segunda-feira, 29 de julho de 2024

Ordem mundial dominada pelo Ocidente começou a desabar, diz analista chinês

A ordem mundial na qual o Ocidente domina começou a desmoronar-se, pelo menos na Ásia, disse o pesquisador do Centro de Estudos Russos da Universidade Normal do Leste da China Cui Heng, citado pelo jornal estatal chinês Global Times.

“Os assuntos da Ásia devem ser resolvidos pelos países asiáticos, e esta tendência é agora muito clara. A ordem mundial dominada pelo Ocidente começou a desmoronar-se, pelo menos na Ásia e na Eurásia, e surgiu a tendência para a cooperação bilateral ou multilateral dos países não ocidentais com o objetivo de dominar os processos regionais", diz o jornal citando o pesquisador.

De acordo com Cui Heng, Pequim e Moscou apoiam uma arquitetura regional centrada na ASEAN, uma vez que o mecanismo de coordenação multilateral ajuda a evitar a interferência excessiva na região das grandes potências e também evitar que a OTAN "expanda os tentáculos" na região da Ásia-Pacífico.

Na quinta-feira (25), os chanceleres da Rússia, Sergei Lavrov, da China, Wang Yi, e do Laos, Salemsai Kommasit, realizaram uma reunião trilateral à margem das atividades da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN).

Conforme relatado pela chancelaria chinesa, durante as negociações as três partes expressaram preocupação por forças externas estarem se envolvendo em incitamento na região da Ásia-Pacífico, ressaltando sua prontidão para fortalecer a coordenação e cooperação a fim de ajudar a suavizar as questões prementes e manter a segurança e a estabilidade regionais.

¨      China quer alinhar Iniciativa Cinturão e Rota com estratégia de 'neoindustrialização' do Brasil

No início desta semana, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou o papel da China para o crescimento econômico do Brasil e manifestou a intenção de discutir com autoridades chinesas a possibilidade de o Brasil aderir à Iniciativa Cinturão e Rota.

Em reunião com a imprensa internacional na segunda-feira (22), Lula disse que o Brasil espera ter uma nova parceria estratégica com a China, que envolva cooperação em ciência, tecnologia e produção de chips e software.

O presidente também afirmou que Pequim quer discutir a Iniciativa Cinturão e Rota e que ele está disposto a dialogar sobre o programa com a China.

"Quero saber onde entramos e em que posição vamos jogar […] queremos ser titulares", afirmou Lula, citado pela agência Xinhua.

Em resposta, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Mao Ning, afirmou que "a China está pronta para aproveitar o 50º aniversário das relações diplomáticas como uma oportunidade para trabalhar por uma maior sinergia entre a Iniciativa Cinturão e Rota e as estratégias de desenvolvimento do Brasil, como a Nova Indústria Brasil", disse a porta-voz em um briefing na quinta-feira (25).

Mao acrescentou que Pequim busca "uma cooperação prática de alto nível e alta qualidade entre os dois países, de modo a beneficiar melhor os dois povos e contribuir mais para o desenvolvimento e a prosperidade do mundo".

Quando Lula foi à China no ano passado, foi ventilado por diplomatas que havia grandes chances de Brasília assinar um memorando de entendimento para a entrada do Brasil na iniciativa, mas a ação acabou ficando em segundo plano.

¨      China diz que não tolerará pressão dos EUA sobre o conflito ucraniano

O chanceler chinês criticou a imposição de sanções por Washington, e afirmou que "tomaremos medidas resolutas e eficazes para salvaguardar nossos interesses fundamentais e direitos legítimos".

A China não tolerará pressão ou chantagem dos EUA no contexto da crise da Ucrânia e tomará medidas resolutas e eficazes para proteger seus interesses e direitos legítimos, disse o ministro das Relações Exteriores da China durante uma reunião com o secretário de Estado dos EUA.

Wang Yi e Antony Blinken se reuniram no sábado (27) em Laos, à margem dos eventos da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN, na sigla em inglês).

Para Wang, a posição da China sobre a questão ucraniana é clara e Pequim continuará promovendo a paz e negociações de paz. O diplomata sublinhou que os EUA devem parar de impor sanções unilaterais e aplicar a "jurisdição de braço longo", ou extensão extraterritorial da legislação, indiscriminadamente.

"Não toleraremos pressão ou chantagem e tomaremos medidas resolutas e eficazes para salvaguardar nossos interesses fundamentais e direitos legítimos", disse o representante chinês.

"Os riscos nas relações sino-americanas ainda estão se acumulando e os desafios estão crescendo. Ainda estamos no estágio crítico de interromper a deterioração e estabilizar [as relações]", apontou ele.

Wang destacou a necessidade de ajustar continuamente a direção das relações, gerir riscos, resolver adequadamente as diferenças, remover obstáculos e desenvolver a cooperação. O diplomata observou que a política de Pequim em relação aos Estados Unidos é consistente e baseada no respeito mútuo, na coexistência pacífica e na cooperação mutuamente benéfica.

"Os Estados Unidos devem honrar sinceramente os compromissos do presidente Joe Biden e retornar a uma política racional e pragmática em relação à China", disse.

¨      MRE da China adverte as Filipinas sobre o destacamento de mísseis intermediários dos EUA no país

O ministro das Relações Exteriores chinês criticou as Filipinas sobre suas ações, referindo em particular o destacamento de mísseis Typhon dos EUA nas Filipinas desde o início de 2024.

O ministro das Relações Exteriores da China alertou as Filipinas sobre a instalação de mísseis de alcance intermediário dos EUA, cita no sábado (27) a agência britânica Reuters.

As embarcações filipinas concluíram com sucesso anteriormente no sábado (27) sua última missão ao banco de areia sem impedimentos, comunicou o ministério chinês, com Wang Yi dizendo que as relações entre os países enfrentam desafios porque as Filipinas "violaram repetidamente o consenso de ambos os lados e seus próprios compromissos".

"Se as Filipinas introduzirem o sistema de mísseis de alcance intermediário dos EUA, isso criará tensão e confronto na região e desencadeará uma corrida armamentista, o que está totalmente em desacordo com os interesses e desejos do povo filipino", acrescentou Wang.

Os Estados Unidos implantaram seu sistema de mísseis Typhon nas Filipinas como parte de exercícios militares conjuntos no início de 2024. Ele não foi disparado durante os exercícios, disse posteriormente um oficial filipino, mas não deu detalhes sobre o tempo que permaneceria no país.

Wang disse que a China chegou recentemente a um acordo temporário com as Filipinas sobre o transporte e o reabastecimento de suprimentos humanitários para Renai Jiao, a fim de manter a estabilidade da situação marítima, referindo-se ao atol Second Thomas Shoal.

As relações entre a China e as Filipinas estão agora em uma encruzilhada, e o diálogo e a consulta são o caminho certo, disse na sexta-feira (26) Wang a Enrique Manalo, secretário de Relações Exteriores das Filipinas, durante uma reunião em Vientiane, Laos.

¨      Trump declara em que condições poderia haver 3ª Guerra Mundial

O ex-presidente dos EUA e novamente candidato ao cargo em 2024 criticou a administração de Joe Biden, que vê como "pessoas incompetentes" à frente do país norte-americano.

O candidato presidencial republicano Donald Trump alertou na sexta-feira (26) que haverá grandes guerras no Oriente Médio que poderão desencadear "uma terceira guerra mundial" se ele não vencer a próxima eleição presidencial, escreve a emissora norte-americana Fox News.

"Veremos como as coisas vão se desenrolar. Mas se tudo correr bem, se ganharmos, será muito simples. Tudo será resolvido e muito rapidamente", disse o candidato republicano, falando em sua casa de férias em Mar-a-Lago, Flórida, EUA, aos repórteres antes de sua reunião com Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel.

"Se não [ganharmos], acabaremos com grandes guerras no Oriente Médio e talvez uma Terceira Guerra Mundial", continuou o ex-presidente dos EUA (2017-2021).

Nesse sentido, Trump destacou que o mundo nunca esteve tão perto de um novo conflito global desde a Segunda Guerra Mundial "porque temos pessoas incompetentes no comando do [nosso] país".

Ao mesmo tempo, ele ressaltou que durante sua gestão na Casa Branca teve boas relações com Israel, citando a decisão de transferir a Embaixada dos EUA para Jerusalém, de se retirar do acordo nuclear com o Irã e de impor sanções a Teerã.

"Tivemos um bom relacionamento. Eu fui muito bom com Israel, melhor do que qualquer outro presidente", sublinhou, citado na sexta-feira (26) pelo jornal norte-americano The Hill.

<><> Plano dos EUA para implantação de mísseis na Alemanha não está relacionado com Ucrânia, diz Lavrov

Os planos dos Estados Unidos de instalar mísseis de alcance intermediário na Alemanha não dependem da operação militar russa na Ucrânia, disse o ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov.

O chanceler concedeu as declarações em uma coletiva de imprensa após a reunião entre a Rússia e a Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) em Laos, neste sábado (27).

"Ninguém perguntou [ao chanceler alemão Olaf] Scholz sobre os mísseis de alcance intermediário e curto que agora estão planejados para serem implantados na Alemanha, se os alemães querem tal implantação ou não. Novamente, quando a notícia foi divulgada, ele [Scholz] simplesmente disse: 'Eu saúdo a decisão dos EUA de implantar mísseis na Alemanha. Esta é uma boa decisão.' Ele não escondeu o fato de que a decisão foi americana. A operação militar especial russa [na Ucrânia] não tem nada a ver com isso. Os planos estavam em andamento, os planos permanecem", afirmou o ministro.

Ao mesmo tempo, Lavrov observou que os países ocidentais, ao implantarem novas armas na região Ásia-Pacífico, estão alimentando o confronto na região.

"As tendências que o Ocidente está tentando trazer para esta região, acelerando a sua militarização, criando aqui estruturas estreitas de blocos político-militares, implantando novas armas e alimentando geralmente o confronto", disse Lavrov.

A ASEAN realizou a sua cúpula anual de ministros das Relações Exteriores e reuniões relacionadas dos dias 24 a 27 de julho, com a presença dos principais diplomatas de Rússia, China, Estados Unidos e diversos outros países em Laos, Vietnã.

¨      Na Romênia, Orbán refuta 'autocracia russa' e destaca contorno das sanções feita por Moscou

O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, refutou as alegações de que a Rússia é uma autocracia, dizendo que o país se adaptou às sanções ocidentais e demonstrou flexibilidade econômica e social.

Segundo o premiê, "a Rússia aprendeu lições desde 2014 e não apenas as aprendeu, mas também as transformou em ações. Eles realizaram o desenvolvimento necessário no setor bancário e no de tecnologia da informação [TI], para que o sistema financeiro russo não quebrasse. Eles desenvolveram a capacidade de se adaptar", disse Orbán neste sábado (27) na cidade romena de Baile Tusnad.

Moscou, tendo perdido a oportunidade de importar produtos agrícolas do Ocidente devido às sanções, se tornou o maior exportador de produtos alimentícios em poucos anos, observou a autoridade.

"Quando a Rússia é descrita como uma autocracia neo-stalinista rígida, é mentira. Na verdade, estamos falando de um país que demonstrou flexibilidade técnica, econômica e, como você pode ver, talvez social", disse Orban.

O Ocidente pediu que o mundo inteiro tomasse medidas contra a Rússia, mas, ao contrário, todos começaram a apoiá-la aos poucos, acrescentou o primeiro-ministro.

No início de julho, Orbán fez uma "turnê de missão de paz", durante a qual visitou Rússia, Ucrânia e China, para delinear sua visão de um processo de paz no conflito ucraniano.

<><> Analista: mísseis russos penetram em todo o território da Ucrânia e são 'quase impossíveis de parar'

A Ucrânia não consegue resistir aos ataques de mísseis russos em todo o país, declarou Daniel Davis, especialista militar e tenente-coronel aposentado dos EUA, no canal Deep Dive no YouTube.

"Quero dizer que os mísseis russos já estão penetrando em todo o país, e é quase impossível pará-los", disse ele.

Segundo o oficial, trata-se em primeiro lugar de bombas aéreas explosivas e planadoras que as tropas russas lançam a partir de caças. Davis enfatizou que, mesmo se o Exército ucraniano receber sistemas antiaéreos Patriot ou quaisquer outros sistemas de defesa antiaérea importantes, eles serão destruídos.

Em março, o Ministério da Defesa da Rússia relatou sobre o lançamento da produção em massa das bombas aéreas altamente explosivas FAB-3000. Anteriormente, o especialista militar russo Aleksei Leonkov disse à Sputnik que a bomba de três toneladas possui uma força tão destrutiva que pode ser usada em assaltos de áreas particularmente fortificadas, além disso, as novas tecnologias a tornarão praticamente uma arma de alta precisão.

A Força Aeroespacial da Rússia usa ativamente bombas aéreas equipadas com módulos universais de planagem e correção (UMPK, na sigla em russo) na área da operação militar especial.

 

Fonte: Sputnik Brasil

 

Nenhum comentário: