Setor extrativo mineral: conheça 5 projetos
na BA, que somam R$ 1,3 bi
O crescimento da
demanda por baterias, o consumo cada vez maior de microprocessadores e a
necessidade do Brasil garantir segurança no abastecimento de fertilizantes
tendem a gerar um novo ciclo de expansão na indústria extrativo mineral da
Bahia. Nessa fase, se destacam cinco projetos, com investimentos totais na casa
de R$ 1,3 bilhão. Os players por trás desses empreendimentos são a Brasil
Grafite, Galvani/Fosnor, Minasliga, Clariant e Xilolite.
O maior aporte
previsto é o da Brasil Grafite, que tem um plano de negócios de R$ 735 milhões.
Os recursos estão programados para a exploração de grafita na Mina de Santa
Cruz, localizada em Itabela, municipio a 556 km de Salvador.
A empresa, de origem
nacional, foi adquirida em 2018 pela canadense South Star Mining, cujo core
business é a produção de metais para baterias.
O grafite tem papel
estratégico nessa indústria, pela alta capacidade de atração de íons de lítio,
característica fundamental para o funcionamento dos carros elétricos. Além
disso, o mineral garante mais estabilidade – e portanto segurança – aos
equipamentos de armazenamento de energia.
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Galvani tem projeto extrativo mineral de R$ 340 milhões
O empreendimento da
Fosnor/Galvani tem orçamento de R$ 340 milhões, a serem destinados a um novo
complexo de concentrado fosfático na cidade de Irecê (Chapada Diamantina). A
operação já tem licença de instalação, emitida pelo Instituto do Meio Ambiente
e Recursos Hídricos (Inema).
O objetivo da Galvani
com esse projeto é incrementar suas atividades de mineração e beneficiamento de
fosfato para, com isso, aumentar a produção de fertilizantes na planta
industrial localizada em Luís Eduardo Magalhães. A meta da empresa é passar de
600 mil para 1,2 milhão de toneladas/ano desse insumo.
Reforçar a produção
nacional de fertilizantes é uma questão de segurança geopolítica e alimentar
para o Brasil. O país depende de importações, o que o deixa suscetível aos
humores de países que dominam esse mercado, como a Rússia e a China.
Não é sem motivos, que
o governo brasileiro vem tentando se equilibrar numa corda bamba diplomática
desde o início da guerra da Ucrânia, para não se indispor com Vladimir Putin.
Afinal, o país importa em torno de 42 milhões de toneladas/ano de fertlizantes
e os fornecedores russos respondem por 23% desse volume.
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Minasliga de olho no mercado internacional
A Minasliga, sediada
em Pirapora (MG), assinou no final do mês passado um protocolo de intenções com
o governo da Bahia para implantação de um empreendimento de R$ 182 milhões em
Simões Filho, na Região Metropolitana de Salvador.
A empresa pretende
instalar uma unidade industrial destinada à produção de silício metálico,
microsílica silício metálica, ferro silício, microsílica ferro silício, escória
de ferro e escória de silício metálico.
A capacidade de
produção prevista é de 26,3 mil toneladas/ano e a geração de empregos é
estimada em 400 postos diretos e indiretos.
O diretor presidente,
Henrique Simões Zica, afirma que esse projeto ” tem foco principal na
exportação de produtos da metalurgia sustentável”. “Vamos vender nossos
produtos para as indústrias siderúrgica, de fundição e química, utilizando o
porto de Salvador como hub para o mercado internacional”, detalha.
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Clariant e Xilolite planejam investir R$ 45 milhões
Em Vitória da
Conquista, a Clariant, nome de fantasia da Companhia Brasileira de Betonita,
prevê investimentos de R$ 30 milhões na modernização do seu parque.
A Xilolite, por sua
vez, programa R$ 15 milhões para ampliar sua produção de óxido de magnésio,
magnesita crua e hidróxido em Brumado, cidade do Centro-Sul baiano, conhecida
como “capital do minério”.
Outra companhia com
planos de investir na indústria extrativo mineral da Bahia é a Si&Mex do
Brasil, que se reuniu nesta terça-feira (9) com o governador Jerônimo
Rodrigues.
A empresa, de origem
alemã, afirma que vai implantar, em Camaçari, um complexo voltado para silício
refinado (destinado à produção de semicondutores para microchips e isolamento
de placas fotovoltáicas) e também para a fabricação de painéis solares 100% recicláveis.
No entanto, fontes do
setor industrial questionam, sob reserva, a viabilidade do megaprojeto, que tem
previsão de consumir R$ 11 bilhões.
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Silício em alta no setor extrativo mineral baiano
Entre os fatores que
vêm impulsionando a indústria extrativo mineral da Bahia está a digitalização e
eletrificação crescentes. Essa demanda impacta positivamente o estado, que é um
dos maiores produtores brasileiros de silício, insumo fundamental para a produção
de microchips.
A demanda está em alta
em todo o mundo e houve até uma crise recente na economia global por falta de
microprocessadores na pandemia da Covid-19. No Nordeste, a procura tende a se
multiplicar em escala exponencial, devido à produção de carros elétricos pela
BYD, na Bahia, e Stellantis, em Pernambuco.
Além disso, a
infraestrutura digital, especialmente o segmento de data centers, passa por uma
fase de atração de investimentos bilionários na região, gerando ainda mais
pressão por materiais semicondutores para microchips e deixando ainda mais
feliz o setor extrativo mineral.
• MULTINACIONAL DESISTE DE MINAS E ESCOLHE
BAHIA PARA CONSTRUÇÃO DE FÁBRICA
A Bravo Motor Company
(BMC) Brasil Energy anunciou que investirá R$ 1,27 bilhão na construção da
primeira fábrica de baterias de lítio da América Latina, em São Sebastião do
Passé, na Bahia.
Inicialmente, o
projeto seria realizado em Nova Lima, na região metropolitana de Belo
Horizonte, mas divergências sobre políticas econômicas e financeiras
redirecionaram o investimento.
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Divergências políticas e econômicas
Em 2021, a Bravo
assinou um protocolo de intenções com o governo de Minas Gerais para instalar o
Colossus Cluster, um complexo que incluiria a produção de veículos elétricos,
com um investimento total previsto de R$ 25 bilhões.
No entanto, mudanças
na postura do governo mineiro, especialmente após declarações do governador
Romeu Zema (Novo) sobre os carros elétricos serem uma ameaça aos empregos
brasileiros, influenciaram na decisão da empresa.
A nova fábrica na
Bahia, segundo a Bravo, terá uma capacidade instalada de produção de 2
gigawatts-hora por ano, e a empresa planeja gerar 3,5 mil empregos diretos e 10
mil indiretos. Multinacionais como ABB e Rockwell Automation devem continuar
como parceiras no projeto, conforme anunciado anteriormente.
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Motivos da escolha pela Bahia
Em nota, Eduardo
Muñoz, diretor da Bravo, explicou que a escolha da Bahia foi baseada em um
posicionamento estratégico e geopolítico para promover uma cadeia de valor
desde a mineração até a produção de baterias. A Bahia tem se mostrado
comprometida com a economia verde, fator crucial para a decisão da Bravo.
Muñoz ressaltou que,
apesar do Brasil ser uma escolha natural devido à sua liderança regional e ao
setor automotivo robusto, a Bahia se destacou pelo compromisso com a economia
verde.
“Após escolher o país,
o funil dependia de um estado que realmente estivesse comprometido com essa
economia, por isso, a Bahia. Com a chegada da BYD, da Bravo, outras virão, isso
é garantia. Estamos formando no estado um HUB de economia verde na América Latina”,
disse o executivo.
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Terreno próximo da BYD
A mudança para a Bahia
também foi facilitada pela doação de um terreno de 400 mil m² pela Prefeitura
de São Sebastião do Passé, localizado próximo à BR-324, que se conecta a portos
e outras rodovias federais.
A proximidade com
Salvador e Camaçari, onde a chinesa BYD instalará sua fábrica de carros
elétricos e híbridos, fortalece ainda mais a região como um polo de inovação e
sustentabilidade.
• BAHIA CONTARÁ COM INVESTIMENTO DE R$ 3
BILHÕES EM NOVA FASE DO PAC SELEÇÕES
A Bahia será
contemplada com um investimento de quase R$ 3 bilhões, em nova fase do PAC
Seleções. O programa do Governo Federal vai investir um total de R$ 41,7
bilhões em 899 empreendimentos espalhados por 27 estados e 710 municípios, com
obras nas áreas de transporte, prevenção a desastres, esgotamento,
abastecimento de água e infraestrutura social.
O anúncio dos novos
projetos selecionados aconteceu nesta sexta-feira (26), durante evento
realizado no Palácio do Planalto, em Brasília, com a participação do presidente
Luís Inácio Lula da Silva, e dos ministros da Casa Civil, Rui Costa; da Justiça
e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski; e das Cidades, Jader Filho.
Também presente na
solenidade, o governador Jerônimo Rodrigues expressou sua satisfação com os
anúncios: “estamos saindo contentes daqui com esses anúncios e investimentos de
cerca de 3 bilhões de reais em diversos setores, que são ações para o estado, mas,
também, para os municípios”.
Na oportunidade, o
ministro da Casa Civil, Rui Costa, destacou que a seleção de projetos
considerou a necessidade das populações locais, independentemente dos partidos
de prefeitos e governadores.
O presidente Lula
ressaltou a importância da colaboração entre os governos Federal e Estadual.
“Esse lançamento de hoje é uma convocatória para que a gente possa trabalhar
junto, para que a gente possa compartilhar. A civilidade significa que os entes
federados precisam construir parceria, trabalhar juntos, significa que um
depende do outro, significa que juntos a gente pode fazer muito mais do que
separados. É apenas por isso que a gente chama as pessoas aqui, porque queremos
compartilhar”.
• RECEITA FEDERAL ENQUADRA PROJETO DA
PONTE SALVADOR-ITAPARICA COMO ESTRATÉGICO NO SETOR DE INFRAESTRUTURA
A Receita Federal do
Brasil habilitou a Concessionária Ponte Salvador-Itaparica para fazer parte do
Regime Especial de Incentivos para o Desenvolvimento de Infraestrutura (REIDI).
O REIDI é um programa federal que desonera a implantação de projetos estratégicos
de infraestrutura. No caso do Sistema Rodoviário Ponte Salvador-Itaparica, ele
vai promover a melhoria no tráfego na Região Metropolitana de Salvador,
Recôncavo e Baixo Sul, além de fazer a conexão com importantes rodovias como a
BR-101, BR-116 e BR-242. Essa nova solução de mobilidade irá oferecer também
uma outra alternativa de acesso à capital baiana que já tem o fluxo via BR-324
bastante saturado. Esse sistema rodoviário é parte de uma infraestrutura ainda
maior, o Sistema Viário Oeste, que envolve a duplicação e construção de
rodovias por parte do poder público.
“Esse enquadramento
reconhecido pelo Governo reforça o viés transformador do nosso projeto nos
aspectos social e econômico. O investimento que está sendo feito será
responsável, por exemplo, pela geração de sete mil empregos, desenvolvimento de
mais de 50 programas educacionais e socioambientais, ampliação do potencial
turístico da Bahia e aumento da competitividade logística do estado”, detalhou
o CEO da Concessionária, Claudio Villas Boas. A habilitação é resultado do
trabalhado desenvolvido nos últimos seis meses pela Concessionária.
O enquadramento
significa que, ao longo do processo de construção do Sistema Rodoviário, a
Concessionária não precisará arcar com as incidências fiscais de PIS/PASEP e
COFINS. O programa retira a cobrança de impostos incidentes sobre vendas,
locações, importações e prestações de serviços relacionados a projetos de
infraestrutura nas áreas de transportes, portos, energia, saneamento básico e
irrigação.
A decisão não
desobriga a Concessionária de manter a sua regularidade fiscal, com o pagamento
de outros impostos e contribuições federais. Além disso, fica estabelecido que
a habilitação no REIDI será cancelada assim que a construção da Ponte
Salvador-Itaparica for finalizada.
Fonte: Movimento
Econômico/Bahia Econômica
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