sábado, 8 de fevereiro de 2025

Fevereiro laranja e roxo: cores chamam atenção para cuidados com a saúde

O mês de Fevereiro, assim como outros meses do ano, destaca o alerta para cuidados à saúde física através de cores específicas. Para isso, fevereiro é marcado pelas cores roxa e laranja

Mas o que significa as cores? O roxo é utilizado para a conscientização sobre lúpus, o Alzheimer e a fibromialgia. Já o laranja, destaca a leucemia e a doação de medula óssea. Tais doenças crônicas podem ser difíceis de serem reconhecidas precocemente, o que dificulta um tratamento eficaz.

·        Lúpus

Caracterizado como um distúrbio crônico, o lúpus faz com que o organismo produza mais anticorpos que o necessário para manter o organismo em pleno funcionamento. Os anticorpos em excesso passam a atacar o organismo, causando inflamações nos rins, pulmões, pele e articulações. 

Segundo o Ministério da Saúde, o Lúpus Sistêmico (Les) é a forma mais séria da doença e também a mais comum, afetando aproximadamente 70% dos pacientes portadores do distúrbio. Ele afeta principalmente mulheres, sendo 9 em 10 pacientes com o risco mais elevado durante a idade fértil.

Os principais sintomas da doença são: cansaço, febre, perda de apetite, manchas e lesões na pele, inchaço e rigidez nos músculos, dificuldade para respirar, dor de cabeça, queda de cabelo e confusão mental. Tais sintomas podem ser divergentes de um paciente para outro e também se aplicam a outras doenças, o que dificulta o diagnóstico.

Como a causa do distúrbio é desconhecida, carece de tratamentos preventivos e que cure de vez o paciente. O tratamento é medicamentoso. Hábitos saudáveis são recomendados para evitar o desenvolvimento do lúpus.  

·        Fibromialgia 

Fibromialgia ataca especificamente as articulações, causando dores musculares generalizadas. A síndrome também provoca cansaço excessivo, alterações no sono, ansiedade e depressão. A doença pode aparecer depois de eventos graves como um trauma físico, psicológico ou até mesmo uma infecção. 

O motivo pelo qual pessoas desenvolvem a doença ainda é desconhecido. No Brasil, a Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR) calcula que a fibromialgia afeta cerca de 3% da população. De cada 10 pacientes com fibromialgia, sete a nove são mulheres.

Sintomas como sono não reparador, dores musculares, fadiga, ansiedade e depressão podem caracterizar a doença, assim como também aparecem em portadores de artrite reumatoide e lúpus. O tratamento da doença sem cura é o alívio dos sintomas, com exercícios aeróbicos e medicamentos. 

·        Alzheimer 

Nomeado em homenagem de Alois Alzheimer, psiquiatra alemão que fez a primeira descrição da doença em 1906, a condição neuro-degenerativa causa o declínio das funções cognitivas, como declínio gradual de funções cognitivas. Com o passar do tempo, ele interfere no comportamento e personalidade da pessoa, causando consequências como a perda de memória. 

De acordo com o Ministério da Saúde, o Alzheimer é a causa mais comum de demência – um grupo de distúrbios cerebrais que causam a perda de habilidades intelectuais e sociais. No Brasil, existem cerca de 15 milhões de pessoas com mais de 60 anos de idade, das quais 6% por cento têm a doença de Alzheimer, segundo dados da Associação Brasileira de Alzheimer (Abraz).

Quatro estágios da doença vão da forma inicial até o estado terminal. Ela acompanha sintomas como alteração de memória, personalidade e habilidades, agitação, incontinência fecal e urinária, dificuldade para comer e infecções intercorrentes. 

Assim como as doenças apresentadas anteriormente, o Alzheimer não tem cura e é tratado para amenizar e retardar o avanço via medicamentos. Terapia e atividade física auxiliam no conforto e qualidade de vida do paciente. 

·        Leucemia 

câncer na medula óssea é uma doença maligna dos glóbulos brancos, geralmente, de origem desconhecida. Dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA) apontam que, entre 2023 e 2025, o Brasil registrou mais de 11 mil casos de leucemia por ano. Os sintomas incluem anemia, palidez, sonolência, fadiga, palpitação, manchas roxas na pele ou pontos vermelhos, bem como gânglios linfáticos inchados, perda de peso, febre e dores nas articulações e ossos.

A campanha também frisa a importância da doação de medula óssea, principal tratamento para a doença. A doação é muito importante, pois a cada cem mil pacientes, apenas um doador é compatível, segundo o Ministério da Saúde. O tratamento depende da agressividade do câncer, abrangendo quimio e radioterapia.  

¨      Café, chocolate e vinho reduzem risco de síndrome metabólica, diz pesquisa

Uma dieta rica em alimentos como uva, morango, açaí, laranja, chocolate, vinho e café pode reduzir em até 23% o risco de síndrome metabólica — que é um conjunto de alterações hormonais e no metabolismo que eleva a chance de desenvolver doenças cardiovasculares. A descoberta consta em um estudo feito com mais de 6 mil brasileiros, divulgado nesta segunda-feira (3/2).

A pesquisa associa os efeitos do consumo de polifenóis — compostos bioativos conhecidos pela ação antioxidante e anti-inflamatória — na proteção de problemas cardiometabólicos. “Trata-se de uma boa notícia para quem gosta de frutas, chocolate, café e vinho, alimentos ricos nesses compostos. Embora a relação entre o consumo de polifenóis e a redução do risco de síndrome metabólica já ter sido identificada em estudos anteriores, ela nunca havia sido verificada em uma população tão grande e ao longo de tanto tempo (oito anos), afirma Isabela Benseñor, professora da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FM-USP) e coautora do artigo.

A síndrome metabólica é caracterizada pela combinação de pressão alta, obesidade abdominal, níveis sanguíneos elevados de açúcar (hiperglicemia), de triglicerídeos e de colesterol (dislipidemia). Geralmente, o diagnóstico é dado quando o indivíduo apresenta pelo menos três desses cinco fatores.

Existem mais de 8 mil tipos de polifenóis já identificados na natureza, sendo que os mais conhecidos e estudados são os ácidos fenólicos (presentes no café e no vinho), os flavonoides (frutas de forma geral, feijão e chocolate), as lignanas (sementes e laranja) e os estilbenos (uva roxa e vinho tinto).

Para identificar quais substâncias os participantes da pesquisa consumiam regularmente, foram aplicados questionários. Então, verificou-se a frequência da ingestão de 92 alimentos ricos em diferentes classes de polifenóis. Os efeitos de diferentes métodos de cozimento e processamento foram levados em consideração para permitir medições precisas da ingestão desses compostos bioativos.

Os pesquisadores observaram que um consumo elevado de polifenóis totais (469 miligramas por dia), proveniente de diferentes alimentos, diminuiu em 23% o risco de os indivíduos desenvolverem a síndrome metabólica, em comparação com aqueles que apresentaram um consumo mais baixo (177 mg/d). Uma redução similar do risco foi encontrada para o consumo de ácidos fenólicos, uma classe específica de polifenol abundante no café, vinho tinto e nos chás.

“A variedade alimentar importa, pois uma das justificativas para os efeitos benéficos dos polifenóis na saúde é a sua capacidade de modular a microbiota intestinal. Esse processo pode estimular o crescimento de bactérias benéficas, conhecidas como probióticas. Porém, quanto mais diversa for a alimentação e mais variadas forem as fontes de polifenóis na dieta, melhor é o efeito na microbiota intestinal e, consequentemente, na saúde do indivíduo”, cita a pesquisadora Renata Carnaúba.

A análise dos dados para o artigo foi feita na Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF) da Universidade de São Paulo (USP). Os resultados foram divulgados no periódico Journal of Nutrition.

 

Fonte: Correio Braziliense

 

Nenhum comentário: