quarta-feira, 22 de janeiro de 2025

Luis Pellegrini: Heil Trump. O gesto tresloucado de Elon Musk

Em plena cerimônia da posse presidencial ontem, em Washington, Elon Musk estava agradecendo os eleitores pelo voto em Trump quando, com grande ímpeto, levantou o braço direito e desferiu o gesto maldito: a saudação nazifascista que os romanos inventaram (Ave César) e, nos milênios seguintes, Adolf (Heil Hitler) e Mussolini (Duce, Duce) se apropriaram e passaram a reproduzir a torto e a direito. Até no Brasil, onde sempre tem alguém pronto a macaquear as modas estrangeiras, houve, na mesma época dos chefes autocratas alemão e italiano, o tupiniquim Plínio Salgado. Ele foi descolar, lá no fundo do baú da língua tupi, o termo Anauê, que significa “Salve”, mas logo passou a significar “A autoridade do chefe não se discute” para os integralistas, os membros do movimento político/ideológico fascistoide que Plínio criou. E tudo sempre acompanhado pela coreografia do braço direito alçado.

Tem gente dizendo que, ao perpetrar o gesto, Musk disse, meio entredentes: “Heil Donald”. Vi e ouvi o vídeo várias vezes e posso garantir que isso não é verdade, é pura fake News. Na verdade, o que ele não disse, mas pensou, foi “Hello Elon”. Mas ninguém deve se espantar com o ocorrido. Gestos, ações e atitudes de afirmação da própria grandeza e poder são frequentes na vida desse novo escudeiro do recém empossado presidente norte-americano. Lembram-se do seu recente entrevero com o Ministro Alexandre de Moraes, que levou à suspensão temporária no Brasil da plataforma X (empresa de Musk)? Há antecedentes: No dia 6 de fevereiro de 2018, a SpaceX (idem) lançou ao espaço um carro esportivo fabricado pela Tesla (idem). Nestes quase sete anos, o veículo orbitou o Sol quatro vezes e atualmente está se afastando da Terra à uma impressionante velocidade de 25.290 quilômetros por hora. Poderá chegar a algum planeta dotado de vida inteligente dentro de alguns milhares de anos.

Mas por favor, alguém me responda, porque eu não consigo: Por que desperdiçar um Tesla novinho em folha lançando-o no espaço sideral? Nem sequer leva algum passageiro, já que, segundo dizem as más línguas, na última hora Musk desistiu de subir a bordo e preferiu ficar por aqui mesmo. Por que? Será porque tem outros planos?

Sim, tem outros planos. Muitos outros planos. Elon Musk é uma nova espécie de Tio Patinhas da era dos computadores e das viagens espaciais. Um iceberg emocional feito de ambição e determinação frias que experimenta sabe-se lá quais prazeres secretos ao navegar no seu oceano de dinheiro. A ponta desse iceberg surgiu finalmente, e o mistério começa a ser desfeito: Musk acaba de receber a posição de chefe do Departamento da Eficiência Governamental do governo Trump. Ainda não se sabe bem o que isso significa, já que se trata de uma posição recém-criada que precisará receber uma estrutura e uma definição de finalidade. O certo é que Elon Musk, que é africano branco de origem, nascido na África do Sul, deve ter trazido de lá mandingas poderosíssimas. Está agora com os pés solidamente fincados no poder, em Washington. Próximo ao companheiro Donald Trump, a quem se juntará como unha e carne, e se tornará seu braço direito. Tudo poderá acontecer nessa simbiose. Como no casamento do morcego com a coruja: da união poderá nascer uma linda e voraz morcuja. Monstrinhos híbridos como este irão proliferar nos anos que se descortinam.

A esse par central juntaram-se também outros magnatas das big techs, entre eles Mark Zuckerberg (Meta), Sundar Pichai (Google), Tim Cook (Apple), Jeff Bezos (Amazon), Shou Zi Chew (TikTok) e Sam Altman (Open AI). Juntos constituirão uma nova falange de cavaleiros do apocalipse jurados para apoiar e proteger o novo governo. E salve-se quem puder. Não poderemos acreditar em mais nada que for publicado nas redes sociais. Nem mesmo nas nossas próprias postagens.

Logo depois do gesto tresloucado de Elon Musk – que várias associações judaicas logo quiseram justificar e botar panos quentes, dizendo que tudo não passou de um “arroubo de entusiasmo”. O que me obrigou a comentar com alguns meus amigos judeus “Vocês estão brincando com fogo!", e eles revidaram dizendo que eu estava fazendo piada de mau gosto – veio um discurso de Donald Trump.

E aí, francamente, meus amigos, tive a sensação de estar mergulhando num universo de total insanidade. O discurso me pareceu uma viagem doida de regresso aos tempos sombrios da Idade Média. Proibição à imigração de estrangeiros – como se a inteira população norte-americana, à exceção dos indígenas que sobraram, não fosse constituída de imigrantes, inclusive a família do próprio Trump, a Melânia, o Musk e tutti quanti. Nova saída do Acordo de Paris, com recuo total nas questões ambientais, como se as consequências das mudanças climáticas em curso existissem apenas nos livros de ficção científica e nos filmes-catástrofe de Hollywood. Abolição dos controles de conteúdo nas redes sociais, uma forma de abrir as porteiras para deixar passar as boiadas nefastas das fake News, fazendo com que nosso mundo se torne um império da mentira, do engano e da desinformação. E as regressões na área comportamental? Os transexuais, que já passaram por tanto sofrimento na vida, agora têm seus direitos de livre escolha de gênero negados e classificados como “criaturas do inferno”? Meu Deus, no Brasil nem mesmo o Edir Macedo ou o Valdemiro, Homem do Chapéu e dos feijões mágicos, ousariam tanto sem morrer de vergonha! 

Alguém precisa dizer a Trump que não é possível parar o curso evolutivo da história. Quem o tentar será impiedosamente devorado por ela. Mesmo tendo sido democraticamente eleito pela maioria absoluta da população do seu país.

Viveremos, nos próximos anos, tempos muito difíceis, porém muito interessantes. Não haverá monotonia, com certeza, e isso será um dos poucos consolos. Nesses tempos conturbados que já chegaram, talvez a única opção para quem quiser desfrutar de um pouco de paz e sossego será seguir o conselho do sábio escritor Voltaire colocado no final do seu romance Cândido: “Vá cuidar do seu jardim”. No nosso caso o jardim chama-se Brasil.

 

¨      O mundo à mercê de um psicopata. Por Paulo Henrique Arantes

O mundo viveu a Idade das Trevas e a Era das Luzes. O exercício do poder ao longo do tempo foi deixando de se basear em vontades pessoais. Na civilização moderna, as nações regem-se por conjuntos de normas - as constituições - que garantem um curso à sociedade livre de retrocessos civilizatórios, baseado no respeito humano e focado no desenvolvimento socioeconômico. O governante pode elencar suas prioridades e trabalhar para executá-las, desde que não viole certos princípios humanísticos consagrados.  

Claro, governos autoritários vilipendiam tais princípios, mas mesmo esses acabam se sujeitando, em maior ou menor grau, a certas normais civilizatórias consensuais. Até quem promove a guerra justifica-a pela necessidade de uso da força para se alcançar a paz. A busca da paz é, portanto e em tese, um consenso insofismável. Até grupamentos terroristas alegam almejar a paz - a paz por eles idealizada -, ainda que mediante atos de violência extrema.

O mundo poderia estar melhor, pois os governos ultrapersonalistas, calcados na figura de um imperador, foram rechaçados pela História. O predomínio da personalidade sobre os destinos de um povo é algo inaceitável no Século XXI, como já deveria ter sido nos Século XIX e XX. Eis que o país mais poderoso do planeta, por seu aparato bélico antes de tudo, elege um candidato a imperador para comandá-lo, alguém cuja personalidade é, claramente, a de um psicopata.

Já se descreveu a personalidade de Jair Bolsonaro neste espaço, a partir de análise feita por especialistas. Agora é a vez de Donald Trump, uma espécie de Bolsonaro dotado de inteligência, dinheiro e muito, muito mais poder.

Tal como o brasileiro, o americano é um psicopata.

Quem melhor escreveu sobre a psicopatia que acomete Bolsonaro foi o psiquiatra forense Guido Palomba, em artigo publicado na imprensa em março de 2021. A descrição veste em Trump à perfeição. Palomba invocou o psiquiatra alemão Kurt Schneider, autor do livro “Personalidades Psicopáticas”, para ir fundo na mente doentia. 

Para o “pai dos psicopatas”, como Schneider é chamado, o psicopata caracteriza-se pela falta de compaixão (com imigrantes, por exemplo), por ser tosco (belo adjetivo) e anestesiado de senso moral. Que moral possui Donald Trump, condenado por fraudar pagamentos a uma atriz pornô?

O psicopata não tolera ser contrariado, é quase sempre mal-educado. Eis um trecho do texto primoroso de Palomba: “A inteligência limítrofe ou seletiva ( no caso de Bolsonaro, limítrofe: no caso de Trump, seletiva ) leva-os a praticar atos bizarros, por turrice e teimosia. Persistem voluntariosos, desde que seja em benefício próprio. Caso voltem atrás , não será pelo reconhecimento do erro, mas por estratégia momentânea. Em seguida, recidivam, às vezes de forma mais virulenta, por serem rancorosos e vingativos”.

Os psicopatas de Schneider representam elevada periculosidade social: “Nada os detêm, salvo a reprimenda enérgica, judicial e legal, única forma eficaz de pará-los”. No caso de Trump, a via judicial não foi suficiente. 

Resta a pergunta: o mundo civilizado dispõe de meios para evitar o subjugo ao psicopata Donald Trump?

 

¨      A América não será grande de novo. Por Chico Cavalcante

Donald Trump assumiu seu segundo mandato como presidente dos Estados Unidos fazendo o que melhor sabe: chamar a atenção. Suas declarações, que coincidem com as propostas de sua campanha – incluindo congelamento de preços em supermercados, sobretaxação de produtos importados e a permanência de subsídios inicialmente considerados provisórios – produzem um misto de medo e incerteza e levantam sérias preocupações entre economistas sobre a viabilidade de sua implementação e as consequências dessas medidas para a economia americana. As ideias de Trump, que remetem a práticas testadas e reprovadas na América Latina e resultaram em crises profundas, podem não apenas agravar a crise econômica nos Estados Unidos, mas também intensificar o descontentamento social e, paradoxalmente, fortalecer a China, inimiga declarada da direita mundial e maior produtora de bens do planeta atualmente.

O cientista politico Sérgio Abrantes classificou a fala de Trump como “um discurso distópico”, baseado no que Zygmunt Bauman chamou de retrotopia, uma tendência sociológica que usa incertezas e desilusões da modernidade e medo do futuro para oferecer como solução e alívio, um passado idealizado irrealizável e destrutivo. Prometer a grandeza de sua nação e a desgraça do mundo é prometer um paradoxo surreal, irrealizável, uma equação que não fecha.

Em sua primeira fala após assumir a presidência pela segunda vez, Trump se apoiou na trase que marcou sua trajetória política: "Make America Great Again" (ou "Torne a América Grande Novamente", em tradução livre). O slogan, que se tornou um dos pilares de sua campanha, foi usado tanto em sua candidatura de 2016 quanto em sua reeleição em 2024. "Este será verdadeiramente o auge dourado da América, é isso que temos. Esta é uma vitória magnífica para o povo americano, que nos permitirá fazer a América grandiosa novamente", declarou. 

A expressão "Make America Great Again" (abreviada como MAGA) não é uma invenção de Trump nem uma criação de seus marqueteiros, embora tenha sido ele quem a popularizou em 2016. O slogan tem suas raízes na candidatura de Ronald Reagan, que o utilizou em sua campanha presidencial de 1980. É, por assim dizer, um slogan requentado. Naquele momento, Reagan propôs restaurar o orgulho nacional e reerguer os Estados Unidos como uma grande potência, em um contexto em que a nação enfrentava uma grave crise econômica, com inflação alta e prolongada estagnação.

Com essa fala tomada de Reagan, Trump conseguiu capturar a atenção de uma parte significativa da população, prometendo soluções rápidas e simplistas para problemas complexos. No entanto, as medidas propostas por ele têm o potencial de criar um efeito dominó negativo que pode acentuar as dificuldades já enfrentadas por muitos cidadãos estadunidenses. A promessa de que o protecionismo traria de volta empregos que foram transferidos para outros países desconsidera as nuances da globalização e a complexidade das cadeias de suprimento modernas, assim como ignora o fato de que “soluções”idênticas foram tentadas em seu primeiro mandato, sem sucesso.

Um dos pontos críticos da agenda de Trump é a promessa de deportar milhões de imigrantes ilegais, uma política que, além de gerar controvérsias, tende a produzir graves consequências econômicas. A mão de obra imigrante é essencial em setores como construção e serviços, especialmente aqueles que oferecem salários mais baixos. A redução dessa força de trabalho não apenas criaria um vácuo no mercado de trabalho, mas também poderia alimentar novas pressões inflacionárias em um momento em que a economia já luta para se estabilizar. Os trabalhadores indocumentados, para citar um termo alfandegário, frequentemente ocupam empregos que muitos cidadãos americanos não estão dispostos a ocupar, e sua ausência levará ao aumento dos custos de produção e, consequentemente, ao aumento dos preços finais para os consumidores. Segundo o relatório do Fundo Monetário Internacional (FMI) a economia espanhola foi a que mais cresceu em 2024, à frente até mesmo dos Estados Unidos — e, na contramão da retórica xenofóbica de Trump, a contribuição dos imigrantes para a pujança econômica da Espanha é significativa. O chefe do governo, Pedro Sánchez, disse durante uma viagem que o levou à Mauritânia, Gâmbia e Senegal em agosto que os migrantes representam "riqueza, desenvolvimento e prosperidade". A contribuição dos imigrantes para a economia, disse o líder do PSOE, “é fundamental, assim como para a sustentabilidade do nosso sistema de seguro social e previdência".

As políticas protecionistas, ao elevar as tarifas sobre produtos importados, em vez de proteger a indústria nacional, podem resultar em um aumento na dependência de bens chineses, que continuam competitivos em termos de preço e qualidade. Um estudo do Peterson Institute for International Economics sugere que, em resposta a tarifas, a China pode redirecionar suas exportações para outros mercados, enquanto os EUA enfrentam dificuldades em manter suas próprias indústrias competitivas. Essa dinâmica pode criar um ciclo vicioso, onde a tentativa de proteger a economia americana resulta em maiores perdas de competitividade. Quem viu o filme Fantasia, animação épica dos estúdios Disney, sabe o que um aprendiz de feiticeiro é capaz quando escala os bandes para fazer o trabalho de limpeza.

O impacto das tarifas sobre o comércio também será sentido em setores que dependem de insumos importados. Indústrias como a automobilística e a tecnologia, que dependem de peças e componentes fabricados no exterior, podem ver seus custos de produção aumentarem substancialmente. Esses aumentos, inevitavelmente, se traduzem em preços mais altos para os consumidores e em margens de lucro reduzidas para as empresas. A consequência é uma economia ainda mais fragilizada, com empresas lutando para se manter à tona em um ambiente de custos crescentes e demanda instável.

Além disso, a retórica agressiva de Trump em relação a parceiros comerciais pode levar a retaliações que prejudicam ainda mais a economia americana. A relação com aliados tradicionais, como a União Europeia e o México, já foi tensa sob sua primeira administração. Se essas nações decidirem retaliar com tarifas ou restrições comerciais, os efeitos podem ser devastadores, resultando em perda de empregos e fechamento de fábricas nos EUA. A interdependência econômica global é inexorável. Uma abordagem unidimensional, como o protecionismo, raramente resulta em benefícios duradouros.

Enebriado pelo tom de voz, pelo histrionismo e pela cor alaranjada de Trump, a imprensa não tem se debruçado sobre o real impacto social dessas políticas. O descontentamento gerado por um aumento nos preços e pela escassez de produtos pode alimentar um clima de insatisfação, se traduzindo em protestos e distúrbios de rua. A polarização política, já exacerbada por questões como imigração, gênero e justiça social, tende a se intensificar ainda mais com o agravamento da crise econômica. Nesse contexto, a sociedade americana pode se dividir ainda mais, com um crescente sentimento de frustração em relação ao governo e suas promessas não cumpridas.

Além do mais, as soluções simplistas apresentadas por Trump não levam em conta as complexidades do mercado de trabalho moderno e as mudanças nas dinâmicas econômicas globais. O mundo está em constante transformação, e as indústrias que uma vez foram a espinha dorsal da economia americana estão se adaptando ou desaparecendo. As promessas de reviver setores em declínio ignoram a necessidade de inovação e adaptação em um mundo cada vez mais digital e automatizado. Nos Estados Unidos real, longe dos púlpitos e palanques, 40 milhões de pessoas vivem abaixo da linha da pobreza. Dados de novembro do Censo do país indicam que é essa a quantidade de adultos que afirmam não ter tido alimento suficiente pelo menos uma vez, na semana anterior à pesquisa. Enquanto 11% das crianças brancas nos EUA vivem na pobreza, essa taxa chega a 32% para crianças negras e 26% para crianças latinas, segundo dados do censo levantados pelo Centro de Dados Kids Count.

Diante disso, Trump, o palhaço sardônico, deveria assustar mais o público do interno do que o externo. A retórica protecionista tem não apenas o potencial de agravar a crise econômica vivida pelo país, mas também de aprofundar as divisões sociais e políticas internas, com consequências opostas ao prometido pelo slogan do 47o presidente dos Estados Unidos. Em um mundo cada vez mais conectado e multilateral, políticas que promovem o isolamento econômico e diplomático e anunciam o alinhamento com líderes extremistas como Giorgia Meloni, Viktor Orbán, Jarostaw Kaczynski e Tino Chrupalla, não indicam o caminho da prosperidade para os Estados Unidos, mas do gueto ideológico que tira um país do século XXI e o leva de volta aos anos 30 do século XX.

A impactante primeira cena de Guerra Civil, filme de Alex Garland, ilustra como a narrativa de excepcionalismo norte-americano já não convence, nem mesmo o presidente, responsável por vendê-la. No filme, no cerne da disputa política que leva à guerra civil nos EUA, está a perda de crença na imagem da “América” como invencível e a distância entre a realidade e o sonho. No filme, não precisamos conhecer os revolucionários ou o presidente; o foco é a fragilidade dos Estados Unidos, “a terra da liberdade”, armada, violenta e dividida, onde a narrativa revela-se o elemento mais mortal da história. Estamos mais perto disso do que de uma nova hegemonia global de um país liderado por um homem cor de laranja que tem como deuses Elon Musk, Jeff Bezos e Mark Zuckerberg.

 

Fonte: Brasil 247

 

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