Heather Digby
Parton: Gaza não será a Riviera dos genocidas
Donald Trump e sua família claramente estão de olho nas possibilidades
de desenvolvimento imobiliário na Faixa de Gaza há algum tempo. Em março
passado, seu genro Jared Kushner, conselheiro do presidente para o Oriente
Médio (entre uma dezena de outras coisas) durante seu primeiro mandato, disse
na Harvard School of Government que “a área à beira-mar de Gaza poderia ser
muito valiosa” e sugeriu que Israel deveria “remover as pessoas e depois
limpá-la”. No dia da posse, o próprio Trump disse: “É uma localização
fenomenal. No mar, o melhor clima, algumas coisas lindas poderiam ser feitas
ali. Algumas coisas fantásticas poderiam ser feitas em Gaza”. Adicione um campo
de golfe e você terá o Trump Gaza Golf Resort para acompanhar a nova Trump
Tower em Jidá, na Arábia Saudita, e finalmente haverá paz no Oriente Médio.
Felizmente para Trump, Israel já fez o trabalho de demolição, restando
apenas a questão incômoda de se livrar dos seres humanos. Kushner mencionou
isso em sua palestra, mas só depois da campanha Trump compartilhou suas ideias
sobre como tratar a questão. Em 21 de janeiro, a bordo do Air Force One, disse
aos jornalistas que havia conversado com o rei da Jordânia e lhe pedira que
“recebesse” pelo menos parte dos palestinos que vivem em Gaza. Depois, “nós
simplesmente limpamos tudo aquilo”. Essa linguagem foi um tanto provocativa,
considerando que a limpeza étnica é considerada um crime contra a humanidade. É
mais uma declaração absurda de um homem cuja capacidade de escapar de qualquer
responsabilização por seus crimes o levou a acreditar que tem superpoderes. Ficou
claro, desde então, que o presidente teve, sozinho, a ideia de que os
palestinos simplesmente deveriam se mudar para outro lugar, algo que ele
parecia considerar a “solução final” óbvia na qual ninguém havia pensado antes.
Ontem, por fim, ele anunciou um plano totalmente elaborado, primeiro em uma de
suas sessões de assinatura de decretos executivos e depois em uma coletiva de
imprensa com o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu.
Ao responder às perguntas dos jornalistas no momento das assinaturas,
Trump falou longamente sobre como Gaza foi dizimada e como é insalubre viver
lá, de modo que – especulou – os palestinos ficariam felizes em se mudar para
outro lugar, onde poderiam ter belas casas, a serem construídas pelos outros
países árabes ricos. Segundo ele, a única razão pela qual os palestinos
permanecem em Gaza é por não terem outra alternativa. Se Egito e Jordânia lhes
oferecessem terras, eles ficariam “radiantes” em se mudar. Quando um jornalista
observou que Egito e Jordânia haviam rejeitado categoricamente essa ideia,
Trump disse que Venezuela e Panamá também haviam inicialmente dito não a ele,
mas agora estavam fazendo o que lhes foi ordenado. Poderíamos, então, esperar
que todos os outros países fizessem o mesmo.
Tudo isso já era bem estranho. Mas nada comparado ao que ele disse na
coletiva de imprensa com Netanyahu, pouco depois. Repetiu sua crença de que os
palestinos deveriam ser removidos à força para outro lugar. Mas acrescentou um
detalhe que ninguém esperava. Ao lado do primeiro-ministro de Israel, que
assentia, Trump disse que os EUA assumiriam o controle da Faixa de Gaza e
tomariam uma “posição de posse a longo prazo.” Ele sustenta que os EUA irão
arrasar o local e depois construir novos edifícios, que fornecerão empregos
para as pessoas da região. Mas não para os palestinos. Eles estarão vivendo em
sua bela porção de terra, em outros países. Segundo Trump, isso foi “amplamente
discutido” e todos adoram a ideia de os Estados Unidos possuírem aquela terra e
desenvolvê-la em algo “magnífico”. Quando responde sobre sua visão para o
local, ele parece realmente enxergá-lo como algum tipo de resort internacional
para onde “pessoas do mundo” irão. E, como peça de resistência, depois de
passar anos falando sobre “América Primeiro” e afirmando que não queria se
envolver em “guerras eternas”, ele acabou de sugerir o envio de tropas dos EUA
para a guerra perpétua mais explosiva do planeta.
Trump insistiu em suas declarações anteriores – e falsas — de que a
Arábia Saudita e outros Estados árabes de acordo. A Arábia Saudita reafirmou
seu apoio “inabalável” a um Estado palestino, e dois funcionários árabes
expressaram perplexidade e preocupação, dizendo à CNN que era ‘difícil de
entender e digerir'”. Afinal, eles também têm seus próprios cidadãos. Como relatou
o Washington Post, a proposta “seria politicamente
desestabilizadora no Egito e na Jordânia, onde os líderes temem que qualquer
influxo de palestinos seja recebido com forte indignação devido à aparência de
colaboração com Israel”. Netanyahu, por sua vez, disse que Trump “vê um futuro
diferente para essa porção de terra. Vale a pena prestar atenção nisso. Estamos
conversando sobre isso. É algo que pode mudar a história.” Não é um endosso
completo, mas é fácil entender por que lhe agrada. Livrar-se dos palestinos (a
Cisjordânia também está no plano) e ter o exército dos EUA guardando a área
enquanto Netanyahu a reconstrói como um novo lar para colonos israelenses. O
que poderia dar errado?
Tudo isso se encaixa nas outras ilusões de grandeza de Trump, como a
ideia de anexar a Groenlândia, transformar o Canadá no 51º estado e invadir o
México e/ou o Panamá, algo sobre o qual ele vem falando desde a posse. A
proposta mais recente, com tom santimonioso de que seria feita pelo bem dos
palestinos e levaria paz à região, trouxe de volta memórias muito desagradáveis
dos dias em que o Partido Republicano vendeu a guerra do Iraque como uma
cruzada para criar uma democracia jeffersoniana no Oriente Médio. Esse discurso
barato sobre propriedade imobiliária (será “a Riviera do Oriente Médio!”) não
carrega exatamente os mesmos ideais elevados, mas, no fim das contas, significa
a mesma coisa. Todos sabemos como o Iraque terminou.
Trump fala sobre “paz” o tempo todo porque está determinado a ganhar um
Prêmio Nobel da Paz (talvez dois, para superar Obama). Mas está muito longe de
ser um pacifista. Observar seu comportamento ao longo desses anos não deixa
dúvidas sobre sua inclinação para a dominação e a violência. As primeiras
semanas de sua presidência ilustram isso mais claramente do que nunca. É
difícil imaginar que ele realmente consiga executar algo de seus planos. São
apenas mais uma declaração absurda de um homem cuja capacidade de escapar de
qualquer responsabilização por seus crimes o levou a acreditar que tem superpoderes.
Mais provavelmente, a nova atitude resultará no colapso do frágil cessar-fogo e
em mais punição para os palestinos, além de gerar ainda mais incerteza e
desconfiança entre os aliados dos Estados Unidos. Seus pronunciamentos vaidosos
sobre expansão territorial e destino manifesto fazem o mundo temer. Não porque
ele vá de fato conseguir concretizar esses planos insanos, mas pelo risco de
que perca completamente o controle e tome uma decisão catastrófica. Afinal, ele
ainda é o homem com os códigos nucleares.
¨ Israel
prepara plano de evacuação "voluntária" de Gaza
Após o presidente dos Estados Unidos, Donald
Trump, anunciar planos para uma ocupação americana da Faixa de Gaza, o ministro israelense da Defesa, Israel Katz, ordenou às Forças
Armadas que elaborem um plano para que palestinos deixem o território
"voluntariamente". Na terça-feira (04/02), Trump surpreendeu a
comunidade internacional, ao afirmar, ao lado do primeiro-ministro
israelense Benjamin Netanyahu, que "os
EUA tomarão a Faixa de Gaza". "E faremos um trabalho com ela, também.
Nós seremos donos dela."
Katz elogiou nesta
quinta-feira o plano de Trump para o
território palestino conflagrado, chamando-os de
"corajoso": "Os moradores de Gaza devem ter a liberdade de
sair e emigrar, como é a norma em todo o mundo. Instruí [as Forças Armadas] a
prepararem um plano para que qualquer morador de Gaza que queira sair, o faça,
para qualquer país que esteja disposto a aceitá-lo." Via X, o ministro de
Netanyahu também afirmou que o plano permitiria a palestinos abandonarem o
enclave por "passagens terrestres, bem como arranjos especiais para
partida por mar e ar". Segundo Katz, o Hamas teria feito a própria
população palestina refém, explorando-a "através do sistema de ajuda
humanitária", e bloqueando sua saída do território.
