Jeferson Miola: ‘Um Hitler ovacionado no
Capitólio’
À luz de decisões
recentes de instituições das Nações Unidas com fundamento no direito internacional,
Benjamin Netanyahu é um criminoso de guerra e genocida.
Em janeiro passado, a
Corte Internacional de Justiça/CIJ reconheceu que o Estado de Israel promove o
genocídio continuado do povo palestino, mas Israel continua desobedecendo a
ordem de cessar imediatamente as atrocidades.
Mais recentemente, em
19 de julho, a CIJ ordenou o fim imediato da ocupação israelense de territórios
palestinos, onde há décadas os sionistas instituem um regime de apartheid
racial com notável apoio financeiro e militar dos EUA.
Em maio último o
Procurador-Chefe do Tribunal Penal Internacional/TPI pediu a prisão de
Netanyahu pelos crimes de guerra e contra a humanidade cometidos em Gaza.
A Convenção para a
Prevenção e Repressão do Crime de Genocídio foi aprovada em 9 de dezembro de
1948 para impedir a repetição de atrocidades e crimes horrendos como o
Holocausto de judeus pelo regime de Hitler.
Se esta Convenção
estivesse vigente à época do Holocausto, Hitler seria condenado por genocídio.
E, se não tivesse se
suicidado antes, Hitler também seria condenado à morte ou à prisão perpétua no
Julgamento de Nuremberg [1945-46] por crimes de guerra e contra a humanidade.
Portanto, do ponto de
vista da lei internacional e das instituições da ONU, Hitler e Netanyahu são
enquadrados no mesmo tipo penal: ambos são, cada um no seu tempo, genocidas e
assassinos que perpetraram crimes de guerra e contra a humanidade.
Neste sentido, a
presença de Netanyahu no Capitólio equivaleria à presença do próprio Hitler
para discursar, ser ovacionado e aplaudido de pé pelos congressistas
estadunidenses.
Uma vergonha!
Contando com a
colaboração direta dos EUA no genocídio, Netanyahu declarou: “Nosso inimigo é o
seu inimigo. Nossa luta é a sua luta. Nossa vitória é a sua vitória”.
Aplausos!
“Israel sempre será
seu amigo leal e seu parceiro infalível. Obrigado EUA pelo seu suporte e
solidariedade. Juntos, vamos assegurar um futuro a ambas as nossas nações”,
discursou.
Mais aplausos!
Para poder acelerar a
“solução final” do extermínio do povo palestino, o Hitler do século 21 pediu
aos congressistas estadunidenses suas próprias câmaras de gás: – “Enquanto
Israel está na linha de frente da guerra pela civilização, nos dê as
ferramentas mais rapidamente que terminaremos o trabalho mais rapidamente”.
É aterrador saber a
tragédia anunciada sem nada poder fazer, mas o pedido de Netanyahu para
agilizar o aniquilamento do povo palestino será correspondido tanto por Donald
Trump como por Kamala Harris.
O regime nazi-sionista
de Israel será atendido por quem quer que seja eleito à presidência do país,
como é hoje plenamente atendido pela Administração Biden, pois a carnificina do
povo palestino integra o ideário tanto do Partido Democrata como do Republicano.
O discurso de
Netanyahu no Capitólio foi uma infâmia; uma ofensa terrível à humanidade. Os
EUA são responsáveis pelo genocídio palestino tanto quanto o executor da
barbárie “no campo”, o regime nazi-sionista de Israel, que já assassinou 40 mil
palestinos, em sua maioria crianças e mulheres.
• Roger Waters: "Quando um assassino
em massa é convidado para falar no Congresso, a coisa está muito feia"
O músico Roger Waters
expressou, nesta quinta-feira (25), sua indignação com o discurso do
primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, no Congresso dos Estados
Unidos.
Waters, conhecido por
sua postura crítica em relação a políticas de opressão, utilizou sua conta no X
(antigo Twitter) para comentar o evento, afirmando: "Quando um assassino
em massa é convidado para falar no Congresso, fica muito escuro". A mensagem
foi acompanhada de um vídeo em que Waters cita Martin Luther King Jr., dizendo:
"Na noite antes de ser assassinado, Dr. King disse 'somente quando está
escuro o suficiente você pode ver as estrelas'. Está ficando muito
escuro".
A fala de Waters é uma
crítica direta a Netanyahu, que, em seu discurso desta quarta-feira (24) no
Congresso americano, reafirmou a suposta necessidade de Israel manter o
controle de segurança sobre Gaza no futuro próximo, rejeitando o acordo
assinado por 14 facções palestinas para formar um governo de unidade nacional.
"Israel não pretende reassentar Gaza, mas num futuro próximo devemos
manter o controle de segurança superior para evitar o ressurgimento do
terror", disse Netanyahu. Ele argumentou que a intervenção da Corte
Internacional de Justiça (CIJ), que acusa Israel de genocídio e obstrução de
ajuda humanitária, poderia ameaçar a segurança de Israel e, potencialmente, dos
Estados Unidos.
A presença de
Netanyahu no Congresso foi marcada por controvérsia, com aproximadamente 80
legisladores democratas da Câmara dos Representantes e pelo menos seis
senadores faltando ao evento, conforme relatado pela CNN. Além disso, milhares
de manifestantes pró-Palestina se reuniram em Washington D.C. para protestar
contra o discurso de Netanyahu, destacando o crescente descontentamento global
com o genocídio promovido por Israel em Gaza.
• Irã diz que defesa dos direitos humanos
pelos EUA é 'ridícula' após discurso de Netanyahu em Washington
O porta-voz do
Ministério das Relações Exteriores do Irã, Nasser Kanaani, criticou os Estados
Unidos nesta quinta-feira (25) por se retratarem como defensores dos direitos
humanos após o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, ser recebido
com aplausos de pé no Congresso nesta semana.
"Tendo cometido
genocídio e infanticídio por nove meses consecutivos, o primeiro-ministro
criminoso de um regime falso é abraçado e acolhido por seus apoiadores... O
slogan dos direitos humanos agora é a frase mais ridícula ouvida dos líderes
estadunidenses e europeus", disse Kanaani em uma declaração nas redes
sociais.
Netanyahu chegou a
Washington nesta segunda-feira para uma visita oficial. Ele fez um discurso no
Congresso nesta quarta-feira, interrompido por aplausos e vários aplausos de
pé. Milhares de manifestantes antiguerra se reuniram do lado de fora.
Kanaani também disse
que a calorosa recepção de Netanyahu em Washington expôs "o rosto brutal e
malévolo" da política dos EUA para o mundo, minando "os esforços
enganosos da civilização ocidental para se retratar com uma face inocente e humana".
O primeiro-ministro
israelense deve se encontrar com o presidente dos EUA, Joe Biden, na Casa
Branca nesta quinta-feira para discutir a segurança no Oriente Médio. Ele
também se reunirá com a vice-presidente Kamala Harris, a provável candidata
presidencial democrata, e continuará com conversas com o candidato republicano
Donald Trump nesta sexta-feira.
• Parlamento dos Estados Unidos se tornou
cúmplice do genocídio ao ovacionar Netanyahu, diz Leonardo Boff
O renomado teólogo
Leonardo Boff fez uma dura crítica ao Congresso dos Estados Unidos, afirmando
que a instituição se tornou cúmplice do genocídio ao aplaudir o
primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, durante sua recente visita.
Em uma postagem no X, Boff comparou Netanyahu a um genocida e acusou o Ocidente
"cristão" de estar novamente crucificando Jesus através dos crimes
cometidos contra o povo palestino.
“Um parlamento, como o
dos EUA, ovacionando um genocida como Netanyahu se torna cúmplice do crime. O
dia-bólico (o que separa e divide) está tomando corpo no mundo a partir do
Ocidente 'cristão'. Estamos de novo crucificando o Filho de Deus, em seus irmãos
assassinados”, escreveu Boff em sua rede social.
A recepção calorosa a
Netanyahu, considerado por muitos como um criminoso de guerra, gerou intensos
protestos. O senador Bernie Sanders chegou a chamá-lo de criminoso de guerra, e
a maioria do Congresso estadunidense aplaudiu freneticamente o líder israelense,
num ato que muitos veem como um sinal da decadência da democracia americana.
Apesar da ausência de
alguns deputados do Partido Democrata, a acolhida ao líder israelense foi
marcada por uma demonstração de apoio que revela a profunda aliança entre os
Estados Unidos e Israel. Netanyahu, descrito como o "maior genocida do
século 21" por seus críticos, foi tratado com honrarias pelo presidente da
Câmara dos Representantes.
A presença de
Netanyahu no Capitólio provocou indignação e manifestações vigorosas ao redor
do mundo. Milhares de manifestantes e personalidades democráticas expressaram
sua cólera e indignação, classificando a recepção a Netanyahu como uma traição
aos princípios democráticos e aos direitos humanos.
Em seu discurso
perante o Congresso, Netanyahu defendeu suas ações contra o povo palestino com
uma retórica supremacista e colonialista. Ele atacou países como o Irã, que
apoiam a resistência palestina, e acusou os manifestantes de serem financiados
por forças militares iranianas.
Netanyahu não escondeu
suas ambições colonialistas, que incluem a negação da criação de um Estado
palestino independente e soberano. Ele reafirmou a importância da aliança
militar com os Estados Unidos, destacando o apoio que recebe da potência
imperialista, o que para muitos, evidencia a cumplicidade americana com os
crimes cometidos pelo Estado israelense.
A retórica belicista
de Netanyahu representa uma ameaça à paz mundial. A perpetuação da guerra
contra o povo palestino pode levar a uma conflagração militar em toda a região
do Oriente Médio, tornando ainda mais precária a segurança internacional. Sob a
liderança de políticos como Netanyahu e os que comandam os Estados Unidos, a
ameaça de uma guerra global torna-se cada vez mais presente.
Para Boff e muitos
outros críticos, a aliança entre Israel e os Estados Unidos é um dos fenômenos
políticos mais nefastos da atual conjuntura internacional. As forças
anti-imperialistas e defensoras dos direitos humanos precisam compreender e
combater os verdadeiros inimigos da paz e da justiça.
A crítica de Boff
reflete uma crescente insatisfação com a política externa dos Estados Unidos e
seu apoio incondicional a Israel. À medida que as tensões aumentam e os
conflitos se intensificam, a necessidade de uma revisão crítica dessas alianças
torna-se cada vez mais urgente.
• Discurso de Netanyahu foi um ‘show de
mentiras’, afirma dirigente do Hamas
Um membro de alto
escalão do Hamas diz que Netanyahu desprezou a consciência do mundo em seu
discurso perante o Congresso dos Estados Unidos, informa o canal ioraniano
HispanTV.
"O discurso do
criminoso [Benjamin] Netanyahu é um show de mentiras e um desprezo às mentes do
mundo", disse em um comunicado Izzat Al-Rishq, um membro do bureau
político do Movimento de Resistência Islâmica da Palestina (Hamas),
referindo-se às declarações do primeiro-ministro israelense feitas na
quarta-feira (24) no Congresso americano.
Em sua alocução, que
provocou o boicote de alguns dos principais democratas e atraiu milhares de
manifestantes ao Capitólio para condenar a guerra genocida israelense na Faixa
de Gaza e a crise humanitária que criou, Netanyahu tentou demonizar os grupos de
Resistência palestinos que defendem o território da Faixa de Gaza diante da
invasão israelense.
Por sua vez, a conta
do Líder do Irã no X publica uma frase do aiatolá Khamenei, em hebraico, que
destaca o fracasso dos EUA e de Israel na guerra contra a Resistência.
Em uma tentativa de
mostrar Israel como vítima nesta guerra, o premiê israelense afirmou que
Israel, Estados Unidos e o mundo árabe estão ameaçados pelo que chamou de
"eixo do terror" liderado pelo Irã, ao mesmo tempo que pediu mais
armas para acelerar a luta contra o movimento palestino Hamas.
Nesta linha, Sami Abu
Zuhri, um dos responsáveis de alto escalão do Hamas, enfatizou que os
comentários de Netanyahu demonstram que ele não está interessado em pôr fim à
guerra e destacou que o premiê israelense não pode encobrir com mentiras os
crimes de guerra cometidos por seu exército em Gaza. "A alocução de
Netanyahu esteve cheia de mentiras e não conseguirá encobrir o fracasso e a
derrota frente à Resistência", remarcou.
Por sua vez, Ali Abu
Shahin, um dos líderes do movimento Jihad Islâmica Palestina, assegurou que o
pedido do premiê israelense por um maior apoio militar americano é uma
confissão de fracasso na guerra de Gaza.
Fonte: Brasil 247
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