quinta-feira, 30 de maio de 2024

OTAN está arrastando a UE para a 3ª Guerra Mundial, atesta político francês

A Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) está arrastando a União Europeia para a Terceira Guerra Mundial com declarações sobre ataques em território russo e não é mais uma "aliança defensiva".

A declaração é de Florian Philippot, líder do partido francês Os Patriotas e candidato às eleições para o Parlamento Europeu, via redes sociais.

"As declarações da OTAN são uma investida insana em direção à Terceira Guerra Mundial contra a Rússia. Cada palavra é extremamente séria e repleta de consequências. A OTAN abandonou oficialmente a sua posição como uma 'aliança de defesa' — já refutada na prática — e está declarando guerra!", escreveu Philippot no X nesta terça-feira (28).

O político apelou a Paris para se retirar da aliança.

"Querer permanecer na OTAN é concordar que a França será arrastada para a Terceira Guerra Mundial indefinidamente, que o sangue dos seus filhos será derramado pelos interesses da OTAN, da UE, do [presidente francês Emmanuel] Macron e da corrupção sem sentido deste país", acrescentou Philippot. "Vamos parar com esta loucura, vamos defender a paz, chega de euros ou armas para a Ucrânia!"

¨      Membros da OTAN se dividem sobre planos da Ucrânia de atacar a Rússia com armas ocidentais

Em meio a perdas cada vez maiores da Ucrânia no campo de batalha, parte dos líderes dos países ligados à Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) passaram a ventilar a necessidade de a aliança pôr fim às restrições sobre o uso de armas ocidentais para o regime de Kiev atacar a Rússia.

Porém, a medida ainda divide a organização e está longe de um consenso. Desde o início da operação militar especial, a OTAN permite que equipamentos fornecidos à Ucrânia sejam usados somente para defesa, e não ataque, como desejam alguns membros. Veja como se posicionam os países e as lideranças.

·        Quem favorece tais ataques

Na semana passada, o secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, sugeriu que os membros do bloco que forneceram armas à Ucrânia parem de impedir Kiev de usar os equipamentos para atacar a Rússia.

O sentimento de Stoltenberg foi recentemente ecoado pelo presidente da Letônia, Edgars Rinkevics, que anunciou não ver razão para impor tais restrições à Ucrânia.

O primeiro-ministro tcheco, Petr Fiala, afirmou que a Ucrânia tem o direito de usar armas ocidentais para atacar a Rússia, argumentando que isso é "lógico".

O ministro da Defesa da Estônia, Hanno Pevkur, disse que espera que todos os países que forneceram armas à Ucrânia permitam que Kiev ataque a Rússia com esses itens.

A ministra da Defesa da Holanda, Kasja Ollongren, acrescentou que a situação em que a Ucrânia atacaria o território russo não deveria nem mesmo ser motivo de discussão.

O presidente francês, Emmanuel Macron, defende a permissão para Kiev responder aos ataques de mísseis russos "destruindo os locais de onde são disparados".

·        A oposição

O primeiro-ministro belga, Alexander De Croo, insiste que todo equipamento militar fornecido à Ucrânia deve ser usado no território ucraniano.

O vice-primeiro-ministro da Itália, Antonio Tajani, também argumentou que os armamentos ocidentais fornecidos a Kiev devem ser usados nas fronteiras do país.

Ambíguos

Já o secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, afirmou que Kiev "terá que tomar suas próprias decisões" sobre realizar ataques para além das fronteiras da Ucrânia, mesmo que a administração de Joe Biden proíba oficialmente o uso de armas fornecidas pelos EUA, como mísseis ATACMS, para ataques profundos no território russo.

A ministra da Defesa da Áustria, Klaudia Tanner, disse que seu país é "militarmente neutro de acordo com a constituição [local]".

·        Possibilidade de conflito direto

Já Moscou alerta que ataques ucranianos no território russo usando equipamentos militares fornecidos pelo Ocidente podem levar a um conflito direto com a OTAN. O presidente russo, Vladimir Putin, chegou a anunciar nesta terça-feira (28) que Moscou começou a criar uma zona-tampão entre Rússia e Ucrânia, à qual Kiev foi alertada seis meses atrás de que seria criada e que a Rússia sabe que já existem instrutores militares ocidentais em solo ucraniano sob o disfarce de mercenários.

Ao comentar as declarações de alguns Estados-membros da OTAN, o presidente russo observou que eles deveriam prestar atenção com o que estão brincando quando sugerem permitir que Kiev lance ataques ao território russo.

¨      OTAN e aliados europeus, incluindo Macron, pedem aos EUA que deixem Ucrânia atacar dentro da Rússia

O secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, e um coro crescente de líderes ocidentais estão exortando Washington e os seus aliados a abandonarem as restrições à forma como a Ucrânia utiliza armas doadas, escreve o The Washington Post.

A Casa Branca enfrenta uma pressão crescente da OTAN e de vários aliados europeus importantes para suspender as restrições e permitir que a Ucrânia utilize toda a força das armas fornecidas pelos Estados Unidos para atacar alvos militares dentro da Rússia.

As exigências, reporta o artigo do The Washington Post, refletem o novo alarme no Ocidente em relação aos avanços russos no campo de batalha nos últimos dias.

Nesta terça-feira (28), os ministros da Defesa da União Europeia se reuniram para discutir a questão de permitir ataques dentro da Rússia, disse o chefe de política externa do bloco, Josep Borrell.

"Permitimos que as nossas armas sejam utilizadas ainda mais em território russo? Bem, alguns Estados-membros começaram a decidir isso – eliminando esta restrição", disse Borrell, citado pela mídia.

A Reuters acrescentou que os ministros também discutiram o treinamento de soldados ucranianos por países europeus dentro da Ucrânia.

Até o momento, as forças ucranianas têm recebido treinamento de países-membros da aliança militar fora do território ucraniano.

"Tem havido um debate sobre fazer parte da formação na Ucrânia, mas não existe uma posição europeia comum clara sobre isso", afirmou Borrell.

O chefe da diplomacia europeia ainda declarou que alguns membros da UE acreditam que o treinamento dentro da Ucrânia seria mais prático, enquanto outros enfatizaram que ter militares na Ucrânia, mesmo como treinadores, representaria mais riscos.

Já o presidente francês, Emmanuel Macron, que anteriormente sugeriu duas vezes o envio de tropas da OTAN para Ucrânia, também disse nesta terça-feira (28) que Kiev deve ter permissão para responder aos ataques de mísseis russos "destruindo os locais de onde são disparados".

"A Ucrânia está na verdade sendo atacada a partir de bases na Rússia. Devemos permitir que destruam os locais militares de onde os mísseis são disparados, essencialmente os locais militares a partir dos quais a Ucrânia é atacada", afirmou o presidente da França em uma coletiva de imprensa conjunta com o chanceler alemão, Olaf Scholz, relatou a Bloomberg.

Na segunda-feira (27), o principal comandante da Ucrânia, Aleksandr Syrsky, disse ter assinado a papelada que permite a instrutores militares franceses visitarem em breve os centros de treinamento ucranianos.

O Ministério da Defesa da França disse que a ideia de realizar formação na Ucrânia "continua a ser objeto de trabalho com os ucranianos, em particular para compreender as suas necessidades exatas".

A ministra da Defesa dos Países Baixos, Kajsa Ollongren, afirmou hoje (28) que as restrições à capacidade da Ucrânia de atacar dentro da Rússia deixaram Kiev lutando "com uma mão amarrada nas costas".

A elevação desses limites "não deveria ser tema de debate", disse Ollongren: "Espero que outros países com uma posição diferente mudem isso", afirmou a ministra, citada pelo Washington Post.

O chanceler da Polônia, Radoslaw Sikorski, repetiu os comentários de Macron dizendo em uma entrevista publicada nesta terça-feira (28) que Varsóvia não deveria descartar tal medida.

"Precisamos manter Putin adivinhando nossas intenções", afirmou Sikorski.

A assembleia parlamentar da OTAN emitiu uma declaração na segunda-feira (27) apelando à suspensão das restrições do uso de armas em território russo.

"Se não se pode atacar as forças russas do outro lado da linha da frente porque elas estão do outro lado da fronteira, então é claro que se reduz realmente a capacidade das forças ucranianas de se defenderem", disse o secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg ao principal responsável político da aliança durante uma visita à Bulgária na segunda-feira (27).

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, já acusou a OTAN de envolvimento direto no conflito e descreveu as observações de Stoltenberg como "uma posição absolutamente irresponsável".

O presidente da Letônia, Edgars Rinkevics, disse à CNN na segunda-feira (27) que os parceiros que se opõem à utilização das suas armas pela Ucrânia para atingir alvos em solo russo deveriam "reconsiderar essa decisão o mais rapidamente possível".

"Não há qualquer razão racional e pragmática para não permitir que a Ucrânia utilize essas armas contra a Rússia da forma mais eficiente", disse Rinkevics. As alegações de que tais ataques poderiam levar Moscou a intensificar ainda mais o conflito "não se baseiam numa avaliação realmente sólida da realidade", acrescentou.

O secretário de Relações Exteriores britânico, David Cameron, durante uma visita a Kiev este mês, pareceu dar luz verde para Kiev usar armas britânicas em território russo, dizendo que a Ucrânia deveria decidir a melhor forma de usar as armas.

"Tal como a Rússia está a atacar dentro da Ucrânia, podemos compreender perfeitamente porque é que a Ucrânia sente a necessidade de se certificar de que está a se defender", disse Cameron, conforme noticiado.

O Washington Post aponta que, ainda assim, a questão continua controversa na Europa, onde algumas nações temem que a Rússia retaliará levando o conflito para além da Ucrânia se equipamento ocidental for utilizado para atacar o território soberano russo.

Os EUA e outros aliados da OTAN, incluindo a Alemanha e a Itália, há muito que se recusam a permitir que a Ucrânia utilize as suas armas para atacar dentro das fronteiras da Rússia, temendo que tais ataques possam agravar o conflito.

No entanto, no dia 15 deste mês, em uma conferência de imprensa conjunta com seu homólogo ucraniano, Dmitry Kuleba, o secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, sugeriu que Kiev tem liberdade para decidir como usar as armas norte-americanas enviadas.

O presidente russo Vladimir Putin anunciou hoje (28) que Moscou começou a criar uma zona-tampão entre Rússia e Ucrânia, a qual Kiev foi alertada seis meses atrás de que seria criada e que a Rússia sabe que já existem instrutores militares ocidentais em solo ucraniano sob o disfarce de mercenários.

Ao comentar as declarações de alguns Estados-membros da OTAN, o presidente russo observou que eles deveriam perceber com o que estão "brincando" quando sugerem permitir que Kiev lance ataques a território russo.

A Rússia já enviou uma nota aos países da OTAN, através do seu Ministério das Relações Exteriores, na qual advertia que qualquer carregamento incluindo armas destinadas a Kiev se tornará alvo legítimo para Forças Armadas russas.

Mais tarde, ainda nesta terça-feira (28), os Estados Unidos disseram, através do porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller, que Washington mantem sua posição de restringir o uso de suas armas por Kiev, apesar do recente apelo do secretário-geral da OTAN.

"A nossa política tem sido não encorajar ou permitir ataques fora das fronteiras da Ucrânia. Mas se olharmos para a nossa política de forma mais ampla, deixamos claro que a Ucrânia não tem melhor apoio do que os Estados Unidos [...]", afirmou Miller em uma coletiva de imprensa.

¨      Se a Ucrânia não conseguir se adaptar às novas condições, seguirá perdendo territórios, diz revista

Kiev terá que aceitar um acordo de paz nos termos de Moscou, escreve a revista Newsweek.

"A Ucrânia e seus aliados devem agir rapidamente para garantir que suas tropas tenham armas e treinamento para lutar contra a Rússia, ou Kiev pode ser forçada a firmar um acordo para terminar a guerra" nos termos da Rússia, indica o artigo.

Segundo apontam jornalistas, a Ucrânia seguirá perdendo território se Kiev e seus aliados não puderem se adaptar às novas condições.

Anteriormente, o líder ucraniano, Vladimir Zelensky, descreveu a situação das Forças Armadas da Ucrânia na região de Carcóvia, especialmente na cidade de Volchansk, como extremamente difícil. O Estado-Maior ucraniano também qualificou a situação operacional na região como difícil e reconheceu um "sucesso tático" das tropas russas.

Neste mês, o presidente da Rússia Vladimir Putin afirmou em uma entrevista à agência de notícias chinesa Xinhua que Moscou nunca se negou a realizar negociações sobre a Ucrânia. Ele observou que o principal problema é a confiabilidade das garantias, uma vez que o Ocidente prefere uma ordem mundial não baseada no direito internacional.

¨      Ucrânia já usou armas ocidentais em 'várias ocasiões' para atacar a Rússia, diz mídia

Kiev não notificou Berlim sobre o uso de um sistema de defesa aérea Patriot fornecido pela Alemanha "pelo menos uma vez para agir" contra alvos russos, segundo o jornal alemão Bild.

O ataque foi seguido por "chamados furiosos de Berlim e Washington e a ameaça de parar" de fornecer mísseis antiaéreos a Kiev se tal incidente acontecesse novamente.

Moscou alertou repetidamente que os ataques ucranianos em território russo, utilizando equipamento militar fornecido pelo Ocidente, poderiam levar a um conflito direto com a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).

A agência de notícias AFP, entretanto, citou fontes não identificadas que afirmaram que o governo de Kiev utilizou armas ocidentais "em diversas ocasiões" para lançar ataques contra o território russo, mais recentemente contra a cidade de Krasnodar, no sul da Rússia.

As fontes não especificaram quais objetos foram visados. O Ministério da Defesa russo havia dito anteriormente que as Forças Armadas ucranianas tentavam constantemente atacar o território da região russa de Krasnodar usando veículos aéreos não tripulados do tipo aeronave.

O presidente russo Vladimir Putin disse aos repórteres na terça-feira (28) que alguns membros da OTAN, especialmente os menores, "deveriam saber com o que estão brincando" quando sugerem permitir que Kiev lance ataques em território russo. Ele acrescentou que Moscou está acompanhando de perto tais declarações.

A declaração foi feita depois de o secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, ter dito que tinha chegado o momento de os aliados transatlânticos desatarem as mãos dos militares ucranianos e permitirem formalmente que Kiev utilizasse os seus sistemas de ataque de longo alcance de origem ocidental para atingir as posições de retaguarda da Rússia.

O ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, respondeu dizendo que Stoltenberg tinha excedido a sua autoridade e que o seu comportamento tinha sido repreendido pelos próprios membros da OTAN. O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, por sua vez, disse que o bloco militar liderado pelos EUA estava brincando com a retórica militar, aumentando o grau de escalada e mergulhando no que chamou de "êxtase" bélico.

 

Fonte: Sputnik Brasil

 

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