sábado, 27 de julho de 2024

Jeferson Miola: ‘Um Hitler ovacionado no Capitólio’

À luz de decisões recentes de instituições das Nações Unidas com fundamento no direito internacional, Benjamin Netanyahu é um criminoso de guerra e genocida.

Em janeiro passado, a Corte Internacional de Justiça/CIJ reconheceu que o Estado de Israel promove o genocídio continuado do povo palestino, mas Israel continua desobedecendo a ordem de cessar imediatamente as atrocidades.

Mais recentemente, em 19 de julho, a CIJ ordenou o fim imediato da ocupação israelense de territórios palestinos, onde há décadas os sionistas instituem um regime de apartheid racial com notável apoio financeiro e militar dos EUA.

Em maio último o Procurador-Chefe do Tribunal Penal Internacional/TPI pediu a prisão de Netanyahu pelos crimes de guerra e contra a humanidade cometidos em Gaza.

A Convenção para a Prevenção e Repressão do Crime de Genocídio foi aprovada em 9 de dezembro de 1948 para impedir a repetição de atrocidades e crimes horrendos como o Holocausto de judeus pelo regime de Hitler.

Se esta Convenção estivesse vigente à época do Holocausto, Hitler seria condenado por genocídio.

E, se não tivesse se suicidado antes, Hitler também seria condenado à morte ou à prisão perpétua no Julgamento de Nuremberg [1945-46] por crimes de guerra e contra a humanidade.

Portanto, do ponto de vista da lei internacional e das instituições da ONU, Hitler e Netanyahu são enquadrados no mesmo tipo penal: ambos são, cada um no seu tempo, genocidas e assassinos que perpetraram crimes de guerra e contra a humanidade.

Neste sentido, a presença de Netanyahu no Capitólio equivaleria à presença do próprio Hitler para discursar, ser ovacionado e aplaudido de pé pelos congressistas estadunidenses.

Uma vergonha!

Contando com a colaboração direta dos EUA no genocídio, Netanyahu declarou: “Nosso inimigo é o seu inimigo. Nossa luta é a sua luta. Nossa vitória é a sua vitória”.

Aplausos!

“Israel sempre será seu amigo leal e seu parceiro infalível. Obrigado EUA pelo seu suporte e solidariedade. Juntos, vamos assegurar um futuro a ambas as nossas nações”, discursou.

Mais aplausos!

Para poder acelerar a “solução final” do extermínio do povo palestino, o Hitler do século 21 pediu aos congressistas estadunidenses suas próprias câmaras de gás: – “Enquanto Israel está na linha de frente da guerra pela civilização, nos dê as ferramentas mais rapidamente que terminaremos o trabalho mais rapidamente”.

É aterrador saber a tragédia anunciada sem nada poder fazer, mas o pedido de Netanyahu para agilizar o aniquilamento do povo palestino será correspondido tanto por Donald Trump como por Kamala Harris.

O regime nazi-sionista de Israel será atendido por quem quer que seja eleito à presidência do país, como é hoje plenamente atendido pela Administração Biden, pois a carnificina do povo palestino integra o ideário tanto do Partido Democrata como do Republicano.

O discurso de Netanyahu no Capitólio foi uma infâmia; uma ofensa terrível à humanidade. Os EUA são responsáveis pelo genocídio palestino tanto quanto o executor da barbárie “no campo”, o regime nazi-sionista de Israel, que já assassinou 40 mil palestinos, em sua maioria crianças e mulheres.

•        Roger Waters: "Quando um assassino em massa é convidado para falar no Congresso, a coisa está muito feia"

O músico Roger Waters expressou, nesta quinta-feira (25), sua indignação com o discurso do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, no Congresso dos Estados Unidos.

Waters, conhecido por sua postura crítica em relação a políticas de opressão, utilizou sua conta no X (antigo Twitter) para comentar o evento, afirmando: "Quando um assassino em massa é convidado para falar no Congresso, fica muito escuro". A mensagem foi acompanhada de um vídeo em que Waters cita Martin Luther King Jr., dizendo: "Na noite antes de ser assassinado, Dr. King disse 'somente quando está escuro o suficiente você pode ver as estrelas'. Está ficando muito escuro".

