terça-feira, 28 de maio de 2024

Prelúdio da 3ª Guerra: Itália critica proposta do chefe da OTAN sobre ataques da Ucrânia à Rússia

O governo italiano criticou o apelo do secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), Jens Stoltenberg, para cancelar as restrições ao uso de armas ocidentais fornecidas ao governo de Kiev.

O chefe da OTAN, Jens Stoltenberg, instou anteriormente as nações ocidentais a suspenderem as restrições que impedem a Ucrânia de conduzir ataques nas profundezas da Rússia usando armas ocidentais.

"Não enviaremos um único soldado italiano para a Ucrânia, e o equipamento militar que a Itália envia deve ser usado no território da Ucrânia", disse o ministro das Relações Exteriores italiano, Antonio Tajani, citado pela agência de notícias Adnkronos no sábado (25).

Ele acrescentou que a Itália "deve sempre trabalhar pela paz e baixar o tom". Embora a Itália faça parte da OTAN, "todas as decisões devem ser tomadas coletivamente", sublinhou.

O vice-primeiro-ministro italiano e líder do partido Liga, Matteo Salvini, expressou a mesma posição, sublinhando que ninguém procura um "prelúdio para uma Terceira Guerra Mundial".

"A Itália não está em guerra com ninguém e, embora fosse certo ajudar militarmente a Ucrânia, suspender a proibição de Kiev atacar alvos militares na Rússia está fora de questão. Da mesma forma, reitero que a Liga se opõe ao envio de um único soldado para lutar na Ucrânia. Procuramos a paz, não um prelúdio para uma Terceira Guerra Mundial", sublinhou.

As autoridades russas alertaram repetidamente contra os fornecimentos militares ao governo de Kiev, sublinhando que esta medida apenas alimenta o conflito, sem qualquer possibilidade de afetar o curso final da operação militar especial.

A representante oficial do Ministério das Relações Exteriores russo, Maria Zakharova, sublinhou que todos os que vão "à chamada conferência de paz na Suíça" sobre a Ucrânia devem estar bem cientes das recentes palavras de Stoltenberg.

O representante parlamentar russo da região da Crimeia, por sua vez, avaliou as palavras de Stoltenberg como uma "obsessão pela guerra" e "desejo de prejudicar a Rússia a qualquer custo, sem levar em conta as consequências catastróficas para a população das nações ocidentais".

·        Alemanha traça plano para conter influxo de refugiados ucranianos

Em entrevista ao jornal alemão Die Welt, autoridades do país alertam que o fluxo massivo de imigrantes deixou a situação no limite e defendem um plano de partilha de refugiados entre países da União Europeia.

O governo da Alemanha planeja estabelecer um mecanismo de partilha de imigrantes ucranianos entre países da União Europeia (UE) no intuito de reduzir o fluxo que chega ao país. A informação foi veiculada em um artigo do jornal alemão Die Welt, que cita autoridades alemãs.

O artigo afirma que nenhum outro Estado da Europa oferece benefícios sociais tão generosos a imigrantes como a Alemanha, o que faz do país um destino atraente para refugiados.

"A Alemanha acolheu 1,152 milhões de ucranianos – em números absolutos, mais do que qualquer outro país da Europa. Na Polônia existem cerca de 956.000. A Itália acolheu cerca de 172.500 ucranianos e a França cerca de 68.800", diz o artigo.

"Na Alemanha, os refugiados ucranianos recebem benefícios de cidadania imediatamente após a chegada , enquanto outras pessoas que procuram asilo só os recebem depois de terem sido reconhecidas no processo de asilo, que muitas vezes demora nove meses", acrescenta.

Citando uma análise feita pelo departamento econômico do parlamento alemão, o artigo ressalta que o benefício concedido a ucranianos na Alemanha é de 563 euros (R$ 3.135), cifra mais elevada que a concedida por outros membros da UE. Ademais, a taxa de desemprego entre refugiados ucranianos também é menor na Alemanha em comparação com outros países do bloco, girando em torno de 20%.

Em entrevista ao jornal, Reinhard Sager, chefe da Associação dos Distritos Alemães, afirmou que a questão deve ser abordada em reunião da UE tão logo terminem as eleições europeias.

"Apelamos a uma harmonização da integração e dos benefícios sociais em toda a Europa, que deve basear-se nos padrões de vida e sociais dos respectivos países-membros", disse Sager.

Christian Engelhardt, administrador do distrito de Bergstrasse, afirmou que a situação está no limite e defendeu o fim da concessão de benefício imediato a refugiados ucranianos.

"Durante meses, as cidades e os municípios encontraram-se no limite no que diz respeito ao acolhimento de refugiados. O conselho distrital exige, portanto, que os refugiados da Ucrânia não recebam automaticamente benefícios de cidadão", disse Engelhardt.

·        UE deveria seguir Estados Unidos nas tarifas sobre produtos da China, diz Itália

União Europeia deveria seguir o exemplo dos Estados Unidos e proteger sua indústria impondo tarifas sobre produtos chineses, disse neste sábado (25) o ministro do Desenvolvimento Econômico italiano, Adolfo Urso.

Falando sobre a indústria automobilística em particular, Urso disse que o aumento acentuado das tarifas dos EUA poderia fazer com que a China redirecionasse as suas exportações para a Europa, prejudicando a indústria do bloco.

"Tarifas muito mais elevadas contra os produtos chineses são inevitáveis ​​se não quisermos que a indústria europeia seja exterminada", disse o ministro falando em uma conferência empresarial, segundo a Reuters.

O presidente dos EUA, Joe Biden, revelou no início da semana aumentos acentuados de tarifas sobre uma série de importações chinesas, incluindo baterias de veículos elétricos, chips de computador e produtos médicos.

Biden manterá as tarifas impostas por seu antecessor, Donald Trump, enquanto aumentará outras, incluindo a quadruplicação das tarifas sobre carros elétricos para mais de 100% e a duplicação das tarifas sobre semicondutores para 50%.

O ministro italiano também apelou a uma política industrial mais forte por parte da União Europeia à medida que o bloco se aproxima das eleições para o Parlamento Europeu no próximo mês.

Roma, junto a países que compõem o G7 – Estados Unidos, Japão, Alemanha, França, Reino Unido, Itália e Canadá – estão reunidos na Itália nesta semana para tentar encontrar um terreno comum no impulsionamento dos lucros dos ativos congelados da Rússia e frear a crescente força exportadora da China em setores-chave.

 

¨      Para manter parceiro no Oriente Médio, EUA devem voltar a vender armas ofensivas a Riad, diz mídia

Em uma tentativa de melhorar as relações, Washington espera levantar a proibição de venda de armas ofensivas à Arábia Saudita, potencialmente já nas próximas semanas.

De acordo com o Financial Times (FT), o presidente dos EUA, Joe Biden, suspendeu a venda de tais armamentos ao reino há três anos, pouco depois de entrar na Casa Branca, criticando a condução pelos sauditas da guerra no Iêmen, entre preocupações sobre o uso de armas fabricadas nos EUA em ataques aéreos que mataram civis. O levantamento da proibição seria o mais recente sinal de melhoria dos laços entre a administração Biden e Riad.

A Arábia Saudita é tradicionalmente um dos maiores compradores de armamento dos EUA e a suspensão das proibições poderia significar ainda mais receita para Washington, que tem visto seu orçamento de defesa ser consumido com os esforços para manter o conflito ucraniano. Segundo uma das fontes ouvidas pela FT, Washington está se preparando para suspender a proibição embora a Casa Branca tenha se recusado a comentar a questão.

A relação de Biden com Riad tem sido conflituosa desde que assumiu o cargo. Ainda durante a campanha de 2019, Biden acusou os sauditas de "assassinar crianças", em uma aparente referência à guerra no Iêmen, na qual milhares de pessoas foram mortas, e mais tarde, prometeu fazer do Estado do golfo um "pária" após o brutal assassinato em 2018 do jornalista veterano Jamal Khashoggi por agentes sauditas no seu consulado em Istambul.

Mas as relações melhoraram significativamente desde então, especialmente depois do início da operação militar especial russa na Ucrânia ter demonstrado não apenas a fraqueza das orientações políticas norte-americanas para o Oriente Médio como as deficiências militares de Washington.

Ainda segundo a apuração, altos funcionários dos EUA disseram esta semana que Washington e Riad estavam perto de finalizar uma série de acordos bilaterais, incluindo um pacto de defesa e a cooperação dos EUA no nascente programa nuclear civil do reino.

A Arábia Saudita liderou uma coligação árabe que entrou na guerra civil do Iêmen em 2015 para combater os houthis apoiados pelo Irã. A condução do conflito pelo reino suscitou críticas de inúmeros atores internacionais. Nos últimos anos, Riad se envolveu em conversações de paz com os houthis, enquanto o príncipe herdeiro saudita Mohammed bin Salman se concentrava nos seus ambiciosos planos de desenvolvimento interno e na redução das tensões com inimigos regionais, incluindo o Irã.

O progresso nas conversações no Iêmen estagnou após o ataque do Hamas em 7 de outubro e a ofensiva retaliatória de Israel contra o grupo militante palestino em Gaza.

Apesar disso, a Arábia Saudita continuou envolvida no processo de paz no Iêmen mediado pela ONU. Em um sinal de que não queria aumentar as tensões com os houthis, Riad não se juntou a uma força-tarefa marítima liderada pelos EUA destinada a combater os ataques houthis ao transporte marítimo com destino ou de propriedade de Israel, em sinal de protesto contra as operações armadas de Tel Aviv em Gaza.

Em Washington, as hostilidades regionais desencadeadas pela guerra Israel-Hamas reforçaram a crença da administração Biden de que precisa da Arábia Saudita como parceiro regional fundamental.

·        Investimento de US$ 320 milhões do Pentágono no cais de Gaza fica aquém das metas

Embora Washington continue apoiando militarmente Israel, o corredor marítimo de cerca de mais de 300 quilômetros a partir do Chipre através do mar Mediterrâneo é a tentativa mais arrojada da administração Biden de ajudar os habitantes de Gaza.

O Pentágono gastou US$ 320 milhões (cerca de R$ 1,6 bilhão), contratou 1.000 soldados para abrir um corredor marítimo que permita o fluxo de ajuda para Gaza, a fim de aliviar a crise humanitária em curso no país. Mas, apesar de seus esforços, na primeira semana de operações apenas 820 toneladas de ajuda foram entregues através do cais e apenas dois terços desse volume chegaram aos pontos de distribuição em Gaza, revelou o Pentágono na quinta-feira (23).

Essa quantidade é aproximadamente igual a 71 caminhões, o que fica abaixo da meta inicial de 90 caminhões por dia, sendo cerca de 15% das necessidades diárias mínimas estimadas dos mais de dois milhões de pessoas que enfrentam a fome, de acordo com um relatório publicado no sábado (25).

Citando responsáveis da ONU, o relatório acrescenta que mais de uma dúzia de caminhões provenientes do cais nunca chegaram aos seus destinos em Gaza e que os veículos não puderam utilizar rotas alternativas devido às restrições israelenses, mesmo depois de civis desesperados terem apreendido a ajuda.

"Não está fluindo no ritmo que qualquer um de nós ficaria feliz, porque sempre queremos mais", disse o conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, Jake Sullivan, na quarta-feira (22). Sullivan rejeitou as alegações de que o mau planejamento seja o culpado pelos baixos números e referiu-se à crise em Gaza como o resultado de "um ambiente dinâmico".

O abastecimento passa por um processo complicado; os suprimentos são transportados através do mar Mediterrâneo até uma plataforma flutuante construída pelos EUA. Em seguida, as paletes são transportadas até uma passarela flutuante, protegida da praia por engenheiros do Exército de Israel, e depois são conduzidas mais algumas centenas de metros até a praia, para uma zona controlada por soldados israelenses. Outra questão que os EUA enfrentam é que o Hamas disse que trataria as forças dos EUA no cais como forças de ocupação.

Autoridades dos EUA afirmaram que o cais flutuante expandiria a capacidade para permitir a entrada de 150 caminhões por dia em Gaza, na esperança de ajudar pelo menos 500 mil pessoas por mês.

Uma matéria da Sputnik na quinta-feira revelou que o cais foi usado pela primeira vez para transportar equipamento militar antes de trazer alimentos; no entanto, a primeira entrega de alimentos foi para os soldados das Forças de Defesa de Israel (FDI).

A apuração acrescenta que mesmo que o cais comece a funcionar em plena capacidade, o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (ENUCAH) enfatizou repetidamente que não será suficiente e que Israel deve abrir rotas terrestres para permitir a entrada de ajuda.

Na sexta-feira (24), a Corte Internacional de Justiça (CIJ) ordenou a suspensão imediata da ofensiva militar de Israel em Rafah. O tribunal afirmou que o ataque à cidade mais ao sul de Gaza já deslocou mais de 800 mil pessoas, menos de 20 dias depois de ter iniciado o ataque.

A decisão da corte vai aumentar a pressão crescente que Israel enfrenta agora, na sequência dos mandados de prisão que podem ser emitidos pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) ao primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, ao ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, bem como ao líder do Hamas, Yehiya Sinwar, e a duas outras figuras por crimes de guerra e crimes contra a humanidade.

As autoridades palestinas informaram que mais de 35 mil palestinos foram mortos desde o início do conflito, em outubro. Acredita-se que a maioria dos que foram mortos sejam mulheres e crianças.

 

Fonte: Sputnik Brasil

 

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