Juliana Bezerra: Desigualdade
Social no Brasil
A Desigualdade Social no Brasil é um problema
que afeta grande parte da população brasileira, embora nos últimos anos ela tem
diminuído.
As regiões mais afetadas pelos problemas
sociais são o Norte e o Nordeste do país, os quais apresentam os piores IDH's
(Índice de Desenvolvimento Humano) do Brasil.
Resultados da Pesquisa Nacional por Amostra de
Domicílios (PNAD-2011) e do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea),
apontam a diminuição da pobreza e, consequentemente, da desigualdade social.
Assim, nos últimos anos 28 milhões de
brasileiros saíram da pobreza absoluta e 36 milhões entraram na classe média.
Entretanto, estima-se que 16 milhões de
pessoas ainda permanecem na pobreza extrema.
Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica
Aplicada (Ipea), as transferências do Programa Bolsa Família são responsáveis
por 13% da redução da desigualdade no país.
·
Causas e Consequências
Embora o Brasil esteja entre os dez países com
o PIB mais alto, é o oitavo país com o maior índice de desigualdade social e
econômica do mundo.
Segundo relatório de ONU (2010) as
principais causas da desigualdade
social são:
·
Falta de acesso à educação de qualidade;
·
Política fiscal injusta;
·
Baixos salários;
·
Dificuldade de acesso aos serviços básicos:
saúde, transporte público e saneamento básico.
Decorrente, essencialmente, da má distribuição
de renda, as consequências da
desigualdade social no Brasil são observadas pela:
·
favelização;
·
pobreza;
·
miséria;
·
desemprego;
·
desnutrição;
·
marginalização;
·
violência.
Estudiosos propõem soluções para o problema,
dentre eles: aliar democracia com eficiência econômica e justiça social.
·
Coeficiente de Gini
O Coeficiente de Gini foi desenvolvido pelo
demógrafo, estatístico e sociólogo italiano Corrado Gini (1884-1965) no ano de
1912.
O Coeficiente ou Índice de Gini mede as
desigualdades de uma sociedade, por exemplo, de renda, de riqueza e de
educação.
No Brasil, em 2011, o índice de Gini na área
social foi de 0,527, demonstrando o menor número desde 1960 (0,535). Na lógica
do sistema de Gini, quanto mais próximo de zero, menor é a desigualdade.
No entanto, segundo o coeficente de Gini, a
desigualdade social no Brasil teve um aumento considerável em 2017 decorrente
da crise econômica.
Ou seja, em 22 anos ela cresceu pela primeira
vez, sendo o desemprego um dos maiores responsáveis. Dados atuais afirmam que a
taxa de desemprego está em 12,3%, o que afeta 12,6 milhões de pessoas.
·
Cadastro Único
Também conhecido por "CadÚnico", o
"Cadastro Único para Programas Sociais" foi criado durante o governo
do Fernando Henrique Cardoso, em 2001.
O Cadastro é um instrumento responsável pela
coleta de dados e informações a fim de identificar todas as famílias de baixa
renda existentes no Brasil. Ele objetiva a inclusão por meio de programas de
assistência social e redistribuição de renda.
·
Plano Brasil Sem Miséria (BSM)
O Plano Brasil Sem Miséria,
criado em 2011, tem como principal objetivo desenhar o mapa da pobreza do
Brasil.
Para isso, o plano propõe o rompimento de
barreiras sociais, políticas, econômicas e culturais que segregam pessoas e
regiões.
Ele objetiva, no campo e na cidade,
identificar e inscrever as pessoas de baixa renda que, por algum motivo, não
recebem auxílios.
No campo, onde está concentrada a
maior parcela, ou seja, 47 % do público do plano, as estratégias para o meio
rural, focadas na produção do agricultor são:
·
Assistência Técnica;
·
Fomento e Sementes;
·
Programa Água para Todos;
·
Acesso aos Mercados (Programa de Aquisição de
Alimentos - PAA);
·
Compra da Produção.
Já na cidade,
o foco está nas oportunidades de trabalho para os mais pobres. Dentre as
estratégias propostas pelo Plano estão:
·
Mapa de Oportunidades;
·
Qualificação de Mão de Obra;
·
Intermediação Pública de Mão de Obra;
·
Ampliação da Política de Microcrédito;
·
Incentivo à Economia Popular e Solidária.
O Programa Nacional de Acesso ao Ensino
Técnico e Emprego (Pronatec) é responsável por coordenar a oferta de vagas dos
cursos de formação inicial e continuada com ênfase na qualificação
profissional. Ele conta com a parceria do Ministério da Educação (MEC) e do
Plano Brasil Sem Miséria (BSM).
Para tanto, a meta do Plano Brasil Sem Miséria
prevê a capacitação de um milhão de pessoas inscritas no "Cadastro
Único" até 2014.
<>< Outros Programas Públicos Sociais
do Brasil que podemos destacar são:
·
Bolsa Família
·
Previdência Rural
·
Brasil Alfabetizado
·
Saúde da Família
·
Brasil Sorridente
·
Mais Educação
·
Rede Cegonha
<><> Curiosidades
·
Segundo o Fórum Econômico Mundial (2013), a
principal causa das manifestações ocorridas no Brasil em 2013 foi a
desigualdade social.
·
O Data Social é o banco de dados e de
indicadores que permite visualizar o panorama social, perfil econômico e
estrutura demográfica de municípios e estados brasileiros.
·
A Identificação de Localidades e Famílias em
Situação de Vulnerabilidade (IDV) é uma ferramenta de construção de mapas que
apresenta dados, indicadores de pobreza, situações de vulnerabilidade, bem como
grupos populacionais específicos ao nível de estados, municípios e setores
censitários do Brasil.
¨ Os
maiores exemplos de desigualdade social no Brasil
A desigualdade social no Brasil, marcada pela
distribuição desigual de renda, é evidente. Basta uma simples observação sobre
a sociedade em que vivemos:
1. Favelização
O cenário habitacional é um forte indício da
condição de desigualdade. O aglomerado de casas, em grande parte construídas
nos morros, contrasta com as mansões e as casas em condomínios fechados.
Muitas vezes localizam-se muito próximas umas
às outras, o que torna o contraste ainda mais chocante.
As favelas não passam por qualquer tipo de
planejamento e as casas tendem a aumentar à medida que as famílias crescem.
Por outro lado, isso não acontece com as casas
nobres, as quais são cuidadosamente projetadas.
2. Desigualdade alimentar
Há pessoas que não têm condições para comer o
mínimo necessário. Muitos passam fome, decorrendo daí quadros de desnutrição e
muitos casos de mortalidade infantil.
Acresce que a prioridade na hora de comprar os
alimentos é dada aqueles que sustentam mais, embora nem sempre sejam os mais
saudáveis.
Por outro lado, existe uma fatia da sociedade
cuja quantidade e, especialmente, a qualidade dos alimentos, é garantida
diariamente.
3. Falta de saneamento básico
A realidade da falta de esgoto sanitário, do
tratamento de distribuição de água, entre outros, infelizmente ainda faz parte
do cotidiano de milhares de brasileiros.
Sujeitas a uma série de doenças, a falta
de saneamento
básico pode levar pessoas à morte. Esse é um
problema presente nas periferias e mais evidente na região norte do Brasil, mas
que passa ao lado da classe alta brasileira, em cujos locais habitados e
frequentados estão garantidos o tratamento dos esgotos e a coleta do lixo.
4. Ensino de baixa qualidade
O acesso às escolas públicas é usufruído pelos
que têm menos possibilidades. Isso porque quem pode dispensa o ensino oferecido
pelo Estado, cuja condições são muitas vezes precárias, e investe nas escolas
pagas.
A diferença é marcada pelos salários dos
professores, muito superior na rede particular, o que se traduz no incentivo
para dar aula. Além disso, a infraestrutura e os materiais disponibilizados nas
escolas privadas reforçam as diferenças entre ambas as situações.
5. Menos formação
Além da diferença na qualidade do ensino, quem
tem mais poder aquisitivo pode completar a educação acadêmica aderindo a
cursos, muitas vezes de valor elevado.
Os cursos de aperfeiçoamento, bem como as
experiências no exterior, são práticas comuns entre os mais favorecidos
socialmente. Dos intercâmbios, eles também levam a oportunidade aprender uma
segunda língua.
Melhor preparados, os mais favorecidos
ultrapassam o nível dos que têm menos oportunidades, o que é mais uma prova de
desigualdade social.
6. Desemprego
Depois de usufruir de um ensino melhor, os
candidatos mais qualificados também podem aproveitar um leque de oportunidades
de trabalho mais abrangente.
Apesar de não ser garantia para conseguir uma
vaga no mercado
de trabalho, quando não há muitas vagas, o diferencial é
o fator de desempate.
Além das possibilidades aumentarem, é possível
que o valor das remunerações para os mais qualificados também seja superior.
Enquanto isso, os menos qualificados fazem
“bicos” para conseguir arcar com as despesas diárias.
7. Precariedade na saúde pública
Os mais pobres recorrem aos hospitais
públicos, deparando com a falta de profissionais e outros.
A carência financeira pode ser tão grande que
a falta de materiais e de medicamentos se torna uma realidade para as pessoas
atendidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Enquanto isso, os mais ricos recorrem aos
hospitais privados ou clínicas. Neles a gestão de recursos geralmente é mais
eficaz e há tecnologia para assistir a necessidade dos seus pacientes.
8. Precariedade no transporte público
Os meios de transporte também fazem a
diferença na vida das pessoas com mais ou menos renda.
A alternativa dos mais carenciados é a
utilização de transporte coletivo, muitas vezes, superlotado. Na maior parte do
Brasil esse é um serviço ineficiente, principalmente porque não garante acesso
a toda a população.
Os mais favorecidos recorrem ao seu próprio
meio de transporte. Apesar do estresse do trânsito, eles podem planejar de
forma mais independente os seus horários e percursos.
Garantem também o benefício de poder
transportar suas coisas e ir sempre sentado, entre outros.
9. Falta de acesso à cultura
A população mais favorecida tem mais
oportunidade para usufruir de uma variedade alargada de atividades. São
exemplos viagens, concertos e visitas a museus e exposições.
Esses acessos, infelizmente, são restringidos
a uma grande parte da população brasileira. Isso porque certas atividades têm
um grande peso no orçamento de uma família e, assim, entram na lista das
prioridades menores, que acabam não sendo usufruídas.
Acontece que essas atividades aumentam a
qualidade de vida das pessoas, além de que alarga o seu nível cultural.
Fonte: Toda Matéria
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