Luis
Pellegrini: Heil Trump. O gesto tresloucado de Elon Musk
Em
plena cerimônia da posse presidencial ontem, em Washington, Elon Musk estava
agradecendo os eleitores pelo voto em Trump quando, com grande ímpeto, levantou
o braço direito e desferiu o gesto maldito: a saudação nazifascista que os
romanos inventaram (Ave César) e, nos milênios seguintes, Adolf (Heil Hitler) e
Mussolini (Duce, Duce) se apropriaram e passaram a reproduzir a torto e a
direito. Até no Brasil, onde sempre tem alguém pronto a macaquear as modas
estrangeiras, houve, na mesma época dos chefes autocratas alemão e italiano, o
tupiniquim Plínio Salgado. Ele foi descolar, lá no fundo do baú da língua tupi,
o termo Anauê, que significa “Salve”, mas logo passou a significar “A
autoridade do chefe não se discute” para os integralistas, os membros do
movimento político/ideológico fascistoide que Plínio criou. E tudo sempre
acompanhado pela coreografia do braço direito alçado.
Tem
gente dizendo que, ao perpetrar o gesto, Musk disse, meio entredentes: “Heil
Donald”. Vi e ouvi o vídeo várias vezes e posso garantir que isso não é
verdade, é pura fake News. Na verdade, o que ele não disse, mas pensou, foi
“Hello Elon”. Mas ninguém deve se espantar com o ocorrido. Gestos, ações e
atitudes de afirmação da própria grandeza e poder são frequentes na vida desse
novo escudeiro do recém empossado presidente norte-americano. Lembram-se do seu
recente entrevero com o Ministro Alexandre de Moraes, que levou à suspensão
temporária no Brasil da plataforma X (empresa de Musk)? Há antecedentes: No dia
6 de fevereiro de 2018, a SpaceX (idem) lançou ao espaço um carro esportivo
fabricado pela Tesla (idem). Nestes quase sete anos, o veículo orbitou o Sol
quatro vezes e atualmente está se afastando da Terra à uma impressionante
velocidade de 25.290 quilômetros por hora. Poderá chegar a algum planeta dotado
de vida inteligente dentro de alguns milhares de anos.
Mas
por favor, alguém me responda, porque eu não consigo: Por que desperdiçar um
Tesla novinho em folha lançando-o no espaço sideral? Nem sequer leva algum
passageiro, já que, segundo dizem as más línguas, na última hora Musk desistiu
de subir a bordo e preferiu ficar por aqui mesmo. Por que? Será porque tem
outros planos?
Sim,
tem outros planos. Muitos outros planos. Elon Musk é uma nova espécie de Tio
Patinhas da era dos computadores e das viagens espaciais. Um iceberg emocional
feito de ambição e determinação frias que experimenta sabe-se lá quais prazeres
secretos ao navegar no seu oceano de dinheiro. A ponta desse iceberg surgiu
finalmente, e o mistério começa a ser desfeito: Musk acaba de receber a posição
de chefe do Departamento da Eficiência Governamental do governo Trump. Ainda
não se sabe bem o que isso significa, já que se trata de uma posição
recém-criada que precisará receber uma estrutura e uma definição de finalidade.
O certo é que Elon Musk, que é africano branco de origem, nascido na África do
Sul, deve ter trazido de lá mandingas poderosíssimas. Está agora com os pés
solidamente fincados no poder, em Washington. Próximo ao companheiro Donald
Trump, a quem se juntará como unha e carne, e se tornará seu braço direito.
Tudo poderá acontecer nessa simbiose. Como no casamento do morcego com a
coruja: da união poderá nascer uma linda e voraz morcuja. Monstrinhos híbridos
como este irão proliferar nos anos que se descortinam.