<><>
"Países que criticaram Israel devem acolher palestinos"
Katz argumentou ainda que os
países que se opõem à ação militar israelense em Gaza deveriam receber esses
palestinos: "Países como Espanha, Irlanda, Noruega, e outros, que
fizeram acusações e insinuações contra Israel e suas ações em Gaza, são
legalmente obrigados a permitir o ingresso em seus territórios a qualquer
morador de Gaza." O ministro acrescentou que os esforços de reconstrução
de uma Gaza pós-Hamas "desmilitarizada e livre de ameaças" levarão
"muitos anos".
Em entrevista à emissora
americana Fox News, Netanyahu elogiou a fala de Trump sobre Gaza,
classificando-a como "a primeira boa ideia que ouvi": "É
uma ideia notável, e acho que deveria ser realmente examinada, perseguida e
levada a cabo, porque acho que criará um futuro diferente para todos." À
exceção de Israel, as declarações de Trump
sobre Gaza deixaram em alerta a comunidade internacional, tendo sido
prontamente rejeitadas por diversos governantes e aliados regionais, inclusive
a Arábia Saudita.
¨ Palestinos, judeus, armênios e mais: a limpeza étnica
que mancha a história do mundo. Por Enrico Franceschini
“Evitem qualquer
forma de limpeza étnica
em Gaza”:
o secretário-geral da ONU, António Guterres, respondeu desta
forma à proposta
de Donald Trump de transferir os dois milhões de palestinos da Faixa
para vários países árabes e transformá-la num balneário “internacional”.
Enquanto isso, a porta-voz da Casa Branca voltou atrás parcialmente nas
palavras do presidente, afirmando que Trump não se comprometeu a
enviar tropas americanas a Gaza para "tomar posse dela",
como havia dito na entrevista coletiva conjunta com o primeiro-ministro
israelense Netanyahu, e que a
transferência de palestinos seria apenas uma medida temporária. Mas enquanto o
mundo árabe e a Europa discordam de um projeto que violaria as normas
internacionais, nos Estados Unidos não faltam aqueles que o
consideram um estímulo à paz, à prosperidade e aos negócios, desenvolvendo a
construção e o turismo em “40 quilômetros de
litoral”. Washington nega que isto tenha sido uma “limpeza étnica”.
Aqui está um histórico deste termo e os casos aos quais ele foi aplicado no
passado.
<><> O
que é limpeza étnica?
Limpeza étnica
refere-se a uma variedade de ações que visam remover à força de um território a
população de uma minoria étnica ou religiosa, mesmo recorrendo à violência, a
fim de preservar a identidade e a homogeneidade de um grupo étnico
predominante. Pode ocorrer por meio de deportação em massa ou métodos indiretos
que visam forçar a minoria a migrar e impedir seu retorno, como assassinato,
estupro e destruição de propriedade . O termo entrou em uso comum com os
conflitos entre albaneses e sérvios em Kosovo a partir da década de
1980 e com as guerras na antiga Iugoslávia na década de 1990, mas o
fenômeno tem precedentes muito antigos. Foi definido como um crime contra a
humanidade pelo Tribunal
Penal Internacional para a ex-Iugoslávia e pelo Tribunal Penal
Internacional em Haia.
<><> Nos
tempos antigos
Entre os primeiros
exemplos de limpeza étnica, os historiadores consideram a expulsão de dezenas
de milhares de judeus do Reino de Israel pelo Império
Babilônico em 597 a.C., o massacre de romanos que viviam
na Anatólia cometido pelo rei Mitrídates VI em 88 a.C., e
as guerras romanas contra os judeus entre 115 e 136 d.C., nas quais centenas de
aldeias foram arrasadas e centenas de milhares de pessoas mortas ou expulsas.
<><> Da
Idade Média à Idade Moderna
Casos mais recentes
incluem a expulsão e o extermínio de armênios e gregos
da Anatólia durante as invasões turcas entre 1071 e 1453 d.C.; a
expulsão de judeus de vários países europeus,
incluindo Espanha, França e alguns estados alemães entre os
séculos XIII e XVI, com a medida alternativa, em Espanha, de conversão
compulsória ao catolicismo; o deslocamento forçado de nativos americanos de
1492 até a segunda metade do século XIX por colonos britânicos, espanhóis e
finalmente americanos, que segundo muitos historiadores assumiu as
características de genocídio; o confisco de terras e a expulsão dos irlandeses
na atual Irlanda do Norte por tropas e colonos ingleses entre 1566 e
1652; o extermínio em massa das populações mongóis na região
de Dzungar por ordem da dinastia chinesa Qing entre 1755 e
1757; o extermínio e deslocamento de aborígenes na Austrália por
colonos brancos de 1788 até o início do século XX.
<><> Século
XIX
No século XIX, a
limpeza étnica continuou entre 1821 e 1922 com a expulsão em massa de
muçulmanos da Bulgária, Sérvia e Grécia depois que
esses três países ganharam independência do Império Otomano, que respondeu com
operações semelhantes contra as minorias cristãs dentro dele; a expulsão de um
milhão e meio de circassianos para a região
do Cáucaso pelo Império Russo czarista por volta de 1860; a
expulsão dos albaneses da Sérvia em 1830-1876 e novamente em 1877-78; os
pogroms (massacres e destruição de aldeias) na Rússia contra judeus e
outras minorias durante grande parte do século XIX; a expulsão de 30.000
poloneses da Prússia entre 1885 e 1890.
<><> Século
XX
Operações de
limpeza étnica ocorreram repetidamente durante as Guerras dos
Balcãs de 1912-13 contra cristãos, turcos, gregos, macedônios e outras
minorias por várias forças, com massacres e estupros de mulheres e crianças.
A Primeira Guerra
Mundial viu
o genocídio do povo armênio pelos turcos, uma limpeza étnica na qual dois
milhões de pessoas morreram.
A Guerra Civil
Russa de 1918-20 levou à deportação de centenas de milhares de cossacos
do Don da atual Ucrânia pelas tropas bolcheviques. Atos em
massa de limpeza étnica mútua ocorreram durante a guerra greco-turca de
1922-24. Na década de 1920, houve deportações em massa e massacres da minoria
tibetana na China. Durante a conquista da Líbia, o regime fascista
de Benito Mussolini deportou e
expulsou da Cirenaica mais de 100.000 membros das tribos indígenas
locais.
O Holocausto, no qual
a Alemanha nazista primeiro expulsou, depois guetizou e finalmente
massacrou seis milhões de judeus em campos de concentração, foi definido como o
pior genocídio da história: uma limpeza étnica que Hitler queria
levar à sua conclusão final, para fazer um povo inteiro desaparecer, o projeto
chamado de "solução final para a questão judaica". Outras minorias,
incluindo as populações ciganas e sinti da Europa, também
foram afetadas pelo extermínio étnico nazista.
Sob Stalin,
entre 1940 e 1952, a União Soviética deportou 3,5 milhões de
minorias, incluindo um milhão de chechenos.
Em 1947, com a
Partição da Índia após a independência do Império Britânico, 6
milhões de muçulmanos fugiram da Índia e 5 milhões de hindus e
sikhs fugiram do Paquistão. No mesmo ano, na Iugoslávia, os
partidários comunistas do marechal Tito realizaram a limpeza étnica
da Ístria e da Dalmácia, forçando 300.000 italianos a se
refugiarem na Itália por meio de violência, deportações e massacres.
Em 1948, centenas
de milhares de palestinos fugiram ou foram expulsos do recém-formado estado
de Israel durante a guerra de independência, que eclodiu após a
decisão da ONU de dividir a Palestina governada pelos britânicos em
dois estados, um para os judeus e outro para os palestinos. Os judeus aceitaram
o plano , os palestinos o rejeitaram e, junto com cinco países árabes, atacaram
os judeus, mas foram os judeus que venceram o conflito, causando o que em árabe
é chamado de “nakba” (catástrofe).
Entre 1968 e 1973,
toda a população do pequeno arquipélago de Chagos, no Oceano Índico,
foi expulsa pelas forças britânicas para arrendar as ilhas para uma base
militar americana. O regime do Khmer
Vermelho no Camboja exterminou centenas de milhares de chineses,
tailandeses e outras minorias nas décadas de 1960 e 1970, no que os tribunais
internacionais chamaram de genocídio em massa para fins de limpeza étnica.
Durante as décadas
de 1980 e 1990, houve frequentes operações de limpeza étnica
em Nagorno-Karabakh, a região disputada pela Armênia e
pelo Azerbaijão. E então, nas mesmas duas décadas, deportações, massacres
e limpeza étnica causaram milhões de vítimas nas guerras em Kosovo e
na antiga Iugoslávia. Um Tribunal Internacional indiciou, julgou e
condenou vários líderes sérvios e bósnios-sérvios por esses crimes,
incluindo Slobodan Milosevic, Radovan Karadzic e Ratko
Mladic.
Em 1994, durante
100 dias em Ruanda, entre 800.000 e
um milhão de pessoas, principalmente do grupo étnico tutsi, foram
massacradas.
<><> No
século XXI
Nos últimos vinte e
cinco anos, a limpeza étnica se multiplicou em todos os continentes. Entre as
minorias que pagaram as consequências estão a população de Timor
Leste na Indonésia, vários grupos étnicos na região de Darfur,
no Sudão, os Rohingya na Birmânia (Mianmar), os
muçulmanos uigures na China, os Tigrai na Etiópia. Um dos casos
mais recentes é o dos ucranianos, vítimas de expulsões em massa e massacres nas
duas invasões russas, a de 2014 e a de 2022, que ainda está em andamento.
E depois há o caso
atual de Gaza. Acusado de crimes de guerra pela guerra desencadeada em
resposta à agressão do Hamas em 7 de outubro
de 2023, Israel obrigou
a maioria dos dois milhões de palestinos na Faixa de Gaza a abandonar
suas casas, oficialmente para evitar os bombardeios contra militantes
jihadistas escondidos entre a população civil: uma campanha militar que causou
aproximadamente 47 mil mortes e destruiu ou danificou 80% dos edifícios.
Agora, a proposta
de Trump de transferir toda a população de Gaza para
o Egito e a Jordânia, supostamente com o propósito de
reconstruir a Faixa, também atraiu acusações de "limpeza étnica"
de muitos setores, incluindo a ONU. O termo que acompanha os conflitos humanos
há dois mil e quinhentos anos.
¨ Hamas diz que não permitirá que as forças dos EUA
ocupem Gaza
O movimento
palestino Hamas espera que as declarações do presidente dos EUA, Donald Trump,
sobre o reassentamento de palestinos não sejam sérias e não permitirá que as
forças norte-americanas entrem em Gaza, disse o porta-voz do movimento, Sami
Abu Zuhri, ao jornal Hurriyet, pró-governo da Turquia.
Nesta semana, Trump
disse que os EUA "assumiriam o
controle" da
Faixa de Gaza e seriam responsáveis por reconstruir a região e transformá-la em
uma "Riviera do Oriente Médio" para o mundo. "Esperamos
que essas palavras não sejam sérias. Temos lutado contra a ocupação israelense
por muitos anos e, naturalmente, não permitiremos outra ocupação. Consideramos
as declarações de Trump injustas e insultantes para nosso povo e não
permitiremos que as forças de Trump entrem em Gaza sob nenhuma
circunstância", afirmou Abu Zuhri.
Apenas em 19 de
janeiro, entrou em vigor um cessar-fogo entre Israel e o
Hamas na
Faixa de Gaza após mais de um ano de hostilidades que causaram a morte de
46.000 palestinos e cerca de 1.500 israelenses, se espalharam para o Líbano e
Iêmen e provocaram uma troca de ataques com mísseis entre Israel e o Irã.
Abu Zuhri também
disse que o Hamas sugere criar uma aliança para enfrentar as ações de
Trump e frustrar as tentativas dele de atacar e controlar Gaza. "Essa
aliança deve transmitir a Trump a mensagem de que os povos dessa
região não são propriedade e que, se ele quiser proteger os
interesses americanos, deve respeitar sua soberania e seus direitos",
explicou.
Em suas
declarações, Trump chamou Gaza de "local para
demolição" e
sugeriu que os palestinos não têm escolha, acrescentando que gostaria de ver a
Jordânia e o Egito receberem os palestinos da Faixa de Gaza.
Fonte: Outras
Palavras/Reuters/Repubblica/Sputnik Brasil
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