Ordem mundial dominada pelo Ocidente
começou a desabar, diz analista chinês
A ordem mundial na
qual o Ocidente domina começou a desmoronar-se, pelo menos na Ásia, disse o
pesquisador do Centro de Estudos Russos da Universidade Normal do Leste da
China Cui Heng, citado pelo jornal estatal chinês Global Times.
“Os assuntos da Ásia
devem ser resolvidos pelos países asiáticos, e esta tendência é agora muito
clara. A ordem mundial dominada pelo Ocidente começou a desmoronar-se, pelo
menos na Ásia e na Eurásia, e surgiu a tendência para a cooperação bilateral ou
multilateral dos países não ocidentais com o objetivo de dominar os processos
regionais", diz o jornal citando o pesquisador.
De acordo com Cui
Heng, Pequim e Moscou apoiam uma arquitetura regional centrada na ASEAN, uma
vez que o mecanismo de coordenação multilateral ajuda a evitar a interferência
excessiva na região das grandes potências e também evitar que a OTAN
"expanda os tentáculos" na região da Ásia-Pacífico.
Na quinta-feira (25),
os chanceleres da Rússia, Sergei Lavrov, da China, Wang Yi, e do Laos, Salemsai
Kommasit, realizaram uma reunião trilateral à margem das atividades da
Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN).
Conforme relatado pela
chancelaria chinesa, durante as negociações as três partes expressaram
preocupação por forças externas estarem se envolvendo em incitamento na região
da Ásia-Pacífico, ressaltando sua prontidão para fortalecer a coordenação e
cooperação a fim de ajudar a suavizar as questões prementes e manter a
segurança e a estabilidade regionais.
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China quer alinhar
Iniciativa Cinturão e Rota com estratégia de 'neoindustrialização' do Brasil
No início desta
semana, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou o papel da China para o
crescimento econômico do Brasil e manifestou a intenção de discutir com
autoridades chinesas a possibilidade de o Brasil aderir à Iniciativa Cinturão e
Rota.
Em reunião com a
imprensa internacional na segunda-feira (22), Lula disse que o Brasil espera
ter uma nova parceria estratégica com a China, que envolva cooperação em
ciência, tecnologia e produção de chips e software.
O presidente também
afirmou que Pequim quer discutir a Iniciativa Cinturão e Rota e que ele está
disposto a dialogar sobre o programa com a China.
"Quero saber onde
entramos e em que posição vamos jogar […] queremos ser titulares", afirmou
Lula, citado pela agência Xinhua.
Em resposta, a
porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Mao Ning, afirmou que
"a China está pronta para aproveitar o 50º aniversário das relações
diplomáticas como uma oportunidade para trabalhar por uma maior sinergia entre
a Iniciativa Cinturão e Rota e as estratégias de desenvolvimento do Brasil,
como a Nova Indústria Brasil", disse a porta-voz em um briefing na
quinta-feira (25).
Mao acrescentou que
Pequim busca "uma cooperação prática de alto nível e alta qualidade entre
os dois países, de modo a beneficiar melhor os dois povos e contribuir mais
para o desenvolvimento e a prosperidade do mundo".
Quando Lula foi à
China no ano passado, foi ventilado por diplomatas que havia grandes chances de
Brasília assinar um memorando de entendimento para a entrada do Brasil na
iniciativa, mas a ação acabou ficando em segundo plano.
¨ China diz que não tolerará pressão dos EUA sobre o conflito
ucraniano
O chanceler chinês
criticou a imposição de sanções por Washington, e afirmou que "tomaremos
medidas resolutas e eficazes para salvaguardar nossos interesses fundamentais e
direitos legítimos".
A China não tolerará
pressão ou chantagem dos EUA no contexto da crise da Ucrânia e tomará medidas
resolutas e eficazes para proteger seus interesses e direitos legítimos, disse
o ministro das Relações Exteriores da China durante uma reunião com o secretário
de Estado dos EUA.
Wang Yi e Antony
Blinken se reuniram no sábado (27) em Laos, à margem dos eventos da Associação
de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN, na sigla em inglês).
Para Wang, a posição
da China sobre a questão ucraniana é clara e Pequim continuará promovendo a paz
e negociações de paz. O diplomata sublinhou que os EUA devem parar de impor
sanções unilaterais e aplicar a "jurisdição de braço longo", ou extensão
extraterritorial da legislação, indiscriminadamente.
"Não toleraremos
pressão ou chantagem e tomaremos medidas resolutas e eficazes para salvaguardar
nossos interesses fundamentais e direitos legítimos", disse o
representante chinês.
"Os riscos nas
relações sino-americanas ainda estão se acumulando e os desafios estão
crescendo. Ainda estamos no estágio crítico de interromper a deterioração e
estabilizar [as relações]", apontou ele.
Wang destacou a
necessidade de ajustar continuamente a direção das relações, gerir riscos,
resolver adequadamente as diferenças, remover obstáculos e desenvolver a
cooperação. O diplomata observou que a política de Pequim em relação aos
Estados Unidos é consistente e baseada no respeito mútuo, na coexistência
pacífica e na cooperação mutuamente benéfica.
"Os Estados
Unidos devem honrar sinceramente os compromissos do presidente Joe Biden e
retornar a uma política racional e pragmática em relação à China", disse.
¨ MRE da China adverte as Filipinas sobre o destacamento de
mísseis intermediários dos EUA no país
O ministro das
Relações Exteriores chinês criticou as Filipinas sobre suas ações, referindo em
particular o destacamento de mísseis Typhon dos EUA nas Filipinas desde o
início de 2024.
O ministro das
Relações Exteriores da China alertou as Filipinas sobre a instalação de mísseis
de alcance intermediário dos EUA, cita no sábado (27) a agência britânica
Reuters.
As embarcações
filipinas concluíram com sucesso anteriormente no sábado (27) sua última missão
ao banco de areia sem impedimentos, comunicou o ministério chinês, com Wang Yi
dizendo que as relações entre os países enfrentam desafios porque as Filipinas "violaram
repetidamente o consenso de ambos os lados e seus próprios compromissos".
"Se as Filipinas
introduzirem o sistema de mísseis de alcance intermediário dos EUA, isso criará
tensão e confronto na região e desencadeará uma corrida armamentista, o que
está totalmente em desacordo com os interesses e desejos do povo filipino",
acrescentou Wang.
Os Estados Unidos
implantaram seu sistema de mísseis Typhon nas Filipinas como parte de
exercícios militares conjuntos no início de 2024. Ele não foi disparado durante
os exercícios, disse posteriormente um oficial filipino, mas não deu detalhes
sobre o tempo que permaneceria no país.
Wang disse que a China
chegou recentemente a um acordo temporário com as Filipinas sobre o transporte
e o reabastecimento de suprimentos humanitários para Renai Jiao, a fim de
manter a estabilidade da situação marítima, referindo-se ao atol Second Thomas
Shoal.
As relações entre a
China e as Filipinas estão agora em uma encruzilhada, e o diálogo e a consulta
são o caminho certo, disse na sexta-feira (26) Wang a Enrique Manalo,
secretário de Relações Exteriores das Filipinas, durante uma reunião em
Vientiane, Laos.
¨ Trump declara em que condições poderia haver 3ª Guerra Mundial
O ex-presidente dos
EUA e novamente candidato ao cargo em 2024 criticou a administração de Joe
Biden, que vê como "pessoas incompetentes" à frente do país
norte-americano.
O candidato
presidencial republicano Donald Trump alertou na sexta-feira (26) que haverá
grandes guerras no Oriente Médio que poderão desencadear "uma terceira
guerra mundial" se ele não vencer a próxima eleição presidencial, escreve
a emissora norte-americana Fox News.
"Veremos como as
coisas vão se desenrolar. Mas se tudo correr bem, se ganharmos, será muito
simples. Tudo será resolvido e muito rapidamente", disse o candidato
republicano, falando em sua casa de férias em Mar-a-Lago, Flórida, EUA, aos
repórteres antes de sua reunião com Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de
Israel.
"Se não
[ganharmos], acabaremos com grandes guerras no Oriente Médio e talvez uma
Terceira Guerra Mundial", continuou o ex-presidente dos EUA (2017-2021).
Nesse sentido, Trump
destacou que o mundo nunca esteve tão perto de um novo conflito global desde a
Segunda Guerra Mundial "porque temos pessoas incompetentes no comando do
[nosso] país".
Ao mesmo tempo, ele
ressaltou que durante sua gestão na Casa Branca teve boas relações com Israel,
citando a decisão de transferir a Embaixada dos EUA para Jerusalém, de se
retirar do acordo nuclear com o Irã e de impor sanções a Teerã.
"Tivemos um bom
relacionamento. Eu fui muito bom com Israel, melhor do que qualquer outro
presidente", sublinhou, citado na sexta-feira (26) pelo jornal
norte-americano The Hill.
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Plano dos EUA para implantação de mísseis na Alemanha não está relacionado com
Ucrânia, diz Lavrov
Os planos dos Estados
Unidos de instalar mísseis de alcance intermediário na Alemanha não dependem da
operação militar russa na Ucrânia, disse o ministro das Relações Exteriores
russo, Sergei Lavrov.
O chanceler concedeu
as declarações em uma coletiva de imprensa após a reunião entre a Rússia e a
Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) em Laos, neste sábado (27).
"Ninguém
perguntou [ao chanceler alemão Olaf] Scholz sobre os mísseis de alcance
intermediário e curto que agora estão planejados para serem implantados na
Alemanha, se os alemães querem tal implantação ou não. Novamente, quando a
notícia foi divulgada, ele [Scholz] simplesmente disse: 'Eu saúdo a decisão dos
EUA de implantar mísseis na Alemanha. Esta é uma boa decisão.' Ele não escondeu
o fato de que a decisão foi americana. A operação militar especial russa [na
Ucrânia] não tem nada a ver com isso. Os planos estavam em andamento, os planos
permanecem", afirmou o ministro.
Ao mesmo tempo, Lavrov
observou que os países ocidentais, ao implantarem novas armas na região
Ásia-Pacífico, estão alimentando o confronto na região.
"As tendências
que o Ocidente está tentando trazer para esta região, acelerando a sua
militarização, criando aqui estruturas estreitas de blocos político-militares,
implantando novas armas e alimentando geralmente o confronto", disse
Lavrov.
A ASEAN realizou a sua
cúpula anual de ministros das Relações Exteriores e reuniões relacionadas dos
dias 24 a 27 de julho, com a presença dos principais diplomatas de Rússia,
China, Estados Unidos e diversos outros países em Laos, Vietnã.
¨ Na Romênia, Orbán refuta 'autocracia russa' e destaca contorno
das sanções feita por Moscou
O primeiro-ministro
húngaro, Viktor Orbán, refutou as alegações de que a Rússia é uma autocracia,
dizendo que o país se adaptou às sanções ocidentais e demonstrou flexibilidade
econômica e social.
Segundo o premiê,
"a Rússia aprendeu lições desde 2014 e não apenas as aprendeu, mas também
as transformou em ações. Eles realizaram o desenvolvimento necessário no setor
bancário e no de tecnologia da informação [TI], para que o sistema financeiro russo
não quebrasse. Eles desenvolveram a capacidade de se adaptar", disse Orbán
neste sábado (27) na cidade romena de Baile Tusnad.
Moscou, tendo perdido
a oportunidade de importar produtos agrícolas do Ocidente devido às sanções, se
tornou o maior exportador de produtos alimentícios em poucos anos, observou a
autoridade.
"Quando a Rússia
é descrita como uma autocracia neo-stalinista rígida, é mentira. Na verdade,
estamos falando de um país que demonstrou flexibilidade técnica, econômica e,
como você pode ver, talvez social", disse Orban.
O Ocidente pediu que o
mundo inteiro tomasse medidas contra a Rússia, mas, ao contrário, todos
começaram a apoiá-la aos poucos, acrescentou o primeiro-ministro.
No início de julho,
Orbán fez uma "turnê de missão de paz", durante a qual visitou
Rússia, Ucrânia e China, para delinear sua visão de um processo de paz no
conflito ucraniano.
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Analista: mísseis russos penetram em todo o território da Ucrânia e são 'quase
impossíveis de parar'
A Ucrânia não consegue
resistir aos ataques de mísseis russos em todo o país, declarou Daniel Davis,
especialista militar e tenente-coronel aposentado dos EUA, no canal Deep Dive
no YouTube.
"Quero dizer que
os mísseis russos já estão penetrando em todo o país, e é quase impossível
pará-los", disse ele.
Segundo o oficial,
trata-se em primeiro lugar de bombas aéreas explosivas e planadoras que as
tropas russas lançam a partir de caças. Davis enfatizou que, mesmo se o
Exército ucraniano receber sistemas antiaéreos Patriot ou quaisquer outros
sistemas de defesa antiaérea importantes, eles serão destruídos.
Em março, o Ministério
da Defesa da Rússia relatou sobre o lançamento da produção em massa das bombas
aéreas altamente explosivas FAB-3000. Anteriormente, o especialista militar
russo Aleksei Leonkov disse à Sputnik que a bomba de três toneladas possui uma
força tão destrutiva que pode ser usada em assaltos de áreas particularmente
fortificadas, além disso, as novas tecnologias a tornarão praticamente uma arma
de alta precisão.
A Força Aeroespacial
da Rússia usa ativamente bombas aéreas equipadas com módulos universais de
planagem e correção (UMPK, na sigla em russo) na área da operação militar
especial.
Fonte: Sputnik Brasil
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