Sistema jurídico
não é adequado para lidar com as mudanças na sociedade, diz professor francês
A ascensão da
extrema direita no mundo é reflexo de diversas mudanças na sociedade e da
concepção histórica de alguns Estados. Essa é a análise do francês Nicolas
Guillet, professor de Direito Público da Université Le Havre Normandie, que afirma que um
dos principais fatores que dão lastro à escalada dos ultraconservadores é a
insuficiência do sistema jurídico para lidar com as transformações da
sociedade. Ele esteve recentemente em São Paulo para participar de um seminário
sobre Direito Público francês proposto pelo Tribunal de Contas do
Município.
“É uma questão complexa, porque, mesmo que
existam ferramentas legais, elas são insuficientes. A ascensão da extrema
direita é, em parte, o resultado da incapacidade de competir com ela na arena
social e política. As regras legais para salvaguardar a sociedade democrática
são inadequadas: em primeiro lugar, não é legal proibir partidos, exceto em
casos limitados. Em segundo lugar, a concentração da mídia não é
suficientemente regulamentada. A expressão nas redes sociais também não: você
pode se esconder atrás de um pseudônimo e dizer as piores ofensas racistas sem
sofrer a menor consequência”, disse Guillet em entrevista à revista
eletrônica Consultor Jurídico.
Os ataques às Supremas
Cortes também são sintomáticos. E esse é um ponto em comum entre Brasil e
França, de acordo com ele. “Os representantes da extrema direita entenderam claramente
que as normas constitucionais e as convenções internacionais constituem um
obstáculo à implementação da legislação que favorece o que chamam de valores
tradicionais, que são racistas e discriminatórios”, explica. Na França, o
ministro do Interior, Bruno Retailleau — que pertence à direita —, declarou
recentemente que “o Estado de Direito não é intangível, nem sagrado”.
Guillet é diretor
do Centro de Pesquisa de Mutações Sociais e de Mutações do Direito da
universidade em que leciona. Já foi juiz titular do Conselho Nacional de Ensino
Superior e Pesquisa do governo francês e tem atuação científica expressiva nas
áreas de Direito Marítimo e Portuário, Direito Administrativo Geral, Direito da
Função Pública, Direito de Garantias e Finanças do Direito Público.
Ele é autor dos
livros Les Difficultés de la Lutte Contre les Dérives Sectaires — Actes de
la Journée d’Études du 10 Mars 2005 du Groupe d’Études Sur les Sectes de
l’Assemblée Nationale (Harmattan); Contribution
à l’Étude de l’Ordre du Jour en Droit Public (Mare &
Martin); Liberté de Religion et Mouvements à Caractère Sectaire (LGDJ); Les Transformations de l’Administration
Fiscale (Harmattan); e Mer et Droits Fondamentaux de la Personne
Humaine (IFDJ), nenhum deles com tradução para o português.
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Leia a seguir a entrevista:
·
Os
sinais da ascensão da extrema direita em todo o mundo já são visíveis há alguns
anos. Que semelhanças e diferenças o senhor observa entre a França e o Brasil?
Nicolas Guillet
— Parece-me que a extrema direita está enraizada em diferentes terrenos,
que podem ser comuns a vários países. O primeiro plano é identitário. Na
França, a extrema direita sempre se concentrou em preservar a raça, em uma
dialética entre nós e eles. Os representantes do Reagrupamento Nacional, por
exemplo, sempre demonstram que consideram os muçulmanos franceses como cidadãos
de segunda classe. Implicitamente, isso significa dizer que o Islã é
incompatível com a sociedade francesa. Esse terreno cultural foi, além disso,
fomentado pelo colonialismo. Não vamos nos esquecer de que a França participou
ativamente do comércio de escravizados. E esse talvez seja o ponto em comum com
o Brasil: as fortunas foram construídas sobre o tráfico de escravizados e nas
estruturas sociais que resultaram disso (penso nas Antilhas francesas, por
exemplo). Aqueles que dominaram desde os tempos coloniais não têm intenção de
abrir mão de seu poder econômico e político. O segundo terreno é social. A
crise econômica é sempre um fator favorável à ascensão da extrema direita. Isso
foi crucial na Alemanha pós-Primeira Guerra Mundial. Ainda é na Europa hoje,
onde o estrangeiro continua sendo o bode expiatório. Diante das dificuldades e
das desigualdades, é fácil pintá-lo como o responsável por todos os males.
