICS é uma
associação interestatal criada em 2006. A Rússia assumiu a presidência do BRICS
em 1º de janeiro de 2024.
O ano começou com a
entrada de novos membros na associação: além da Rússia, Brasil, Índia, China e
África do Sul, o BRICS agora inclui o Egito, Etiópia, Irã, Emirados Árabes
Unidos e Arábia Saudita.
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Declaração final da Cúpula do BRICS pode incluir temas como inteligência
artificial, diz Itamaraty
O rascunho da
declaração final da Cúpula dos líderes do BRICS está em andamento e terá como
possíveis temas desde questões tradicionais de cooperação financeira até novas
áreas como inteligência artificial, afirmou à Sputnik o secretário para Ásia e
Pacífico do Ministério das Relações Exteriores do Brasil, embaixador Eduardo
Paes Saboia.
"O rascunho da
declaração está sendo trabalhado aqui, e ainda precisa ser aprovado. Estamos
interessados em muitos temas. Um deles é a cooperação na área financeira,"
disse Saboia.
O secretário do
Itamaraty ainda expressou esperança de que os resultados da cooperação
financeira sejam refletidos na declaração final dos líderes do BRICS.
"Estamos também
na discussão sobre países parceiros. É um tema quente que atrai muita atenção
da mídia. Novos tópicos, como inteligência artificial, também são importantes
para o futuro e estão sendo discutidos. Não sei o que será refletido, mas é uma
área muito importante. Há outros temas," enfatizou à Sputnik.
Saboia destacou que se
espera uma declaração bastante longa, já que "os países do BRICS
discutiram muitos temas, desde as questões do Oriente Médio até tecnologias da
informação e comunicação e clima".
"Esta será a
primeira declaração dos líderes com novos membros. Isso leva mais tempo, pois
mais países estão à mesa, trazendo suas ideias," disse o diplomata.
Reforma da governança
global
Por fim, o secretário
enfatizou que o Brasil vai trazer para a cúpula a defesa da reforma da
governança global, que inclui não apenas mudanças na Organização das Nações
Unidas (ONU), mas também em estruturas internacionais como a Organização
Mundial do Comércio (OMC).
"Se você olhar
para as prioridades do Brasil no G20, há o tema da superação da pobreza,
desenvolvimento sustentável, mudanças climáticas e também a reforma da
governança global. Acredito que o BRICS também apoia mudanças na governança
global. Não apenas a ONU, mas há outras instituições multilaterais que estão em
um impasse, como a OMC," afirmou Saboia à Sputnik.
Saboia acrescentou que
muitos acordos internacionais estão sendo destruídos. "Espero que o BRICS
ajude a convocar uma reforma das instituições e um papel mais forte para a ONU
no sistema internacional," enfatizou. O embaixador ainda acrescentou a
necessidade da ampliação do Conselho de Segurança.
"Esse é um
aspecto chave para o BRICS e para o Brasil. Não apenas para o Brasil, mas
também para outros países, como a Índia e a África do Sul. Se olharmos para
crises, por exemplo, no Oriente Médio, podemos ver as dificuldades que o
Conselho de Segurança da ONU está enfrentando. Isso se deve ao fato de que há
uma estrutura que não reflete a realidade moderna: em termos de poder e
representação regional. Há uma necessidade não apenas de países, mas de todo o
sistema. E isso deve ser uma prioridade na agenda do BRICS," observou.
A Cúpula do BRICS
acontece entre os dias 22 e 24 de outubro em Kazan, na Rússia, com a
participação dos chefes de Estado. É o primeiro encontro após o anúncio de
novos membros no grupo: além de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul,
passaram a fazer parte Egito, Etiópia, Emirados Árabes Unidos, Irã e Arábia
Saudita.
Por conta de um
acidente doméstico, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) estará na
reunião por videoconferência. A comitiva brasileira é liderada pelo chanceler
Mauro Vieira.
Conforme o assessor
presidencial russo Yuri Ushakov, 36 países e seis organizações internacionais
estarão no encontro, que será o maior evento de política externa já realizado
na Rússia.
¨ Negociações entre Putin e Erdogan podem arruinar planos dos EUA,
diz político turco
As decisões dos
líderes turco e russo, Recep Tayyip Erdogan e Vladimir Putin, após as conversas
planejadas às margens da cúpula do BRICS em Kazan, podem destruir os planos dos
EUA na Síria e acelerar o processo de normalização das relações entre Ancara e
Damasco, disse à Sputnik o presidente do partido turco Vatan (Pátria), Dogu
Perincek.
O assessor
presidencial russo Yuri Ushakov confirmou anteriormente que a Turquia solicitou
a adesão plena ao BRICS e que o pedido está sendo analisado.
Erdogan vai participar
da 16ª Cúpula do BRICS, que começa hoje (22) em Kazan, disse o vice-ministro
das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Ryabkov.
"A questão síria
será um dos principais tópicos da agenda das conversas entre os dois líderes. A
cooperação russo-turca vai ser extremamente importante, inclusive para o
estabelecimento de relações entre Ancara e Damasco", disse Perincek.
O presidente Erdogan
comunicou anteriormente que Ancara espera que a Rússia e o Irã tomem
"medidas eficazes" contra a ameaça de Israel contra a Síria.
"Os únicos
fatores que podem impedir e destruir os planos atlânticos, planos dos EUA na
Síria, são a cooperação entre Ancara e Moscou, representada pelos líderes
Vladimir Putin e Recep Tayyip Erdogan, e suas próximas conversas. [...] A
cooperação entre a Turquia e a Rússia na Síria significa apoiar a integridade
territorial da Turquia, Síria, Irã e Iraque e impedir o plano de criação do
'Curdistão' pelos EUA e Israel", enfatizou Perincek.
As relações entre os
dois países se agravaram drasticamente após o início da guerra civil na Síria,
com vários ataques mútuos tendo lugar.
O presidente turco
Recep Tayyip Erdogan disse anteriormente que estava pronto para se reunir com
seu homólogo sírio Bashar al-Assad e que estava aguardando uma resposta do lado
sírio à proposta feita.
A Rússia não está
poupando esforços para ajudar a Turquia e a Síria a chegarem a acordos para
normalizar suas relações, disse o embaixador russo em Ancara, Aleksei Yerkhov.
Por sua vez, o
Ministério das Relações Exteriores da Turquia sublinhou em conversa com a
Sputnik que Ancara saúda os esforços da Rússia para estabelecer a interação
entre a Turquia e a Síria e que vai continuar seus próprios esforços para
preparar o terreno para a normalização das relações com Damasco de boa-fé e sem
pré-condições.
¨ Donos do Mundo? EUA podem processar banco turco em caso de
sanções contra Irã, decide tribunal americano
Um tribunal de
apelações dos Estados Unidos disse na terça-feira (22) que o governo federal
pode processar o Halkbank da Turquia sob acusações de que ajudou o Irã a
escapar das sanções norte- americanas, rejeitando o argumento do credor estatal
de que merecia imunidade, relata a Reuters.
Os promotores disseram
que o Halkbank ajudou o Irã a transferir secretamente US$ 20 bilhões (R$ 113
bilhões) de fundos restritos, converteu a receita do petróleo em ouro e
dinheiro para beneficiar os interesses iranianos e documentou remessas falsas
de alimentos para justificar transferências de receitas do petróleo.
Em uma decisão de 3-0,
o Tribunal de Apelações do 2º Circuito dos EUA não encontrou nenhuma base nos
princípios centenários do direito comum para que empresas estatais estrangeiras
sejam absolutamente imunes a processos norte-americanos relacionados a atividades
comerciais e não governamentais.
O juiz de circuito
Joseph Bianco disse que o tribunal de apelações sediado em Manhattan deveria
adiar a decisão do poder executivo de que o Departamento de Justiça dos EUA
poderia processar o Halkbank.
"Embora certos
casos anteriores tenham estendido imunidade a empresas estatais com base em sua
conduta governamental, o direito consuetudinário não impõe nenhuma proibição
independente à acusação de tais empresas por suas atividades comerciais",
escreveu Bianco, citado pela mídia.
Ele também afirmou que
a decisão de processar empresas estatais estrangeiras como o Halkbank, em vez
de impor tarifas ou negar ajuda militar aos seus patrocinadores estatais,
"não é algo que o judiciário deva questionar".
Os advogados do
Halkbank não responderam imediatamente aos pedidos de comentário. Um porta-voz
do procurador dos EUA Damian Williams em Manhattan se recusou a comentar.
O painel do tribunal
de apelações estava considerando o caso pela segunda vez, após uma decisão
relacionada de abril de 2023 da Suprema Corte dos EUA.
O Halkbank se declarou
inocente de fraude bancária, lavagem de dinheiro e conspiração. O caso se
tornou um espinho nas relações EUA-Turquia, com o presidente turco, Recep
Tayyip Erdogan, chamando as acusações dos EUA de um passo "ilegal e
feio".
¨ Ucrânia acusa Guterres da ONU de 'priorizar' Cúpula do BRICS em
detrimento da cúpula na Suíça
O Ministério das
Relações Exteriores da Ucrânia criticou o secretário-geral da ONU, António
Guterres, na segunda-feira (21), ao criticar sua aparente aceitação de um
convite feito por Moscou para a Cúpula do BRICS em Kazan.
A chancelaria
ucraniana também apontou que, anteriormente, Guterres se manteve longe da
chamada cúpula de paz sobre o conflito no Leste Europeu realizada na Suíça.
"O
secretário-geral da ONU recusou o convite da Ucrânia para a primeira Cúpula
Global da Paz na Suíça. Ele, no entanto, aceitou o convite para Kazan do
criminoso de guerra Putin. Esta é uma escolha errada que não avança a causa da
paz. Só prejudica a reputação da ONU", disse o ministério, segundo a
Reuters.
Na segunda-feira (22),
o porta-voz adjunto das Nações Unidas, Farham Haq, quando questionado se
Guterres compareceria, disse: "Anúncios sobre suas viagens futuras serão
feitos mais tarde."
No início do mês, o
Ministério das Relações Exteriores da Rússia afirmou que Guterres havia dito ao
chanceler Sergei Lavrov, na Assembleia Geral da ONU, que pretendia ir à cúpula
Kazan.
De acordo com
especialista Tiago André Lopes, ouvido pela CNN Portugal, é "normal"
que António Guterres esteja presente na Cúpula do BRICS, já que tem estado em
todos os "eventos multilaterais".
O secretário-geral tem
sofrido uma série de ataques recentemente. No começo do mês, Israel o
considerou "persona non grata" e o proibiu de entrar no país,
alegando que Guterres não condenou o "ataque" do Irã com mísseis,
ação iraniana feita em retaliação a mortes de lideranças islâmicas.
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ideia da França de criar força dissuasora na Ucrânia pretende vencer uma
batalha perdida
A proposta do ministro
da Defesa francês, Sébastien Lecornu, de implantar uma força de dissuasão não
nuclear na Ucrânia é uma tentativa de vencer uma batalha já perdida, disse o
especialista político da Crimeia, Vladimir Dzharalla, à Sputnik.
Anteriormente, Lecornu
afirmou que, após o cessar-fogo e o tratado de paz, seria necessário abordar a
questão da implantação de forças de dissuasão não nuclear no território
ucraniano para poder "repelir uma nova ameaça da Rússia".
Essa ideia corresponde
a um ponto do chamado "plano de vitória" do atual líder ucraniano
Vladimir Zelensky, que o apresentou aos dirigentes ocidentais há pouco tempo.
"A proposta do
ministro francês é nada mais do que uma tentativa de ganhar a batalha perdida.
As ações suicidas dos líderes ucranianos só vão aumentar o número de vítimas,
mas não vão mudar o resultado. E é por isso que as figuras ocidentais estão se
apressando em apresentar opções para se aproveitar da situação", acredita
Dzharalla.
Segundo ele, a
proposta de Lecornu é exatamente o que levou a Rússia a iniciar a operação
militar especial, é inaceitável e inadmissível.
<><> Do
que trata o plano de Zelensky?
Recentemente, Zelensky
apresentou um plano para resolver o conflito na Ucrânia. O documento inclui
cinco pontos e três anexos secretos.
O primeiro ponto é a
Ucrânia ser convidada a aderir à Organização do Tratado do Atlântico Norte
(OTAN) o que, de fato, foi uma das razões da operação militar especial russa.
O segundo é a Ucrânia
ser autorizada a usar armas de longo alcance ocidentais contra territórios
russos longe da zona de conflito. O presidente da Rússia Vladimir Putin disse
que isso significaria o envolvimento direto dos países ocidentais no conflito, já
que esses golpes não podem ser realizados sem participação dos militares da
OTAN.
O terceiro é a
implantação de um pacote abrangente não nuclear de dissuasão da Rússia em solo
ucraniano.
De acordo com esse
plano, o conflito deve terminar no máximo em 2025.
A representante
oficial do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova,
comentando a iniciativa de Zelensky, disse que não se trata de um plano, mas de
um conjunto de slogans incoerentes.
De acordo com ela,
esse plano apenas empurra a OTAN para um conflito direto com a Rússia.
Por sua vez, o
porta-voz da presidência russa, Dmitry Peskov, afirmou que um verdadeiro plano
de paz para Kiev seria perceber a futilidade da política que estão seguindo.
Ele acredita que o
novo "plano de paz" de Zelensky pode, na verdade, ser a mesma coisa
que o plano dos EUA de "lutar contra a Rússia até o último
ucraniano".
Fonte: Sputnik Brasil
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