OTAN está arrastando a UE para a 3ª Guerra
Mundial, atesta político francês
A Organização do
Tratado do Atlântico Norte (OTAN) está arrastando a União Europeia para a
Terceira Guerra Mundial com declarações sobre ataques em território russo e não
é mais uma "aliança defensiva".
A declaração é de
Florian Philippot, líder do partido francês Os Patriotas e candidato às
eleições para o Parlamento Europeu, via redes sociais.
"As declarações
da OTAN são uma investida insana em direção à Terceira Guerra Mundial contra a
Rússia. Cada palavra é extremamente séria e repleta de consequências. A OTAN
abandonou oficialmente a sua posição como uma 'aliança de defesa' — já refutada
na prática — e está declarando guerra!", escreveu Philippot no X nesta
terça-feira (28).
O político apelou a
Paris para se retirar da aliança.
"Querer
permanecer na OTAN é concordar que a França será arrastada para a Terceira
Guerra Mundial indefinidamente, que o sangue dos seus filhos será derramado
pelos interesses da OTAN, da UE, do [presidente francês Emmanuel] Macron e da
corrupção sem sentido deste país", acrescentou Philippot. "Vamos
parar com esta loucura, vamos defender a paz, chega de euros ou armas para a
Ucrânia!"
¨ Membros da OTAN se dividem sobre planos da Ucrânia de atacar a
Rússia com armas ocidentais
Em meio a perdas cada
vez maiores da Ucrânia no campo de batalha, parte dos líderes dos países
ligados à Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) passaram a ventilar
a necessidade de a aliança pôr fim às restrições sobre o uso de armas
ocidentais para o regime de Kiev atacar a Rússia.
Porém, a medida ainda
divide a organização e está longe de um consenso. Desde o início da operação
militar especial, a OTAN permite que equipamentos fornecidos à Ucrânia sejam
usados somente para defesa, e não ataque, como desejam alguns membros. Veja como
se posicionam os países e as lideranças.
·
Quem favorece tais ataques
Na semana passada, o
secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, sugeriu que os membros do bloco que
forneceram armas à Ucrânia parem de impedir Kiev de usar os equipamentos para
atacar a Rússia.
O sentimento de
Stoltenberg foi recentemente ecoado pelo presidente da Letônia, Edgars
Rinkevics, que anunciou não ver razão para impor tais restrições à Ucrânia.
O primeiro-ministro
tcheco, Petr Fiala, afirmou que a Ucrânia tem o direito de usar armas
ocidentais para atacar a Rússia, argumentando que isso é "lógico".
O ministro da Defesa
da Estônia, Hanno Pevkur, disse que espera que todos os países que forneceram
armas à Ucrânia permitam que Kiev ataque a Rússia com esses itens.
A ministra da Defesa
da Holanda, Kasja Ollongren, acrescentou que a situação em que a Ucrânia
atacaria o território russo não deveria nem mesmo ser motivo de discussão.
O presidente francês,
Emmanuel Macron, defende a permissão para Kiev responder aos ataques de mísseis
russos "destruindo os locais de onde são disparados".
·
A oposição
O primeiro-ministro
belga, Alexander De Croo, insiste que todo equipamento militar fornecido à
Ucrânia deve ser usado no território ucraniano.
O
vice-primeiro-ministro da Itália, Antonio Tajani, também argumentou que os
armamentos ocidentais fornecidos a Kiev devem ser usados nas fronteiras do
país.
Ambíguos
Já o secretário de
Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, afirmou que Kiev "terá que
tomar suas próprias decisões" sobre realizar ataques para além das
fronteiras da Ucrânia, mesmo que a administração de Joe Biden proíba
oficialmente o uso de armas fornecidas pelos EUA, como mísseis ATACMS, para
ataques profundos no território russo.
A ministra da Defesa
da Áustria, Klaudia Tanner, disse que seu país é "militarmente neutro de
acordo com a constituição [local]".
·
Possibilidade de conflito direto
Já Moscou alerta que
ataques ucranianos no território russo usando equipamentos militares fornecidos
pelo Ocidente podem levar a um conflito direto com a OTAN. O presidente russo,
Vladimir Putin, chegou a anunciar nesta terça-feira (28) que Moscou começou a
criar uma zona-tampão entre Rússia e Ucrânia, à qual Kiev foi alertada seis
meses atrás de que seria criada e que a Rússia sabe que já existem instrutores
militares ocidentais em solo ucraniano sob o disfarce de mercenários.
Ao comentar as
declarações de alguns Estados-membros da OTAN, o presidente russo observou que
eles deveriam prestar atenção com o que estão brincando quando sugerem permitir
que Kiev lance ataques ao território russo.
¨ OTAN e aliados europeus, incluindo Macron, pedem aos EUA que
deixem Ucrânia atacar dentro da Rússia
O secretário-geral da
OTAN, Jens Stoltenberg, e um coro crescente de líderes ocidentais estão
exortando Washington e os seus aliados a abandonarem as restrições à forma como
a Ucrânia utiliza armas doadas, escreve o The Washington Post.
A Casa Branca enfrenta
uma pressão crescente da OTAN e de vários aliados europeus importantes para
suspender as restrições e permitir que a Ucrânia utilize toda a força das armas
fornecidas pelos Estados Unidos para atacar alvos militares dentro da Rússia.
As exigências, reporta
o artigo do The Washington Post, refletem o novo alarme no Ocidente em relação
aos avanços russos no campo de batalha nos últimos dias.
Nesta terça-feira
(28), os ministros da Defesa da União Europeia se reuniram para discutir a
questão de permitir ataques dentro da Rússia, disse o chefe de política externa
do bloco, Josep Borrell.
"Permitimos que
as nossas armas sejam utilizadas ainda mais em território russo? Bem, alguns
Estados-membros começaram a decidir isso – eliminando esta restrição",
disse Borrell, citado pela mídia.
A Reuters acrescentou
que os ministros também discutiram o treinamento de soldados ucranianos por
países europeus dentro da Ucrânia.
Até o momento, as
forças ucranianas têm recebido treinamento de países-membros da aliança militar
fora do território ucraniano.
"Tem havido um
debate sobre fazer parte da formação na Ucrânia, mas não existe uma posição
europeia comum clara sobre isso", afirmou Borrell.
O chefe da diplomacia
europeia ainda declarou que alguns membros da UE acreditam que o treinamento
dentro da Ucrânia seria mais prático, enquanto outros enfatizaram que ter
militares na Ucrânia, mesmo como treinadores, representaria mais riscos.
Já o presidente
francês, Emmanuel Macron, que anteriormente sugeriu duas vezes o envio de
tropas da OTAN para Ucrânia, também disse nesta terça-feira (28) que Kiev deve
ter permissão para responder aos ataques de mísseis russos "destruindo os
locais de onde são disparados".
"A Ucrânia está
na verdade sendo atacada a partir de bases na Rússia. Devemos permitir que
destruam os locais militares de onde os mísseis são disparados, essencialmente
os locais militares a partir dos quais a Ucrânia é atacada", afirmou o presidente
da França em uma coletiva de imprensa conjunta com o chanceler alemão, Olaf
Scholz, relatou a Bloomberg.
Na segunda-feira (27),
o principal comandante da Ucrânia, Aleksandr Syrsky, disse ter assinado a
papelada que permite a instrutores militares franceses visitarem em breve os
centros de treinamento ucranianos.
O Ministério da Defesa
da França disse que a ideia de realizar formação na Ucrânia "continua a
ser objeto de trabalho com os ucranianos, em particular para compreender as
suas necessidades exatas".
A ministra da Defesa
dos Países Baixos, Kajsa Ollongren, afirmou hoje (28) que as restrições à
capacidade da Ucrânia de atacar dentro da Rússia deixaram Kiev lutando
"com uma mão amarrada nas costas".
A elevação desses
limites "não deveria ser tema de debate", disse Ollongren:
"Espero que outros países com uma posição diferente mudem isso",
afirmou a ministra, citada pelo Washington Post.
O chanceler da
Polônia, Radoslaw Sikorski, repetiu os comentários de Macron dizendo em uma
entrevista publicada nesta terça-feira (28) que Varsóvia não deveria descartar
tal medida.
"Precisamos
manter Putin adivinhando nossas intenções", afirmou Sikorski.
A assembleia
parlamentar da OTAN emitiu uma declaração na segunda-feira (27) apelando à
suspensão das restrições do uso de armas em território russo.
"Se não se pode
atacar as forças russas do outro lado da linha da frente porque elas estão do
outro lado da fronteira, então é claro que se reduz realmente a capacidade das
forças ucranianas de se defenderem", disse o secretário-geral da OTAN, Jens
Stoltenberg ao principal responsável político da aliança durante uma visita à
Bulgária na segunda-feira (27).
O porta-voz do
Kremlin, Dmitry Peskov, já acusou a OTAN de envolvimento direto no conflito e
descreveu as observações de Stoltenberg como "uma posição absolutamente
irresponsável".
O presidente da
Letônia, Edgars Rinkevics, disse à CNN na segunda-feira (27) que os parceiros
que se opõem à utilização das suas armas pela Ucrânia para atingir alvos em
solo russo deveriam "reconsiderar essa decisão o mais rapidamente possível".
"Não há qualquer
razão racional e pragmática para não permitir que a Ucrânia utilize essas armas
contra a Rússia da forma mais eficiente", disse Rinkevics. As alegações de
que tais ataques poderiam levar Moscou a intensificar ainda mais o conflito
"não se baseiam numa avaliação realmente sólida da realidade",
acrescentou.
O secretário de
Relações Exteriores britânico, David Cameron, durante uma visita a Kiev este
mês, pareceu dar luz verde para Kiev usar armas britânicas em território russo,
dizendo que a Ucrânia deveria decidir a melhor forma de usar as armas.
"Tal como a
Rússia está a atacar dentro da Ucrânia, podemos compreender perfeitamente
porque é que a Ucrânia sente a necessidade de se certificar de que está a se
defender", disse Cameron, conforme noticiado.
O Washington Post
aponta que, ainda assim, a questão continua controversa na Europa, onde algumas
nações temem que a Rússia retaliará levando o conflito para além da Ucrânia se
equipamento ocidental for utilizado para atacar o território soberano russo.
Os EUA e outros
aliados da OTAN, incluindo a Alemanha e a Itália, há muito que se recusam a
permitir que a Ucrânia utilize as suas armas para atacar dentro das fronteiras
da Rússia, temendo que tais ataques possam agravar o conflito.
No entanto, no dia 15
deste mês, em uma conferência de imprensa conjunta com seu homólogo ucraniano,
Dmitry Kuleba, o secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken,
sugeriu que Kiev tem liberdade para decidir como usar as armas norte-americanas
enviadas.
O presidente russo
Vladimir Putin anunciou hoje (28) que Moscou começou a criar uma zona-tampão
entre Rússia e Ucrânia, a qual Kiev foi alertada seis meses atrás de que seria
criada e que a Rússia sabe que já existem instrutores militares ocidentais em solo
ucraniano sob o disfarce de mercenários.
Ao comentar as
declarações de alguns Estados-membros da OTAN, o presidente russo observou que
eles deveriam perceber com o que estão "brincando" quando sugerem
permitir que Kiev lance ataques a território russo.
A Rússia já enviou uma
nota aos países da OTAN, através do seu Ministério das Relações Exteriores, na
qual advertia que qualquer carregamento incluindo armas destinadas a Kiev se
tornará alvo legítimo para Forças Armadas russas.
Mais tarde, ainda
nesta terça-feira (28), os Estados Unidos disseram, através do porta-voz do
Departamento de Estado, Matthew Miller, que Washington mantem sua posição de
restringir o uso de suas armas por Kiev, apesar do recente apelo do
secretário-geral da OTAN.
"A nossa política
tem sido não encorajar ou permitir ataques fora das fronteiras da Ucrânia. Mas
se olharmos para a nossa política de forma mais ampla, deixamos claro que a
Ucrânia não tem melhor apoio do que os Estados Unidos [...]", afirmou Miller
em uma coletiva de imprensa.
¨ Se a Ucrânia não conseguir se adaptar às novas condições,
seguirá perdendo territórios, diz revista
Kiev terá que aceitar
um acordo de paz nos termos de Moscou, escreve a revista Newsweek.
"A Ucrânia e seus
aliados devem agir rapidamente para garantir que suas tropas tenham armas e
treinamento para lutar contra a Rússia, ou Kiev pode ser forçada a firmar um
acordo para terminar a guerra" nos termos da Rússia, indica o artigo.
Segundo apontam
jornalistas, a Ucrânia seguirá perdendo território se Kiev e seus aliados não
puderem se adaptar às novas condições.
Anteriormente, o líder
ucraniano, Vladimir Zelensky, descreveu a situação das Forças Armadas da
Ucrânia na região de Carcóvia, especialmente na cidade de Volchansk, como
extremamente difícil. O Estado-Maior ucraniano também qualificou a situação
operacional na região como difícil e reconheceu um "sucesso tático"
das tropas russas.
Neste mês, o
presidente da Rússia Vladimir Putin afirmou em uma entrevista à agência de
notícias chinesa Xinhua que Moscou nunca se negou a realizar negociações sobre
a Ucrânia. Ele observou que o principal problema é a confiabilidade das
garantias, uma vez que o Ocidente prefere uma ordem mundial não baseada no
direito internacional.
¨ Ucrânia já usou armas ocidentais em 'várias ocasiões' para
atacar a Rússia, diz mídia
Kiev não notificou
Berlim sobre o uso de um sistema de defesa aérea Patriot fornecido pela
Alemanha "pelo menos uma vez para agir" contra alvos russos, segundo
o jornal alemão Bild.
O ataque foi seguido
por "chamados furiosos de Berlim e Washington e a ameaça de parar" de
fornecer mísseis antiaéreos a Kiev se tal incidente acontecesse novamente.
Moscou alertou
repetidamente que os ataques ucranianos em território russo, utilizando
equipamento militar fornecido pelo Ocidente, poderiam levar a um conflito
direto com a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).
A agência de notícias
AFP, entretanto, citou fontes não identificadas que afirmaram que o governo de
Kiev utilizou armas ocidentais "em diversas ocasiões" para lançar
ataques contra o território russo, mais recentemente contra a cidade de Krasnodar,
no sul da Rússia.
As fontes não
especificaram quais objetos foram visados. O Ministério da Defesa russo havia
dito anteriormente que as Forças Armadas ucranianas tentavam constantemente
atacar o território da região russa de Krasnodar usando veículos aéreos não
tripulados do tipo aeronave.
O presidente russo
Vladimir Putin disse aos repórteres na terça-feira (28) que alguns membros da
OTAN, especialmente os menores, "deveriam saber com o que estão
brincando" quando sugerem permitir que Kiev lance ataques em território
russo. Ele acrescentou que Moscou está acompanhando de perto tais declarações.
A declaração foi feita
depois de o secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, ter dito que tinha
chegado o momento de os aliados transatlânticos desatarem as mãos dos militares
ucranianos e permitirem formalmente que Kiev utilizasse os seus sistemas de ataque
de longo alcance de origem ocidental para atingir as posições de retaguarda da
Rússia.
O ministro das
Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, respondeu dizendo que Stoltenberg
tinha excedido a sua autoridade e que o seu comportamento tinha sido
repreendido pelos próprios membros da OTAN. O porta-voz do Kremlin, Dmitry
Peskov, por sua vez, disse que o bloco militar liderado pelos EUA estava
brincando com a retórica militar, aumentando o grau de escalada e mergulhando
no que chamou de "êxtase" bélico.
Fonte: Sputnik Brasil
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