·
Como
essa estratégia funciona?
Nicolas Guillet —É
uma tática clássica de dividir para dominar melhor: divide-se a classe
trabalhadora em diferenças identitárias absurdas quando todos, em graus
variados, estão sujeitos à mesma forma de exploração econômica. Se há uma
diferença entre o Brasil e a França, é quanto ao plano histórico, porque a
França derrubou uma ordem social desigual com a Revolução de 1789, que durou ao
menos até 1795 e foi marcada pela afirmação da igualdade dos cidadãos perante a
lei. Grande parte da luta política nos séculos 19 e 20, liderada pelos
movimentos socialistas e depois comunistas, concentrou-se na busca contínua por
isso: direitos iguais, igualdade econômica, racial, de gênero etc. É a grande ideia
revolucionária e republicana na França. E, é claro, a extrema direita é uma
oponente feroz.
·
O senhor
falou no seminário em São Paulo sobre o neoliberalismo e como ele se infiltrou
nas normas jurídicas e incentivou a extrema direita. Como isso aconteceu?
Nicolas Guillet
— Obviamente, esse não é um fenômeno natural, é uma construção política,
apoiada por grupos políticos em várias esferas: internacional, regional e
nacional. Os países da América do Sul estão muito bem familiarizados,
infelizmente, com a influência do FMI e do Banco Mundial. Na Europa, o
neoliberalismo assume a forma de ordoliberalismo, bem descrito por Michel
Foucault em Nascimento da Biopolítica e, mais recentemente, por
Christian Laval e Pierre Dardot em A Nova Razão do Mundo. O neoliberalismo
não é, em si, favorável à extrema direita, mas acaba por romper com o consenso
social e político estabelecido após a Segunda Guerra Mundial entre capital e
trabalho, o que, a meu ver, é um fator de ascensão.
·
Qual
o impacto disso no Direito Público?
Nicolas Guillet
— O neoliberalismo ataca as estruturas do Direito Público e as funções do
Estado. Em primeiro lugar, o Estado não está mais autorizado a intervir na
economia para regular as relações econômicas. E o estado de bem-estar social
está retraído, no sentido de que o Estado assume cada vez menos
responsabilidade pelos serviços públicos, reduz o pagamento de benefícios
sociais e desmantela a proteção social coletiva. À medida que a função social
do Estado se desvanece, o mercado se estende a todas as áreas da vida humana.
Os indivíduos são reduzidos a consumidores que devem maximizar seus interesses.
A consequência, aparentemente, é que as instituições coletivas (partidos
políticos de massa, sindicatos, comunidades religiosas etc.) estão se enfraquecendo,
embora tenham sido criadas para proteger os cidadãos contra as forças do
mercado e os excessos do Estado. A dinâmica em ação é uma manobra dos
capitalistas para acumular capital. E é nesse contexto que a extrema direita só
precisa se abaixar para recolher os votos dos eleitores desgostosos com a
política, que parece impotente para mudar suas vidas ou mesmo para protegê-las.
·
Em
sua opinião, quais são os principais mecanismos legais usados pela extrema
direita para obter poder?
Nicolas Guillet
— Essa é uma pergunta interessante que ninguém faz na França. Porque é
admitido que, em uma sociedade democrática, a expressão é livre (dentro dos
limites estabelecidos pela lei) e que a extrema direita é livre para participar
de eleições. Eles se aproveitam do sistema democrático para ganhar poder: para
pleitear cargos públicos, para publicar jornais e, hoje, para possuir a mídia
audiovisual. A batalha cultural é essencial para a extrema direita. O avanço da
Frente Nacional na mídia ocorreu na década de 1980, quando Jean-Marie Le
Pen é convidado a participar de um importante programa político
transmitido pelo canal público, embora o partido fosse muito pequeno na época.
O jornal Le Monde Diplomatique produziu um mapa — Mídia
francesa: quem é dono do quê? — que mostra como a mídia é essencialmente de
propriedade de grupos industriais ou financeiros, ou até mesmo do Estado. Isso
prova duas coisas: a primeira é que a informação parece ser uma mercadoria. A
segunda é que o pluralismo é, de fato, limitado, já que os interesses dos
principais grupos privados são idênticos: ter o poder de influenciar, definindo
uma linha editorial favorável à preservação dos interesses do capital. Você
pode se esconder atrás de um pseudônimo e dizer as piores coisas racistas sem
sofrer a menor consequência — e aqui há uma cumplicidade real por parte das
plataformas digitais. Em minha opinião, o sistema jurídico não é adequado para
lidar com as mudanças na sociedade. A ascensão da extrema direita é, em parte,
o resultado da incapacidade de competir com ela na arena social e política. Os
partidos de massa entraram em colapso. O populismo de esquerda — nos moldes do
Podemos, na Espanha, ou do LFI, na França — pode mostrar um processo
interessante nesse sentido: ao expressar a voz do povo, ou seja, suas
necessidades, esses movimentos políticos conseguiram reunir setores do
eleitorado que, para alguns, poderiam ter votado na extrema direita para
protestar contra um sistema que defende uma oligarquia e negligencia a maioria.
·
Como
o Direito Público pode se proteger contra os excessos resultantes da
polarização política?
Nicolas Guillet
— Em minha opinião, a polarização política é apenas um sintoma do estado
da sociedade e, portanto, das disputas de poder. Há um paradoxo em nossos
tempos: o neoliberalismo, que é simplesmente uma nova versão do capitalismo,
está desacreditado em todos os lugares. Ele produz grande miséria, com a
cumplicidade do Estado e de suas elites, mas continua sua marcha de exploração
econômica e de destruição do ecossistema. Portanto, há interesses
contraditórios em jogo e um conflito que está se tornando mais agudo. O desafio
da polarização é, portanto, determinar quais forças sociais e políticas
conquistarão o Estado: as do capital, que buscam preservar seu poder e
dominação? Ou as forças do trabalho, que buscam evitar seu empobrecimento e
rebaixamento social? E o Direito Público não pode fazer nada a respeito. A luta
pelo direito, nas palavras de Ihéring, que citei no seminário, é uma luta
política. Nessa luta, não sou muito otimista quanto à capacidade das forças do
capital de limitar suas reivindicações: se elas acharem que seus interesses
serão mais bem protegidos por um governo de extrema direita, elas o apoiarão.
Já vimos isso no passado: na França, com o regime de Vichy; no Chile, com o
golpe de Estado contra Allende; e, no Brasil, com a desestabilização de Lula e
Dilma. Hoje, na França, estamos vendo uma radicalização do discurso da direita,
mas também do centro, incluindo o presidente Macron, que, às vezes, usa o
vocabulário da extrema direita. O terreno cultural está sendo preparado para
facilitar a aceitação da chegada de Le Pen ao poder, porque o que chamamos de
burguesia está, mundialmente, pronto para fazer pactos com a extrema direita.
Eu acrescentaria que as regras legais que permitem limitar os excessos da
polarização, por exemplo, para se opor às ações violentas, não são muito
eficazes: um grupo violento pode ser dissolvido por decreto, mas ele sempre
pode se reconstituir de outra forma.
·
O
Direito Público está sendo usado como um instrumento para legitimar ações que
comprometem os direitos democráticos?
Nicolas Guillet
— No caso da França, e de maneira geral, acredito que não. O Direito
Público francês é fundado em valores democráticos e republicanos que remontam a
1789 e à Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. Desde então, esses
direitos foram desenvolvidos e aprofundados em termos de legislação. Penso no
preâmbulo da Constituição de 1946, que tem valor constitucional e que reconhece
direitos econômicos e sociais (por exemplo, o direito de greve, inclusive para
funcionários públicos, salvo exceções limitadas). Outro ponto são os princípios
gerais do Direito estabelecidos pelo Conseil d’État e os princípios
fundamentais reconhecidos pelas leis da República. Esses valores permeiam o
sistema jurídico e lhe dão solidez diante de ações que buscam minar os direitos
democráticos. Por outro lado, certas áreas do Direito Público estão sendo
enfraquecidas. Podemos ver que os direitos dos estrangeiros rumam a uma tendência
antidemocrática. Podemos pensar no direito do cidadão de fora da União Europeia
de votar em eleições políticas na França, que nunca foi reconhecido, nem mesmo
em eleições locais, apesar de ter sido prometido pela esquerda. No entanto, os
estrangeiros pagam impostos e contribuem para a Previdência Social, participam
da vida econômica, comunitária e cultural. E então, ao lado dos direitos dos
estrangeiros, também podemos ver que o Estado está cada vez mais negligenciando
as liberdades públicas: há violência gratuita por parte da polícia (em
manifestações, mas também em bairros da classe trabalhadora contra populações
racializadas), proibições injustificadas de manifestações de prefeitos ou de
reuniões públicas em universidades, uso dos poderes excepcionais do estado de
emergência para restringir o exercício de direitos e liberdades, uma extensão
sem precedentes das ferramentas de vigilância da população no espaço público, e
assim por diante.
·
A Suprema
Corte do Brasil e seus ministros têm sido os principais alvos da extrema
direita e de seus apoiadores. Como essas ameaças podem ser analisadas sob a
perspectiva do Direito Público comparado?
Nicolas Guillet
— Recentemente, o ministro do Interior, Bruno Retailleau — que pertence à
direita —, declarou que “o Estado de Direito não é intangível, nem sagrado”,
antes de voltar atrás diante da repercussão política. Esse é um exemplo da
crescente desconfiança em relação aos tribunais, especialmente aqueles que
buscam proteger os direitos humanos fundamentais. Frequentemente, ouvimos
políticos atacando a Corte Europeia de Direitos Humanos. A corte pode condenar
um Estado com base no fato de que sua legislação, regulamentos ou até mesmo
práticas administrativas violam um direito garantido pela Convenção Europeia de
Direitos Humanos. Isso é, obviamente, intolerável para a extrema direita, para
quem a lei deve expressar a soberania nacional. Da mesma forma, o Conselho
Constitucional francês é criticado por julgar a constitucionalidade das leis
aprovadas pelo legislativo nacional. Os representantes da extrema direita
entenderam claramente que as normas constitucionais e as convenções
internacionais constituem um obstáculo à implementação da legislação que
favorece o que chamam de valores tradicionais, que são racistas e discriminatórios.
Além disso, o exemplo da Polônia, com seu primeiro-ministro nacionalista
populista, mostra claramente o perigo que a extrema direita representa para o
Judiciário em geral e sua independência em particular. Nesse caso, o Tribunal
de Justiça da União Europeia proferiu várias decisões condenando a Polônia,
cujas reformas legislativas não respeitam os princípios estabelecidos nos
tratados da União Europeia, em especial o princípio do Estado de Direito.
·
Como
funciona o Ministério Público francês?
Nicolas Guillet
— Ele é hierárquico, dependendo do tipo de jurisdição, e também é
especializado, com um escritório nacional de promotoria antiterrorista e um de
promotoria financeira. Está em uma posição legal singular na França em termos
de seu relacionamento com o Executivo. Os promotores públicos são colocados sob
a autoridade do ministro da Justiça, o que obscurece a separação de poderes.
Eles não têm estabilidade no cargo, ao contrário dos juízes. Seu procedimento
de nomeação também é diferente do dos magistrados. Os membros do gabinete do
promotor público recebem instruções gerais do ministro na forma de circulares
de política criminal. Entretanto, eles não recebem nenhuma instrução desse tipo
quando se trata de processos judiciais. Além disso, eles têm total liberdade de
expressão no tribunal. A questão de sua independência não é simples do ponto de
vista jurídico. Nem todos os tribunais têm a mesma análise dessa questão. Para
a Corte de Cassação e a Corte Europeia de Direitos Humanos, a promotoria pública
francesa não é uma autoridade judicial porque não goza das garantias
necessárias de independência. Quanto ao Conselho Constitucional, em uma decisão
de 8 de dezembro de 2017, foi declarado que as disposições da lei orgânica
sobre o status do Judiciário são consistentes com a Constituição porque, por um
lado, elas garantem uma reconciliação equilibrada entre o princípio da
independência da autoridade judicial e as prerrogativas que o governo deriva da
Constituição. Por outro lado, elas não desconsideram a separação de poderes, o
direito a um julgamento justo, os direitos da defesa ou qualquer outro direito
ou liberdade que a Constituição garanta.
·
Em
sua opinião, como o sistema judiciário francês lida com casos de lawfare, como
o de Jean-Luc Mélenchon (líder de uma corrente da esquerda francesa) e o da
“lava jato” brasileira?
Nicolas Guillet
— O que posso avaliar é que o sistema judiciário pode ser explorado para
fins políticos. E, mesmo sem ir tão longe, está claro que a Justiça não é
neutra porque os juízes ainda são seres humanos e, apesar de sua ética
profissional e de uma cultura de independência, eles próprios podem estar
inclinados a tratar um político de forma mais ou menos favorável. De qualquer
forma, não há dúvida de que as críticas a um sistema de Justiça política, que
ataca os representantes eleitos, são recorrentes. A recente condenação de
Nicolas Sarkozy a três anos de prisão, dos quais dois anos foram suspensos, é
um exemplo claro: seus advogados denunciaram um julgamento injusto e disseram
que encaminhariam a questão à CEDH. O caso de Jean-Luc Mélenchon me parece
diferente porque ele não foi um político de destaque. Não foi presidente, nem
primeiro-ministro. Mélenchon está claramente exposto a pressões porque é um
oponente resoluto do atual sistema econômico e político, e não faz concessões.
Qualquer coisa que possa enfraquecê-lo e os líderes da França
Insubmissa (partido de Mélenchon) será usada. Por exemplo, é chamado
de antissemita por se opor aos massacres em Gaza, quando tudo o que está fazendo
é defender a paz e o Direito Internacional. Ele recebeu ameaças físicas e sua
casa de campo foi recentemente vandalizada. Que eu saiba, a busca nos
escritórios da França Insubmissa em 2018, durante duas investigações
preliminares, não resultou em nenhuma ação legal. Mas a operação nos permitiu,
antes de tudo, colocar as mãos em documentos e arquivos políticos, e também —
porque Mélenchon tem caráter — mostrar que ele desafiou o sistema judiciário e
se opôs à polícia. Ele foi condenado no final de 2019 por rebelião, incitação
direta à rebelião e intimidação de magistrados e funcionários públicos. Houve
algum zelo por parte do magistrado ao ordenar a busca? Houve uma instrução
individual implícita nesse caso? Não sei. Em minha opinião, e para ampliar o
ponto, o problema com o sistema de Justiça tem duas causas: a primeira é a
falta de independência do Ministério Público, que já foi mencionada. A segunda
é a falta de recursos no sistema de Justiça, que não permite que os juízes
lidem com os casos com calma.
Fonte: Por Martina Colafemina, na Conjur
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