sábado, 30 de agosto de 2025

Câncer renal deve crescer quase 80% no Brasil e na América Latina até 2050

O câncer renal deve ter um crescimento expressivo nas próximas décadas, sobretudo na América Latina. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que, até 2050, os casos na região aumentem 79,8%. Esse cenário deve ser semelhante no Brasil, onde os diagnósticos podem subir 79,5% nesse período, segundo a OMS.

Múltiplos fatores estão por trás desse salto. “O envelhecimento da população e o fato de as ferramentas diagnósticas estarem mais acessíveis, tanto na saúde pública quanto na privada, contribuem para a elevação na detecção dos cânceres”, analisa o nefrologista Ricardo de Araujo Mothe, do Einstein Hospital Israelita em Goiânia.

Mas o cenário não se resume ao diagnóstico precoce: mudanças no estilo de vida também têm grande peso nessa equação. “Ao longo dos anos, os hábitos da população têm mudado bastante, com aumento da obesidade e do sedentarismo — fatores que, somados ao tabagismo e à hereditariedade, elevam o risco do surgimento desse tumor”, acrescenta o oncologista Ramon Andrade de Mello, pesquisador e professor da Universidade Nove de Julho (UNINOVE), em São Paulo. Condições como diabetes, hipertensão e doenças renais crônicas também elevam o risco.

Embora não haja um único fator isolado para explicar o surgimento da doença, o câncer renal está associado a uma combinação de condições mutáveis e não mutáveis. Entre as inalteráveis, destaca-se o gênero: homens têm o dobro de risco de desenvolver o tumor em comparação às mulheres, e a incidência se concentra principalmente na faixa etária entre 60 e 70 anos.

<>< Doença silenciosa

Esse tipo de tumor costuma ser silencioso, e os sintomas geralmente surgem em estágios mais avançados da doença. Entre eles estão: febre persistente, fadiga, fraqueza, perda acentuada de peso e presença de sangue na urina, muitas vezes visível apenas em exames laboratoriais.

Daí porque, não raro, o câncer renal é descoberto durante exames de rotina. Há ainda pacientes que, ao receberem o diagnóstico de um nódulo nos rins sem apresentar sinais aparentes, acabam postergando a busca por tratamento, o que pode atrasar o manejo adequado.

A doença não tem um programa de rastreio específico nem no Brasil nem em outros países. Mas técnicas como a análise de DNA tumoral do sangue — exame que detecta fragmentos de DNA liberados pelas células cancerígenas na corrente sanguínea e permite avaliar a presença de mais de 70 tipos de tumores — têm ajudado a detectar precocemente tumores renais. Segundo Mello, pode ser indicado que pessoas do grupo de risco façam o teste uma vez ao ano.

Quando o câncer renal é identificado em estágio inicial, o tratamento geralmente se resume à cirurgia. “Nódulos pequenos e localizados apenas em um dos rins são tratados com a remoção parcial do órgão, sem comprometer seu funcionamento. Já quando eles são maiores, temos que retirar o órgão todo, ainda sem apresentar problemas à recuperação do indivíduo”, explica Mothe.

Nos casos em que a doença já se espalhou para além dos rins, atingindo gânglios ou mesmo outros órgãos, podem ser indicados tratamentos complementares, como quimioterapia, imunoterapia e terapias-alvo, que atuam de forma mais precisa contra as células cancerígenas, preservando as saudáveis.

•        Comer amêndoas diariamente pode reduzir danos celulares, aponta estudo

A alimentação desempenha um papel essencial na manutenção da saúde e na qualidade de vida e, entre os ingredientes que devem fazer parte da nossa dieta, estão aqueles ricos em antioxidantes, como as amêndoas. Um estudo recente, inclusive, concluiu que consumir cerca de 60 gramas da semente pode ser importante para combater o estresse oxidativo do corpo e prolongar a saúde.

O estresse oxidativo acontece quando há o aumento da produção de radicais livres, moléculas instáveis que surgem naturalmente em inflamações e que, quando estão em alta quantidade no organismo, podem danificar células, proteínas, lipídeos e até mesmo o DNA. Esse processo está associado ao envelhecimento precoce e ao desenvolvimento de diversas doenças crônicas, como diabetes, doenças cardiovasculares, câncer e neurodegenerativas.

O estudo, realizado por pesquisadores de Teerã, no Irã, buscou entender se consumir amêndoas -- ricas em vitamina E, polifenóis e gorduras monoinsaturadas, nutrientes conhecidos por suas propriedades antioxidantes -- ajuda a combater o estresse oxidativo e, consequentemente, melhorar a saúde.

Para isso, o trabalho analisou um conjunto de oito estudos já publicados, totalizando 424 participantes adultos, incluindo pessoas saudáveis e participantes com sobrepeso ou obesidade, fumantes ou que tinham doenças crônicas, como colesterol alto ou doença arterial coronariana. A quantidade de amêndoas consumida pelos participantes do estudo variou de 5 a 168 gramas (g) por dia, por períodos de 4 a 24 semanas.

Também foram analisados marcadores de danos celulares causados por estresse oxidativo, como malondialdeído (MDA) indicador de dano em lipídeos; 8-OHdG, marcador de dano ao DNA; ácido úrico, que pode indicar inflamação, e SOD (superóxido dismutase) e GPx (glutationa peroxidase), enzimas antioxidantes do corpo.

Após a análise, os cientistas descobriram que o consumo de mais de 60 gramas de amêndoas, o equivalente a quatro colheres de sopa ou uma tigela cheia, por dia ajudou a reduzir significativamente certos marcadores de dano celular, incluindo malondialdeído (MDA) e 8-hidroxi-2'-desoxiguanosina (8-OHdG).

Os pesquisadores também relataram que aqueles que consumiram mais de 60 g de amêndoas diariamente apresentaram melhora nas defesas antioxidantes e uma pequena, porém significativa, redução nos níveis de ácido úrico, que também é considerado um biomarcador de estresse oxidativo.

Os resultados reforçam o potencial das amêndoas como alimento funcional para o manejo do estresse oxidativo, mas os autores alertam que a alta heterogeneidade entre os estudos exige ensaios mais padronizados para confirmar doses, duração e condições ideais.

 

Fonte: CNN Brasil

 

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