Café
não causa arritmias cardíacas, afirma cardiologista
O
consumo moderado de café não apenas é seguro para o coração, como pode ter
efeito protetor contra arritmias cardíacas, segundo Francisco Darrieux, médico
do Ambulatório de Arritmias Cardíacas do InCor - HCFMUSP. O especialista
esclarece que é possível consumir até seis xícaras da bebida por dia sem
prejuízos à saúde cardíaca.
De
acordo com as mais recentes pesquisas apresentadas pelo especialista, o limite
diário considerado seguro é de aproximadamente 600mg de cafeína, desde que
distribuídos ao longo do dia. "Até seis xícaras por dia de café é até
protetivo para arritmias cardíacas", explica Darrieux.
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Alerta sobre derivados da cafeína
O
médico, no entanto, faz um alerta importante sobre os derivados da cafeína,
especialmente os energéticos. Estudos identificaram mais de 300 substâncias não
listadas nesses produtos que podem ser prejudiciais à saúde, representando
riscos significativos aos consumidores.
O
especialista destaca que o uso indiscriminado desses produtos tem se tornado
mais comum em uma sociedade que exige alta produtividade. "Muitas vezes a
pessoa está cansada e começa a utilizar cada vez mais essas substâncias à base
de cafeína", alerta o médico, ressaltando que este comportamento pode
trazer consequências negativas à saúde.
Para
pessoas com predisposição a arritmias, a recomendação é mais cautelosa. Nesses
casos específicos, o consumo deve ser reduzido e monitorado de acordo com a
resposta individual do organismo. O acompanhamento médico regular e a
manutenção de hábitos saudáveis são fundamentais para a prevenção de problemas
cardíacos.
• Quantas xícaras de café tomar para
reduzir risco de morte? Estudo responde
O café
é uma das bebidas mais populares do Brasil e do mundo, mas seus benefícios vão
muito além da maior energia e disposição. Diversos estudos já evidenciaram os
efeitos positivos da cafeína para o organismo e, agora, um novo estudo mostrou
que tomar de três a cinco xícaras de café por dia pode reduzir o risco de morte
e de doenças como diabetes tipo 2 e cardiovasculares.
No
trabalho, publicado no início de agosto na revista Nutrients, os pesquisadores
buscaram entender como o café afeta diferentes aspectos da saúde e do
bem-estar, além da sua relação com doenças crônicas e risco de mortalidade.
Para isso, eles analisaram diversos estudos publicados anteriormente sobre o
consumo de café e seus efeitos na saúde.
Segundo
a análise, beber de três a cinco xícaras de café por dia pode diminuir o risco
de doenças cardiovasculares em cerca de 15%. As evidências também sustentam que
o café não aumenta o risco de câncer e pode reduzir as chances de desenvolver
certos tipos de tumores, como câncer de endométrio.
Outro
ponto observado pela análise é a redução no risco de diabetes tipo 2, o que
pode estar relacionado tanto ao café descafeinado quanto ao café comum.
Em
entrevista ao Medical News Today, veículo especializado em notícias de saúde,
Farin Kamangar, autor do estudo, afirma que: "Os resultados de várias
décadas de pesquisas de alta qualidade com milhões de pessoas mostram que o
café é benéfico para a saúde em geral. O consumo moderado de café, normalmente
de três a cinco xícaras por dia, está associado ao aumento da longevidade e à
redução dos riscos de muitas doenças graves, incluindo doenças cardíacas,
derrame, diabetes tipo 2, doenças respiratórias e declínio cognitivo."
Entre
outros achados do estudo, estão os benefícios do café para a maior disposição
para atividade física, aumento da oxidação de gordura, melhora da função
pulmonar, redução da inflamação e melhora da clareza mental.
Embora
o café tenha muitos benefícios potenciais, o estudo enfatiza que é importante
consumir com moderação. Beber café em excesso pode ter efeitos negativos, como
insônia ou aumento da ansiedade. Além disso, os efeitos podem variar de pessoa
para pessoa, dependendo de fatores como genética e hábitos de vida.
¨ Café preto e sem
açúcar faz bem para coração e longevidade, diz estudo
Diversos
estudos já mostraram os benefícios do café para a saúde e longevidade. Agora,
um novo trabalho reforçou que esses proveitos estão mais associados ao consumo
do café puro, sem açúcar e sem adição de creme e leite, por exemplo.
O
trabalho foi publicado no periódico The Journal of Nutrition em junho e mostrou
que o consumo de uma a duas xícaras de café com cafeína por dia estava
associado a um menor risco de morte por todas as causas e morte por doenças
cardiovasculares.
O café
preto e o café com baixo nível de açúcar adicionado e gordura saturada (ou
seja, sem creme) foram associados a um risco 14% menor de mortalidade por todas
as causas em comparação com a ausência de consumo de café. A mesma relação não
foi identificada para café com altas quantidades de açúcar adicionado e gordura
saturada.
"O
café está entre as bebidas mais consumidas no mundo e, com quase metade dos
adultos americanos relatando beber pelo menos uma xícara por dia, é importante
sabermos o que isso pode significar para a saúde", afirma Fang Fang Zhang,
autora sênior do estudo e professora da Neely Family na Friedman School.
"Os
benefícios do café para a saúde podem ser atribuídos aos seus compostos
bioativos, mas nossos resultados sugerem que a adição de açúcar e gordura
saturada pode reduzir os benefícios na mortalidade", completa.
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Como o estudo foi feito?
O
estudo analisou dados de nove ciclos consecutivos da Pesquisa Nacional de Exame
de Saúde e Nutrição (NHANES), de 1999 a 2018, vinculados aos Dados de
Mortalidade do Índice Nacional de Óbitos. O trabalho incluiu uma amostra
nacionalmente representativa de 46 mil adultos com 20 anos ou mais que
preencheram questionários recordatórios sobre alimentação de 24 horas válidos
no primeiro dia.
O
consumo de café foi categorizado por tipo (com cafeína ou descafeinado), açúcar
e teor de gordura saturada. Os desfechos de mortalidade incluíram todas as
causas, câncer e doenças cardiovasculares.
Segundo
o trabalho, o consumo de pelo menos uma xícara de café por dia foi associado a
um risco 16% menor de mortalidade por todas as causas. Com duas a três xícaras
por dia, a relação aumentou para 17%. Beber mais de três xícaras diárias não
foi associado a reduções adicionais no risco de morte, e a relação entre café e
o menor risco de mortalidade por doença cardiovascular diminuiu quando o
consumo de café foi superior a três xícaras por dia.
"Poucos
estudos examinaram como os aditivos de café podem impactar a relação entre o
consumo de café e o risco de mortalidade, e nosso estudo está entre os
primeiros a quantificar a quantidade de adoçante e gordura saturada
adicionada", afirma Bingjie Zhou, primeira autora do estudo. "Nossos
resultados estão alinhados com as Diretrizes Dietéticas para Americanos, que
recomendam limitar a adição de açúcar e gordura saturada", completa.
Apesar
dos resultados, o estudo ainda apresenta limitações, como o fato de que os
dados sobre a alimentação foram autorrelatados pelos participantes e estão
sujeitos a erros de mensuração. Por isso, mais estudos são necessários para
validar os achados.
Fonte:
CNN Brasil

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