“Há indícios para PGR denunciar Bolsonaro”,
diz chefe da PF
O diretor-geral da
Polícia Federal, Andrei Rodrigues, afirmou ao CNN Entrevistas que há indícios o
suficiente para a Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentar denúncia
contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nos inquéritos sobre suposto esquema
de fraudes em dados de vacinação e no caso das joias sauditas.
“Nós já concluímos as
investigações e as nossas conclusões foram nesse sentido. Quando a polícia
indicia alguns investigados, a equipe da investigação, a autoridade policial
que formalmente faz o indiciamento, é importante esclarecer, ela aponta.”
“O ato de indiciamento
não é um ato isolado, ele tem que ter um lastro probatório, que tem que estar
documentado no inquérito policial. Há um despacho fundamentado, trazendo todos
os elementos de convicção que foram colhidos e que levaram a autoridade policial
a concluir pelo indiciamento, que é um ato privativo da polícia e do policial
que conduz”, disse Andrei.
Bolsonaro foi
indiciado pela PF por fraude em cartão de vacinação para Covid-19 em março
deste ano. O ex-presidente, seu ex-ajudante de ordens Mauro Cid e outros
aliados foram indiciados pelos crimes de associação criminosa e inserção de
dados falsos em sistema de informações.
Já no inquérito das
joias, que apura se Bolsonaro e aliados se apropriaram de joias do acervo
presidencial, o ex-presidente foi indiciado no começo deste mês. Ele foi
indiciado por peculato, associação criminosa e lavagem de dinheiro.
Para Andrei, há
indícios consideráveis para a apresentação da queixa. “Nós entendemos que há
elementos suficientes para que o processo avance, com o devido processo legal,
com direito à ampla defesa. Que o juiz, a Suprema Corte, tome a decisão que
tiver que tomar, absolvendo ou condenando os investigados”.
• Orcrim Bolsonarista: PF descobre como
Bolsonaro afanou o relógio Patek
Mais uma história
absolutamente inacreditável.
Em novembro de 2021,
nos dias 16 e 17, o então presidente Jair Bolsonaro fez uma visita oficial, na
qualidade de chefe de Estado, ao Reino do Bahrei.
Lá ele ganhou um “kit
de ouro branco”, que ele também iria tentar roubar e vender nos EUA.
Mas a história aqui é
de outra joia, um relógio Patek Philippe Calatrava, que é literalmente um dos
relógios mais caros do mundo, e que ele também ganhou de presente nessa viagem.
O valor do modelo presenteado a Bolsonaro é avaliado em R$ 255 mil.
O kit de ouro branco,
não teve jeito. Por ter chamado muita atenção, Bolsonaro permitiu que fosse
registrado no Gabinete de Documentação Histórica e Patrimônio da Presidência da
República (GADH), que é órgão no qual todos esses presentes devem ser sempre
encaminhados e catalogados.
Mas o Patek não. A PF
descobriu que o Patek, que Bolsonaro ganhou do governo do Bahrein, jamais foi
registrado.
Bolsonaro afanou o
relógio desde que pôs os olhos nele!
Quando viajou aos EUA,
em 8 de junho de 2022, junto com uma comitiva cheia de gente com carteira
falsificada de vacinação, Jair Bolsonaro levou o Patek, com objetivo de
vendê-lo por lá.
Mauro Cid conta a
história em detalhes, e diz que foi o próprio presidente que ordenou que o
relógio fosse vendido.
Trecho do relatório da
PF:
“[Mauro Cid declarou]
QUE no começo de 2022, o presidente JAIR BOLSONARO estava reclamando dos
pagamentos de condenação judicial em litígio com a Deputada Federal MARIA DO
ROSARIO e gastos com a mudanças e transporte do acervo que deveria arcar, além
de multas de trânsito por não usar o capacete nas motociatas; QUE diante disso,
o ex-Presidente solicitou ao COLABORADOR [Mauro Cid] quais presentes de alto
valor que havia recebido em razão do cargo; QUE o COLABORADOR verificou que os
presentes mais fáceis de mensurar o valor seriam os relógios, e solicitou ao
GADH a lista de relógios que o presidente recebeu de presente;
(…)
QUE o ex-Presidente da
República solicitou que o COLABORADOR realizasse a venda do kit ouro branco e
dos relógios ROLEX e PATEX PHILIPPE; QUE apenas o COLABORADOR e o ex-Presidente
JAIR BOLSONARO sabiam das tratativas das vendas desses itens;
QUE na véspera do
embarque para os Estados Unidos, em de junho de 2022, o então Presidente JAIR
BOLSONARO passou o relógio fisicamente para o colaborador; INDAGADO em qual
local o então presidente passou o relógio para o colaborador, respondeu QUE foi
no Palácio do Alvorada.”
***
Entretanto, quando
prestou depoimento à Polícia Federal, Jair Bolsonaro e sua defesa mentiram
descaradamente e disseram que nunca tinham ouvido falar do relógio Patek.
Segundo a Polícia
Federal, o Patek foi vendido pelo ex-ajudante de ordens Mauro Cid a uma loja
nos Estados Unidos em junho de 2022, junto com um Rolex ofertado pela Arábia
Saudita.
O valor pago pela
loja, Precision Watches, pelos dois relógios foi de US$ 68 mil, que corresponde
ao câmbio de hoje a R$ 322 mil, depositados na conta do pai de Mauro Cid, o
general Mauro Lorena Cid, que também dirigia uma filial da Apex nos EUA.
Cid pai ficaria
encarregado de repassar o dinheiro, em cash, para Jair Bolsonaro, durante suas
estadias em Miami.
Há abundância de
provas relativas ao roubo do Patek: depoimentos de Cid e outros ex-assessores
de Bolsonaro, prints de conversas por whatsapp, emails, recibos, etc.
Um detalhe: esse Patek
ainda permanece desaparecido. Bolsonaro não conseguiu devolvê-lo ao TCU. Dele
só resta o dinheiro no bolso de Bolsonaro.
• Ramagem criou lista de procuradores
“contrários” ao governo Bolsonaro
O ex-diretor da Abin
(Agência Brasileira de Inteligência), Alexandre Ramagem, tinha uma lista de
procuradores considerados “contrários” ao governo do ex-presidente Jair
Bolsonaro, segundo a Polícia Federal. O documento foi encontrado por
investigadores durante a apuração da “Abin Paralela”, estrutura criada para
monitorar adversários políticos do então mandatário.
O levantamento trazia
nomes do Ministério Público Federal (MPF) e do Ministério Público junto ao
Tribunal de Contas da União (MP do TCU) responsáveis por investigações ou
representações contra o ex-presidente, seus filhos ou sua mulher, a
ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.
O documento também
possuía dados de procuradores que investigaram aliados do ex-presidente, como
Cristina Bolsonaro, sua ex-mulher, e o empresário bolsonarista Luciano Hang,
dono da Havan. A corporação diz que a lista era atualizada “reiteradamente” e
os nomes citados como pessoas “que atuam contra o governo”.
A procuradora do MPF
Carolina Haliuc Bragança, destacada por sua atuação na área ambiental e ações
de combate ao garimpo no Norte do país, era uma das pessoas citadas nessa
lista. Celia Reina Souza Delgado, que assinou uma notícia de fato pedindo ao
governo Bolsonaro um ato administrativo relacionado a mortes na pandemia de
Covid-19, também teve seus dados coletados pela “Abin Paralela”.
Há ainda o nome do
procurador do MP do TCU, Lucas Rocha Furtado, com detalhes de representações
que teriam afetado o governo, além de diversos outros membros do MPF, divididos
a partir de suas ações contra aliados do então presidente
O primeiro tópico do
documento cita Michelle. O segundo trata de procuradores que investigaram os
filhos do ex-presidente e o terceiro, detalhes de autoridades que investigaram
seus apoiadores, como Hang. Também há anotações contra os responsáveis por ações
contra ministros e chefes de órgãos.
• PF planeja novas operações em
investigação sobre “Abin paralela”
A Polícia Federal
planeja novas operações na investigação sobre o suposto esquema de espionagem
ilegal de autoridades pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante a
gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro. A expectativa inicial era encerrar o inquérito
da “Abin Paralela” em agosto.
Até o momento, segundo
apurou a CNN, a PF não encontrou novos áudios nos aparelhos do ex-diretor da
Abin, Alexandre Ramagem.
Dados obtidos por meio
de mandados de busca e apreensão, no entanto, trouxeram novos elementos para a
investigação. Novos pedidos de prisão não estão descartados.
Na última fase da
Operação Última Milha, foram presos o ex-funcionário da Secretaria de
Comunicação da Presidência da República, Mateus de Carvalho Sposito; o
empresário Richards Dyer Pozzer; o influenciador Rogério Beraldo de Almeida; o
policial federal Marcelo Araújo Bormevet; e o militar do Exército Giancarlo
Gomes Rodrigues.
A Polícia Federal
pretende inclusive ouvir novamente os cinco presos, já que Ramagem – durante
depoimento de mais de seis horas à PF – citou Marcelo Bormevet e Giancarlo
Gomes Rodrigues como responsáveis pelas atividades clandestinas.
Entre os
investigadores, há quem fale sobre um acordo de delação premiada com os dois.
Advogados negam a possibilidade.
• PASSOU A BOIADA: Governo investiga
sumiço de milhares de documentos do Meio Ambiente na gestão Salles
A Controladoria-Geral
da União (CGU) do governo Lula informou, através de nota divulgada nesta
sexta-feira (26), que abriu uma investigação preliminar para apurar o sumiço de
milhares de documentos do Ministério do Meio Ambiente durante o governo Bolsonaro,
quando a pasta era comandada por Ricardo Salles (PL-SP), hoje deputado federal.
"A
Controladoria-Geral da União (CGU) abriu uma apuração preliminar para analisar
a informação de que milhares de documentos do Ministério do Meio Ambiente foram
retirados do ar no governo anterior. A Secretaria Nacional de Acesso à
Informação (SNAI) tomou conhecimento do fato e encaminhou o caso
internamente", diz nota da CGU.
"A Secretaria
Federal de Controle (SFC) instaurou o processo e vai apurar os fatos. Se houver
indícios da participação de servidores, a Corregedoria-Geral da União também
pode atuar no caso. A CGU trabalha de forma integrada para que a transparência
seja a regra e o sigilo a exceção", prossegue o órgão.
O sumiço dos
documentos foi revelado pelo jornalista Guilherme Amado em sua coluna no site
"Metrópoles". Segundo a reportagem, inúmeros documentos das últimas
décadas foram retirados do ar, entre eles estudos importantes sobre prevenção
de catástrofes climáticas, como a que atingiu recentemente o Rio Grande do Sul.
Há suspeitas de que
servidores do Ministério do Meio Ambiente durante a gestão de Ricardo Salles,
ministro que prometeu "passar a boiada" na legislação de proteção
ambiental, tenham sido os responsáveis por apagar os documentos. A própria
pasta, hoje sob o comando da ministra Marina Silva, apura o caso internamente
em parceria com a CGU.
"O Ministério do
Meio Ambiente atua em conjunto com a CGU para apurar a informação de que
documentos foram retirados do site no governo anterior”, diz comunicado
oficial.
<><> Caso
Damares
Um outro sumiço também
está sob investigação. O Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania (MDCH),
comandado por Silvio Almeida, deve abrir um procedimento interno para apurar o
"sumiço" de uma lista de presentes recebidos pela titular da pasta
durante o governo Bolsonaro, a atual senadora Damares Alves (Republicanos-DF).
No dia 9 de julho, o
Tribunal de Contas da União (TCU), instado pela deputada federal Luciene
Cavalcante (PSOL-SP), publicou um acórdão em que arquiva representação
solicitando investigação sobre o fato da lista de presentes recebidos por
Damares ter sido apagada por uma servidora, mas determina que a atual gestão do
Ministério dos Direitos Humanos abra um procedimento interno para apurar o
fato.
Luciene Cavalcante
havia acionado o TCU em março de 2023 após o jornal O Tempo trazer à tona, a
partir de dados obtidos pela Lei de Acesso à Informação (LAI), que uma lista
que deveria especificar todos os presentes recebidos por Damares Alves enquanto
esteve no comando do antigo Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos
foi apagada por uma servidora. Além disso, os itens que a ex-ministra ganhou
não estariam sob posse da União, como determina a lei.
À época da revelação,
a atual gestão do ministério informou que a lista dos presentes foi apagada por
uma servidora no início de 2023 e, por causa disso, ela foi exonerada. A pasta
informou, ainda, que os presentes não foram encontrados quando a pasta foi
ocupada pela nova administração.
"Informo que o
controle de presentes recebidos era feito em planilha de Excel, e que, no
início do ano de 2023, os dados dessa planilha, que constava todos os registros
dos recebidos pelas ministras Damares Alves e Cristiane Britto, foram excluídos
por uma colaboradora que justificou acreditar que essas informações não seriam
úteis ou necessárias", diz comunicado do Ministério dos Direitos Humanos
em resposta à solicitação feita via LAI.
Em resposta à ação de
Luciene Cavalcante, o TCU informou que não pode atuar no caso, mas determinou o
envio de cópia do acórdão ao Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania
"com fundamento no art. 9º, I, da Resolução-TCU 315/2020, acerca das ocorrências
relacionadas à ausência de registro em sistema específico de presentes
recebidos por autoridades, nos termos dos itens 8 a 10 da instrução à peça 5,
tendo em vista que contrariam o disposto nos arts. 116, I, 124 e 143 e 148 da
Lei 8.112/1990, no art. 3º da Resolução-CEP/PR 3/2000, c/c art. 18 do
Decreto10.889/2021, bem como o princípio da moralidade, previsto no art. 37,
caput, da Constituição Federal".
Em entrevista à Fórum,
a deputada Luciene Cavalcante questionou "o que está por trás" do
sumiço da lista de presentes de Damares, fazendo uma conexão com a investigação
da Polícia Federal (PF) sobre o extravio de joias e artigos de luxo por parte
do Jair Bolsonaro para serem vendidos nos Estados Unidos e pelo qual o
ex-presidente foi indiciado.
"O TCU reconhece
que houve um ato ilegal que foi cometido pelo ministério comandado pela Damares
ao se apagar a lista de presentes que foram encaminhados ao Estado brasileiro,
ao povo brasileiro, portanto. São indícios gravíssimos que precisam agora ser
investigados pelo Ministério de Direitos Humanos e Cidadania, porque existe uma
operação em curso para a investigação dessa quadrilha que estava no Planalto e
também espalhada pela Esplanada dos Ministérios, que estava organizada para
roubar joias, presentes, roubar dinheiro do nosso povo", afirma a
parlamentar.
"Por que que
apagou a lista de presentes? O que está por trás disso? Todo servidor público
tem o dever de zelar pelo erário público, pelo patrimônio público. Ele não pode
atuar contra a população, e no caso, é relacionado a um esquema de sumiço de provas,
que estão sendo investigadas, como é o caso das joias, que inclusive também foi
acionado pelo nosso mandato no TCU", prossegue.
"O acórdão do TCU
é taxativo ao dizer que houve, sim, uma ilegalidade, porque essa lista sumiu,
ela foi desaparecida, e que portanto o próprio Ministério de Direitos Humanos e
Cidadania, hoje comandado pelo ministro de Estado, Silvio Almeida, agora precisa
fazer essa auditoria, essa sindicância interna para determinar como que isso se
deu, qual é a profundidade, o que significavam esses presentes, essa listagem
de patrimônio público que sumiram, para que também futuramente a gente tenha
ciência se há essas relações com essa outra quadrilha que já está sendo
investigada na Polícia Federal", finaliza Luciene Cavalcante.
À época em que o
"sumiço" da lista de presentes veio à tona, a assessoria de imprensa
de Damares Alves informou que "todos os itens recebidos foram
catalogados" e que a responsabilidade pela lista que não está mais
disponível seria da atual gestão do ministério.
"A senadora foi
informada da perda dos dados referentes à demanda. De acordo com a compreensão,
a perda do catálogo ocorreu durante a atual gestão. Todos os itens recebidos
foram catalogados, incluindo artesanatos, cocares indígenas sem valor comercial,
livros e Bíblias autografados em nome da senadora e outros objetos pessoais
relacionados à então ministra e sua filha, como camisetas e retratos pintados.
Muitos presentes foram enviados na forma de comidas, doces e cocadas,
produzidos por grupos de mulheres e povos tradicionais", diz nota
Fonte: CNN Brasil/O
Cafezinho/DCM/Fórum
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