Prelúdio da 3ª Guerra: Itália critica
proposta do chefe da OTAN sobre ataques da Ucrânia à Rússia
O governo italiano
criticou o apelo do secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico
Norte (OTAN), Jens Stoltenberg, para cancelar as restrições ao uso de armas
ocidentais fornecidas ao governo de Kiev.
O chefe da OTAN, Jens
Stoltenberg, instou anteriormente as nações ocidentais a suspenderem as
restrições que impedem a Ucrânia de conduzir ataques nas profundezas da Rússia
usando armas ocidentais.
"Não enviaremos
um único soldado italiano para a Ucrânia, e o equipamento militar que a Itália
envia deve ser usado no território da Ucrânia", disse o ministro das
Relações Exteriores italiano, Antonio Tajani, citado pela agência de notícias
Adnkronos no sábado (25).
Ele acrescentou que a
Itália "deve sempre trabalhar pela paz e baixar o tom". Embora a
Itália faça parte da OTAN, "todas as decisões devem ser tomadas
coletivamente", sublinhou.
O
vice-primeiro-ministro italiano e líder do partido Liga, Matteo Salvini,
expressou a mesma posição, sublinhando que ninguém procura um "prelúdio
para uma Terceira Guerra Mundial".
"A Itália não
está em guerra com ninguém e, embora fosse certo ajudar militarmente a Ucrânia,
suspender a proibição de Kiev atacar alvos militares na Rússia está fora de
questão. Da mesma forma, reitero que a Liga se opõe ao envio de um único soldado
para lutar na Ucrânia. Procuramos a paz, não um prelúdio para uma Terceira
Guerra Mundial", sublinhou.
As autoridades russas
alertaram repetidamente contra os fornecimentos militares ao governo de Kiev,
sublinhando que esta medida apenas alimenta o conflito, sem qualquer
possibilidade de afetar o curso final da operação militar especial.
A representante
oficial do Ministério das Relações Exteriores russo, Maria Zakharova, sublinhou
que todos os que vão "à chamada conferência de paz na Suíça" sobre a
Ucrânia devem estar bem cientes das recentes palavras de Stoltenberg.
O representante
parlamentar russo da região da Crimeia, por sua vez, avaliou as palavras de
Stoltenberg como uma "obsessão pela guerra" e "desejo de
prejudicar a Rússia a qualquer custo, sem levar em conta as consequências
catastróficas para a população das nações ocidentais".
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Alemanha traça plano
para conter influxo de refugiados ucranianos
Em entrevista ao
jornal alemão Die Welt, autoridades do país alertam que o fluxo massivo de
imigrantes deixou a situação no limite e defendem um plano de partilha de
refugiados entre países da União Europeia.
O governo da Alemanha
planeja estabelecer um mecanismo de partilha de imigrantes ucranianos entre
países da União Europeia (UE) no intuito de reduzir o fluxo que chega ao país.
A informação foi veiculada em um artigo do jornal alemão Die Welt, que cita autoridades
alemãs.
O artigo afirma que
nenhum outro Estado da Europa oferece benefícios sociais tão generosos a
imigrantes como a Alemanha, o que faz do país um destino atraente para
refugiados.
"A Alemanha
acolheu 1,152 milhões de ucranianos – em números absolutos, mais do que
qualquer outro país da Europa. Na Polônia existem cerca de 956.000. A Itália
acolheu cerca de 172.500 ucranianos e a França cerca de 68.800", diz o
artigo.
"Na Alemanha, os
refugiados ucranianos recebem benefícios de cidadania imediatamente após a
chegada , enquanto outras pessoas que procuram asilo só os recebem depois de
terem sido reconhecidas no processo de asilo, que muitas vezes demora nove
meses", acrescenta.
Citando uma análise
feita pelo departamento econômico do parlamento alemão, o artigo ressalta que o
benefício concedido a ucranianos na Alemanha é de 563 euros (R$ 3.135), cifra
mais elevada que a concedida por outros membros da UE. Ademais, a taxa de desemprego
entre refugiados ucranianos também é menor na Alemanha em comparação com outros
países do bloco, girando em torno de 20%.
Em entrevista ao
jornal, Reinhard Sager, chefe da Associação dos Distritos Alemães, afirmou que
a questão deve ser abordada em reunião da UE tão logo terminem as eleições
europeias.
"Apelamos a uma
harmonização da integração e dos benefícios sociais em toda a Europa, que deve
basear-se nos padrões de vida e sociais dos respectivos países-membros",
disse Sager.
Christian Engelhardt,
administrador do distrito de Bergstrasse, afirmou que a situação está no limite
e defendeu o fim da concessão de benefício imediato a refugiados ucranianos.
"Durante meses,
as cidades e os municípios encontraram-se no limite no que diz respeito ao
acolhimento de refugiados. O conselho distrital exige, portanto, que os
refugiados da Ucrânia não recebam automaticamente benefícios de cidadão",
disse Engelhardt.
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UE deveria seguir
Estados Unidos nas tarifas sobre produtos da China, diz Itália
União Europeia deveria
seguir o exemplo dos Estados Unidos e proteger sua indústria impondo tarifas
sobre produtos chineses, disse neste sábado (25) o ministro do Desenvolvimento
Econômico italiano, Adolfo Urso.
Falando sobre a
indústria automobilística em particular, Urso disse que o aumento acentuado das
tarifas dos EUA poderia fazer com que a China redirecionasse as suas
exportações para a Europa, prejudicando a indústria do bloco.
"Tarifas muito
mais elevadas contra os produtos chineses são inevitáveis se não quisermos que a indústria europeia seja exterminada",
disse o ministro falando em uma conferência empresarial, segundo a Reuters.
O presidente dos EUA,
Joe Biden, revelou no início da semana aumentos acentuados de tarifas sobre uma
série de importações chinesas, incluindo baterias de veículos elétricos, chips
de computador e produtos médicos.
Biden manterá as
tarifas impostas por seu antecessor, Donald Trump, enquanto aumentará outras,
incluindo a quadruplicação das tarifas sobre carros elétricos para mais de 100%
e a duplicação das tarifas sobre semicondutores para 50%.
O ministro italiano
também apelou a uma política industrial mais forte por parte da União Europeia
à medida que o bloco se aproxima das eleições para o Parlamento Europeu no
próximo mês.
Roma, junto a países
que compõem o G7 – Estados Unidos, Japão, Alemanha, França, Reino Unido, Itália
e Canadá – estão reunidos na Itália nesta semana para tentar encontrar um
terreno comum no impulsionamento dos lucros dos ativos congelados da Rússia e frear
a crescente força exportadora da China em setores-chave.
¨
Para manter parceiro
no Oriente Médio, EUA devem voltar a vender armas ofensivas a Riad, diz mídia
Em uma tentativa de
melhorar as relações, Washington espera levantar a proibição de venda de armas
ofensivas à Arábia Saudita, potencialmente já nas próximas semanas.
De acordo com o
Financial Times (FT), o presidente dos EUA, Joe Biden, suspendeu a venda de
tais armamentos ao reino há três anos, pouco depois de entrar na Casa Branca,
criticando a condução pelos sauditas da guerra no Iêmen, entre preocupações
sobre o uso de armas fabricadas nos EUA em ataques aéreos que mataram civis. O
levantamento da proibição seria o mais recente sinal de melhoria dos laços
entre a administração Biden e Riad.
A Arábia Saudita é
tradicionalmente um dos maiores compradores de armamento dos EUA e a suspensão
das proibições poderia significar ainda mais receita para Washington, que tem
visto seu orçamento de defesa ser consumido com os esforços para manter o conflito
ucraniano. Segundo uma das fontes ouvidas pela FT, Washington está se
preparando para suspender a proibição embora a Casa Branca tenha se recusado a
comentar a questão.
A relação de Biden com
Riad tem sido conflituosa desde que assumiu o cargo. Ainda durante a campanha
de 2019, Biden acusou os sauditas de "assassinar crianças", em uma
aparente referência à guerra no Iêmen, na qual milhares de pessoas foram mortas,
e mais tarde, prometeu fazer do Estado do golfo um "pária" após o
brutal assassinato em 2018 do jornalista veterano Jamal Khashoggi por agentes
sauditas no seu consulado em Istambul.
Mas as relações
melhoraram significativamente desde então, especialmente depois do início da
operação militar especial russa na Ucrânia ter demonstrado não apenas a fraqueza
das orientações políticas norte-americanas para o Oriente Médio como as
deficiências militares de Washington.
Ainda segundo a
apuração, altos funcionários dos EUA disseram esta semana que Washington e Riad
estavam perto de finalizar uma série de acordos bilaterais, incluindo um pacto
de defesa e a cooperação dos EUA no nascente programa nuclear civil do reino.
A Arábia Saudita
liderou uma coligação árabe que entrou na guerra civil do Iêmen em 2015 para
combater os houthis apoiados pelo Irã. A condução do conflito pelo reino
suscitou críticas de inúmeros atores internacionais. Nos últimos anos, Riad se
envolveu em conversações de paz com os houthis, enquanto o príncipe herdeiro
saudita Mohammed bin Salman se concentrava nos seus ambiciosos planos de
desenvolvimento interno e na redução das tensões com inimigos regionais,
incluindo o Irã.
O progresso nas
conversações no Iêmen estagnou após o ataque do Hamas em 7 de outubro e a
ofensiva retaliatória de Israel contra o grupo militante palestino em Gaza.
Apesar disso, a Arábia
Saudita continuou envolvida no processo de paz no Iêmen mediado pela ONU. Em um
sinal de que não queria aumentar as tensões com os houthis, Riad não se juntou
a uma força-tarefa marítima liderada pelos EUA destinada a combater os ataques
houthis ao transporte marítimo com destino ou de propriedade de Israel, em
sinal de protesto contra as operações armadas de Tel Aviv em Gaza.
Em Washington, as
hostilidades regionais desencadeadas pela guerra Israel-Hamas reforçaram a
crença da administração Biden de que precisa da Arábia Saudita como parceiro
regional fundamental.
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Investimento de US$
320 milhões do Pentágono no cais de Gaza fica aquém das metas
Embora Washington
continue apoiando militarmente Israel, o corredor marítimo de cerca de mais de
300 quilômetros a partir do Chipre através do mar Mediterrâneo é a tentativa
mais arrojada da administração Biden de ajudar os habitantes de Gaza.
O Pentágono gastou US$
320 milhões (cerca de R$ 1,6 bilhão), contratou 1.000 soldados para abrir um
corredor marítimo que permita o fluxo de ajuda para Gaza, a fim de aliviar a
crise humanitária em curso no país. Mas, apesar de seus esforços, na primeira
semana de operações apenas 820 toneladas de ajuda foram entregues através do
cais e apenas dois terços desse volume chegaram aos pontos de distribuição em
Gaza, revelou o Pentágono na quinta-feira (23).
Essa quantidade é
aproximadamente igual a 71 caminhões, o que fica abaixo da meta inicial de 90
caminhões por dia, sendo cerca de 15% das necessidades diárias mínimas
estimadas dos mais de dois milhões de pessoas que enfrentam a fome, de acordo
com um relatório publicado no sábado (25).
Citando responsáveis
da ONU, o relatório acrescenta que mais de uma dúzia de caminhões provenientes
do cais nunca chegaram aos seus destinos em Gaza e que os veículos não puderam
utilizar rotas alternativas devido às restrições israelenses, mesmo depois de
civis desesperados terem apreendido a ajuda.
"Não está fluindo
no ritmo que qualquer um de nós ficaria feliz, porque sempre queremos
mais", disse o conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, Jake Sullivan,
na quarta-feira (22). Sullivan rejeitou as alegações de que o mau planejamento
seja o culpado pelos baixos números e referiu-se à crise em Gaza como o
resultado de "um ambiente dinâmico".
O abastecimento passa
por um processo complicado; os suprimentos são transportados através do mar
Mediterrâneo até uma plataforma flutuante construída pelos EUA. Em seguida, as
paletes são transportadas até uma passarela flutuante, protegida da praia por
engenheiros do Exército de Israel, e depois são conduzidas mais algumas
centenas de metros até a praia, para uma zona controlada por soldados
israelenses. Outra questão que os EUA enfrentam é que o Hamas disse que
trataria as forças dos EUA no cais como forças de ocupação.
Autoridades dos EUA
afirmaram que o cais flutuante expandiria a capacidade para permitir a entrada
de 150 caminhões por dia em Gaza, na esperança de ajudar pelo menos 500 mil
pessoas por mês.
Uma matéria da Sputnik
na quinta-feira revelou que o cais foi usado pela primeira vez para transportar
equipamento militar antes de trazer alimentos; no entanto, a primeira entrega
de alimentos foi para os soldados das Forças de Defesa de Israel (FDI).
A apuração acrescenta
que mesmo que o cais comece a funcionar em plena capacidade, o Escritório das
Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (ENUCAH) enfatizou
repetidamente que não será suficiente e que Israel deve abrir rotas terrestres
para permitir a entrada de ajuda.
Na sexta-feira (24), a
Corte Internacional de Justiça (CIJ) ordenou a suspensão imediata da ofensiva
militar de Israel em Rafah. O tribunal afirmou que o ataque à cidade mais ao
sul de Gaza já deslocou mais de 800 mil pessoas, menos de 20 dias depois de ter
iniciado o ataque.
A decisão da corte vai
aumentar a pressão crescente que Israel enfrenta agora, na sequência dos
mandados de prisão que podem ser emitidos pelo Tribunal Penal Internacional
(TPI) ao primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, ao ministro da
Defesa israelense, Yoav Gallant, bem como ao líder do Hamas, Yehiya Sinwar, e a
duas outras figuras por crimes de guerra e crimes contra a humanidade.
As autoridades
palestinas informaram que mais de 35 mil palestinos foram mortos desde o início
do conflito, em outubro. Acredita-se que a maioria dos que foram mortos sejam
mulheres e crianças.
Fonte: Sputnik Brasil
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