A fala de Waters é uma crítica direta a Netanyahu, que, em seu discurso desta quarta-feira (24) no Congresso americano, reafirmou a suposta necessidade de Israel manter o controle de segurança sobre Gaza no futuro próximo, rejeitando o acordo assinado por 14 facções palestinas para formar um governo de unidade nacional. "Israel não pretende reassentar Gaza, mas num futuro próximo devemos manter o controle de segurança superior para evitar o ressurgimento do terror", disse Netanyahu. Ele argumentou que a intervenção da Corte Internacional de Justiça (CIJ), que acusa Israel de genocídio e obstrução de ajuda humanitária, poderia ameaçar a segurança de Israel e, potencialmente, dos Estados Unidos.

A presença de Netanyahu no Congresso foi marcada por controvérsia, com aproximadamente 80 legisladores democratas da Câmara dos Representantes e pelo menos seis senadores faltando ao evento, conforme relatado pela CNN. Além disso, milhares de manifestantes pró-Palestina se reuniram em Washington D.C. para protestar contra o discurso de Netanyahu, destacando o crescente descontentamento global com o genocídio promovido por Israel em Gaza.

•        Irã diz que defesa dos direitos humanos pelos EUA é 'ridícula' após discurso de Netanyahu em Washington

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Nasser Kanaani, criticou os Estados Unidos nesta quinta-feira (25) por se retratarem como defensores dos direitos humanos após o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, ser recebido com aplausos de pé no Congresso nesta semana.

"Tendo cometido genocídio e infanticídio por nove meses consecutivos, o primeiro-ministro criminoso de um regime falso é abraçado e acolhido por seus apoiadores... O slogan dos direitos humanos agora é a frase mais ridícula ouvida dos líderes estadunidenses e europeus", disse Kanaani em uma declaração nas redes sociais.

Netanyahu chegou a Washington nesta segunda-feira para uma visita oficial. Ele fez um discurso no Congresso nesta quarta-feira, interrompido por aplausos e vários aplausos de pé. Milhares de manifestantes antiguerra se reuniram do lado de fora.

Kanaani também disse que a calorosa recepção de Netanyahu em Washington expôs "o rosto brutal e malévolo" da política dos EUA para o mundo, minando "os esforços enganosos da civilização ocidental para se retratar com uma face inocente e humana".

O primeiro-ministro israelense deve se encontrar com o presidente dos EUA, Joe Biden, na Casa Branca nesta quinta-feira para discutir a segurança no Oriente Médio. Ele também se reunirá com a vice-presidente Kamala Harris, a provável candidata presidencial democrata, e continuará com conversas com o candidato republicano Donald Trump nesta sexta-feira.

•        Parlamento dos Estados Unidos se tornou cúmplice do genocídio ao ovacionar Netanyahu, diz Leonardo Boff

O renomado teólogo Leonardo Boff fez uma dura crítica ao Congresso dos Estados Unidos, afirmando que a instituição se tornou cúmplice do genocídio ao aplaudir o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, durante sua recente visita. Em uma postagem no X, Boff comparou Netanyahu a um genocida e acusou o Ocidente "cristão" de estar novamente crucificando Jesus através dos crimes cometidos contra o povo palestino.

“Um parlamento, como o dos EUA, ovacionando um genocida como Netanyahu se torna cúmplice do crime. O dia-bólico (o que separa e divide) está tomando corpo no mundo a partir do Ocidente 'cristão'. Estamos de novo crucificando o Filho de Deus, em seus irmãos assassinados”, escreveu Boff em sua rede social.

A recepção calorosa a Netanyahu, considerado por muitos como um criminoso de guerra, gerou intensos protestos. O senador Bernie Sanders chegou a chamá-lo de criminoso de guerra, e a maioria do Congresso estadunidense aplaudiu freneticamente o líder israelense, num ato que muitos veem como um sinal da decadência da democracia americana.

Apesar da ausência de alguns deputados do Partido Democrata, a acolhida ao líder israelense foi marcada por uma demonstração de apoio que revela a profunda aliança entre os Estados Unidos e Israel. Netanyahu, descrito como o "maior genocida do século 21" por seus críticos, foi tratado com honrarias pelo presidente da Câmara dos Representantes.

