quinta-feira, 28 de agosto de 2025

Café não causa arritmias cardíacas, afirma cardiologista

O consumo moderado de café não apenas é seguro para o coração, como pode ter efeito protetor contra arritmias cardíacas, segundo Francisco Darrieux, médico do Ambulatório de Arritmias Cardíacas do InCor - HCFMUSP. O especialista esclarece que é possível consumir até seis xícaras da bebida por dia sem prejuízos à saúde cardíaca.

De acordo com as mais recentes pesquisas apresentadas pelo especialista, o limite diário considerado seguro é de aproximadamente 600mg de cafeína, desde que distribuídos ao longo do dia. "Até seis xícaras por dia de café é até protetivo para arritmias cardíacas", explica Darrieux.

<><> Alerta sobre derivados da cafeína

O médico, no entanto, faz um alerta importante sobre os derivados da cafeína, especialmente os energéticos. Estudos identificaram mais de 300 substâncias não listadas nesses produtos que podem ser prejudiciais à saúde, representando riscos significativos aos consumidores.

O especialista destaca que o uso indiscriminado desses produtos tem se tornado mais comum em uma sociedade que exige alta produtividade. "Muitas vezes a pessoa está cansada e começa a utilizar cada vez mais essas substâncias à base de cafeína", alerta o médico, ressaltando que este comportamento pode trazer consequências negativas à saúde.

Para pessoas com predisposição a arritmias, a recomendação é mais cautelosa. Nesses casos específicos, o consumo deve ser reduzido e monitorado de acordo com a resposta individual do organismo. O acompanhamento médico regular e a manutenção de hábitos saudáveis são fundamentais para a prevenção de problemas cardíacos.

•        Quantas xícaras de café tomar para reduzir risco de morte? Estudo responde

O café é uma das bebidas mais populares do Brasil e do mundo, mas seus benefícios vão muito além da maior energia e disposição. Diversos estudos já evidenciaram os efeitos positivos da cafeína para o organismo e, agora, um novo estudo mostrou que tomar de três a cinco xícaras de café por dia pode reduzir o risco de morte e de doenças como diabetes tipo 2 e cardiovasculares.

No trabalho, publicado no início de agosto na revista Nutrients, os pesquisadores buscaram entender como o café afeta diferentes aspectos da saúde e do bem-estar, além da sua relação com doenças crônicas e risco de mortalidade. Para isso, eles analisaram diversos estudos publicados anteriormente sobre o consumo de café e seus efeitos na saúde.

Segundo a análise, beber de três a cinco xícaras de café por dia pode diminuir o risco de doenças cardiovasculares em cerca de 15%. As evidências também sustentam que o café não aumenta o risco de câncer e pode reduzir as chances de desenvolver certos tipos de tumores, como câncer de endométrio.

Outro ponto observado pela análise é a redução no risco de diabetes tipo 2, o que pode estar relacionado tanto ao café descafeinado quanto ao café comum.

Em entrevista ao Medical News Today, veículo especializado em notícias de saúde, Farin Kamangar, autor do estudo, afirma que: "Os resultados de várias décadas de pesquisas de alta qualidade com milhões de pessoas mostram que o café é benéfico para a saúde em geral. O consumo moderado de café, normalmente de três a cinco xícaras por dia, está associado ao aumento da longevidade e à redução dos riscos de muitas doenças graves, incluindo doenças cardíacas, derrame, diabetes tipo 2, doenças respiratórias e declínio cognitivo."

Entre outros achados do estudo, estão os benefícios do café para a maior disposição para atividade física, aumento da oxidação de gordura, melhora da função pulmonar, redução da inflamação e melhora da clareza mental.

Embora o café tenha muitos benefícios potenciais, o estudo enfatiza que é importante consumir com moderação. Beber café em excesso pode ter efeitos negativos, como insônia ou aumento da ansiedade. Além disso, os efeitos podem variar de pessoa para pessoa, dependendo de fatores como genética e hábitos de vida.

¨      Café preto e sem açúcar faz bem para coração e longevidade, diz estudo

Diversos estudos já mostraram os benefícios do café para a saúde e longevidade. Agora, um novo trabalho reforçou que esses proveitos estão mais associados ao consumo do café puro, sem açúcar e sem adição de creme e leite, por exemplo.

O trabalho foi publicado no periódico The Journal of Nutrition em junho e mostrou que o consumo de uma a duas xícaras de café com cafeína por dia estava associado a um menor risco de morte por todas as causas e morte por doenças cardiovasculares.

O café preto e o café com baixo nível de açúcar adicionado e gordura saturada (ou seja, sem creme) foram associados a um risco 14% menor de mortalidade por todas as causas em comparação com a ausência de consumo de café. A mesma relação não foi identificada para café com altas quantidades de açúcar adicionado e gordura saturada.

"O café está entre as bebidas mais consumidas no mundo e, com quase metade dos adultos americanos relatando beber pelo menos uma xícara por dia, é importante sabermos o que isso pode significar para a saúde", afirma Fang Fang Zhang, autora sênior do estudo e professora da Neely Family na Friedman School.

"Os benefícios do café para a saúde podem ser atribuídos aos seus compostos bioativos, mas nossos resultados sugerem que a adição de açúcar e gordura saturada pode reduzir os benefícios na mortalidade", completa.

<><> Como o estudo foi feito?

O estudo analisou dados de nove ciclos consecutivos da Pesquisa Nacional de Exame de Saúde e Nutrição (NHANES), de 1999 a 2018, vinculados aos Dados de Mortalidade do Índice Nacional de Óbitos. O trabalho incluiu uma amostra nacionalmente representativa de 46 mil adultos com 20 anos ou mais que preencheram questionários recordatórios sobre alimentação de 24 horas válidos no primeiro dia.

O consumo de café foi categorizado por tipo (com cafeína ou descafeinado), açúcar e teor de gordura saturada. Os desfechos de mortalidade incluíram todas as causas, câncer e doenças cardiovasculares.

Segundo o trabalho, o consumo de pelo menos uma xícara de café por dia foi associado a um risco 16% menor de mortalidade por todas as causas. Com duas a três xícaras por dia, a relação aumentou para 17%. Beber mais de três xícaras diárias não foi associado a reduções adicionais no risco de morte, e a relação entre café e o menor risco de mortalidade por doença cardiovascular diminuiu quando o consumo de café foi superior a três xícaras por dia.

"Poucos estudos examinaram como os aditivos de café podem impactar a relação entre o consumo de café e o risco de mortalidade, e nosso estudo está entre os primeiros a quantificar a quantidade de adoçante e gordura saturada adicionada", afirma Bingjie Zhou, primeira autora do estudo. "Nossos resultados estão alinhados com as Diretrizes Dietéticas para Americanos, que recomendam limitar a adição de açúcar e gordura saturada", completa.

Apesar dos resultados, o estudo ainda apresenta limitações, como o fato de que os dados sobre a alimentação foram autorrelatados pelos participantes e estão sujeitos a erros de mensuração. Por isso, mais estudos são necessários para validar os achados.

 

Fonte: CNN Brasil

 

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