segunda-feira, 10 de fevereiro de 2025

Heather Digby Parton: Gaza não será a Riviera dos genocidas

Donald Trump e sua família claramente estão de olho nas possibilidades de desenvolvimento imobiliário na Faixa de Gaza há algum tempo. Em março passado, seu genro Jared Kushner, conselheiro do presidente para o Oriente Médio (entre uma dezena de outras coisas) durante seu primeiro mandato, disse na Harvard School of Government que “a área à beira-mar de Gaza poderia ser muito valiosa” e sugeriu que Israel deveria “remover as pessoas e depois limpá-la”. No dia da posse, o próprio Trump disse: “É uma localização fenomenal. No mar, o melhor clima, algumas coisas lindas poderiam ser feitas ali. Algumas coisas fantásticas poderiam ser feitas em Gaza”. Adicione um campo de golfe e você terá o Trump Gaza Golf Resort para acompanhar a nova Trump Tower em Jidá, na Arábia Saudita, e finalmente haverá paz no Oriente Médio.

Felizmente para Trump, Israel já fez o trabalho de demolição, restando apenas a questão incômoda de se livrar dos seres humanos. Kushner mencionou isso em sua palestra, mas só depois da campanha Trump compartilhou suas ideias sobre como tratar a questão. Em 21 de janeiro, a bordo do Air Force One, disse aos jornalistas que havia conversado com o rei da Jordânia e lhe pedira que “recebesse” pelo menos parte dos palestinos que vivem em Gaza. Depois, “nós simplesmente limpamos tudo aquilo”. Essa linguagem foi um tanto provocativa, considerando que a limpeza étnica é considerada um crime contra a humanidade. É mais uma declaração absurda de um homem cuja capacidade de escapar de qualquer responsabilização por seus crimes o levou a acreditar que tem superpoderes. Ficou claro, desde então, que o presidente teve, sozinho, a ideia de que os palestinos simplesmente deveriam se mudar para outro lugar, algo que ele parecia considerar a “solução final” óbvia na qual ninguém havia pensado antes. Ontem, por fim, ele anunciou um plano totalmente elaborado, primeiro em uma de suas sessões de assinatura de decretos executivos e depois em uma coletiva de imprensa com o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu.

Ao responder às perguntas dos jornalistas no momento das assinaturas, Trump falou longamente sobre como Gaza foi dizimada e como é insalubre viver lá, de modo que – especulou – os palestinos ficariam felizes em se mudar para outro lugar, onde poderiam ter belas casas, a serem construídas pelos outros países árabes ricos. Segundo ele, a única razão pela qual os palestinos permanecem em Gaza é por não terem outra alternativa. Se Egito e Jordânia lhes oferecessem terras, eles ficariam “radiantes” em se mudar. Quando um jornalista observou que Egito e Jordânia haviam rejeitado categoricamente essa ideia, Trump disse que Venezuela e Panamá também haviam inicialmente dito não a ele, mas agora estavam fazendo o que lhes foi ordenado. Poderíamos, então, esperar que todos os outros países fizessem o mesmo.

Tudo isso já era bem estranho. Mas nada comparado ao que ele disse na coletiva de imprensa com Netanyahu, pouco depois. Repetiu sua crença de que os palestinos deveriam ser removidos à força para outro lugar. Mas acrescentou um detalhe que ninguém esperava. Ao lado do primeiro-ministro de Israel, que assentia, Trump disse que os EUA assumiriam o controle da Faixa de Gaza e tomariam uma “posição de posse a longo prazo.” Ele sustenta que os EUA irão arrasar o local e depois construir novos edifícios, que fornecerão empregos para as pessoas da região. Mas não para os palestinos. Eles estarão vivendo em sua bela porção de terra, em outros países. Segundo Trump, isso foi “amplamente discutido” e todos adoram a ideia de os Estados Unidos possuírem aquela terra e desenvolvê-la em algo “magnífico”. Quando responde sobre sua visão para o local, ele parece realmente enxergá-lo como algum tipo de resort internacional para onde “pessoas do mundo” irão. E, como peça de resistência, depois de passar anos falando sobre “América Primeiro” e afirmando que não queria se envolver em “guerras eternas”, ele acabou de sugerir o envio de tropas dos EUA para a guerra perpétua mais explosiva do planeta.

Trump insistiu em suas declarações anteriores – e falsas — de que a Arábia Saudita e outros Estados árabes de acordo. A Arábia Saudita reafirmou seu apoio “inabalável” a um Estado palestino, e dois funcionários árabes expressaram perplexidade e preocupação, dizendo à CNN que era ‘difícil de entender e digerir'”. Afinal, eles também têm seus próprios cidadãos. Como relatou o Washington Post, a proposta “seria politicamente desestabilizadora no Egito e na Jordânia, onde os líderes temem que qualquer influxo de palestinos seja recebido com forte indignação devido à aparência de colaboração com Israel”. Netanyahu, por sua vez, disse que Trump “vê um futuro diferente para essa porção de terra. Vale a pena prestar atenção nisso. Estamos conversando sobre isso. É algo que pode mudar a história.” Não é um endosso completo, mas é fácil entender por que lhe agrada. Livrar-se dos palestinos (a Cisjordânia também está no plano) e ter o exército dos EUA guardando a área enquanto Netanyahu a reconstrói como um novo lar para colonos israelenses. O que poderia dar errado?

Tudo isso se encaixa nas outras ilusões de grandeza de Trump, como a ideia de anexar a Groenlândia, transformar o Canadá no 51º estado e invadir o México e/ou o Panamá, algo sobre o qual ele vem falando desde a posse. A proposta mais recente, com tom santimonioso de que seria feita pelo bem dos palestinos e levaria paz à região, trouxe de volta memórias muito desagradáveis dos dias em que o Partido Republicano vendeu a guerra do Iraque como uma cruzada para criar uma democracia jeffersoniana no Oriente Médio. Esse discurso barato sobre propriedade imobiliária (será “a Riviera do Oriente Médio!”) não carrega exatamente os mesmos ideais elevados, mas, no fim das contas, significa a mesma coisa. Todos sabemos como o Iraque terminou.

Trump fala sobre “paz” o tempo todo porque está determinado a ganhar um Prêmio Nobel da Paz (talvez dois, para superar Obama). Mas está muito longe de ser um pacifista. Observar seu comportamento ao longo desses anos não deixa dúvidas sobre sua inclinação para a dominação e a violência. As primeiras semanas de sua presidência ilustram isso mais claramente do que nunca. É difícil imaginar que ele realmente consiga executar algo de seus planos. São apenas mais uma declaração absurda de um homem cuja capacidade de escapar de qualquer responsabilização por seus crimes o levou a acreditar que tem superpoderes. Mais provavelmente, a nova atitude resultará no colapso do frágil cessar-fogo e em mais punição para os palestinos, além de gerar ainda mais incerteza e desconfiança entre os aliados dos Estados Unidos. Seus pronunciamentos vaidosos sobre expansão territorial e destino manifesto fazem o mundo temer. Não porque ele vá de fato conseguir concretizar esses planos insanos, mas pelo risco de que perca completamente o controle e tome uma decisão catastrófica. Afinal, ele ainda é o homem com os códigos nucleares.

¨      Israel prepara plano de evacuação "voluntária" de Gaza

Após o presidente dos Estados UnidosDonald Trump, anunciar planos para uma ocupação americana da Faixa de Gaza, o ministro israelense da Defesa, Israel Katz, ordenou às Forças Armadas que elaborem um plano para que palestinos deixem o território "voluntariamente". Na terça-feira (04/02), Trump surpreendeu a comunidade internacional, ao afirmar, ao lado do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, que "os EUA tomarão a Faixa de Gaza". "E faremos um trabalho com ela, também. Nós seremos donos dela."

Katz elogiou nesta quinta-feira o plano de Trump para o território palestino conflagrado, chamando-os de "corajoso": "Os moradores de Gaza devem ter a liberdade de sair e emigrar, como é a norma em todo o mundo. Instruí [as Forças Armadas] a prepararem um plano para que qualquer morador de Gaza que queira sair, o faça, para qualquer país que esteja disposto a aceitá-lo." Via X, o ministro de Netanyahu também afirmou que o plano permitiria a palestinos abandonarem o enclave por "passagens terrestres, bem como arranjos especiais para partida por mar e ar". Segundo Katz, o Hamas teria feito a própria população palestina refém, explorando-a "através do sistema de ajuda humanitária", e bloqueando sua saída do território.

<><> "Países que criticaram Israel devem acolher palestinos"

Katz argumentou ainda que os países que se opõem à ação militar israelense em Gaza deveriam receber esses palestinos: "Países como Espanha, Irlanda, Noruega, e outros, que fizeram acusações e insinuações contra Israel e suas ações em Gaza, são legalmente obrigados a permitir o ingresso em seus territórios a qualquer morador de Gaza." O ministro acrescentou que os esforços de reconstrução de uma Gaza pós-Hamas "desmilitarizada e livre de ameaças" levarão "muitos anos".

Em entrevista à emissora americana Fox News, Netanyahu elogiou a fala de Trump sobre Gaza, classificando-a como "a primeira boa ideia que ouvi": "É uma ideia notável, e acho que deveria ser realmente examinada, perseguida e levada a cabo, porque acho que criará um futuro diferente para todos." À exceção de Israel, as declarações de Trump sobre Gaza deixaram em alerta a comunidade internacional, tendo sido prontamente rejeitadas por diversos governantes e aliados regionais, inclusive a Arábia Saudita.

¨      Palestinos, judeus, armênios e mais: a limpeza étnica que mancha a história do mundo. Por Enrico Franceschini

“Evitem qualquer forma de limpeza étnica em Gaza”: o secretário-geral da ONU, António Guterres, respondeu desta forma à proposta de Donald Trump de transferir os dois milhões de palestinos da Faixa para vários países árabes e transformá-la num balneário “internacional”. Enquanto isso, a porta-voz da Casa Branca voltou atrás parcialmente nas palavras do presidente, afirmando que Trump não se comprometeu a enviar tropas americanas a Gaza para "tomar posse dela", como havia dito na entrevista coletiva conjunta com o primeiro-ministro israelense Netanyahu, e que a transferência de palestinos seria apenas uma medida temporária. Mas enquanto o mundo árabe e a Europa discordam de um projeto que violaria as normas internacionais, nos Estados Unidos não faltam aqueles que o consideram um estímulo à paz, à prosperidade e aos negócios, desenvolvendo a construção e o turismo em “40 quilômetros de litoral”. Washington nega que isto tenha sido uma “limpeza étnica”. Aqui está um histórico deste termo e os casos aos quais ele foi aplicado no passado.

<><> O que é limpeza étnica?

Limpeza étnica refere-se a uma variedade de ações que visam remover à força de um território a população de uma minoria étnica ou religiosa, mesmo recorrendo à violência, a fim de preservar a identidade e a homogeneidade de um grupo étnico predominante. Pode ocorrer por meio de deportação em massa ou métodos indiretos que visam forçar a minoria a migrar e impedir seu retorno, como assassinato, estupro e destruição de propriedade . O termo entrou em uso comum com os conflitos entre albaneses e sérvios em Kosovo a partir da década de 1980 e com as guerras na antiga Iugoslávia na década de 1990, mas o fenômeno tem precedentes muito antigos. Foi definido como um crime contra a humanidade pelo Tribunal Penal Internacional para a ex-Iugoslávia e pelo Tribunal Penal Internacional em Haia.

<><> Nos tempos antigos

Entre os primeiros exemplos de limpeza étnica, os historiadores consideram a expulsão de dezenas de milhares de judeus do Reino de Israel pelo Império Babilônico em 597 a.C., o massacre de romanos que viviam na Anatólia cometido pelo rei Mitrídates VI em 88 a.C., e as guerras romanas contra os judeus entre 115 e 136 d.C., nas quais centenas de aldeias foram arrasadas e centenas de milhares de pessoas mortas ou expulsas.