A presença de Netanyahu no Capitólio provocou indignação e manifestações vigorosas ao redor do mundo. Milhares de manifestantes e personalidades democráticas expressaram sua cólera e indignação, classificando a recepção a Netanyahu como uma traição aos princípios democráticos e aos direitos humanos.

Em seu discurso perante o Congresso, Netanyahu defendeu suas ações contra o povo palestino com uma retórica supremacista e colonialista. Ele atacou países como o Irã, que apoiam a resistência palestina, e acusou os manifestantes de serem financiados por forças militares iranianas.

Netanyahu não escondeu suas ambições colonialistas, que incluem a negação da criação de um Estado palestino independente e soberano. Ele reafirmou a importância da aliança militar com os Estados Unidos, destacando o apoio que recebe da potência imperialista, o que para muitos, evidencia a cumplicidade americana com os crimes cometidos pelo Estado israelense.

A retórica belicista de Netanyahu representa uma ameaça à paz mundial. A perpetuação da guerra contra o povo palestino pode levar a uma conflagração militar em toda a região do Oriente Médio, tornando ainda mais precária a segurança internacional. Sob a liderança de políticos como Netanyahu e os que comandam os Estados Unidos, a ameaça de uma guerra global torna-se cada vez mais presente.

Para Boff e muitos outros críticos, a aliança entre Israel e os Estados Unidos é um dos fenômenos políticos mais nefastos da atual conjuntura internacional. As forças anti-imperialistas e defensoras dos direitos humanos precisam compreender e combater os verdadeiros inimigos da paz e da justiça.

A crítica de Boff reflete uma crescente insatisfação com a política externa dos Estados Unidos e seu apoio incondicional a Israel. À medida que as tensões aumentam e os conflitos se intensificam, a necessidade de uma revisão crítica dessas alianças torna-se cada vez mais urgente.

•        Discurso de Netanyahu foi um ‘show de mentiras’, afirma dirigente do Hamas

Um membro de alto escalão do Hamas diz que Netanyahu desprezou a consciência do mundo em seu discurso perante o Congresso dos Estados Unidos, informa o canal ioraniano HispanTV.

"O discurso do criminoso [Benjamin] Netanyahu é um show de mentiras e um desprezo às mentes do mundo", disse em um comunicado Izzat Al-Rishq, um membro do bureau político do Movimento de Resistência Islâmica da Palestina (Hamas), referindo-se às declarações do primeiro-ministro israelense feitas na quarta-feira (24) no Congresso americano.

Em sua alocução, que provocou o boicote de alguns dos principais democratas e atraiu milhares de manifestantes ao Capitólio para condenar a guerra genocida israelense na Faixa de Gaza e a crise humanitária que criou, Netanyahu tentou demonizar os grupos de Resistência palestinos que defendem o território da Faixa de Gaza diante da invasão israelense.

Por sua vez, a conta do Líder do Irã no X publica uma frase do aiatolá Khamenei, em hebraico, que destaca o fracasso dos EUA e de Israel na guerra contra a Resistência.

Em uma tentativa de mostrar Israel como vítima nesta guerra, o premiê israelense afirmou que Israel, Estados Unidos e o mundo árabe estão ameaçados pelo que chamou de "eixo do terror" liderado pelo Irã, ao mesmo tempo que pediu mais armas para acelerar a luta contra o movimento palestino Hamas.

Nesta linha, Sami Abu Zuhri, um dos responsáveis de alto escalão do Hamas, enfatizou que os comentários de Netanyahu demonstram que ele não está interessado em pôr fim à guerra e destacou que o premiê israelense não pode encobrir com mentiras os crimes de guerra cometidos por seu exército em Gaza. "A alocução de Netanyahu esteve cheia de mentiras e não conseguirá encobrir o fracasso e a derrota frente à Resistência", remarcou.

Por sua vez, Ali Abu Shahin, um dos líderes do movimento Jihad Islâmica Palestina, assegurou que o pedido do premiê israelense por um maior apoio militar americano é uma confissão de fracasso na guerra de Gaza.

 

Fonte: Brasil 247

 

Nenhum comentário: