quinta-feira, 6 de fevereiro de 2025

Como 'tarifaço' de Trump pode ser oportunidade para a China ampliar poder e influência no mundo

Se a China está brava com os Estados Unidos por impor uma tarifa extra de 10% sobre todos os produtos chineses, ela está fazendo um bom trabalho em esconder isso. Canadá e México reagiram de maneira imediata e mais contundente que a China ao anúncio de aumento de tarifas a seus produtos pelo presidente americano, Donald Trump.

O primeiro-ministro canadense Justin Trudeau disse que seu país "não iria recuar" ao anunciar uma taxa de 25% sobre US$ 155 bilhões em produtos americanos. E a presidente mexicana, Claudia Sheinbaum, havia anunciado tarifas no mesmo patamar a produtos americanos. Os dois acabaram negociando com Trump e prometendo reforçar suas fronteiras com os EUA em troca de uma pausa de 30 dias sobre a elevação das tarifas.

Pequim, no entanto, conteve seu fogo até esta terça (04), quando anunciou tarifas de 15% sobre carvão e gás natural americano. E de 10% obre óleo cru e veículos como maquinário de agricultura e caminhonetes. A China ainda anunciou uma investigação anti-monopólio do Google. E incluiu algumas empresas americanas, como a Calvin Klein, na sua lista de entidades não confiáveis.

Desde o primeiro mandato de Trump, quando ele impôs também uma série de tarifas sobre produtos chineses, que o governo chinês busca diversificar ainda mais parcerias comerciais. A economia chinesa atualmente não é tão dependente dos EUA como era naquela época. Pequim fortaleceu seus acordos comerciais na África, América do Sul e Sudeste Asiático. Agora é o maior parceiro comercial de mais de 120 países. Os 10% adicionais podem não oferecer a alavancagem que Trump quer, diz Chong Ja Ian do centro de estudos Carnegie China. "A China vai pensar que provavelmente pode suportar 10% — portanto, acho que Pequim está se mantendo calma. Porque se não for um grande problema, não há razão para começar uma briga com o governo Trump, a menos que haja um benefício real para Pequim."

·        Oportunidade para a China?

O presidente Xi Jinping também pode ter outro motivo: talvez ele veja uma oportunidade aqui. Trump está semeando divisão em seu próprio quintal, ameaçando atingir até mesmo a União Europeia (UE) com tarifas — tudo em sua primeira semana de governo. Suas ações podem fazer com que outros aliados dos EUA se perguntem o que os espera. Em contraste, a China vai querer parecer um parceiro comercial global calmo, estável e talvez mais atraente. "A política de Trump, de colocar a América em primeiro lugar, trará desafios e ameaças a quase todos os países do mundo", diz Yun Sun, diretor do programa China no centro de pesquisas Stimson Centre. "Da perspectiva da competição estratégica EUA-China, uma deterioração da liderança e credibilidade dos EUA beneficiará a China. É improvável que isso se torne bom para a China no nível bilateral, mas Pequim certamente tentará fazer uma limonada."

Como líder da segunda maior economia do mundo, Xi não escondeu sua ambição de que a China lidere uma ordem mundial alternativa. Desde o fim da pandemia de covid, ele viajou muito e apoiou grandes instituições internacionais, como o Banco Mundial, e tratados como os acordos climáticos de Paris. A mídia estatal chinesa retratou isso como uma forma de abraçar países em todo o mundo e aprofundar os laços diplomáticos. Antes disso, quando Trump interrompeu o financiamento dos EUA para a OMS em 2020, a China prometeu fundos adicionais. Agora, são altas as expectativas de que Pequim poderá intervir para preencher o vácuo dos EUA novamente, após a saída de Washington da OMS. O mesmo se aplica ao congelamento da ajuda que está causando tanto caos em países e organizações que há muito dependem do financiamento dos EUA: a China pode querer preencher a lacuna, apesar de uma crise econômica.

Em seu primeiro dia de volta ao cargo, Trump congelou toda a assistência estrangeira fornecida pelos EUA, que é de longe o maior doador de ajuda do mundo. Centenas de programas de ajuda estrangeira entregues pela Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID, na sigla em inglês) foram paralisados. Alguns já recomeçaram, mas os contratantes de ajuda descrevem o caos contínuo enquanto o futuro da agência está em jogo.

John Delury, historiador da China moderna e professor da Universidade Yonsei em Seul, diz que a doutrina "América Primeiro" de Trump pode enfraquecer ainda mais a posição de Washington como líder global. "A combinação de tarifas sobre os principais parceiros comerciais e o congelamento da assistência estrangeira envia uma mensagem ao Sul Global e à OCDE de que os EUA não estão interessados ​​em parcerias e colaborações internacionais", ele diz à BBC News. "A mensagem consistente do presidente Xi de globalização 'ganha-ganha' assume um significado totalmente novo à medida que a América se afasta do mundo." Em sua tentativa de governança global, Pequim tem buscado uma chance de derrubar a ordem mundial liderada pelos americanos dos últimos 50 anos — e a incerteza do Trump 2.0 pode muito bem ser isso.

·        Novas alianças

"Se isso realmente confere a Pequim uma vantagem fundamental, eu não tenho certeza", diz Chong. "Muitos aliados e parceiros dos EUA, especialmente no Pacífico, têm um motivo para trabalhar com Pequim, mas também têm motivos para serem cautelosos. É por isso que vimos Japão, Coreia do Sul, Filipinas e Austrália se aproximarem, em parte por causa das apreensões que nutrem em relação à China."

Há um "ímpeto crescente" para um possível relacionamento trilateral entre Austrália, Japão e Coreia do Sul, motivado pelo "impacto de uma segunda administração Trump", de acordo com o Instituto Australiano de Assuntos Internacionais.

Todos os três estão preocupados com a assertividade da China com as Filipinas no Mar da China Meridional. Eles também estão preocupados com uma possível guerra pela ilha autônoma de Taiwan. Pequim a vê como uma província separatista que, eventualmente, fará parte do país, e não descartou o uso da força para conseguir isso. Taiwan tem sido há muito tempo uma das questões mais controversas nas relações EUA-China, com Pequim condenando qualquer apoio percebido de Washington a Taipei. Mas pode ser difícil para Washington reagir aos sinais de agressão chinesa quando Trump ameaça repetidamente anexar o Canadá ou comprar a Groenlândia.

A maioria dos países da região usou uma aliança militar com Washington para equilibrar seu relacionamento econômico com a China. Mas agora, cautelosos com Pequim e usurpação dos EUA, eles podem criar novas alianças asiáticas, sem nenhuma das maiores potências do mundo.

·        Calma antes da tempestade

Trump anunciou as tarifas no fim de semana, enquanto as famílias chinesas celebravam o Ano Novo e convidavam o Deus da Fortuna para suas casas. Lanternas vermelhas brilhantes balançam atualmente sobre as ruas vazias de Pequim, já que a maioria dos trabalhadores foi para suas cidades de origem durante o maior feriado do ano. A resposta da China tem sido muito mais silenciosa do que a do Canadá ou do México. O Ministério do Comércio anunciou planos de tomar medidas legais e usar a Organização Mundial do Comércio para expressar suas queixas. Mas isso representa pouca ameaça a Washington. O sistema de solução de controvérsias da OMC está efetivamente fechado desde 2019, quando Donald Trump — em seu primeiro mandato — bloqueou a nomeação de juízes para lidar com apelações.

