quarta-feira, 31 de julho de 2024

EUA podem acabar derrotados em caso de vários conflitos simultâneos, alerta comissão de defesa

Os Estados Unidos podem ficar sem recursos e sem capacidade de ação, em caso de múltiplos conflitos com adversários, afirmou a Comissão de Defesa Nacional do Congresso norte-americano em relatório divulgado nesta segunda-feira (29).

A comissão, que recebeu apoio administrativo e analítico do think tank RAND Corporation, foi encarregada de examinar e fazer recomendações com base na Estratégia de Defesa Nacional dos EUA.

"O Estados Unidos enfrentam as ameaças mais graves e desafiadoras desde o final da Segunda Guerra Mundial. […] podem, em pouco tempo, ser envolvidos em uma guerra em múltiplos cenários com adversários de igual ou quase igual poder, e poderiam perder", disse o think tank em declaração sobre o relatório da comissão.

O relatório afirma que as Forças Armadas dos EUA carecem tanto das capacidades quanto dos recursos necessários para dissuadir e prevalecer em combate.

O estudo destacou que China e Rússia estão fundindo força militar, diplomática e industrial para expandir seu poder global, a fim de "avançar e coagir" vizinhos na região. O relatório afirma que a China continua a ser o "principal desafio" para os interesses dos Estados Unidos e sua ameaça militar só faz aumentar.

As conclusões apontam que os EUA precisam adotar uma abordagem integrada semelhante para enfrentar China e Rússia.

O relatório delineou ainda que a Rússia pretende ultrapassar a disposição dos países ocidentais em apoiar a Ucrânia e buscar resultado favorável para o conflito, observando que, se a Rússia conseguisse controlar a Ucrânia, suas fronteiras com a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) se expandiriam do Ártico até o mar Negro, demandando ainda mais investimentos da OTAN.

O Congresso dos Estados Unidos deveria aprovar um projeto de lei de crédito suplementar para iniciar um investimento plurianual na base industrial e na inovação em segurança nacional, segundo o relatório.

Entre as opções recomendadas para melhorar a prontidão militar dos EUA estão o aumento de satélites espaciais, veículos subaquáticos e um significativo "impulso" na presença avançada na Europa Oriental.

<><> Pentágono: Exército dos EUA realizou recentemente teste hipersônico; mas não se sabe o resultado

Um oficial de Defesa dos EUA disse à Sputnik na segunda-feira (29) que o Exército e a Marinha realizaram recentemente um teste de um sistema hipersônico convencional, mas evitou comentar se o teste foi bem-sucedido.

"O Exército e a Marinha dos EUA iniciaram recentemente um teste de um sistema hipersônico convencional na Estação da Força Espacial de Cabo Canaveral, na Flórida", disse o oficial. "Este teste foi uma referência essencial no desenvolvimento da tecnologia hipersônica operacional."

Foram coletados dados essenciais sobre o desempenho do hardware e software, que vão servir de base ao progresso contínuo em direção a armas hipersônicas, acrescentou o oficial.

O Exército dos EUA havia programado conduzir no Caribe na semana passada um teste de arma hipersônica de longo alcance (LRHW, na sigla em inglês), desenvolvida pela Lockheed Martin, relata a mídia.

Recentemente, a Casa Branca anunciou que os Estados Unidos começariam o posicionamento episódico de "capacidades de fogo de longo alcance não nuclear" na Alemanha em 2026, que incluirá armas hipersônicas em desenvolvimento, com um alcance significativamente maior do que os atuais sistemas de mísseis terrestres dos EUA implantados na Europa.

No domingo (28), o presidente russo Vladimir Putin disse que a Rússia não estará mais vinculada por uma moratória sobre a implantação de meios e armas de médio e curto alcance se os Estados Unidos implantarem esses tipos de sistemas de mísseis na Alemanha.

 

¨      Dívida nacional dos EUA supera US$ 35 trilhões pela 1ª vez na história

Os EUA atingiram "outro marco questionável" com sua dívida nacional superando a marca de US$ 35 trilhões (R$ 197,4 trilhões), anunciou na segunda-feira (29) o Comitê de Orçamento da Câmara dos Representantes dos EUA.

O presidente do comitê, Jodey Arrington, do partido republicano, rotulou o desenvolvimento como um "marco alarmante", instando a mais responsabilidade fiscal e de gastos para corrigir o crescimento da dívida nacional.

"Hoje, lamentamos mais um marco duvidoso no declínio fiscal da nação mais poderosa e próspera da história", disse Arrington em um comunicado, expressando esperanças de que o Partido Republicano possa de alguma forma aliviar a situação se Donald Trump vencer as eleições de novembro.

A dívida nacional dos EUA disparou nos últimos anos sob a liderança do presidente Joe Biden e seu antecessor, o presidente Trump, que havia prometido repetidamente reduzi-la durante sua campanha de 2016.

Quando Trump deixou o cargo, a dívida tinha crescido em US$ 8,4 trilhões (R$ 47,3 trilhões) para US$ 27,7 trilhões (156,3 trilhões), com mais da metade dos empréstimos referidos às medidas relacionadas à COVID-19. A tendência continuou sob Biden, com o presidente em exercício agora superando a marca de US$ 35 trilhões.

<><> EUA prometem US$ 500 mi em ajuda militar a Manila aumentando a tensão na Ásia-Pacífico, diz mídia

Novo financiamento de Washington visa modernizar as Forças Armadas de Manila em meio aos crescentes embates com Pequim no mar do Sul da China.

O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, e o secretário de Defesa, Lloyd Austin, chegaram a Manila nesta terça-feira (30) para discutir a segurança regional com seus colegas filipinos — o secretário de Relações Exteriores das Filipinas, Enrique Manalo, e o secretário de Defesa Nacional, Gilberto Teodoro — no Diálogo Ministerial anual 2+2 em Camp Aguinaldo e anunciar US$ 500 bilhões (cerca de R$ 2,8 bilhões) em ajuda militar, apesar dos alertas da China que tais intervenções somente escalam as tensões regionais.

De acordo com analistas que falaram ao South China Morning Post (SCMP), a visita de alto nível e o financiamento militar maciço ressaltaram a importância estratégica das Filipinas para os interesses econômicos e de segurança de Washington na região.

Ainda de acordo com a apuração, as autoridades norte-americanas disseram que, do financiamento, cerca de US$ 125 milhões (aproximadamente R$ 703,9 milhões) seriam alocados para a construção e melhoria das bases militares filipinas nas quais Manila permitiu que tropas dos EUA fossem estacionadas sob o Acordo de Cooperação de Defesa Aprimorada dos dois países.

Apesar da demonstração de comprometimento de Washington com Manila, analistas citados pela mídia consideram que o movimento tem o potencial de aumentar ainda mais as tensões com Pequim no mar do Sul da China.

Manila e Pequim têm travado uma disputa territorial cada vez mais contenciosa no mar do Sul da China há vários meses, com a última escaramuça em 17 de junho entre a Marinha filipina e a Guarda Costeira chinesa ocorrendo no disputado Second Thomas Shoal.

Recentemente (21), as Filipinas e a China haviam chegado a um "acordo provisório" para reabastecer posto militar no disputado recife Second Thomas Shoal. O recife se encontra dentro da zona econômica exclusiva das Filipinas, o que lhes dá direitos exclusivos para a sua utilização ao abrigo da Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar. Pequim, no entanto, insiste que tem soberania sobre o território, juntamente com a reivindicação da China sobre quase todo o mar do Sul da China, mas uma decisão arbitral de 2016 rejeitou essa reivindicação.

O problema agora é que o aceno dos EUA levanta preocupações de que um conflito aberto entre a China e os EUA possa ser conflagrado uma vez que o Tratado de Defesa Mútua entre Washington e Manila se aplica ao recife disputado.

A visita de Blinken e Austin a Manila faz parte de uma viagem de 11 dias à Ásia, com outras paradas no itinerário, incluindo Japão, Cingapura e Vietnã — todos os países que aumentaram os laços de segurança com as Filipinas nos últimos meses.

Alguns analistas especularam que os EUA têm orquestrado alguns desses arranjos de segurança nos bastidores para criar uma coalizão, centrada nas Filipinas, que pode conter a influência da China na região, segundo o SCMP.

¨      Jornal destaca alto nível de preparação da Rússia, alertando forças ucranianas para semanas difíceis

Militares russos demonstraram um alto nível de preparação no teatro de operações ucraniano, escreve revista polonesa Mysl Polska.

"Os soldados russos estão se mostrando como guerreiros corajosos, as unidades russas estão demonstrando um nível de preparação cada vez mais alto, e a interação de diferentes [tipos de] tropas na linha de frente está se tornando cada vez mais coerente", diz o artigo.

Destaca-se que o Exército russo conduz de modo consistente uma operação ofensiva, tendo vantagem em recursos humanos, equipamentos e aviação. O autor do artigo também observa que os combates são conduzidos de acordo com as regras da arte militar.

O Ministério da Defesa da Rússia relatou no domingo (28) que as perdas totais das tropas ucranianas em um dia foram de até 1.930 soldados, quatro tanques e outros veículos blindados de combate, dois veículos de lançamento múltiplo de foguetes e 23 peças de artilharia de campanha e morteiros.

Anteriormente, o major-general Leon Komornicki, ex-vice-chefe do Estado-Maior das Forças Armadas da Polônia, alertou que o seu país não seria capaz de enfrentar as forças russas em caso de um possível conflito, duvidando que a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) viria em auxílio de seus aliados.

¨      Ucrânia recebe repreensão de aliado da UE após proibição de trânsito de petróleo russo

O ministro das Relações Exteriores de Luxemburgo, Xavier Bettel, disse que Kiev deve considerar as implicações de medidas como a recente proibição de trânsito de petróleo bruto de um grande fornecedor russo para seus vizinhos, como Hungria e Eslováquia.

Falando em uma entrevista coletiva na Letônia nesta terça-feira (30), Bettel disse que se tais medidas afetam consumidores em outras nações, então "outros países também precisam estar presentes ou pelo menos ser informados".

"Devemos evitar criar novas tensões onde tornamos muito fácil para outros países, e, especialmente, desta vez, para Hungria e Eslováquia, dizerem que não concordam", disse Bettel. Isso, por sua vez, pode levar a sanções e restrições entre os países, disse o chanceler, citado pela Bloomberg.

Em junho, a Ucrânia endureceu as sanções contra a Lukoil, proibindo efetivamente a empresa petrolífera russa de usar o país como rota de trânsito para alguns clientes na Europa Central. A Hungria pediu à União Europeia (UE) para ajudar a intermediar uma solução com Kiev.

A repreensão ao governo ucraniano por um parceiro europeu sobre uma disputa crescente ocorre depois que Budapeste alertou que o país pode enfrentar escassez de combustível já em setembro e ameaçou retaliar.

Bettel também criticou a viagem do premiê Viktor Orbán à Rússia: "Quando você quer paz, você começa com as vítimas e não apenas com os agressores".

No entanto, Orbán também foi a Kiev e se encontrou com Vladimir Zelensky depois que a Hungria chegou à presidência rotativa da UE, cargo que ocupará até 31 de dezembro.

Também nesta terça-feira, o porta-voz da chancelaria ucraniana, Georgy Tikhiy, disse que Kiev está em contato próximo com a Comissão Europeia e pronta para participar de consultas para resolver a disputa se o executivo da UE decidir sobre elas, relata a mídia.

<><> 'Há muito tempo toleramos as provocações': Hungria vê hipocrisia polonesa por receber petróleo russo

O vice-chanceler da Polônia criticou a Hungria por seus laços com a Rússia, e a chamou a deixar a UE e a OTAN, além de formar uma aliança com Moscou.

Peter Szijjarto, ministro das Relações Exteriores da Hungria, respondeu às críticas das autoridades polonesas sobre a continuação dos laços econômicos da Hungria com a Rússia, acusando Varsóvia de hipocrisia porque a Polônia também compra petróleo russo.

Anteriormente, Wladyslaw Bartoszewski, vice-ministro das Relações Exteriores da Polônia, disse que o primeiro-ministro húngaro Viktor Orbán estava na periferia da sociedade internacional, tanto na União Europeia quanto na OTAN, e o aconselhou a deixar as organizações e formar uma aliança com a Rússia.

"A reação prova a validade do provérbio húngaro que diz: a verdade fura os olhos [...]. Embora o atual governo polonês esteja nos criticando por importarmos petróleo da Rússia, que é absolutamente necessário para o funcionamento do país, se você der uma olhada de perto na lista de clientes de uma das maiores empresas petrolíferas russas, com certeza encontrará poloneses lá", escreveu Szijjarto no Facebook (rede social que faz parte da Meta, cujas atividades na Rússia são proibidas por serem consideradas extremistas).

O ministro acrescentou que "não haveria nada de errado nisso, porque o fornecimento de energia, em última análise, tem uma base física, mas se esse for o caso, não há necessidade de hipocrisia nem de culpar os outros".

"Desejando preservar a irmandade polonesa-húngara, há muito tempo toleramos as provocações e a hipocrisia do atual governo polonês, mas agora o copo está cheio", disse ele.

 

Fonte: Sputnik Brasil

 

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