<><> Da Idade Média à Idade Moderna

Casos mais recentes incluem a expulsão e o extermínio de armênios e gregos da Anatólia durante as invasões turcas entre 1071 e 1453 d.C.; a expulsão de judeus de vários países europeus, incluindo Espanha, França e alguns estados alemães entre os séculos XIII e XVI, com a medida alternativa, em Espanha, de conversão compulsória ao catolicismo; o deslocamento forçado de nativos americanos de 1492 até a segunda metade do século XIX por colonos britânicos, espanhóis e finalmente americanos, que segundo muitos historiadores assumiu as características de genocídio; o confisco de terras e a expulsão dos irlandeses na atual Irlanda do Norte por tropas e colonos ingleses entre 1566 e 1652; o extermínio em massa das populações mongóis na região de Dzungar por ordem da dinastia chinesa Qing entre 1755 e 1757; o extermínio e deslocamento de aborígenes na Austrália por colonos brancos de 1788 até o início do século XX.

<><> Século XIX

No século XIX, a limpeza étnica continuou entre 1821 e 1922 com a expulsão em massa de muçulmanos da Bulgária, Sérvia e Grécia depois que esses três países ganharam independência do Império Otomano, que respondeu com operações semelhantes contra as minorias cristãs dentro dele; a expulsão de um milhão e meio de circassianos para a região do Cáucaso pelo Império Russo czarista por volta de 1860; a expulsão dos albaneses da Sérvia em 1830-1876 e novamente em 1877-78; os pogroms (massacres e destruição de aldeias) na Rússia contra judeus e outras minorias durante grande parte do século XIX; a expulsão de 30.000 poloneses da Prússia entre 1885 e 1890.

<><> Século XX

Operações de limpeza étnica ocorreram repetidamente durante as Guerras dos Balcãs de 1912-13 contra cristãos, turcos, gregos, macedônios e outras minorias por várias forças, com massacres e estupros de mulheres e crianças. A Primeira Guerra Mundial viu o genocídio do povo armênio pelos turcos, uma limpeza étnica na qual dois milhões de pessoas morreram.

A Guerra Civil Russa de 1918-20 levou à deportação de centenas de milhares de cossacos do Don da atual Ucrânia pelas tropas bolcheviques. Atos em massa de limpeza étnica mútua ocorreram durante a guerra greco-turca de 1922-24. Na década de 1920, houve deportações em massa e massacres da minoria tibetana na China. Durante a conquista da Líbia, o regime fascista de Benito Mussolini deportou e expulsou da Cirenaica mais de 100.000 membros das tribos indígenas locais.

Holocausto, no qual a Alemanha nazista primeiro expulsou, depois guetizou e finalmente massacrou seis milhões de judeus em campos de concentração, foi definido como o pior genocídio da história: uma limpeza étnica que Hitler queria levar à sua conclusão final, para fazer um povo inteiro desaparecer, o projeto chamado de "solução final para a questão judaica". Outras minorias, incluindo as populações ciganas e sinti da Europa, também foram afetadas pelo extermínio étnico nazista.

Sob Stalin, entre 1940 e 1952, a União Soviética deportou 3,5 milhões de minorias, incluindo um milhão de chechenos.

Em 1947, com a Partição da Índia após a independência do Império Britânico, 6 milhões de muçulmanos fugiram da Índia e 5 milhões de hindus e sikhs fugiram do Paquistão. No mesmo ano, na Iugoslávia, os partidários comunistas do marechal Tito realizaram a limpeza étnica da Ístria e da Dalmácia, forçando 300.000 italianos a se refugiarem na Itália por meio de violência, deportações e massacres.

Em 1948, centenas de milhares de palestinos fugiram ou foram expulsos do recém-formado estado de Israel durante a guerra de independência, que eclodiu após a decisão da ONU de dividir a Palestina governada pelos britânicos em dois estados, um para os judeus e outro para os palestinos. Os judeus aceitaram o plano , os palestinos o rejeitaram e, junto com cinco países árabes, atacaram os judeus, mas foram os judeus que venceram o conflito, causando o que em árabe é chamado de “nakba” (catástrofe).

Entre 1968 e 1973, toda a população do pequeno arquipélago de Chagos, no Oceano Índico, foi expulsa pelas forças britânicas para arrendar as ilhas para uma base militar americana. O regime do Khmer Vermelho no Camboja exterminou centenas de milhares de chineses, tailandeses e outras minorias nas décadas de 1960 e 1970, no que os tribunais internacionais chamaram de genocídio em massa para fins de limpeza étnica.

Durante as décadas de 1980 e 1990, houve frequentes operações de limpeza étnica em Nagorno-Karabakh, a região disputada pela Armênia e pelo Azerbaijão. E então, nas mesmas duas décadas, deportações, massacres e limpeza étnica causaram milhões de vítimas nas guerras em Kosovo e na antiga Iugoslávia. Um Tribunal Internacional indiciou, julgou e condenou vários líderes sérvios e bósnios-sérvios por esses crimes, incluindo Slobodan Milosevic, Radovan Karadzic e Ratko Mladic.

Em 1994, durante 100 dias em Ruanda, entre 800.000 e um milhão de pessoas, principalmente do grupo étnico tutsi, foram massacradas.

<><> No século XXI

Nos últimos vinte e cinco anos, a limpeza étnica se multiplicou em todos os continentes. Entre as minorias que pagaram as consequências estão a população de Timor Leste na Indonésia, vários grupos étnicos na região de Darfur, no Sudão, os Rohingya na Birmânia (Mianmar), os muçulmanos uigures na China, os Tigrai na Etiópia. Um dos casos mais recentes é o dos ucranianos, vítimas de expulsões em massa e massacres nas duas invasões russas, a de 2014 e a de 2022, que ainda está em andamento.

E depois há o caso atual de Gaza. Acusado de crimes de guerra pela guerra desencadeada em resposta à agressão do Hamas em 7 de outubro de 2023, Israel obrigou a maioria dos dois milhões de palestinos na Faixa de Gaza a abandonar suas casas, oficialmente para evitar os bombardeios contra militantes jihadistas escondidos entre a população civil: uma campanha militar que causou aproximadamente 47 mil mortes e destruiu ou danificou 80% dos edifícios.

Agora, a proposta de Trump de transferir toda a população de Gaza para o Egito e a Jordânia, supostamente com o propósito de reconstruir a Faixa, também atraiu acusações de "limpeza étnica" de muitos setores, incluindo a ONU. O termo que acompanha os conflitos humanos há dois mil e quinhentos anos.

¨      Hamas diz que não permitirá que as forças dos EUA ocupem Gaza

O movimento palestino Hamas espera que as declarações do presidente dos EUA, Donald Trump, sobre o reassentamento de palestinos não sejam sérias e não permitirá que as forças norte-americanas entrem em Gaza, disse o porta-voz do movimento, Sami Abu Zuhri, ao jornal Hurriyet, pró-governo da Turquia.

Nesta semana, Trump disse que os EUA "assumiriam o controle" da Faixa de Gaza e seriam responsáveis por reconstruir a região e transformá-la em uma "Riviera do Oriente Médio" para o mundo. "Esperamos que essas palavras não sejam sérias. Temos lutado contra a ocupação israelense por muitos anos e, naturalmente, não permitiremos outra ocupação. Consideramos as declarações de Trump injustas e insultantes para nosso povo e não permitiremos que as forças de Trump entrem em Gaza sob nenhuma circunstância", afirmou Abu Zuhri.

Apenas em 19 de janeiro, entrou em vigor um cessar-fogo entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza após mais de um ano de hostilidades que causaram a morte de 46.000 palestinos e cerca de 1.500 israelenses, se espalharam para o Líbano e Iêmen e provocaram uma troca de ataques com mísseis entre Israel e o Irã.

Abu Zuhri também disse que o Hamas sugere criar uma aliança para enfrentar as ações de Trump e frustrar as tentativas dele de atacar e controlar Gaza. "Essa aliança deve transmitir a Trump a mensagem de que os povos dessa região não são propriedade e que, se ele quiser proteger os interesses americanos, deve respeitar sua soberania e seus direitos", explicou.

Em suas declarações, Trump chamou Gaza de "local para demolição" e sugeriu que os palestinos não têm escolha, acrescentando que gostaria de ver a Jordânia e o Egito receberem os palestinos da Faixa de Gaza.

 

Fonte: Outras Palavras/Reuters/Repubblica/Sputnik Brasil

 

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