A esse
par central juntaram-se também outros magnatas das big techs, entre eles Mark
Zuckerberg (Meta), Sundar Pichai (Google), Tim Cook (Apple), Jeff Bezos
(Amazon), Shou Zi Chew (TikTok) e Sam Altman (Open AI). Juntos constituirão uma
nova falange de cavaleiros do apocalipse jurados para apoiar e proteger o novo
governo. E salve-se quem puder. Não poderemos acreditar em mais nada que for
publicado nas redes sociais. Nem mesmo nas nossas próprias postagens.
Logo
depois do gesto tresloucado de Elon Musk – que várias associações judaicas logo
quiseram justificar e botar panos quentes, dizendo que tudo não passou de um
“arroubo de entusiasmo”. O que me obrigou a comentar com alguns meus amigos
judeus “Vocês estão brincando com fogo!", e eles revidaram dizendo que eu
estava fazendo piada de mau gosto – veio um discurso de Donald Trump.
E aí,
francamente, meus amigos, tive a sensação de estar mergulhando num universo de
total insanidade. O discurso me pareceu uma viagem doida de regresso aos tempos
sombrios da Idade Média. Proibição à imigração de estrangeiros – como se a
inteira população norte-americana, à exceção dos indígenas que sobraram, não
fosse constituída de imigrantes, inclusive a família do próprio Trump, a
Melânia, o Musk e tutti quanti. Nova saída do Acordo de Paris, com recuo total
nas questões ambientais, como se as consequências das mudanças climáticas em
curso existissem apenas nos livros de ficção científica e nos filmes-catástrofe
de Hollywood. Abolição dos controles de conteúdo nas redes sociais, uma forma
de abrir as porteiras para deixar passar as boiadas nefastas das fake News,
fazendo com que nosso mundo se torne um império da mentira, do engano e da
desinformação. E as regressões na área comportamental? Os transexuais, que já
passaram por tanto sofrimento na vida, agora têm seus direitos de livre escolha
de gênero negados e classificados como “criaturas do inferno”? Meu Deus, no
Brasil nem mesmo o Edir Macedo ou o Valdemiro, Homem do Chapéu e dos feijões
mágicos, ousariam tanto sem morrer de vergonha!
Alguém
precisa dizer a Trump que não é possível parar o curso evolutivo da história.
Quem o tentar será impiedosamente devorado por ela. Mesmo tendo sido
democraticamente eleito pela maioria absoluta da população do seu país.
Viveremos,
nos próximos anos, tempos muito difíceis, porém muito interessantes. Não haverá
monotonia, com certeza, e isso será um dos poucos consolos. Nesses tempos
conturbados que já chegaram, talvez a única opção para quem quiser desfrutar de
um pouco de paz e sossego será seguir o conselho do sábio escritor Voltaire
colocado no final do seu romance Cândido: “Vá cuidar do seu jardim”. No nosso
caso o jardim chama-se Brasil.
¨ O mundo à
mercê de um psicopata. Por Paulo Henrique Arantes
O
mundo viveu a Idade das Trevas e a Era das Luzes. O exercício do poder ao longo
do tempo foi deixando de se basear em vontades pessoais. Na civilização
moderna, as nações regem-se por conjuntos de normas - as constituições - que
garantem um curso à sociedade livre de retrocessos civilizatórios, baseado no
respeito humano e focado no desenvolvimento socioeconômico. O governante pode
elencar suas prioridades e trabalhar para executá-las, desde que não viole
certos princípios humanísticos consagrados.
Claro,
governos autoritários vilipendiam tais princípios, mas mesmo esses acabam se
sujeitando, em maior ou menor grau, a certas normais civilizatórias
consensuais. Até quem promove a guerra justifica-a pela necessidade de uso da
força para se alcançar a paz. A busca da paz é, portanto e em tese, um consenso
insofismável. Até grupamentos terroristas alegam almejar a paz - a paz por eles
idealizada -, ainda que mediante atos de violência extrema.
O
mundo poderia estar melhor, pois os governos ultrapersonalistas, calcados na
figura de um imperador, foram rechaçados pela História. O predomínio da
personalidade sobre os destinos de um povo é algo inaceitável no Século XXI,
como já deveria ter sido nos Século XIX e XX. Eis que o país mais poderoso do
planeta, por seu aparato bélico antes de tudo, elege um candidato a imperador
para comandá-lo, alguém cuja personalidade é, claramente, a de um psicopata.
Já se
descreveu a personalidade de Jair Bolsonaro neste espaço, a partir de análise
feita por especialistas. Agora é a vez de Donald Trump, uma espécie de
Bolsonaro dotado de inteligência, dinheiro e muito, muito mais poder.
Tal
como o brasileiro, o americano é um psicopata.
Quem
melhor escreveu sobre a psicopatia que acomete Bolsonaro foi o psiquiatra
forense Guido Palomba, em artigo publicado na imprensa em março de 2021. A
descrição veste em Trump à perfeição. Palomba invocou o psiquiatra alemão Kurt
Schneider, autor do livro “Personalidades Psicopáticas”, para ir fundo na mente
doentia.
Para o
“pai dos psicopatas”, como Schneider é chamado, o psicopata caracteriza-se pela
falta de compaixão (com imigrantes, por exemplo), por ser tosco (belo adjetivo)
e anestesiado de senso moral. Que moral possui Donald Trump, condenado por
fraudar pagamentos a uma atriz pornô?
O
psicopata não tolera ser contrariado, é quase sempre mal-educado. Eis um trecho
do texto primoroso de Palomba: “A inteligência limítrofe ou seletiva ( no caso
de Bolsonaro, limítrofe: no caso de Trump, seletiva ) leva-os a praticar atos
bizarros, por turrice e teimosia. Persistem voluntariosos, desde que seja em
benefício próprio. Caso voltem atrás , não será pelo reconhecimento do erro,
mas por estratégia momentânea. Em seguida, recidivam, às vezes de forma mais
virulenta, por serem rancorosos e vingativos”.
Os
psicopatas de Schneider representam elevada periculosidade social: “Nada os detêm,
salvo a reprimenda enérgica, judicial e legal, única forma eficaz de pará-los”.
No caso de Trump, a via judicial não foi suficiente.
Resta
a pergunta: o mundo civilizado dispõe de meios para evitar o subjugo ao
psicopata Donald Trump?
¨ A América
não será grande de novo. Por Chico Cavalcante
Donald
Trump assumiu seu segundo mandato como presidente dos Estados Unidos fazendo o
que melhor sabe: chamar a atenção. Suas declarações, que coincidem com as
propostas de sua campanha – incluindo congelamento de preços em supermercados,
sobretaxação de produtos importados e a permanência de subsídios inicialmente
considerados provisórios – produzem um misto de medo e incerteza e levantam
sérias preocupações entre economistas sobre a viabilidade de sua implementação
e as consequências dessas medidas para a economia americana. As ideias de
Trump, que remetem a práticas testadas e reprovadas na América Latina e
resultaram em crises profundas, podem não apenas agravar a crise econômica nos
Estados Unidos, mas também intensificar o descontentamento social e,
paradoxalmente, fortalecer a China, inimiga declarada da direita mundial e
maior produtora de bens do planeta atualmente.
O
cientista politico Sérgio Abrantes classificou a fala de Trump como “um
discurso distópico”, baseado no que Zygmunt Bauman chamou de retrotopia, uma
tendência sociológica que usa incertezas e desilusões da modernidade e medo do
futuro para oferecer como solução e alívio, um passado idealizado irrealizável
e destrutivo. Prometer a grandeza de sua nação e a desgraça do mundo é prometer
um paradoxo surreal, irrealizável, uma equação que não fecha.
Em sua
primeira fala após assumir a presidência pela segunda vez, Trump se apoiou na
trase que marcou sua trajetória política: "Make America Great Again"
(ou "Torne a América Grande Novamente", em tradução livre). O slogan,
que se tornou um dos pilares de sua campanha, foi usado tanto em sua
candidatura de 2016 quanto em sua reeleição em 2024. "Este será
verdadeiramente o auge dourado da América, é isso que temos. Esta é uma vitória
magnífica para o povo americano, que nos permitirá fazer a América grandiosa
novamente", declarou.
A
expressão "Make America Great Again" (abreviada como MAGA) não é uma
invenção de Trump nem uma criação de seus marqueteiros, embora tenha sido ele
quem a popularizou em 2016. O slogan tem suas raízes na candidatura de Ronald
Reagan, que o utilizou em sua campanha presidencial de 1980. É, por assim
dizer, um slogan requentado. Naquele momento, Reagan propôs restaurar o orgulho
nacional e reerguer os Estados Unidos como uma grande potência, em um contexto
em que a nação enfrentava uma grave crise econômica, com inflação alta e
prolongada estagnação.
Com
essa fala tomada de Reagan, Trump conseguiu capturar a atenção de uma parte
significativa da população, prometendo soluções rápidas e simplistas para
problemas complexos. No entanto, as medidas propostas por ele têm o potencial
de criar um efeito dominó negativo que pode acentuar as dificuldades já
enfrentadas por muitos cidadãos estadunidenses. A promessa de que o
protecionismo traria de volta empregos que foram transferidos para outros
países desconsidera as nuances da globalização e a complexidade das cadeias de
suprimento modernas, assim como ignora o fato de que “soluções”idênticas foram
tentadas em seu primeiro mandato, sem sucesso.
Um dos
pontos críticos da agenda de Trump é a promessa de deportar milhões de
imigrantes ilegais, uma política que, além de gerar controvérsias, tende a
produzir graves consequências econômicas. A mão de obra imigrante é essencial
em setores como construção e serviços, especialmente aqueles que oferecem
salários mais baixos. A redução dessa força de trabalho não apenas criaria um
vácuo no mercado de trabalho, mas também poderia alimentar novas pressões inflacionárias
em um momento em que a economia já luta para se estabilizar. Os trabalhadores
indocumentados, para citar um termo alfandegário, frequentemente ocupam
empregos que muitos cidadãos americanos não estão dispostos a ocupar, e sua
ausência levará ao aumento dos custos de produção e, consequentemente, ao
aumento dos preços finais para os consumidores. Segundo o relatório do Fundo
Monetário Internacional (FMI) a economia espanhola foi a que mais cresceu em
2024, à frente até mesmo dos Estados Unidos — e, na contramão da retórica
xenofóbica de Trump, a contribuição dos imigrantes para a pujança econômica da
Espanha é significativa. O chefe do governo, Pedro Sánchez, disse durante uma
viagem que o levou à Mauritânia, Gâmbia e Senegal em agosto que os migrantes
representam "riqueza, desenvolvimento e prosperidade". A contribuição
dos imigrantes para a economia, disse o líder do PSOE, “é fundamental, assim
como para a sustentabilidade do nosso sistema de seguro social e
previdência".
As
políticas protecionistas, ao elevar as tarifas sobre produtos importados, em
vez de proteger a indústria nacional, podem resultar em um aumento na
dependência de bens chineses, que continuam competitivos em termos de preço e
qualidade. Um estudo do Peterson Institute for International Economics sugere
que, em resposta a tarifas, a China pode redirecionar suas exportações para
outros mercados, enquanto os EUA enfrentam dificuldades em manter suas próprias
indústrias competitivas. Essa dinâmica pode criar um ciclo vicioso, onde a
tentativa de proteger a economia americana resulta em maiores perdas de
competitividade. Quem viu o filme Fantasia, animação épica dos estúdios Disney,
sabe o que um aprendiz de feiticeiro é capaz quando escala os bandes para fazer
o trabalho de limpeza.
O
impacto das tarifas sobre o comércio também será sentido em setores que
dependem de insumos importados. Indústrias como a automobilística e a
tecnologia, que dependem de peças e componentes fabricados no exterior, podem
ver seus custos de produção aumentarem substancialmente. Esses aumentos,
inevitavelmente, se traduzem em preços mais altos para os consumidores e em
margens de lucro reduzidas para as empresas. A consequência é uma economia
ainda mais fragilizada, com empresas lutando para se manter à tona em um
ambiente de custos crescentes e demanda instável.
Além
disso, a retórica agressiva de Trump em relação a parceiros comerciais pode
levar a retaliações que prejudicam ainda mais a economia americana. A relação
com aliados tradicionais, como a União Europeia e o México, já foi tensa sob
sua primeira administração. Se essas nações decidirem retaliar com tarifas ou
restrições comerciais, os efeitos podem ser devastadores, resultando em perda
de empregos e fechamento de fábricas nos EUA. A interdependência econômica
global é inexorável. Uma abordagem unidimensional, como o protecionismo,
raramente resulta em benefícios duradouros.
Enebriado
pelo tom de voz, pelo histrionismo e pela cor alaranjada de Trump, a imprensa
não tem se debruçado sobre o real impacto social dessas políticas. O
descontentamento gerado por um aumento nos preços e pela escassez de produtos
pode alimentar um clima de insatisfação, se traduzindo em protestos e
distúrbios de rua. A polarização política, já exacerbada por questões como imigração,
gênero e justiça social, tende a se intensificar ainda mais com o agravamento
da crise econômica. Nesse contexto, a sociedade americana pode se dividir ainda
mais, com um crescente sentimento de frustração em relação ao governo e suas
promessas não cumpridas.
Além
do mais, as soluções simplistas apresentadas por Trump não levam em conta as
complexidades do mercado de trabalho moderno e as mudanças nas dinâmicas
econômicas globais. O mundo está em constante transformação, e as indústrias
que uma vez foram a espinha dorsal da economia americana estão se adaptando ou
desaparecendo. As promessas de reviver setores em declínio ignoram a
necessidade de inovação e adaptação em um mundo cada vez mais digital e
automatizado. Nos Estados Unidos real, longe dos púlpitos e palanques, 40
milhões de pessoas vivem abaixo da linha da pobreza. Dados de novembro do Censo
do país indicam que é essa a quantidade de adultos que afirmam não ter tido
alimento suficiente pelo menos uma vez, na semana anterior à pesquisa. Enquanto
11% das crianças brancas nos EUA vivem na pobreza, essa taxa chega a 32% para
crianças negras e 26% para crianças latinas, segundo dados do censo levantados
pelo Centro de Dados Kids Count.
Diante
disso, Trump, o palhaço sardônico, deveria assustar mais o público do interno
do que o externo. A retórica protecionista tem não apenas o potencial de
agravar a crise econômica vivida pelo país, mas também de aprofundar as
divisões sociais e políticas internas, com consequências opostas ao prometido
pelo slogan do 47o presidente dos Estados Unidos. Em um mundo cada vez mais
conectado e multilateral, políticas que promovem o isolamento econômico e
diplomático e anunciam o alinhamento com líderes extremistas como Giorgia
Meloni, Viktor Orbán, Jarostaw Kaczynski e Tino Chrupalla, não indicam o
caminho da prosperidade para os Estados Unidos, mas do gueto ideológico que
tira um país do século XXI e o leva de volta aos anos 30 do século XX.
A
impactante primeira cena de Guerra Civil, filme de Alex Garland, ilustra como a
narrativa de excepcionalismo norte-americano já não convence, nem mesmo o
presidente, responsável por vendê-la. No filme, no cerne da disputa política
que leva à guerra civil nos EUA, está a perda de crença na imagem da “América”
como invencível e a distância entre a realidade e o sonho. No filme, não
precisamos conhecer os revolucionários ou o presidente; o foco é a fragilidade
dos Estados Unidos, “a terra da liberdade”, armada, violenta e dividida, onde a
narrativa revela-se o elemento mais mortal da história. Estamos mais perto
disso do que de uma nova hegemonia global de um país liderado por um homem cor
de laranja que tem como deuses Elon Musk, Jeff Bezos e Mark Zuckerberg.
Fonte: Brasil 247
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