À medida que o feriado chega ao fim e os funcionários do partido comunista retornam a Pequim e ao trabalho, eles têm decisões a tomar. Os funcionários foram encorajados nas últimas semanas por sinais de que o governo Trump pode querer manter o relacionamento estável, especialmente depois que os dois líderes tiveram o que Trump chamou de "um ótimo telefonema" no mês passado. Por enquanto, a China está se mantendo calma, talvez na esperança de fechar um acordo com Washington para evitar mais tarifas e impedir que o relacionamento entre as duas maiores economias do mundo saia do controle. Mas alguns acreditam que isso não pode durar, pois tanto republicanos quanto democratas passaram a ver a China como a maior ameaça econômica e de política externa do país. "A imprevisibilidade de Trump, sua impulsividade e imprudência levarão inevitavelmente a choques significativos no relacionamento bilateral", diz Wu Xinbo, professor e diretor do Centro de Estudos Americanos da Universidade Fudan. "Além disso, sua equipe contém alguns falcões, até mesmo falcões extremos sobre a China. É inevitável que o relacionamento bilateral enfrente sérias interrupções nos próximos quatro anos."

A China certamente está preocupada com seu relacionamento com os EUA e com os danos que uma guerra comercial pode causar à sua economia em desaceleração. Mas também estará procurando maneiras de usar o pêndulo político atual para balançar a comunidade internacional em seu caminho e dentro de sua esfera de influência.

¨      China responde aos EUA com taxas e investigação do Google

Em retaliação a medidas anunciadas no último final de semana pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a China divulgou nesta terça-feira (04/02) que irá taxar a importação de produtos e commodities americanas, como veículos, equipamentos e energia. Além disso, Pequim disse que está investigando a gigante de tecnologia Google e que incluiu o grupo PVH Corp – proprietário das marcas Tommy Hilfiger e Calvin Klein – e a empresa de biotecnologia Illumina em uma lista de "entidades não confiáveis".

No sábado, Trump havia decretado taxas de até 25% sobre produtos do Canadá e do México, e artigos oriundos da China sofreram uma tarifa adicional de 10%, além das taxas já existentes. Na segunda-feira, o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, e a presidente do México, Claudia Sheinbaum, fecharam acordos independentes com Trump para a suspensão das tarifas para os próximos 30 dias. Ambos os países se comprometeram a reforçar a segurança nas fronteiras com os EUA, a fim de coibir o tráfico de drogas e armas, e o fluxo de migrantes ilegais. As novas tarifas para a China, no entanto, foram mantidas, o que fez com que Pequim respondesse imediatamente, impondo taxas de 15% sobre o carvão e o gás natural provenientes dos EUA, enquanto petróleo bruto, maquinário agrícola e veículos foram taxados em 10%. O país também informou que deverá recorrer à Organização Mundial do Comércio (OMC). As taxas, contudo, só passarão a valer a partir do dia 10 de fevereiro. Isso dá à China e aos EUA tempo para tentar negociar um acordo. Pequim declarou que as medidas foram uma resposta ao "aumento unilateral de tarifas" por parte de Washington, que "viola seriamente as regras da Organização Mundial do Comércio, não resolve seus próprios problemas e prejudica a cooperação econômica e comercial entre a China e os Estados Unidos".

<><> Contato com Xi Jinping

O presidente americano argumentou que a imposição das novas tarifas tem como objetivo punir países aos quais ele atribui a culpa pelo fluxo de migrantes ilegais e drogas – como o fentanil – para os EUA. Trump também disse que pretende fazer contato direto com o homônimo chinês, Xi Jinping. Com a pausa nas tarifas a México e Canadá, as bolsas asiáticas amanheceram em alta nesta terça-feira. Mas alguns desses ganhos foram reduzidos pelos investidores depois que a China anunciou as retaliações. O movimento de americanos e chineses ameaça uma escalada ainda maior na guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo. A China é um dos maiores mercados de energia dos EUA. Somente em 2024, as importações de petróleo, carvão e gás natural liquefeito somaram 7 bilhões de dólares (R$ 40,7 bilhões) – valor muito inferior se comparado às importações da Rússia, que chegaram a 94 bilhões de dólares (R$ 546,2 bilhões).

<><> Google alvo de investigação antitruste

A Administração Estatal para a Regulamentação do Mercado da China divulgou também nesta terça que abriu uma investigação contra o Google por suspeita de violação de leis antitruste – que abrange a livre concorrência e o combate a cartéis ou monopólios. Uma vez que o Google tem presença limitada no território chinês, ainda não está claro de que forma a investigação afetará a empresa. O mecanismo de busca da gigante americana está bloqueado no país, o que também acontece com a maioria das plataformas ocidentais. Até o momento, o Google não se manifestou sobre a mais recente investigação. A relação entre o Google e a China está bastante estremecida desde 2010, quando a empresa abandonou o mercado chinês após se recusar a atender a solicitações impostas por Pequim e também por ter sofrido uma série de ataques virtuais.

<><> "Risco de guerra comercial"

Outras duas empresas americanas foram colocadas em uma lista de "entidades não confiáveis" pelo Ministério do Comércio chinês: o PVH Group, proprietário das marcas de vestuário Calvin Klein e Tommy Hilfiger, e a Illumina, empresa de biotecnologia que tem filiais na China. A ação impede que essas companhias atuem em atividades de importação ou exportação relacionadas à China e que façam novos investimentos no país.

Pequim começou a investigar o PVH Group em setembro do ano passado, argumentando "comportamento impróprio em relação a Xinjiang", depois que a empresa supostamente boicotou o uso de algodão produzido nessa região, no noroeste da China. De acordo com Stephen Dover, estrategista-chefe de mercado e diretor do Instituto Franklin Templeton, as respostas chinesas aparentam ser calculadas. Ainda assim, podem causar impacto global. "Há o risco de que esse seja o início de uma guerra comercial que poderia resultar em um crescimento menor do PIB em todo o mundo, em uma inflação mais alta nos EUA, em um dólar mais forte e em pressão para a alta das taxas de juros nos EUA", declarou Dover.

<><> Panamá recua em relação à China

Um dia antes da resposta chinesa a Trump, o Panamá anunciou que desistiu de integrar o projeto global de infraestrutura Nova Rota da Seda, amenizando a tensão com o governo americano depois que Trump ameaçou tomar a hidrovia que corta o país, na América Central. A decisão foi comemorada pelos EUA. O secretário de Estado, Marco Rubio, admitiu que a questão é "delicada" e elogiou os esforços do país – num tom diplomático bem diferente do adotado no domingo (02/02), quando exigiu medidas imediatas. Ao retornar aos EUA de uma visita ao Panamá, Rubio declarou que a viagem "valeu a pena e foi muito respeitosa. Acredito que [a visita] trará coisas potencialmente boas que devem aliviar preocupações. O tempo dirá, mas tenho um bom sentimento em relação a isso", afirmou.

No domingo, o presidente do Panamá, José Raul Mulino, anunciou que o Panamá não renovaria sua participação no programa chinês e analisaria se poderá, inclusive, deixá-lo antes do planejado – o acordo expiraria em até três anos. Trump, por sua vez, não se mostrou tão empolgado com o andamento das negociações. Em declaração a jornalistas na Casa Branca, ele disse que o Panamá havia "concordado com algumas coisas", mas que continuava "insatisfeito". Os dois países devem ter uma nova conversa telefônica nesta sexta-feira. O embaixador chinês na ONU, Fu Cong, lamentou a decisão panamenha e argumentou que EUA e China podem trabalhar em conjunto, apesar do discurso de alguns políticos americanos.

¨      Quais setores da economia dos EUA serão afetados por retaliação da China às tarifas de Trump

China anunciou uma série de tarifas sobre produtos dos Estados Unidos em retaliação às tarifas sobre produtos chineses impostas pelo presidente americano, Donald Trump. As tarifas chinesas, que entram em vigor na próxima segunda-feira, incluem um imposto de 15% sobre carvão e gás natural liquefeito, bem como uma taxa de 10% sobre petróleo, máquinas agrícolas, caminhonetes e alguns carros de luxo. Tarifas de 10% sobre todas as importações da China para os EUA começaram a ser aplicadas na manhã desta terça-feira (4/2).

Trump alega que as tarifas em cima de produtos chineses é uma resposta ao déficit comercial com o país asiático e uma forma de forçar a China a interromper o fluxo da droga fentanil para os EUA. Por sua vez, o governo de Pequim acusou Washington de violar as regras do comércio internacional. "A imposição unilateral de tarifas pelos EUA é uma violação grave das regras da Organização Mundial do Comércio (OMC). Não só não ajuda a resolver seus próprios problemas, como também prejudica a cooperação e o comércio normais entre a China e os EUA", diz o comunicado chinês.

A nota também descreve a ação como "um exemplo típico de unilateralismo e protecionismo comercial". O ministério do Comércio da China anunciou que apresentará uma queixa à OMC para intervir a fim de "salvaguardar seus direitos e interesses legítimos". Em outra medida, o órgão regulador da concorrência da China disse que iniciou uma investigação sobre o Google, por suspeita de violação de leis antitruste.

<><> Energia, petróleo, máquinas e carros

As retaliações da China são limitadas em escopo em comparação com os impostos de Donald Trump sobre todos os produtos chineses que vão para os EUA. Pequim direcionou seus esforços contra diferentes partes da economia americana, de energia a empresas individuais. Poucos minutos após as medidas comerciais de Trump entrarem em vigor, a China disse que implementaria uma tarifa de 15% sobre produtos de carvão e gás natural liquefeito, bem como uma tarifa de 10% sobre petróleo bruto, máquinas agrícolas e carros de motor grande importados dos EUA. As tarifas devem entrar em vigor na próxima segunda-feira (10/2).

No entanto, o impacto nos EUA pode ser limitado. O país é o maior exportador de gás natural liquefeito globalmente, mas a China responde por apenas cerca de 2,3% dessas exportações. E as maiores importações de carros da China são da Europa e do Japão.

Para a correspondente da BBC na China, Laura Bicker, essas medidas podem ser apenas o começo da estratégia de Pequim — uma maneira de ganhar algum poder de barganha antes de quaisquer negociações. Mas corre-se o risco de elas desencadearem uma guerra comercial ainda maior. Com os anúncios, Pequim deixou claro que não se intimidará com um confronto comercial com Washington.

Não é a primeira vez que isso acontece entre as duas principais potências econômicas do mundo, que já estiveram envolvidas em uma guerra tarifária durante o primeiro mandato de Trump, em 2018. Na época, Trump estava implementando sua chamada agenda "América em Primeiro Lugar", impondo tarifas sobre produtos estrangeiros. Centenas de bilhões de dólares em produtos chineses enfrentaram novos impostos ou tarifas mais altas, provocando retaliações de Pequim.

Durante o governo de Joe Biden, Washington manteve as tarifas e até aumentou algumas delas. Biden adotou uma estratégia mais focada em alta tecnologia, com mais tarifas e restrições a produtos como semicondutores e veículos elétricos. Apesar das tensões, as duas grandes economias estão profundamente interligadas.

Ambos os países são parceiros comerciais importantes. As importações da China para os EUA atingiram US$ 401 bilhões nos primeiros 11 meses do ano passado, enquanto a China importou o equivalente a US$ 131 bilhões dos EUA.

Donald Trump está lidando com uma China muito diferente desta vez.

Maior potência de manufaturados do mundo, a China é o principal parceiro comercial de mais de 120 países — os EUA são apenas um deles. Nas últimas duas décadas, a China também reduziu constantemente a importância do comércio para sua economia e aumentou a produção doméstica. Hoje, as importações e exportações representam apenas cerca de 37% do PIB da China, em comparação com mais de 60% no início dos anos 2000, de acordo com o Conselho de Relações Exteriores. A tarifa de 10% de Trump vai afetar a economia chinesa, mas Pequim tem capacidade para absorver o impacto por um tempo. Segundo Laura Bicker, o temor da China é que Trump esteja falando sério sobre aumentar essa porcentagem para os 60% que prometeu durante sua campanha.

 

Fonte: BBC News/DW Brasil

 

Nenhum comentário: