segunda-feira, 29 de julho de 2024

6 verdades ginecológicas que nem sempre são boas de escutar

A saúde ginecológica feminina é um tema cercado por mitos e informações equivocadas, muitas vezes deixadas de lado ou mal compreendidas.

“Nosso corpo funciona na totalidade. Ou seja, emoção e físico estão sempre interligados. Então, para cuidarmos da nossa saúde íntima, precisamos cuidar das nossas emoções. E vice-versa”, destaca Roberta Struzani, especialista em Sexualidade e instrutora do Curso de Ginástica Íntima do Personare.

>>>> 6 verdades ginecológicas

Veremos a seguir algumas dessas verdades ginecológicas mais importantes e entender como podemos melhorar nosso bem-estar, saúde e prazer.

<><> Ter dor no sexo não é normal

Não, sentir dor durante o sexo não é normal. Muitas vezes, é sinal de que sua Musculatura do Assoalho Pélvico (MAP) está cheia de tensões ou nódulos musculares.

Essa questão acarreta uma série de problemas para a mulher, podendo afetar seu prazer e levar à baixa libido ou travas diversas na cama. Por isso, a solução é trabalhar a MAP com ginástica íntima.

<><> A cor do corrimento pode indicar problemas sérios

Nas mulheres, um dos principais termômetros da saúde é o muco vaginal – conhecido como corrimento. A cor do corrimento vaginal pode indicar possíveis disfunções, mas é fundamental passar por uma avaliação médica para diagnóstico e tratamento corretos.

Então, se você se mantiver sempre atenta ao seu muco vaginal e sangue menstrual, procurando compreender e corrigir cada alteração, provavelmente se manterá sempre saudável.

<><> Doenças íntimas não devem ser tratadas apenas com remédios

Há uma linha holística da Saúde Ginecológica que entende que todas as experiências vividas por uma mulher, sejam elas positivas ou negativas, ficam registradas no útero e no canal vaginal.

Com isso, o desequilíbrio fisiológico do corpo vai sendo favorecido por emoções. Portanto, aumenta a possibilidade de surgir problemas ginecológicos.

Por isso, é tão importante entender os significados de doenças íntimas para que você possa tratar não apenas os sintomas físicos com medicamentos, mas também a dor emocional que pode ser a causa.

<><> Sua falta de libido tem mais relação com sua mente do que seus hormônios

Os problemas e o excesso de pensamentos são grandes vilões da libido, especialmente para mulheres que não conseguem se desligar das questões cotidianas.

Por isso, estimular a concentração e tentar se desligar dos pensamentos excessivos é um ótimo começo para combater a diminuição da libido. Veja aqui dicas de como aumentar a libido naturalmente.

Além disso, procurar um médico para o diagnóstico (principalmente se gerar dor ou inibição de orgasmo), assim como um psicólogo e um fisioterapeuta ginecológico para encontrar as causas da baixa libido.

<><> Vagina apertadinha não é necessariamente bom

Ter uma vagina considerada “apertadinha” não é necessariamente bom. Muitas vezes, isso é sinal de que a Musculatura do Assoalho Pélvico está cheia de tensões ou nódulos musculares. Essa tensão pode causar dor ou incômodo durante o sexo, afetando o prazer e a libido.

A tensão muscular deve ser avaliada por um fisioterapeuta ginecológico, cuja especialidade é trabalhar pelve. A orientação correta é fundamental para tratamento e melhora da qualidade de vida sexual.

<><> Masturbação feminina exige prática

Quando uma mulher não tem o costume de se tocar ou não sabe do que gosta, pode acabar levando alguns reflexos disso para a relação sexual e até para o relacionamento como um todo. Nesse caso, ela “obriga” a pessoa parceira a descobrir o que lhe dá prazer, o que é uma responsabilidade muito grande para o outro.

Uma mulher que consegue alcançar o orgasmo é mais feliz, bem resolvida consigo mesma e com uma melhor autoestima. Afinal, sentir prazer tendo um orgasmo é sinônimo de saúde.

 

•        Síndrome da vagina da Barbie: você pode ter e não sabe

A síndrome da vagina da Barbie faz a mulher desejar ter uma vagina similar à da famosa boneca: lisa, simétrica e sempre com a mesma aparência.

Como muitos padrões estéticos, esse é um objetivo inalcançável. E o pior: prejudica, consideravelmente, o prazer sexual da mulher.

A seguir, descubra como surgiu a síndrome da vagina da Barbie, por que esse padrão não é real e como mudar a imagem que você tem da sua vulva.

<><> Causa da síndrome da vagina da Barbie

Essa falsa imagem que temos de como “deve ser” uma vulva não vem do nada. Boa parte da responsabilidade é dos conteúdos pornográficos, como filmes e fotos eróticas.

Nesses materiais adultos, as vaginas são representadas de forma quase infantilizada: sem pelos, rosadas, simétricas… E irreais!

Já atendi diversas atrizes pornôs, e muitas delas me confidenciaram que maquiavam suas vulvas antes das gravações. Além disso, seus vídeos eram editados para que as vaginas fossem ainda mais modificadas.

A verdade é que cada mulher tem uma vagina diferente. Seria impossível padronizar como uma vulva deve ser já que, anatomicamente, uma jamais será igual à outra.

<><> Sua vagina muda tanto quanto você

Já reparou que sua vulva não tem sempre a mesma aparência? É natural que, ao longo dos anos, ela mude fisicamente.

Por exemplo, após a menarca (primeira menstruação), a vulva da menina se modifica. Ela pode ficar com mais pelos, mais carnuda ou com os lábios maiores.

Durante ou depois da gestação, é normal a vagina escurecer ou inchar. Já na menopausa, ela tende a atrofiar, ou seja, diminuir de tamanho, além de ficar menos rosada ou vermelhinha.

Com o tempo, toda vulva escurece, seus lábios engrossam e ficam mais compridos e assimétricos, podendo também apresentar algumas manchas. E a pele que envolve o clitóris, chamada de prepúcio, costuma aumentar.

Além disso, a pele da vulva não tem muito colágeno. Então, ela não se manterá lisa ou firme durante a vida adulta. Pelo contrário, suas fibras possuem uma propriedade mais elástica, proposital para nosso conforto, seja para facilitar a hora do parto ou não incomodar no sexo.

80% das mulheres que atendo sofrem da síndrome da vagina da Barbie. As reclamações mais frequentes são a falta de simetria, quando, por exemplo, os lábios internos são maiores que os externos, ou a pele extra que costuma crescer em volta do clitóris.

<><> Ninfoplastia pode acabar com o prazer

Por conta da síndrome da vagina da Barbie, muitas mulheres decidem fazer uma cirurgia plástica chamada ninfoplastia. No entanto, essa prática pode acabar com a sensibilidade vaginal e, consequentemente, dificultar o orgasmo.

Apesar da ninfoplastia ser uma das cirurgias mais realizadas no Brasil, não existem estudos científicos na área que abordam seus riscos. Sabemos que, para serem aprovados, os artigos científicos precisam passar pelo comitê médico.

Portanto, existe a dúvida se os profissionais, de fato, não sabem que esse tipo de cirurgia pode prejudicar o orgasmo e o prazer feminino ou se essa informação não é divulgada por ser rentável para essa indústria.

Recentemente atendi uma paciente que costumava ter orgasmos múltiplos durante o sexo. Por uma questão estética, ela decidiu operar o prepúcio e os lábios vaginais internos, pois os achava feios.

Depois disso, ficou anorgásmica, ou seja, incapaz de sentir prazer. Isso aconteceu porque a cirurgia afetou sua genital de forma irreversível.

Foi preciso uma terapia íntima longa e demorada para que ela descobrisse novas formas de sentir prazer na cama. Mas os orgasmos intensos que sentia antes nunca mais foram possíveis.

Portanto, se nenhuma alteração da sua vulva compromete a funcionalidade do órgão, faço um apelo para que trate sua síndrome da vagina da Barbie sem cirurgia. Busque a terapia para melhorar esse incômodo e enxergar sua vagina de outra forma.

 

Fonte: Boa Forma

 

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